Scorpius & Rose (vol. 2) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 8
Capitulo 7 - Eles eram leões


Notas iniciais do capítulo

Oi seus lindos! Olha eu aqui mais uma vez! Desconstruindo todo um absurdo de atrasos! To cheia de gás esses dias galeras, tá foda.

Bom, fiquei muito feliz que nem todo mundo tinha me abandonado e muito satisfeita com alguns comentários. E estou adorando quebrar um pouco a visão geral e mostrar esses personagens maravilhosos diante de determinadas situação, como o comportamento do General Potter nos capítulos anteriores e tals.

E espero que esse cap desconstrua não só uma cultura de atrasos, bem como mais algumas reações de certo personagem...

Beijos! Boa leitura!



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Scorpius & Rose

Capitulo VII - Eles eram leões

                Teddy Lupin mantinha passos tranquilos, mas elegantes, enquanto percorria os corredores silenciosos de Hogwarts. Não estava com pressa, pois a cada corredor que virava era uma nova recordação deliciosa dos seus tempos de estudante. Atrás dele, Albus Potter caminhava quase que da mesma forma, mas quem observasse bem, de certo conseguiria enxergar sinais de ansiedade; Lara poderia, e com muita sorte, estar perambulando pelo seu caminho, rezava para que ela estivesse. Scorpius e Rose vinham mais atrás, de mãos dadas, ela um pouco fora de orbita – seu estado mais que comum nos últimos dias, contudo as olheiras tinha sumido, o que era um bom sinal – e ele curioso, bem como animado com o compromisso e feliz pela namorada estar se recuperando; a seu tempo, obviamente, mas estava. Logo, no fim do grupo, sobrava apenas Olivia Krum, encantada com a arquitetura do castelo, afinal, ela estudara por toda sua adolescência na Academia de Magia Beaubatons e jamais tivera a oportunidade de adentrar num dos cenários mais famosos do mundo bruxo.

                Estavam no terceiro andar quando o coração do Albus parou e Rose ficou atenta. Ao virarem o corredor do banheiro feminino, viram a silhueta de Lara abrir e passar pela porta deste, estava tão apressada que ela não os viu. Al já iria se adiantando para passar por Teddy, já quase alheio a sua real tarefa, mas a prima foi mais rápida, avançando com a mão livre e segurando o pulso dele, fazendo-o continuar no ritmo em que estava.

                - Quanto menos gente souber que estamos aqui melhor, lembra-se? – Ela sussurrou, os soltando e andando mais próxima a ele, arrastando Scorpius consigo. Os três andando de ombros enfileirados. – Ela está bem, continue, vamos acabar logo o que viemos fazer e eu arrumo um jeito de você falar com ela depois, certo?

                Severus não respondeu de imediato, seus olhos não deixavam a porta do banheiro, agora fechada. O corpo continuava andando sozinho na direção em que deviam ir, mas sua mente queria entrar naquele banheiro e saber se estava tudo bem. Lara não poderia estar escondendo nada dele, poderia? Droga! Ele não suportava a ideia de ela passar mais um ano sozinha ali, onde ele não podia estar com ela a todo momento. Sabia que sua garota era forte, e agora mais do que nunca não se deixava abalar por besteiras, mas ela tinha estado estranha nas cartas há semanas, e agora isso? Havia algo errado.

                - Certo – ele disse por fim, mantendo o curso, virando o corredor. Al estava dividido, mas a escolha certa era permanecer onde estava, sair do programa de treinamento também não era uma opção. Se Rose o ajudaria a manter os dois, ele confiaria nela.

                Continuaram sem mais interrupções até a sala da Professora McGonagall e ouso dizer que a surpresa que toda a equipe teve foi um tanto quanto assustadora ao adentrarem no cômodo - de lhes fazer o queixo cair. Em uma das divisões do ambiente geral do diretor, estava montada próximo a lareira uma espécie de sala de estar, Minerva encontrava-se sentada em uma poltrona de costas largas e alta e a sua frente, num sofá de couro, Ronald Weasley estava acomodado com uma modesta xícara de chá.

                - Coronel Weasley... – cumprimentou Teddy num suave baixar de cabeça, Ron devolveu com cordialidade, mas sem se pôr de pé. – Estou feliz que tenha concordado em se juntar a nós.

                - Fico grato pelo informe – foi o que ele respondeu, tomando um gole de chá enquanto seus olhos percorriam os jovens atrás de Teddy, todos eles sem fala. Um sorriso irônico brotou no canto dos lábios.

                Rose perdera a voz, seus olhos cravados nos do pai. Ele parecia melhor, a pele um tanto quanto mais corada e as olheiras tinham diminuído, sua jovialidade estava tomando seu rosto aos poucos, o que era uma graça visto que desde os últimos acontecimentos ele parece ter envelhecido décadas. A farda, que mais agia como um terno, estava milimetricamente passada, como ele mesmo o fazia e preferia.

Minerva, polidamente, os convidou para sentar e aproveitarem o chá e os biscoitos. Mais três pessoas cabiam confortavelmente no sofá de couro, Albus comprimentou o tio e sentou-se ao seu lado, seguido por Olívia e – com um último olhar para namorada – Scorpius. Teddy optou por outra poltrona, localizada de modo que pudesse manter um contato visual educado com Ron e Minerva. Por fim, para Rose, que ainda se movia devagar, sobrou uma cadeira acolchoada virada para o sofá, em diagonal para o pai. Todos saldaram-se cordial e profissionalmente.

                - É importante deixar claro que tal acordo não seria nem mesmo considerado se o comando do Ministério fosse há de alguns anos – McGonagall começou a falar – Não me agrada que ele envolva-se em Hogwarts mais do que lhe cabe e muito menos que uma força tarefa seja inserida nos nossos terrenos, caso algum aluno os vejam, ficaram apavorados ao buscarem um motivo. Porém, não podemos ser negligente diante de tal ameaça e como diretora, preciso ser razoável.

                - Faremos o nosso trabalho, Professora McGonagall, e ninguém jamais saberá que estivemos aqui. Compreendemos seu posicionamento e sua cautela, afinal a ideia trata-se exatamente de cuidar do problema sem causar pânico – Teddy falou, assumindo uma postura diplomática. – Agiremos dentro das suas regras.

                - Do que exatamente estamos falando? – Albus intrometeu-se depois do silêncio do seu superior.

                - Daqui a duas semanas, Sonserina e Grifinoria jogarão, um clássico que atrairá olheiros de toda Europa, além de alguns familiares empolgados. Um baquete perfeito para seja lá o que estejamos lidando – Teddy explicou – Estaremos aqui atrás de novos talentos. Nos posicionaremos por entre os convidados e asseguraremos que o jogo seja seguro do início ao fim.

                - Mas haverá um plano, uma sequência, imagino? – Olivia se adantou.

                - Obviamente, mas temos um protocolo geral antes de qualquer coisa. As melhores abordagens são analisadas, alterações e seguimentos previamente estudados e expostos para nos preparar, tudo dentro de um documento. Este só chegará a vocês dois dias antes, é responsabilidade de cada um ler todas as laudas para conhecimento da situação.

                - Tem certeza que esta é a melhor equipe para cuidar disso, Sr. Lupin? – Minerva não pode deixar de perguntar.

                - Garanto que sim. Está claro que eles estão começando, mas a competência já foi testada e aprovada, nada dará errado. O sistema do programa do Serviço Secreto é criado para evitar falhas. Tome como exemplo a si mesma, existimos há sete anos e a senhora só tomou conhecimento há um mês.

                A diretora não disse nada de imediato, sua expressão não beirava a confiança da de Teddy, mas ela preferiu não expor. Al olhava de uma para o outro, sentia-se como em uma daquelas conversas que tinha na mesa da cozinha com os pais, onde se era falado dele, mas não com ele. Rose ainda estava em choque, sem realmente saber o que fazer e o fato de Ronald não ter dito nada ainda a estava sufocando. Scorpius a olhava de canto, atento ao assunto ao seu redor, mas com os olhos sempre nos dela.

                - Espero que saibam o que estão fazendo – a diretora disse por fim – bem como espero que toda essa situação angustiante tenha logo um fim. Os tempos difíceis já tiveram sua oportunidade.

                - Toda a comunidade bruxa responsável pela segurança está em campo, Sra. McGonagall. O princípio de apenas remediar também já teve sua oportunidade, agora agimos antes de qualquer coisa.

                - Teddy, - Ron chamou, alertando-o pelo fato de ter sido solicitado por um apelido – Creio que o mais importante já foi discutido e eu não estou sendo de muita diferença, se não se importa, gostaria de ter uma conversa em particular com a Srta. Weasley.

                Rose congelou ao observar Teddy assentir. Mal teve tempo de se ver caminhando para os corredores vazios, com seu pai bem a frente.

                - Você não tem dormido – ele comentou depois que pararam um tempo, olhando um para o outro em total silêncio. A situação beirava ao ridículo. Pai e filha que sempre tiveram uma relação perfeita agiam agora como dois estranhos entre si.

                - Acredito que compreenda – ela disse, tímida. O coração inflamando. Queria abraça-lo, queria sentir o calor da segurança paterna que só aquelas braços poderiam oferecer. Mas o tinham deixado sozinho com a dor que era dos dois, tinha o abandonado quando ele mais precisou. Qualquer direito de filha naquele instante parecia tão distante quanto a ideia de voar num dragão.

                - Estou orgulhoso que esteja entrado no programa, sei que se sairá bem.

                - Obrigada.

                Mais silêncio. Até as aulas entediantes de História da Magia nas salas mais próximas faziam mais barulho do que eles naquele espaço.

                - Sua mãe também ficaria orgulhosa – ele tornou a dizer, a voz mais baixa que anteriormente.

                E aquela fora a gota d’água. Rose jogou-se nos braços do pai com tal surpresa e força que quase os derrubou, as costas de Ron bateram forte na parede atrás dele.

                - Perdoe-me! – ela implorou com o rosto mergulhado em sua farda.

                Sem mais, ele a abraçou apertado, sentindo as lágrimas da filha fluírem assim como as suas. Sua menina não precisava de perdão, sua menina nada tinha lhe feito, sua menina apenas sofria tanto quanto ele.

Eles eram tão parecidos, não só fisicamente, mas de espirito e personalidade. Eram teimosos, insistentes e solitários, ainda que estivessem sempre rodeados de amigos. Gostavam de lidar consigo mesmos sozinhos, do jeito que se conheciam. Eram leões, que amavam apaixonada e intensamente, que sentiam qualquer emoção ao mesmo grau, mas tudo fluía para dentro deles mesmo. A garra, a lealdade e dever com os outros não lhes dava tempo para compartilhar os próprios problemas. Feras que quando feridas, preferiam lamber as próprias chagas na solidão de seus universos a deixar que os outros se incomodassem.

                - Eu sinto tanta falta dela! – Rose choramingou mais forte.

                - Eu sei, minha rosa. – Ron sussurrou apenas fungando, angustiado. – Eu também.

—x-

                Ah! Que ótimo, lá se vai todo um uniforme novo! Com sorte, se o salvasse a tempo, o transformaria ao menos o suéter num pijama, ou qualquer outra coisa; porque, no máximo, aquelas manchas apenas diminuiriam, sumir estava fora de cogitação.

                Lara estava com a frente da roupa toda manchada andando pelos corredores do castelo até o banheiro onde ela sabia que não seria incomodada. Andava apressadamente, quase correndo para evitar de esbarrar com mais alguém, afinal, não estava nos seus melhores dias para ouvir mais provocações. Por um fio não se encontrara com um grupo de seja lá o que perto do banheiro, mas tinha sido mais rápida em entrar antes de qualquer situação constrangedora.

                Olhou-se nos espelhos da pia e se odiou quando viu sua situação. Ah inferno! Sua mãe a mataria!

                Ligou a torneira e tapou o ralo da pia, deixando a água acumular. Abaixou-se rapidamente para passar água no rosto e nas postas do cabelo, os fios pegajosos e nojentos. Quando se pôs de pé, ao reflexo do espelho tinha sido adicionado mais alguma coisa. Logo atrás dela estava alguém que ela, definitivamente, não esperava e nem queria ver, não daquele jeito.

                Ela virou-se devagar, acompanhando a expressão dele do reflexo até realmente encará-lo e ensaiou o pior dos seus sorrisos amarelos. Não era como queria sorrir, não era como queria reagir aquele fato curioso, mas a situação não estava muito ao seu favor.

                - Mas que merda você andou aprontando? – Albus Severus Potter questionou boquiaberto de tão perplexo quando enfim pode pôr os olhos na sua namorada.


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Notas finais do capítulo

Eita! O que acham? Ai gente, tô empolgaderrima! Vou logo avisando que vai ter jogo, gente vai aprontar e gente não vai!

E não se desesperem na confusão! Alias, como Albus pode estar em dois lugares ao mesmo tempo? Vamos lá meus queridos, vocês já sabem a resposta

Até mais! Beijo!



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