Eu, meu inimigo e nosso bebê escrita por Lucy


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! Cá estou com mais um capítulo.
Espero que gostem.



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P.O.V Thalia Grace

Olho para Amy como se ela estivesse louca. Não estou grávida. Isso era um grande - imenso - engano, claro. Tinha que se um engano.

— Não. - oscilei o olhar entre Amy e Nico - Você deve ter se enganado. Eu não estou grávida.

— Ah, Thalia. Eu sinto muito, muito mesmo. - Amy me olhou tristemente - mas creio que não haja engano. Você está com mais ou menos um mês, vai ter exatidões quando for ao médico, mas...

— Um mês? - minha voz sai quase como um sussurro.

— Eu creio que sim, querida. - ela sorri fracamente.

Tudo volta a minha mente: a festa onde bebi demais e acabei na cama de Nico di Angelo. Eu me recordava de poucas coisas sobre aquela noite, e mesmo assim não era nada muito claro. Isso não pode ter acontecido.

Olho para Nico, que não disse nada até o momento. Vejo desespero estampado em seu rosto, e sei que ele vê a mesma coisa no meu.

— Não pode estar certo - digo trêmula com um fio de voz.

Cubro o rosto e seguro as lágrimas que teimam em sair. Isso não pode estar acontecendo. Eu só tenho 17 anos!

— Vou deixá-los sozinhos. - diz Amy - Eu sinto muito, Thalia, de verdade.

Escuto seus saltos por segundos e depois a porta sendo fechada.

— Thalia? - Nico me chama.

Pela primeira vez em anos, ele me chama pelo nome. Não há ironia, sarcasmo ou ignorância em sua voz. Pelo contrário, a mesma está baixa e coberta de medo e confusão. Levanto a cabeça e o encaro.

— Esse bebê é meu, não é? - pergunta com a voz fraca.

Consigo ver em seus olhos que ele deseja ouvir um simples "não", mas não posso dar essa resposta a ele. Eu não havia ficado com mais ninguém desde aquela festa. E mesmo antes daquela noite, havia um bom tempo. Não era possível ser outra pessoa.

— Eu juro que gostaria de dizer que não. - digo, por fim. - Afinal, eu odeio você e queria a maior distância possível. Mas se existe mesmo um bebê, você é o único que pode ser o pai. Eu não fiquei com mais ninguém além de você.

Quando digo isso em voz alta, sinto a cabeça pesarPor que eu bebi tanto? Solto um soluço involuntário e seguro as lágrimas.

— Eu vou ser pai de um filho de Thalia Grace? - Nico pergunta a si mesmo, apavorado.

— E eu estou esperando um bebê de Nico di Angelo.

Minhas esperanças de que é tudo um engano se vão assim que digo essa última frase.

Eu estou esperando um bebê de Nico. Como deixei isso acontecer?

— Como vamos contar para nossos pais? - quebro o silêncio e o encaro - Como vamos contar isso pra todo mundo? Eu odeio você e você me odeiam, não passamos 10 minutos juntos sem que eu tente te matar. E agora eu tenho uma mistura de nós dentro da barriga? Deus, estou surtando.

Não aguento mais segurar as lágrimas. Elas escorrem pelo meu rosto e Nico me encara, sem dizer nada. Não o culpo, por que eu também não tenho nada para dizer.

— Meu pai vai me matar, sério, ele vai me matar - solto, desesperada - e vai te matar também.

Lágrimas descem ainda mais pelo meu rosto, Nico está mais pálido que o normal.

— O que vamos fazer, Grace?

Ele abaixa a cabeça e cobre seu rosto com as mãos. Encaro as paredes brancas e tenho vontade de vomitar. Preciso sair daqui. Pulo da maca e passo pela porta que me leva ao corredor, deixando Nico e a enfermaria para trás.

Corro pelos corredores ignorando os olhares e vozes conhecidas chamando por mim. Preciso ficar sozinha.

P.O.V Nico di Angelo

Isso é um pesadelo? Belisco meu braço enquanto saio da enfermaria. Ai, não é um pesadelo.

Pessoas falam comigo enquanto passo pelo corredor, mas eu finjo que não escuto e desvio das pessoas que ficam em meu caminho. Preciso de um pouco de ar.

Vou até o jardim que fica ao lado da biblioteca e me sento embaixo de uma árvore.

— Eu vou ser pai. - sussurro - Vou ser pai de um bebê que tem Thalia Grace como mãe.

— Conversando com uma árvore, Niquito?

Olho pra cima e vejo os olhos verdes de Jade. Ela sorri pra mim, deixando suas sardas ainda mais visíveis. Seu cabelo loiro solto voa levemente com o vento.

— Vai me deixar falando sozinha? - ela diz rindo e se senta ao meu lado. - Vi você passando pelo corredor e você não parecia bem. Deduzi que precisava de companhia e aqui estou.

Deduziu errado. Tudo que eu preciso agora é ficar sozinho.

— Estou ocupado agora, Jade. Quero ficar um pouco sozinho, por favor... - digo gentilmente.

— Ah, Nico... - ela se aproxima e alisa meu braço com suas mãos. - Você não quer mesmo isso, né? Ninguém gosta de ficar sozinho, principalmente quando há algo errado.

Não seria fácil tirá-la daqui.

— Fiquei preocupada com você, Nico. - ela me olha seriamente - Você demorou tanto na enfermaria com a Thalia... Pensei em ir atrás de você. Porque você sabe, né? Thalia Grace é louca. Já a vi gritando e atacando você diversas vezes.

— Ela não estava bem e precisava de alguém para ficar lá com ela. - digo, perdendo a paciência. - E o Sr. Lewis pediu que eu a acompanhasse.

— Acredita que insinuaram que vocês estavam se pegando em algum lugar escondido? - ela deu uma risada alta. - Até parece, né? Você não seria tão louco para fazer isso.

Arregalo os olhos. Jade franze a testa.

— Certo, Nico?

— Claro, Jade - respondo. Ela parece não acreditar muito, mas sorri.

— Ótimo! - ela ri. - Não é legal fazer essas coisas. Não com ela...

Jade gruda seus lábios nos meus antes que eu possa responder.

Afasto ela de mim e me levanto rapidamente. Ela me olha e vejo frustração em seus olhos.

— Preciso mesmo ir, Jade. Tenho aula agora e Grace já me fez perder duas só hoje.

Saio andando antes que ela tenha tempo para responder ou jogar alguma coisa em mim.

O resto das aulas do dia se arrastam e eu não vejo Thalia em nenhuma delas. Muito menos no corredor. Me pergunto se ela foi para casa, quando mãos tocam meu braço.

Os olhos cinzas de Annabeth me encaram. Ao seu lado eu vejo Zoë, com sua trança caída no ombro e sua expressão séria no rosto.

— Onde está Thalia? Ela saiu pra enfermaria com você, mas você voltou sozinho. Procurei-a por toda a parte e nem sinal dela. - Annabeth dispara a falar. - Estamos preocupadas. Está tudo bem com ela? Ela tem mania de sumir, mas...

— Já chega, Annie. - Zoë diz com uma voz calma, porém firme. - Deixe o garoto falar.

Os olhos das duas se voltam pra mim. Explico para elas que Thalia passou mal e que saiu as pressas da enfermaria assim que se sentiu melhor. Omito o fato dela descobrir que espera um filho.

Antes mesmo que elas possam fazer mais perguntas, saio de lá.

Caminho rápido pelas ruas o mais rápido que posso. Preciso chegar logo em casa. Preciso ficar sozinho. Preciso aceitar o fato que vou te um filho com Thalia Grace.


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Notas finais do capítulo

Aí está, vidinhas.
Vou tentar postar o próximo capítulo amanhã, ok?
Comentem o que acharam e até o próximo capítulo.



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