Justiceira escrita por Clarisse Arantes


Capítulo 7
Parte seis.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Depois de fechar a porta, voltei-me para o sofá e destampei a caixa com rapidez. Estendi o uniforme sobre o sofá e observei o quão extraordinário ele era. O tecido eu não sabia diferenciar, até porque não conhecia essa área. Era feito de bolinhas verdes e escuras. Algumas faixas azuis cortavam a barriga verticalmente e no busto um grande “J” fazia-se presente na cor amarela. Estava esplendido. Minha máscara era verde, assim com a cor predominante do traje. Somente minha boca, olhos e nariz, deixavam de ser cobertos. Tudo era muito lindo.

Junto na caixa, estava um pequeno cartão com o número de Nick Fury escrito à caneta. Deixei-o lá. Teria que pensar bastante antes de tomar qualquer decisão. E pensar poderia ser deixado para depois. Despi-me na sala mesmo e coloquei o uniforme e a máscara. Então, novamente, sai voando pela janela.

O ambiente do lado de fora estava mais frio. Porém não era algo com que eu devia preocupar-me. Estava suportável. Voei entre prédios, ajustando-me ao novo traje e ao novo tecido.

Era bem melhor que o antigo que eu havia feito.

E agora, era a hora da Justiceira entrar em ação. Dessa vez, com muito estilo.

Somente retornei para casa quando o celular vibrou e lembrei-me que Anna iria para minha casa hoje. Anna, por ser minha melhor amiga, já sabia de meus superpoderes. Inclusive, fora ela que me ajudara a fazer o traje.

Voei de volta para casa. Eu tinha impedido alguns outros assaltos, novamente. Nada muito grave. Ash talvez estivesse cuidando dos homicídios essa tarde.

Ao posar em casa, abri a porta para minha impaciente amiga. Ela praticamente empurrou-me para o lado e se sentou largada em meu sofá. Eu ri.

— Você não sabe quantos quarteirões eu tive que andar — falou ofegando. Anna possuía os cabelos claros e olhos bem escuros, intensos, que eram cobertos por um óculos preto. Éramos amigas desde a quarta série, quando seus pais se mudaram para a casa ao lado.

— Imagino. — Fechei a porta. — Como foi o dia?

Ela deu de ombros. E então esbugalhou os olhos.

— O que aconteceu com o nosso traje? — seus olhos brilharam. A preguiça foi deixada para o lado e ela pulou em cima de mim. — Está... está... Maravilhoso!

Sorri tímida e dei uma volta.

— Obrigada. E não é o nosso antigo. Foi Nick Fury quem me deu.

— Nick quem?

— Fury.

— E quem é?

Enlacei seu pescoço com um braço e levei-a de volta para o sofá. Eu ri.

— É uma longa história. Vamos começar pelo... início.

[...]

No fim da história Anna estava perplexa. E com muita vontade de conhecer Pedro. Entretanto, não a deixaria conhecê-lo tão cedo. Sei que ela é daquele tipo de amiga que logo conta os seus podres.

Não que fosse trazer Pedro aqui em casa, mas, qual é, ele havia pedido para sair comigo. Alguma coisa tinha que dar.

— Então você vai sair com ele hoje... — raciocinou Anna, animada. Ela levantou-se do sofá e puxou-me na direção de meu quarto.

Sentei-me na cama e deixei-a jogar vários vestidos em minha cara.

— O que você está fazendo?

Eu já sabia.

— Te ajudando, ué. Daqui a pouco ele vai chegar e não quero você malacafenta.

— Obrigada, mas eu sei me arrumar.

— Não, não sabe. — Ela riu. E ouvi a porta de meu guarda-roupa fechar.

Anna começou a andar de um lado para o outro, ajeitando meu quarto. Observei-a o tempo inteiro com os olhos semicerrado. Isso só poderia ser brincadeira.

— O que você tá fazendo, agora?

— Arrumando as coisas, né — ela olhou em minha direção, com sua melhor expressão de maliciosa. Bufei. — Vai que rola algo a mais. Ele não merece essa bagunça aqui.

— Eu não vou trazê-lo pra cá — ela olhou-me duvidosa —... se rolar algo. Não posso, lembra? Tenho algumas armas escondidas e trajes de super-heroína, ou você esqueceu?

Sua cara de maliciosa somente aumentou.

Ela sentou-se na beirada da cama e puxou minha mão para si, dando dois tapas.

— Se acontecer algo — ela quase riu, ao dizer —, não pegue com muita força, entendeu?

Eu juro que não sei como. Sério mesmo. Não sei. Mas meu travesseiro foi parar no belo rosto dela. A garota caiu pra trás e gargalhei.

— Aí caralho — reclamou, levantando-se. Eu ri ainda mais.

Depois de Anna rir do próprio tombo, jogou-me o travesseiro de volta. E levantou-se, caminhando de volta para o meu guarda-roupa. Ela levantou dois vestidos ao lado do seu corpo. O primeiro vestido era de listras em pé. Branco e preto. Justo, também. O segundo era mais comum, um vestido vermelho com um decote que ia até o começo do estômago.

— Com certeza o primeiro — comentei. — O segundo é muito: ME COMA!

Anna concordou.

— Quem te deu isso mesmo? — ela balançou o vestido vermelho, contendo uma risada.

— Você. — Fiz cara de bunda.

Ela riu.

No fim, consentimos que eu devesse usar o vestido listrado. O problema que se passava em minha mente era: onde ele me levaria? Para meu problema, Anna me garantiu que o vestido cairia bem em qualquer lugar. Eu sabia que não.

Uma hora depois, ela foi embora. Tomei um banho rápido e sequei meu cabelo. Após, sentei-me em frente ao computador e comecei a escrever minha redação sobre o evento de hoje.

Mais tarde, comecei a me arrumar. Vesti a roupa que tínhamos separado e calcei um salto preto, nem tão alto. O cabelo, deixei escorrido para trás dos ombros. Passei uma maquiagem clara e um batom nem tão chamativo. Anna, se me visse, ficaria puta. Ela queria que eu fosse atrevida.

Às sete horas o meu interfone tocou e ouvi a voz de Pedro, pedindo para que eu descesse.


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Notas finais do capítulo

É isso.



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