P.O.V. Ethan

Desci as escadas com remorso de olhar nos olhos de Ane e de sua mãe, como era sexta, dia do jornal oficial, elas jantariam conosco. Não gosto de admitir, mas estava errado por gritar com ela, nada justificava minhas atitudes, ela não tinha culpa pelo que estava acontecendo em minha vida.

Passei pelas portas que davam acesso ao salão de jantar com medo de como Ane me olharia, mas logo pude perceber que ela não estava brava, ou pelo menos não aparentava estar, ela sorria como se ainda estivesse extremamente feliz por entrar na seleção.

Sentei-me no lugar de costume e logo o jantar foi servido, ocorreram alguns assuntos aqui e acolá, mas nada de interessante. Alguns minutos se passaram e o som estridente da sirene invadiu os ouvidos de todos e o alvoroço começou, a maior parte dos presentes entraram em pânico, incluindo Ane e sua mãe.

Em questão de segundos {N/A: Voo pra outro mundo outra constelação Não dá pra explicar ao ver você chegando qual a sensação... Tá parei.} os guardas começaram a guiar as pessoas para o abrigo mais próximo, já era o terceiro ataque rebelde somente este mês, logo estávamos todos já debaixo da terra em um abrigo aguardando o “fim” daquilo tudo.

Eu simplesmente não entendia o porquê dos ataques, não era mais fácil dialogar, principalmente pelo fato de que muitos perdiam a vida nesses ataques sem sentido. Horas depois as portas do abrigo foram abertas e todos foram guiados até o grande salão, aparentemente os estragos não eram grandes, mas o fato de não terem liberado todos de imediato significava que o ataque foi feito com grande número de rebeldes e armas de fogo, também tinha o fato de que poderíamos ter perdido muitos homens e mulheres no ataque.

Horas se passaram e finalmente todos puderam sair, eu, sem nem mesmo pensar duas vezes, fui direto para o meu quarto, o meu dia definitivamente tinha sido estressante e cansativo.

...

Era incrível a velocidade como as coisas aconteciam, as selecionadas tinham sido anunciadas na sexta e viriam na sexta seguinte como na última seleção, que ocorreu a muito tempo.

Ainda era terça feira e o palácio estava tão agitado quanto nos preparativos para o meu aniversário, muitas pessoas carregavam câmeras por todos os lados para garantir que nada passaria despercebido, criadas subiam e desciam escadas segurando tecidos e coisas para os quartos, novamente tive que provar várias opções de cardápios para o primeiro almoço e o primeiro jantar das selecionadas.

Des de segunda Ane havia sido proibida de ir ao palácio pois não deveria ter contato com minha pessoa até sexta feira, era uma medida para que o povo não se rebelasse mais ainda, estava em meu quarto analisando as fichas, pela milésima vez no dia, quando minha mãe chegou.

– Com licença. – Ela disse enquanto abria a porta – Olá, está fazendo algo importante? Posso voltar outra hora se estiver te incomodando.

– Não. Estou apenas lendo as fichas novamente. – Eu respondi enquanto mostrava as fichas a minha mãe

– Alguma já te agrada?

– Não posso dizer algo assim sem nem ao menos tê-las conhecido primeiramente.

– Claro, tem toda a razão. Como diz o velho ditado, “não se julga um livro pela capa”.

– Então, o que queria falar comigo? – Perguntei curioso

– Nada. Só vim mesmo para ver como meu filho está.

– Ele está cansado e com a cabeça cheia por causa do que seu belo pai inventou. – Disse rindo

– Eu sei que é cansativo, mas logo isso acaba e mais coisa estressantes começam – ela disse, também em tom brincalhão

– Como vou fazer tudo isso? Quero dizer, mandar garotas embora sem poder se preocupar com os sentimentos que ela pode nutrir por você, magoar alguém está longe dos meus objetivos.

– Eu sei querido, mas este é um risco que você tem que correr ao “comandar” uma seleção. Além disso o amor é algo reciproco, elas também têm que levar em conta seus sentimentos.

– Obrigado mãe, definitivamente seus conselhos são os melhores do mundo.

– Ora, claro que são, são conselhos de mãe. – Ela disse enquanto saía de meu quarto.

Voltei a olhar as fichas enquanto repetia os nomes um a um na tentativa de memoriza-los

– Aurora Marie Layinster, Mellanie Margo Wintro Calaway, Naiara Anabelle Potter, Clary Moore, Queen Faller, Violet Volkon, Sabrina Eduarda Martins, Liana Winter Chase, Caroline Siberian Harson, Vitória Schweet Carpiérre, Alice Brewerton, Sirena Anne Snow, Amaya Razven, Luana Rebeca Santiago, Athena Dabres Orleans... Ah... São tantas... Que situação cansativa.

Passei as mãos em meu rosto para espantar o cansaço, levantei-me e fui em direção a porta que dava para o corredor decidido a ir até a cozinha para pegar um pouco de café para tentar afastar meu sono. Estava andando pelos corredores que levavam a cozinha quando passei pelo escritório de meu pai, a porta estava meio aberta e ele estava, realmente, falando muito alto, era quase como um grito, eu resolvi entrar para ver o que estava acontecendo.

– Com licença. – Disse enquanto batia na porta – Posso entrar?

– Entre, preciso te mostrar algo – ele respondeu, parecia estar com raiva de algo.

Logo entendi o motivo

P.O.V. Ane

Essa definitivamente foi a melhor ideia que eu já tive, o Ethan poderia fazer o que fosse, mas todos já sabiam que eu estava em vantagem e nada mudaria esse fato. Quando a revista chegou e vi minha ilustre imagem em sua capa me sentei (lê-se: Joguei) no sofá gargalhando de felicidade.

Com certeza quando minha mãe chegasse ela e daria um sermão, mas a “besteira”, aos olhos deles, já havia sido feita. Agora era só colocar meus planos e táticas em ação e o Ethan ficaria perdidamente apaixonado por mim.

Logo ouvi a porta de casa sendo escancarada, era minha mãe, eu acho que a palavra “brava” era pouco para descrever como ela estava naquele momento, mas como eu disse, a besteira já havia sido feita, depois disso ela me deu um sermão de praticamente uma hora, o qual eu basicamente ignorei, e então me mandou para o quarto.