Scorpius & Rose (vol. 2) escrita por Janne Esquivel


Capítulo 7
Capitulo 6 - O andar da carruagem


Notas iniciais do capítulo

Olá! Surpresa! Mais rápido do que esperavam! Estou tentando, okay?! Vou me redimir com vocês ;) O capítulo que se segue é rápido, mas um tanto quando amenizador...
Espero que gostem, boa leitura!



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Scorpius & Rose

Capitulo VI - O andar da carruagem

Naquela mesma noite, Rose perambulava de um lado a outro no seu quarto. Quando enfim chegaram os três na Mansão Potter – Scorpius já com uma mochila contendo todo o necessário para passar a noite –, a ruiva tinha negado a pizza gigante de quatro queijos que Teddy pedira e caminhado a passos duros até as escadas. Não sabia ao certo o que tinha que fazer, nem mesmo porque não parara de se mexer desde que chegara ao destino final. Ela só sabia que doía, que todo seu corpo doía tanto que ela tinha certeza de que se parasse, tornaria uma pilha de estilhaços. E havia mais, mais do que só a dor, mais. Havia ódio, de uma espécie que ela jamais sentira ou já pensara ser capaz. Um ódio que ela desejava loucamente se livrar, mas não sabia como. Então vinha a frustração, com toneladas e mais toneladas de questionamentos, deixando sua cabeça a ponto de explodir. A respiração era frenética, onde mais se expelia ar do que prendia, a deixava tonta e irreconhecível a si mesma.

Ela queria a verdade sempre e a toda hora. Queria justiça, queria todos os culpados pela sua confusão no fundo da mais podre cela de Azkaban, todos juntos! Queria que todos sofressem na mesma medida, queria vê-los implorar por redenção, queria vê-los implorar pela morte. Ela queria vingança.

E isso a chocou, fazendo-a para no meio do vão, perplexa com a própria conclusão. O peito subia e descia violentamente, os ombros trêmulos. Os olhos, arregalados e assustados, focaram alguém que não estava ali antes.

Scorpius Malfoy estava de braços cruzados apoiado no vão da porta, observando-a.

— Não me reconheço – ela gemeu, baixo, como se doesse falar – Eu... Eu...

Seus joelhos cederam, mas antes de encontrarem o chão, as mãos de Scorpius segurava seus ombros, ajudando-a a pousar com suavidade. Ela pedia socorro ao olhar para ele, pedia socorro de si mesma, estava desesperada. Ele, sereno, afastou os fios ruivos e pegajosos de suor da sua testa, beijando-a em seguida.

— Está doendo, Rose – ele disse, a voz aveludada de ternura – Se não admitir pra si mesma, falhará.

— Mas eles! Eles merecem essa dor, não eu!

— Não percebe o quanto já está tomada por ela? O quanto lhe cega?

— NÃO! EU ESTOU BEM!

A expressão de Scorpius não se abalou pelo grito, seus lábios comprimiram em decepção, e foi só isso.

Ela não soube como ou porquê, mas ao piscar se viu no meio de uma cabine escura, o barulho estridente do trem em movimento ferindo seus ouvidos. Scorpius levantou-se e virou-se de costas para ela, caminhando para os fundos do ambiente. Ele estava tomado pela escuridão, apenas o rosto pálido era notado quando ele tornou a encará-la.

— O que pensa que está fazendo?! – Ela quis saber com urgência.

— Indo – foi a resposta, fria.

— Você... NÃO! – Rose implorou, o choro engolindo sua voz. – Você não pode me deixar!

— Honestamente, quanto tempo mais acha que eu aguentaria, Rose? – foi o que Scorpius perguntou, e embora uma pergunta precisasse de resposta, ele a pronunciou como a última palavra naquela discussão.

Os fundos da cabine foram arrancados sem piedade por um feitiço externo e tudo parou. Rose se viu movendo-se para segurá-lo, mas não conseguia sair do lugar. A sua frente, Scorpius voava sem expressão para o impacto eminente nos destroços e no trilho.

                - NÃÃÃÃÃO! – O último grito ecoou pelo quarto rasgando o som do silêncio sem cerimônia.

                Seu corpo tremulo e ereto foi abraçado por braços musculosos e ela se viu de volta ao seu quarto. Imerso em breu pela noite, as cortinas dançavam suavemente pela brisa tímida que atravessava as janelas.

                - Foi só um pesadelo, Rose – a voz de Scorpius soou no seu ouvido e ela pulou assustada em seus braços, que a prenderam com mais firmeza. O movimento a mostrou os olhos profundos dele, mais cinzentos do que o comum. – Sou eu, seu Scorpius.

                Rose o encarava com os olhos elétricos, analisando cada linha do seu rosto sob a fraca luz da vela apoiada no criado mudo. Depois de saber que estava tudo ali, ela enlaçou seus braços ao redor dele o beijou com violência. O medo consumindo seu desejo de provar que ele estava realmente ali.

                Scorpius sentiu, através do toque desesperado dela ele soube o que se passara, e por mais que quisesse que ela tivesse a prova da sua saúde, se não parasse, os dois acabariam enroscados um no outro sem qualquer tecido entre eles. E ela permaneceria calada.

                Suavemente, ele segurou seu rosto e a afastou. Obviamente, ela não estava de acordo com a interrupção, mas ele foi firme.

                - Rose – avisou – Não podemos mais fazer isso.

                - O-oque? O que está dizendo?

                - Você não pode mais me distrair com sexo quando está com problemas, você precisa me dizer, conversar comigo.

                Ela apenas se afastou dele, em silêncio, sentindo-se estranha.

                - Tudo bem – Scorpius sussurrou – Vou voltar para o quarto de Albus, talvez amanhã você esteja pronta.

                Ele levantou-se, vestindo o casaco moletom e recolhendo um travesseiro. Rose permaneceu sentada, respirando apenas. Scorpius suspirou e caminhou até a porta devagar, ainda se adaptando a má iluminação.

                - Eu não consigo dizer – ela murmurou, fazendo-o parar onde estava. – Todos me pedem para falar, mas eu não sei o que querem que eu diga. Nada que eu disser, nada mudará os fatos. Dizer não vai fazer a dor sumir... Eu não sei o que fazer para a dor sumir. Mas, acredite ou não, quando você está lá, ela diminui, esconde-se. Eu sei que não tenho me comunicado apropriadamente, eu sei que tenho ignorado você a maior parte do tempo e só lhe procurado ao meu favor e eu sinto tanto. Estou uma bagunça e temo me perder. Mas tudo o que desejo agora é não sentir, não sentir a dor porque ela me sufoca... E eu mal a sinto quanto você está comigo. Eu sei quem eu sou quando você está comigo...

                Ele voltou, num piscar de olhos ele a tinha nos braços enquanto ela enfim se rendia as lágrimas. Não era justo, o mundo não era justo. Rose não fizera nada de mal para merecer a dor de tal perda, nem mesmo seu pai ou seu irmão, nem mesmo Hermione Weasley merecia tal destino. Seus ombros tremiam enquanto o choro a consumia, os gemidos desolados, sem esperança. Ele esperava que aquilo a aliviasse, que o que dizem sobre quem chora seja real, que o choro lavasse a alma pelo menos para confortá-la. 

— Só não me afastas-te, minha flor - ele sussurrou sobre seu cabelo.

—x-

                - Ah merda, eu não posso acreditar que James perdeu um jogo como esse! – Exclamou Albus, perplexo enquanto lia o exemplar d’O Profeta naquela manhã. Anunciava logo na primeira página que James Potter perdera a marcação decisiva por se deixar ser pego por um balaço, estupidamente. – É um absurdo!

                - Dá pra falar mais baixo, vai acabar acordando Victorie, e quem avisa amigo é, não vai querer isso – avisou Teddy, servindo-se de mais bacon.

                - Por falar em acordar, onde está aquela ruiva mal-humorada, Scorpius?

                Os três estavam aproveitando o café da manhã que Teddy tinha preparado. Na casa, só estavam eles três, Victorie e Rose, visto que James e Dominique estavam na Romênia para alguns jogos do campeonato.

                - Estou aqui, seu idiota – anunciou Rose entrando na sala de jantar com uma caneca de café entre as mãos. – Temos alguma correspondência?

                - Ainda não – bufou Al, olhando significativamente para o loiro e a ruiva.

                - Ah, por favor, vocês ainda são péssimos na discrição – reclamou Teddy.

                - Do que está falando?

                - Das cartas negras, obviamente, meu caro primo. Quem você acha que teve a ideia?

                - Você sabe da Divisão?

                Teddy não respondeu até erguer a varinha para as portas do salão de jantar e girar o pulso no próprio eixo.

                - E também deveriam ter cuidado nos locais que decidem abrir o assunto. Não esperem pelas cartas por hora, ainda estão de olho em vocês. Os três são um trio peculiar, sujeito a distúrbios emocionais diante da situação atual, e isso pode comprometer as operações... Quer dizer, é o que tem no relatório.

                - Como sabe disso? – Scorpius indagou.

                - Do relatório? Bom, como devem se lembrar, seus instrutores são diferentes a cada treino, o depoimento deles sobre cada grupo é unido em um relatório final, para então decidirmos o que fazer com os novos recrutas. Sou a última pessoa que os vê agora, antes de chegarem a Harry.

                - Agora?

                - Bom, antes eu entregava a Ronald, Rose, ele e Harry tem a palavra final, sempre. Mas o Sr. Weasley está de licença, então...

                - Você é o que? Uma espécie de comandante?

                - Na verdade, a Divisão está sob minha jurisdição. O que quer dizer que tenho que mantê-la funcionando, sou responsável pelo sucesso do trabalho e blá-blá-blá, a eficiência e analise dos testes veem sido aperfeiçoada a cada ano para uma melhor seleção. Por isso vocês viajarão comigo a Hogwarts amanhã cedo.

                - O que?! – os outros três disseram em coro.

                - E a Srta. Krum, é claro. É incrível que vocês três tenham entrado para a equipe, nossa familiaridade está facilitando meu trabalho. Vamos a Hogwarts amanhã para uma reunião com Minerva McGonagall, sobre medidas de segurança, checar se está tudo em ordem, etc. Só estejam prontos amanhã antes do sol nascer.

                E dito isso, Teddy Lupin levantou-se da mesa e se retirou da sala, com um balanço da varinha liberando a entrada e saída do som. Rose olhou para os companheiros boquiaberta, o café esquecido na superfície de marfim. Scorpius não estava muito mais diferente do que ela, as expressões em pura confusão.

                - Eu desisto de acompanhar essa bagunça! – Albus anunciou por fim. – Eu vou só cumprir ordens mesmo, é isso.


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Notas finais do capítulo

Mereço, comentários? Será que o próximo capítulo teremos um pouco de Albus e Lara? Alguém com saudades dela?! Eu, suspeito, que não será só ela que aparecerá também, vamos ter mais papos sérios e romances... Eita!



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