Eu, meu inimigo e nosso bebê escrita por Lucy


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi. Eu sei que demorei! Mas gente, não está sendo fácil - pausa dramática, estou cheia de trabalhos e provas, fora essa pressão mundial pra cima de mim graças nosso a-m-a-d-o Enem. Então me desculpem e uma boa leitura pra vocês! ♥



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P.O.V Nico di Angelo

Thalia desgruda nossos lábios e me encara com a sobrancelha arqueada, sem afastar muito nossos rostos. Outro grito histérico faz com que ela revire os olhos e se vire para Jade.

Dá pra você calar a boca? – Jade a encara com ódio e aponta para Thalia.

– Isso tudo é culpa dessa maldita criança – Jade rosna olhando para nós. Vejo o rosto de Thalia ficar vermelho de raiva e ela fecha suas mãos com força. – Esse demônio nem começou a se formar direito e já está destruindo minha vida.

Jade mal termina a frase e já está caída no chão. Thalia está por cima dela, dando tapas e a xingando. Jade solta gritos agudos enquanto tenta segurar os braços de Thalia, em vão.

Corro até elas e puxo Thalia pela cintura, afastando ela de Jade. Ela tenta se soltar, mas quando percebe que não vai adiantar, bufa com raiva e aponta para Jade, que continua caída apoiada nos cotovelos com o rosto e os braços arranhados e uma expressão de choque.

– Se você ousar abrir essa boca nojenta para falar do meu filho outra vez – ela puxa seu braço de minha mão. - Eu juro que mato você antes que você possa terminar a frase.

As pessoas em nossa volta começam a sussurrar e apontar para algo atrás de nós. Quando me viro, vejo o treinador Hedge vindo em nossa direção. Ele dá um olhar confuso para Jade e depois segue o olhar para Thalia e eu.

– O que significa isso? – ele pergunta com um tom entediado na voz. – Você atacou uma colega de classe outra vez, senhorita Grace?

Jade solta um soluço e faz com que todos olhem para ela, inclusive o professor. Ela está de pé agora, com Drew e Calipso ao seu lado. Ela passa a mão pelo cabelo e dá um passo em direção ao treinador.

– Essa maluca me atacou, professor. – ela diz com uma voz de choro. – Olhe, olhe - Jade aponta para seus braços, que tem vergões. - Ela me deixou toda marcada.

– Você pediu isso quando atacou verbalmente o meu bebê. – Thalia diz secamente. – Foi ela que começou, Hedge.

O treinador oscila entre as duas e depois dá de ombros. Ele aponta para as duas e depois para a saída da quadra.

– Para sala do diretor, as duas. – Jade abre a boca para retrucar e Hedge olha com raiva para ela. – Agora!

As duas começam a caminhas relutantes em direção a porta e eu vou atrás. O treinador segura meu braço.

– Onde pensa que vai? – Ele me encara com desdém.

– Eu não vou a deixar ir pra lá sozinha, sabe-se lá o que pode acontecer. – Eu puxo meu braço e o professor dá de ombros.

– Saiba que você ficará com falta em minha aula.

Reviro os olhos e continuo andando. Jade solta um suspiro olhando pra mim.

– Ah, você é tão fo...

– Ele não está falando de você, idiota. – Bianca a corta. – Ele está preocupado com Thalia e o filho deles.

Thalia e as pessoas em volta soltam uma risadinha. Jade olha com raiva antes de se virar e ir batendo os pés para fora da quadra.

...

Dionísio encara Thalia e eu com um sorriso nos lábios, ignorando a presença de Jade. Ele bebe um gole de sua garrafa de alumínio, onde ele jura que ter apenas café, mas o cheiro do vinho invade nossos narizes sempre que ele abre a garrafa. Ele aponta a ponta para nós antes de começar a falar.

– Confesso que já estava com saudades de vocês – ele diz, piscando para nós. – Eu realmente me divirto com as provocações. – Ele solta uma risada baixa e toma mais um gole. – Só não consigo entender porque a senhorita Ellis também está aqui.

Ele olha para nós sorrindo, esperando uma resposta.

– Na verdade, a briga não foi entre Thalia e eu, Sr. D. – eu digo e ele franze a testa. – Foram as duas que brigaram dessa vez.

– Thalia Grace me atacou – Jade exclama, apontando para o rosto. – Olhe só como meu rosto está!

Sr. D. levanta os olhos para Jade. Sua expressão oscila entre tédio e compreensão.

– Ah, sim – ele diz, sem emoção. – Atacando um de seus colegas de classe outra vez, Thalia? – Sua voz parece séria, mas há traços de um sorriso em seus lábios.

– Ela me provocou – Thalia diz, dando de ombros.

O diretor balança a cabeça e foca seus olhos em mim.

– Se você, infelizmente, não tem nada a ver com isso, o que está fazendo aqui?

– Mas ele tem a ver com isso – Jade começa e passa a mão sobre o cabelo. – A briga foi por causa dele.

Thalia se vira para ela com uma expressão chocada.

– Eu não briguei com você por causa de Nico! – Ela praticamente grita. – Eu briguei com você por causa de meu filho!

Dionísio, que tomava outro gole, engasga e olha chocado para nós.

– Filho? Você tem um filho?

Thalia revira os olhos para ele, que parece não se importar.

– Eu ainda não tenho um filho, mas terei daqui alguns meses. – Dionísio encara Thalia com a boca levemente aberta. – Que tipo de diretor desinformado você é?

– Pensei que a função dos diretores eram fofocar sobre a vida dos alunos. – Jade murmura.

Dionísio olha com desdém para nós.

– Eu estive fora durante alguns dias - ele diz, se virando para mim. - Ainda não entendi o porquê de você estar aqui, Sr. Di Angelo.

– Sério? – Thalia pergunta, abismada. – Ele está aqui porque é o pai, Sr. D.

Assim que Thalia termina a frase, Dionísio começa a tossir descontroladamente. Ele nos encara com os olhos vermelhos e balança a mão em direção a porta.

– Mas vocês se odei... Chega, é muita informação pra mim – ele solta um suspiro. – Voltem para a aula antes que vocês me deixem louco.

Thalia e Jade abrem as bocas, mas eu puxo as duas antes que elas arrumem mais encrencas.

– Será que você não entende que isso não faz bem por bebê, Thalia? – Eu solto irritado. – Chega de arrumar confusão.

Ela olha com raiva para mim antes de sair praticamente correndo pelos corredores, chamo por ela, mas ela finge não ouvir.

– Não sei se tenho mais pena de você ou desse bebê por ter que aguentar essa garota – Jade diz, olhando para onde Thalia foi. – Ela é definitivamente a pessoa mais descontrolada que eu já conheci.

Reviro os olhos sem olhar para Jade e saio andando dali. Ela reclama e me chama, mas aperto o passo para me livrar dela e tentar ter um resto de dia normal.

P.O.V Thalia Grace

Entro em casa sendo seguida por Nico, Bianca e Zoë.

– Você não pode me evitar para sempre, Thalia – Nico diz tentando segurar meu braço.

Viro para ele e cruzo os braços.

– Você não pode me perseguir para sempre, Di Angelo.

Ele passa a mão no cabelo e suspira com uma expressão cansada. Zoë e Bianca nos observam sem dizer ou fazer algo.

– Eu estava irritado, Thalia. Você sempre perde o controle, isso não faz bem para você e nem para o bebê. – Ele se aproxima e coloca uma mecha de meu cabelo atrás da orelha com um movimento rápido e simples, como se nem tivesse percebido o que fez. – Eu me preocupo com vocês.

Ouço Bianca e Zoë suspirarem e Nico dá um sorriso envergonhado.

– Eu sei, mas aquela garota... – Desvio meus olhos dos dele e me repreendo por isso em seguida, ainda olhando para o teto. - Não consigo me controlar quando ela fala do meu bebê.

– E está certa! – Bianca dá um grito, fazendo que todos olhem para ela. – Mas deixa que da parte de bater nela, cuido eu.

– Você precisa pensar no seu bebê primeiro, Thals. – Zoë diz, piscando pra mim.

– Tudo bem! Foi mal, bebê – eu digo olhando para minha barriga. – Vamos comer alguma coisa agora?

– Ah, por favor! Estou morrendo de fome – Bianca diz, indo em direção à cozinha e sendo seguida por nós.

...

Três semanas depois, minha barriga parecia prestes a explodir. Eu me olhava o tempo todo no espelho. Como foi que cresceu tão rápido?

– Eu estou enorme, Bia! – Eu exclamo com as mãos na cintura. – Não vou entrar em minhas roupas.

Bianca revira os olhos.

– Sua barriga está do tamanho normal para quase três meses, Thalia! – Ela diz e sorri encantada. – É a barriga mais fofa desse mundo.

Retribuo com um sorriso de canto e pego um vestido preto de alças que Hera me fez comprar para usar no último aniversário do Jason. É lindo, mas não faz muito meu estilo.

Coloco o vestido e vejo que ele está muito mais justo na parte da barriga, mas por ser um vestido solto, continua bom. Tiro a toalha do cabelo e olho para meus pés.

– Posso ir de tênis? – Pergunto, mesmo sabendo a resposta.

– Mas é claro que não! – Bianca exclama. – Eu tenho uma coisa perfeita pra você.

Ela desaparece com seu vestido verde pela porta e volta alguns segundos depois segurando um par de sandálias pratas na mão. Ela joga pra mim e se senta novamente.

– Deveria ter uma lei proibindo grávidas de usarem saltos - eu digo. - Ou quem sabe uma lei proibindo todos de usarem.

– São tão confortáveis, você vai gostar.

– Nunca será tão confortável quanto meus amados tênis. – eu retruco, mas coloco as sandálias mesmo assim. Apesar de serem altas, elas realmente são diferentes e melhores que a maioria que já coloquei.

– Vem aqui, me deixa dar um jeito no seu cabelo.

...

– Aonde você vai nos levar, Art? – Eu pergunto pela décima vez desde que descemos do carro. – Eu odeio surpresas.

Ártemis olha para nós e dá um sorriso, mas vejo que há algo atrás daquele sorriso, algo como preocupação. Seus cabelos estão soltos e pequenas pedrinhas pratas estão espalhadas por ele. Em conjunto com seu vestido azul, ela me lembra um céu com estrelas.

Continuamos andando sobre as ruas de Nova Iorque, mas quando entramos em uma certa rua que eu percebo onde Ártemis quer nos levar. Paro bruscamente e Nico para e olha preocupado para mim.

– Tá tudo bem?

Bianca e minha irmã se viram e eu vejo em seus olhos que ela tinha percebido que eu tinha descoberto.

– Você está nos levando para o Lizzie’s? – eu pergunto e ela morde o lábio inferior. – Ártemis, eu não vou lá desde que mamãe morreu! Eu... Lembra-me tanto ela.

– Eu pensei que seria o momento certo, Thals. – Ártemis se aproxima e coloca a mão em meu braço. – Você... Nós podemos ir a outro lugar. – Ela solta um suspiro e sorri para mim. – Eu só acho que ela ficaria feliz em ver você lá novamente, agora com seu bebê.

Olho para ela sem dizer nada. Nico continua olhando para nós com uma expressão de dúvida, mas não faz nenhuma pergunta, ao contrário de Bianca.

– O que é Lizzie’s? – Seus olhos escuram me encaram. – E qual o problema dele?

– Lizzie’s é o restaurante de minha mãe. – Ártemis responde com uma voz baixa.

– Ela passava a maior parte do tempo lá. – Eu continuo. – Desde que ela morreu, eu não fui mais lá.

– Nós podemos ir para outro lug... – Ártemis começa e eu a corto.

– Não. – ela coloca seus olhos sobre mim. – Você tem razão. Eu não posso passar minha vida toda evitando, vamos para lá.

P.O.V Nico di Angelo

Entramos em um restaurante com uma aparência comum por fora, mas por dentro era um lugar super aconchegante. As mesas eram simples, mas bonitas. Com vasos, velas e toalhas com desenhos dourados sobre elas. As paredes eram claras com alguns desenhos e colunas que deixavam o lugar ainda mais bonito. As pessoas pareciam se sentir em casa, conversando com sorrisos nos lábios.

Olho em volta e vejo que Thalia permanece paralisada perto da porta de entrada. Dou alguns passos para trás e ela sorri fraco para mim.

– Você não precisa fazer isso – eu digo e ela balança a cabeça.

– Eu preciso, sim. – Ela tenta sorrir com confiança para mim.

– Vamos, então.

Ela concorda com um balanço de cabeça e começa a andar atrás de Bianca e Ártemis, me puxando pela mão. Uma mulher baixa de cabelos loiros vem andando até nós, dando um grito ao olhar para Thalia e sua irmã.

– Minhas meninas! – Ela anda até Ártemis e dá um abraço apertado. – Eu não vejo você há umas boas semanas, mocinha.

Ártemis ri se soltando do abraço. A mulher se aproxima de nós com um sorriso ainda maior no rosto. Thalia solta um soluço antes de abraçá-la.

– Oh, minha querida. Você está tão grande, tão bonita.

– Eu senti sua falta, Arya. – Thalia diz com a voz baixa grudada ao corpo da mulher.

Arya se afasta e dá outro sorriso.

– Você está tão linda, parece bem. – Ela olha para Thalia e parece perceber a barriga, que crescera nas últimas semanas, ganhando um formato redondo e pontudo. Seus olhos se arregalam e ela abre a boca com uma expressão de surpresa. – Thalia, você está...

– Estou. – Thalia dá um sorrisinho e se vira para mim. – Esse é Nico, pai do bebê. E aquela é Bianca, irmã dele.

Arya permanece parada durante alguns segundos antes de me puxar para um abraço. O movimento me causa surpresa e ela solta uma risada ao perceber isso. Ela se afasta e olha em meus olhos.

– Espero que você esteja cuidando da nossa menininha. – Thalia fica vermelha com esse comentário e eu seguro sua mão de leve novamente. – Elizabeth ficaria tão feliz por você, Thalia!

Thalia concorda com um balanço de cabeça e Arya nos leva para uma mesa. Fazemos nossos pedidos e ela sai as pressas dizendo que traria a melhor comida para as “meninas dela”. Vejo que Thalia continua silenciosa e puxo levemente uma mecha de seu cabelo. Ela se vira para mim surpresa, dando um sorriso em seguida.

– É encantador, não é? – ela questiona, ainda sorrindo. – Eu costumava passar muitas noites aqui com a minha mãe. Ela dizia que um dia eu seria responsável por isso. – Ela solta um suspiro. - Depois da morte dela, nunca mais voltei aqui. Ártemis passou a administrar e quando não está na cidade, Arya faz isso.

– Você deveria tentar. – eu digo, mas dou um sorriso em seguida. – Ok, talvez depois da gravidez, seus enjoos estragariam totalmente o negócio.

Thalia solta uma risada no exato momento em que uma garota chega com nossos pedidos. Thalia puxa seu prato como se não comesse há dias, tirando risadas de Ártemis e minha irmã.

– Eu poderia passar minha vida comendo isso. – Ela diz, dando um sorriso lindo para mim.

Eu dou um sorriso de volta para ela e eu acabo soltando um pensamento em voz alta antes que eu perceba.

– E eu acho que poderia passar minha vida olhando para o seu sorriso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Eu não gostei muito, mas tenho uma tabela de biologia para completar (socorro) e não queria ficar mais um dia sem postar. Ignorem qualquer erro também, por que eu não revisei. Beijos e até mais! ♥



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