Aquele a quem chamam Severus Snape escrita por magalud


Capítulo 3
Capítulo 3




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Os três dias que se seguiram foram tensos, para dizer o mínimo, pensou Harry, ainda tonto com a reviravolta dos fatos. Ele foi a funerais, dizer adeus a colegas de Hogwarts (como Colin Creevey), parentes (como Fred Weasley e Remus Lupin) e também comerciantes de Hogsmeade, todos considerados heróis da Batalha de Hogwarts.

Nesses três dias, houve muita controvérsia sobre Severus Snape, e Harry sabia que ele mexera num vespeiro e tanto. Afinal, graças ao Rapaz-Que-Derrotara-Voldemort, o Wizengamot e o Departamento de Cumprimento de Leis Mágicas tomaram a decisão de que Snape foi um herói, digno da Ordem de Merlin, Segunda Classe, post-mortem. O corpo, ainda aos cuidados de Madame Pomfrey, seria entregue aos parentes quando eles voltassem. Provavelmente na sessão do Wizengamot, pensou Harry, pois aquele era o lugar em que eles eram esperados.

Havia apenas um pequeno detalhe: a mencionada sessão do Wizengamot seria feita em segredo, porque ninguém sabia a respeito dos Elohim. Dumbledore achou melhor manter as coisas assim. Shacklebolt sugeriu até um fazer um segundo retrato para que o ex-Cacique Supremo do Wizengamot pudesse acompanhar in loco os trabalhos. Embora o ex-diretor de Hogwarts fosse a favor disso, mágica de retrato tinha suas regras especiais. Dumbledore não pôde comparecer.

Eles teriam que lidar sozinhos com o mistério que eram os Elohim. E eles eram mesmo um mistério, pensou Harry. Ele imaginou que eles fossem chegar com pompa e circunstância, talvez até maravilhando os olhos de quem pudesse olhá-los.

Harry descobriu que eles não eram gente que frustrasse expectativas.

Era uma sessão solene na Corte Bruxa. Todos os bruxos e bruxas estavam vestidos em seus trajes cor de vinho e chapéus engraçados, agindo como se fossem algum tipo de seita religiosa, pensou Harry, destacando-se da realidade no momento com um pouco de enfado. Depois de cinco funerais, ele estava cansado de cerimônias. Ter que dizer adeus a seu padrinho informal, Remus Lupin, só aumentara sua determinação em ser um segundo pai para o pequeno Teddy, mesmo que o menino estivesse sob os cuidados da avó Andrômeda.

E agora havia outra morte com a qual Harry teria que lidar. Se há um ano alguém lhe dissesse que Snape estava morto, ele dançaria de pura alegria, porque o assassino de Dumbledore teria tido o que merecia. Mas agora Harry estava tão triste e sentindo a perda do mesmo jeito que sentia seus amigos mais queridos. Ele ainda estava abismado com a coragem, a audácia e a lealdade de Snape para com sua mãe, e para com um amor que jamais se concretizaria.

Harry gostaria de ter tido tempo de falar com Snape ao menos uma última vez – nem que fosse só para dizer ao homem que o tinha julgado errado e que tinha se enganado sobre ele. Teria sido bom se Harry pudesse se sentar com Snape e ver como o homem era de verdade, longe da pressão da presença asquerosa de Voldemort. Por um momento, Harry imaginou que talvez eles pudessem falar sobre Lily, ou quem sabe ser civilizados um com o outro. Ser amigos podia ser pedir demais, dado o histórico entre eles.

Havia também grande curiosidade em Harry sobre esses supostos pais, mas ele calculava que seu ex-professor não soubesse coisa alguma sobre eles. Se soubesse, certamente estaria nas memórias.

Mas todos esses pensamentos voaram de sua mente quando Elohim fez sua entrada. Porque aquela era uma entrada digna de um rei, ou talvez de um astro do rock, pensou Harry.

Elohim estava vestido num traje muito branco, com bordados dourados e um manto alvo pesado com plumas nas barras. Na mão direita, ele trazia uma espada longa que parecia estar em chamas de tão resplandecente. Na mão esquerda, ele portava uma lança em riste, da qual saía uma luz tão brilhante que fazia o objeto parecer ser feito de fogo puro. No topo disso tudo, a aura de luz que o cercava não era natural, ao menos não para Harry nem para os demais bruxos e bruxas que estavam encantados com a visão que era o pai de Severus.

Harry podia sentir cada um dos cabelinhos na nuca se arrepiando à medida que Elohim foi avançando até o meio da sala. O jovem tinha acabado de derrotar Voldemort, mas a mera presença de Elohim o deixou impressionado. Por Merlin, notou Harry, o homem estava reluzindo. Ele também notou que não havia sinal da mulher que aparecera com ele em Hogwarts.

O visitante parou diante do Tribunal Pleno do Wizengamot e Harry sentiu um ar de realeza no salão. Era como se um monarca estrangeiro estivesse em visita oficial a um parlamento ou coisa semelhante.

— Saudações respeitosas a todos os nobres bruxos e bruxas. Eu sou Elohim. A quem de vocês devo eu me dirigir?

— A mim. — O bruxo negro ergueu-se, empostando a poderosa voz diante do plenário. — Eu sou Kingsley Shacklebolt, titular interino do Ministério da Magia. Elohim, seja bem-vindo.

Após um elegante maneio de cabeça, Elohim proclamou, em tom solene:

— Venho diante de vocês, em aparato completo, de armas em riste, oferecer minha aliança e minha amizade. Esta é a tradição de meu povo. Somos amigos, mas meu pedido é de compensação.

— Exponha seu caso, Elohim.

— Peço que não haja interrupções até que meu pedido tenha sido totalmente explanado. Depois poderemos dar início ao debate. Isso é aceitável?

— Certamente.

— Muito bem.


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