Eu, meu inimigo e nosso bebê escrita por Lucy
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura.
Um mês depois.
P.O.V Thalia
Me arrasto pelos corredores da Yancy como se a mochila pesasse uma tonelada. Me sinto tonta, minha cabeça parece girar o tempo todo, mas isso não é motivo suficiente para eu faltar no primeiro dia de aula, segundo meu pai.
Eu estava atrasada para a primeira aula, mas nem comida de graça me faria andar mais rápido. Ninguém pode me culpar, não é fácil ter animação quando sua primeira aula do ano é física. Entro na sala empurrando bruscamente a porta, que se choca com a parede fazendo que todos olhem para mim.
— Está atrasada, senhorita Grace. - Sr. Lewis olha pra mim com raiva e eu dou o sorriso mais inocente que consigo - Sente-se e não atrapalhe mais minha aula.
Reviro os olhos quando ele volta a passar a matéria e dou uma olhada na sala, procurando um lugar vazio. Encontro Annabeth e Zoë dividindo uma mesa. Annie olha com raiva pra mim.
— Está atrasada e sem lugar. - ela diz com a autoridade de sempre.
Mostro-lhe a língua e procuro um lugar para sentar. Quando avisto o único lugar vazio, tenho vontade de bater minha cabeça na parede. Parabéns por se atrasar, Thalia. Agora aproveite fazendo dupla com o di Angelo.
Vou com má vontade em direção a mesa onde Nico está e jogo minha bolsa com raiva na mesa.
— Cuidado aí, Grace. - ele diz e me olha com desprezo. - Não consigo me livrar de você nem na maldita aula de física?
— Cale a boca, di Angelo.
Deito minha cabeça na mesa e fecho os olhos por um tempo que parecem horas. Levanto a cabeça e olho para o relógio na esperança de estar no fim da aula. Haviam se passado quinze minutos. Bufo e deito novamente, planejando dormir até o sinal bater.
No momento que fecho os olhos novamente, escuto um tec tec tec dos dedos de Nico batendo na mesa.
— Dá pra parar com isso, di Angelo? - digo irritada.
Levando o olhar e vejo que ele está trocando olhares e sorrindo para Jade - uma garota loira e irritante de nossa turma completamente apaixonada pelo Di Angelo.
— Algum problema, Grace? - diz Nico com cara de deboche - Ciúmes?
— Cale a boca, di Ange...
Não consigo terminar a frase com o enjôo repentino. Por que está tudo girando?
— Perdeu a voz, Gracezinha? - Nico ri e eu o ignoro.
Levanto a mão, tentando chamar a atenção do professor, mas ele parece muito ocupado explicando a matéria.
— Professor, eu preciso ir ao banheiro. - falo o mais alto que consigo.
Ele foca sua atenção em mim e parece pronto para dizer um não, mas sua expressão muda para preocupação.
— Está tudo bem, senhorita Grace? Você está pálida.
— Não estou me sentindo bem, preciso ir ao banheiro. - Respirei fundo, sentindo o mal estar aumentar. - Agora.
— Vá logo, então. Beba uma água e tome um ar.
Me levanto rapidamente, sentindo uma tontura. Me apoio na mesa e vejo Annabeth levantar a mão.
— Eu vou com ela, Sr. Lewis - ela disse já se levantando - Ela pode passar mal no caminho.
— Sente-se, senhorita Chase. - o professor diz autoritário - Sua parceira precisa de você.
Annie se senta de má vontade e eu dou um sorriso para ela e sussurro um "tudo bem". O Sr. Lewis olha para mim novamente, mas logo seu olhar vai em direção ao moreno ao meu lado.
— Sr. Di Angelo, acompanhe sua parceira até a enfermaria. - ele diz e volta a escrever na lousa.
— Está falando sério? - ele exclama contrariado, mas quando percebe que o professor não está mais prestando atenção nesse assunto, se levanta. - Vamos, Grace.
Penso em dizer que não preciso da ajuda dele, mas me sinto tão tonta que tomo a decisão de me manter em silêncio o máximo que eu puder. Então apenas o sigo em direção a porta.
O corredor está vazio, exceto por um monitor que dorme em sua cadeira.
— Thalia Grace ao meu lado por mais de um minuto sem soltar ofensas nem me atacar. Gostei. - ele olha pra mim e sorri com sarcasmo.
Reviro os olhos e desvio meu olhar do dele enquanto cenas da noite em que passei com ele há mais de um mês aparecem em minha mente. Ignoro as malditas memórias e aumento a velocidade dos meus passos.
— Sabe, Grace, posso me acostumar facilmente com esse silêncio - ele continua provocando, enquanto segue o ritmo dos meus passos. - Desde que te conheci, nunca me senti tão em paz quanto agora.
— Cale a boca, idiota. - digo com raiva, me virando bruscamente na direção dele.
Sinto minha cabeça pesar e tudo em minha volta parece girar.
Por que a enfermaria está tão longe hoje?
É meu último pensamento antes que tudo fique escuro.
...
Abro o olho e encaro um teto branco. Olho em volta e vejo que estou na enfermaria. Nico está sentado em uma poltrona ao lado da maca onde estou. Quando ele olha pra mim, seu olhar parece entediado.
— Finalmente, Grace. - ele diz.
— O que aconteceu? - pergunto e sento na maca.
— Você desmaiou e eu te trouxe até aqui. - ele dá ombros - Você é bem pesada para seu tamanho, sabia? Deve ser toda a raiva que tem dentro de você.
— Idiota. - digo.
Ele abre a boca para retrucar, mas Amy, a enfermeira, entra e sorri para mim. Ela parece tensa, apesar do sorriso simpático.
— Ah, você acordou, querida! - ela faz anotações em papéis em suas mãos enquanto fala comigo - Coletei sangue para exames enquanto você estava inconsciente, espero que não se importe.
— Sem problemas. - eu digo e dou um pequeno sorriso para ela - Algum problema aí?
Ela olha para mim, balançando a cabeça.
— Ah, não, querida. Está tudo bem. Quer dizer... - ela olha para Nico. - Ainda está aqui, meu bem?
— O professor ordenou que eu acompanhasse a Grace até que ficasse tudo bem.
— Claro - Amy sorriu, voltando-se para mim. - Olhe só, seu exame de sangue indicou algo diferente.
Respirei fundo, arregalando os olhos. De repente, centenas de doenças passaram pela minha cabeça e eu quase pude sentir a tontura voltar. Nico, que estava mexendo no celular até o momento sem dar importância para nós, parece ver algo interessante na conversa e nos observa.
— Mas você disse que estava tudo bem... - minha voz saiu baixa.
Amy suspira, colocando os papeis em sua mão na mesa no canto da sala. Ela parece perdida e antes de se virar para mim novamente, lança um olhar em direção a porta, como se estivesse cogitando a possibilidade de sair correndo dali.
Seu nervosismo me desespera.
— Olha só, pode me dizer qual é o problema - digo, tentando passar confiança, mas minha voz sai tremula. - Estou muito doente?
— Não, querida. Está tudo bem com você, como eu já disse. - Ela respira fundo. - Está tudo bem com vocês, na verdade.
Franzo a testa, encarando-a com uma expressão 100% confusa.
— O di Angelo só veio me acompanhar, ele não... - não consigo terminar, pois ela balança a cabeça e me corta.
— Não! Não estou falando do Nico - ela faz uma careta. - Céus, isso é complicado!
— Parece ainda mais complicado para quem está fora da sua cabeça e não sabe o que está se passando aí - Nico diz, rindo da confusão da mulher.
— Estou falando do bebê! - Ela exclama, apontando para mim.
— O quê? - indago, ainda mais confusa do que antes. - Qual bebê?
Sinto tudo girar novamente. Nico para de rir e me encara. Agora, ele também parece nervoso.
Isso é algum tipo de brincadeira? O que essa enfermeira maluca está dizendo?
— Seu bebê, querida.- ela se aproxima e segura minha mão. Consigo ver pena em seus olhos. - Você está grávida, Thalia.
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Até o próximo capítulo!