A Mesma Face escrita por LelahBallu


Capítulo 5
New Rules


Notas iniciais do capítulo

Hey hey!!
Não demorei tanto assim né?! Só não está sendo a fic que a maioria tanto quer, para aqueles que amam Problem, não desistam de mim, eu ainda irei atualizar a fic, apenas demorei tanto a poder pegar na fic que quando pego demoro um pouco a encontrar o ritmo novamente, isso é natural, então paciência. Fora isso entrei na onda do Enem, então só posso estar atualizando fics cujos capítulos já estão prontos ou quase, e eu tenho bastante ones que faltam apenas serem finalizadas, então não estranhem se aparecer uma por aí. Bem, dito isso agora eu só quero um espaço para agradecer a "Melinha Pereira" e "Anapjgf" por terem recomendando a fic, obrigada meninas, espero que continue s agradando e dedico esse capítulo a vocês.
Agora sem "mas", deixo vocês com o capítulo, espero que gostem!!



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OLIVER QUEEN

Observei a mulher parada a minha frente, apenas alguns passos de distância. Ela sorria, mas estava longe de ser o sorriso sedutor ao qual eu estava acostumado. Eu sempre tinha admirado a capacidade de Megan esconder qualquer um de seus pensamentos e emoções, nada a traía, nada lhe denunciava. Mas hoje seus olhos eram expressivos, fáceis de ler. Eu podia ver que o sorriso era fingido e que ela estava tensa. Todo o momento em que me observou, seus olhos presos a mim, ela estava nervosa. Essa onda de nervosismo só foi quebrada quando Lexie bendita seja, desceu as escadas correndo e soltando o braço de Raysa. Surpreendendo Megan ao pular e abraça-la. Então o mais doce e lindo sorriso cobriu seus lábios enquanto a abraçava. A alegria do reencontro entre mãe e filha sendo genuína.

Ergui-me aproximando das duas enquanto escutava Megan dizer coisas doces a nossa filha. E me diverti com sua resposta quando Lexie perguntou quando sairia do castigo, segurando um sorriso Megan respondeu “Quando o cabelo de Martha voltar ao tamanho de antes.” Will segurava minha mão e as olhava com um sorriso alegre, mas algo em sua postura era contida. Não avançou para a mãe, nem soltou minha mão, percebi pela primeira vez que Will era o que mais havia sentindo o afastamento de Megan. Dirigi meu olhar para Megan novamente, que ainda seguia concentrada em Lexie. Disse que sentiu sua falta também e que não, não tinha trazido nada para ela. Sustentou o peso de Lexie que estava com as pernas enganchadas em sua cintura magra, mesmo não sendo mais nenhum bebê e nem um pouco leve.  Limitei-me a continuar as observando enquanto Megan escutava com paciência Lexie lhe informar como foi sua ida a escola hoje e que apesar de ainda estar brigada com Martha achava que o novo corte que a mãe de Martha havia feito em seu cabelo, a coleguinha continuava não muito bonita. Notei Megan segurar seu riso diante isso.

— Lexie sua mãe precisa descansar. - Murmurei quando notei que Megan tentava deslocar o peso de Lexie um pouco para se endireitar. - Você está pesada abelhinha.

— Papai você me chamou de gorda? - Lexie perguntou franzindo o cenho e formando um pequeno bico. Sorri diante sua frase e a puxei para meus braços, tirando-a do colo da mãe.

— É claro que não. - Murmurei antes de me inclinar e beijar rapidamente os lábios de Megan que havia se aproximado e a pegando de surpresa. Ela piscou atônita como se não esperasse por esse contato. Isso me desconcertou. É claro que não estávamos bem, e após minha última ligação era de esperar que ela mesma viesse um pouco irritada. Mas eu não iria agir de nenhuma maneira hostil na frente de nossos filhos e após sua mensagem eu pensei que ela viesse disposta a ela mesma ser mais aberta a uma reconciliação. A verdade era que eu esperava talvez alguma frieza ou quem sabe, seu charme excessivo, mas não a esperava nervosa, não esperava cautelosa e que ficasse sem jeito com um ato tão corriqueiro como um rápido beijo. Ela meneou a cabeça como se forçasse a se concentrar e então seu olhar desceu até Will que havia dado um passo hesitante até Megan. Novamente um belo sorriso assumiu seus lábios e agora sem o peso extra de Lexie agarrada a si, ela estava livre para se inclinar a sua frente justo como eu havia feito antes, minha atenção se concentrando no jeans justo que abraçava suas curvas. Minha atenção se focando indecentemente em sua bunda.

Demorei um, dois três, quem sabe alguns segundos a mais para perceber que eu nunca havia visto minha esposa usando jeans.

— Hey tigre. – Sorriu aguardando. William a encarou surpreso. Megan não era de dar apelidos carinhosos, e mesmo eu nunca havia o chamado por um. Will sempre pareceu ser o bastante. – Eu ainda estou esperando aquele abraço, sabe? Algo para você acrescentar em seu vasto conhecimento sobre garotas, nós não gostamos de esperar. Nunca deixe uma garota apenas nas expectativas. - Will se viu incapaz de não corresponder seu sorriso e quando ela abriu seus braços ele naturalmente caminhou para o calor daquele abraço.

Deixei meu olhar cair em Lexie que arranhava minha barba com uma mão e deitou sua cabeça em meu pescoço. Eu tinha uma linda família. Se isso, esse momento, fosse o bastante para Megan... Mas quanto duraria para ela se cansar novamente e partir para a próxima viagem?

— Hey. - Megan murmurou um cumprimento fraco. Franzi o cenho estranhando por dois motivos, primeiro: ela já havia falo comigo e segundo: Eu ainda não estava acostumado a escutar Megan falando "Hey". Por duas vezes ela tinha atendido uma ligação minha desta forma. Era tão informa, tão... Jovial.

Mais moleca do que mulher.

Eu por alguma razão estanha, eu gostava.

— Olá. - Thea murmurou simplesmente e com certa hostilidade. Informando-me que o cumprimento inseguro de Megan havia sido para Thea e isso teve o poder de me deixar ainda mais inquieto.

Então era isso que a menção aos papeis havia provocado a Megan?

Eu nunca pensei que um dia veria Megan insegura.

Ela soltou Will e se ergueu, suas mãos ainda em seus ombros. E eu me ocupei de deixar Lexie no chão, ela correu para se juntar a sua mãe, sua mão encontrando a de Megan.

— Como vai Thea? – Perguntou de forma cortês.

A presença das crianças foi à única razão pela qual Thea se limitou a responder “bem” de forma curta após franzir os lábios, logo dando as costas e se retirando do saguão. Observei Megan franzir o cenho para as costas de Thea e então emitir um suspiro, ela então voltou a me encarar, e lá estava novamente. A insegurança.

— Seja bem vinda Srª Queen.  – Demorou alguns segundos até Megan encarar Raysa e sorrir amigavelmente.

— Obrigada. – Murmurou em resposta a Raysa no momento em que Diggle passou ao seu lado carregando suas malas. Seu cenho franziu novamente e sua boca se abriu como se fosse dizer algo, mas se conteve e então seu queixo se ergueu de forma altiva. Sua mão ocupava-se de alisar distraidamente os cabelos de William.

Percebi então que havia ficado apenas nós dois e as crianças no saguão e que Megan parecia não saber como atuar comigo.

Eu tinha que ter falado dos malditos papéis por telefone.

— Raysa. – Murmurei notando que ela havia se mantido presente, mas afastada, tentando nos dar certa privacidade. – Leve as crianças para o quarto de jogos, por favor. – Murmurei. Lexie logo protestou de imediato, sendo seguida por Will.

— Mas mamãe acabou de chegar. – William murmurou aborrecido.

— E eu preciso conversar com a mãe de vocês. – Retruquei lhe dando um olhar firme.

— Eu... – Megan começou a protestar, mas parou quando o mesmo olhar a alcançou.

— Nós sentimos saudades papai. – Lexie murmurou fazendo seu melhor olhar de filhote perdido.

— Eu também. – Sorri. – Eu preciso de alguns momentos com sua mãe, para matar saudades. – Pisquei. Ela assentiu como se compreendesse e aceitou a mão estendida de William que sempre foi mais obediente e que já segurava a de Raysa, juntos se afastaram, deixando nós dois a sós. Megan abriu a boca, mas indiquei com a cabeça que me seguisse e sem lhe deixar escolha caminhamos até a biblioteca. Abri a porta a deixando entrar na frente, meus olhos mais uma vez descendo para seus jeans, meu cérebro tentando vencer o restante do meu corpo, este não era o momento de aprovar as novas peças do guarda roupa de Megan.

Ela passou por mim altiva, seu queixo erguido, seu olhar demorando-se em avaliar a biblioteca. Megan nunca foi uma fã de livros, então provavelmente o local escolhido apenas aborreceria, e que tomasse tempo o observando apenas me dizia que ela estava tomando um tempo para si.

— Então. – Murmurou por fim, dando as costas para a grande mesa de estudo e me encarando. – Você já quer ter “A conversa”. Eu confesso que pensei que me daria uns momentos a mais, meu querido. – Ela me deu seu velho sorriso, cheio de malicia e diversão. Eu poderia tomar isso como um convite, empurrar seu corpo sobre a mesa, cair no velho hábito de resolver tudo com sexo, apenas adiando o inevitável, eu estava tentado. Vê-la fisicamente trazia isso, mas este não era o momento, não era mais o caso, não dava para tentar remendar isso.

— Megan não. – Murmurei firme. – Não poderemos ir longe se você continuar com essa postura. – Notei a tensão em seus ombros, e um suspiro cansado vir em resposta. Ela estava frustrada, eu podia perceber isso. Seus olhos desviaram dos meus, antes que eu pudesse lê-la.

— Você vai falar sobre papéis novamente? – Perguntou cruzando os braços. Incomodado por ainda manter seu olhar afastado dos meus, eu me aproximei. Toquei seu rosto, segurando seu queixo e fazendo com que ela me encarasse, finalmente pude notar a fragilidade em seus olhos, ela tentou recuar, mas ela estava cercada. A mesa a fez minha prisioneira.

— Foi errado falar em papéis.  – Admiti. – Por telefone. – Frisei. – Eu estava irritado, cansado, havia sido um dia difícil e uma semana infernal, eu não deveria ter terminado a ligação daquela maneira, mas os papéis eles...

— Eles são reais. – Murmurou segurando minha mão e afastando de seu rosto. – Ao menos a razão para você chegar a menciona-los. Você realmente quer se divorciar Oliver? – Perguntou-me preocupada.

Considerei por um momento.

Eu tinha estado tão certo.

— Eu não sei. – Confessei. – Nosso casamento não parece mais ser certo.

— Estamos em crise. – Declarou. – E isso é normal, todo casamento passa uma vez ou outra por uma crise. – Argumentou. – Alguns deles por bem mais do que isso, e duram. Não significa que tem que acabar. – Murmurou suavemente, sua mão caminhando para a minha, mas parando em meio ao movimento. - Eu não quero. – Sussurrou por fim.

— Eu também não quero jogar um casamento fora do nada. – Assenti colocando minhas mãos nos bolsos, fiquei tenso ao me lembrar do por que eu vim considerando o divórcio. Mais do que as viagens, a provável traição era a razão. Trinquei meus dentes ao pensar nisso, e tentei não me deixar levar por aqueles olhos que até então pareciam tão sinceros e inocentes. – E é por isso que eu preciso que seja totalmente sincera em sua resposta a minha pergunta. – Eu não podia apenas deixar as suspeitas de lado, para isso funcionar eu precisava saber a origem do problema, saber se era real, e se havia conserto.

— Que pergunta? – Murmurou confusa.

— Eu preciso saber a verdade, podemos tentar trabalhar nisso depois, mesmo eu não gostando da resposta. – Ou ficando puto. Muito puto. – Megan eu quero a verdade. – Ela inclinou sua cabeça, sua confusão sendo clara, talvez um quê de suspeita em seu olhar. – Você tem um amante?

FELICITY SMOAK

Segurei uma vontade enorme de soltar um pequeno riso nervoso.

Um não.

Vários.

Encarei Oliver, incerta de como responder essa pergunta com uma mentira, parecer sincera, indignada e surpresa ao mesmo tempo, mas não importa o quanto Megan houvesse me treinado, eu jamais seria tão boa assim.

Desde o momento em que entrei no maldito avião eu sabia que estava cometendo um erro atrás do outro, começando com meu ato rebelde em me trocar no avião e vestir minha calça jeans. Foi mais forte do que eu, eu não pude evitar em não abrir mão de pelo menos essa parte de mim, eu jurei que ia trocar de volta assim que chegasse ao aeroporto, mas não esperava tanta pontualidade do motorista, Diggle.

Pelo menos eu tinha me preocupado em comprar três pares de calças jeans no dia anterior, dá mais fina marca. Poderia ser pior, poderia ser meus jeans rasgados e folgados. Quando cheguei à mansão Queen, nenhuma foto tinha me preparado para a beleza crua e magnetizante que era Oliver Queen. Eu fiquei perdida, e virei uma adolescente insegura novamente, não fui a rainha que Megan tinha exigido, não tive uma entrada triunfante e certamente não fui nada sedutora. A alegria genuína das crianças pode me acalmar e distrair, e embora a recepção fria de Thea tivesse me deixado preocupada com os dias que estavam por vir, eu não esperava um embate com Oliver tão rapidamente. Eu mal tinha chegado, por Deus, era pedir muito não ter a fidelidade questionada tão cedo?

Seu semblante que já estava carregado se aprofundou ainda mais, ele recuou um passo. A mágoa em seus olhos sendo evidente.

E então a fúria.

Oh merda.

— Já vejo. – Murmurou com frieza. – Seu silêncio me diz tudo. – Completou me dando as costas. O observei incrédula ele esmurrar uma parede.

Oh merda, eu não estaria durando muito nessa família se esse homem fosse do tipo que conversava com os punhos. Quando notei que ele estava pronto para repetir o processo fiz o impensável. Aproximei-me de um total estranho com base apenas no que sua esposa havia me dito, uma esposa que não era nem um pouco confiável. Eu tinha que estar ficando louca. Ou foi sua dor que me fez agir, de um jeito ou outro, eu não estava sendo racional quando me aproximei dele.

— Ei! – Protestei o seguindo. – Não, não, não! – Murmurei puxando seu braço que ele prontamente desvencilhou do meu toque. – Ei. – Protestei tentando segura-lo novamente. – Oliver! – O chamei finalmente segurando seu braço e voltando-o para mim. – Você não pode fazer isso, você não pode me acusar de algo e em seguida me dar as costas. Você não me deu sequer uma chance de responder.

— Você me respondeu. – Apontou. - Com seu silêncio. – Murmurou erguendo a voz. – Nem sequer é uma surpresa para mim!

— Pare! – Não tive outra opção senão gritar de volta. – O que você viu não f...

— O inferno que não! – Gritou não me deixando terminar. – Você está me traindo, e eu não duvido que não tenha sido a primeira vez, essa suas viagens, suas saídas nos finais de semanas, que ficaram cada vez mais frequentes. O tempo que você passa viajando tem se tornado maior do que o tempo que você passa em casa, e mal estamos casados, nós temos uma família Megan e você simplesmente jogou isso fora para abrir as pernas para...

— Oliver pare, agora! – Murmurei exaltada. Odiava homens que se tornavam crianças choronas que sequer nos dava oportunidade de falar. E interpretando o papel de uma ou não, odiava ser chamada de vadia. Eu tinha fugido de muitos homens trabalhando como camareira, seus egos que geralmente eram bem maiores que seus pênis sempre preferiam acusar a mulher de baixa e vadia quando não tinham o que queriam.

— Eu não sou um de nossos filhos Megan, você não pode falar comigo assim. – Protestou.

— Eu vou falar como diabos eu quiser com você se você vai continuar com essa sua atitude infantil. – Retruquei. – E pare de me tratar como uma vadia. – Exigi.

— Mas que merda...

— Cale a boca. – Exigi. Ele me encarou surpreso e graça a Deus realmente havia se calado. Infelizmente eu não sabia o que fazer com seu silêncio. Respirando fundo eu recomecei. – O que você viu não foi uma afirmação em forma de silêncio, você viu a surpresa em ser questionada dessa forma quando eu mal havia pisado em casa! – Murmurei sincera, afinal não deixava de ser verdade. E por mais que eu compreendia que ele estava certo em estar zangado e que ele deveria sim se livrar de Megan o mais rápido possível, eu dependia de que ele ficasse com ela. Ou pelo menos não se separasse no meu primeiro dia aqui, que ele esperasse apenas alguns meses já seria bom o suficiente. Então com toda a sinceridade que apenas eu poderia dizer essa frase, e não Megan, eu me aproximei e o toquei, minhas mãos cercando seu rosto e mantendo seus olhos nos meus. Com o toma mais calmo que eu podia reunir no momento eu murmurei: – Eu juro, Oliver. Eu não estou te traindo e eu nunca te traí.

Ele me encarou por alguns momentos, seus olhos deslizando por meu rosto, talvez tentando encontrar alguma falha na minha afirmação. Ele ainda estava desconfiado, claro que estava, mas agora ele também estava confuso. Então algo mudou em seus olhos, sua atenção se fixou em meus lábios e de repente me tornei ciente do quanto havia me aproximado daquela fera. Percebi que minha respiração havia se agitado no calor da briga e que a dele também se fazia audível, ele moveu-se parecendo se aproximar ainda mais, e sua cabeça desceu alguns milímetros, me pondo nervosa. Em pânico na verdade, por que eu não sabia como reagir àquela mudança.

Eu definitivamente sabia como agir aos seus gritos.

Não a um possível beijo.

Eu não estava pronta para ser beijada por “meu” marido.

Antes que qualquer coisa pudesse acontecer, felizmente a porta da biblioteca foi aberta e eu me vi dando um passo para trás, recuando e me encontrando com o olhar arisco de Thea.

— Por mais que eu não me importe com vocês tendo problemas no paraíso. – Murmurou com um sorriso irônico. – Eu devo lembrar a vocês que as paredes não são tão grossas assim, e nem as crianças estão muito distante, então eu aconselharia aos pombinhos ao menos diminuírem o tom de voz.

— Obrigada, Thea. – Murmurei esfregando minha testa. O princípio de uma dor se formando. Ela não tinha ideia do quanto eu era grata. Chegava a ser uma ironia. Megan disse que eu sempre poderia alegar uma dor de cabeça, quando eu quisesse fugir de alguma situação, ao que parecia eu não precisaria fingir. Se todas as interações aqui seguissem esse roteiro, não havia dúvidas de que eu realmente viveria em uma constante dor de cabeça.

— Não me agradeça. – Murmurou fria. – Eu não me importo com você, eu faço isso por meus sobrinhos.

— Thea... – Oliver a advertiu estranhamente vindo a minha defesa.

— Não. – Neguei o encarando com irritação. Ele me encarou surpreso. – O quê? Você pode me chamar de vadia, mas sua irmã não pode ser sincera comigo? – Ergui uma sobrancelha, foi a vez de Thea me encarar surpresa. – Eu estou cansada dessa conversa, quando você estiver mais calmo, nós podemos conversar, até lá eu prefiro ficar com as crianças. E cuide dessa mão. – Falei erguendo meu queixo, ele apenas observou minha partida, eu estava irritada demais com toda a situação para perceber que passei mais segurança do que realmente tinha. Por que a verdade era que eu não sabia onde diabos ficava a sala de jogos.

Não foi algo que Megan se preocupou em me informar. O quarto dela e de Oliver? Sim. Os quartos de Moira e de Thea foram os que vieram em seguida. Os das crianças ela se lembrou apenas quando a questionei. Os anexos vieram enquanto descrevia a mansão, sala de jantar, a sala azul que ela gostava de chamar o lugar da Megan, pois apenas ela tinha acesso, e as partes mais importante da casa, mas a biblioteca e o restante não. Tanto que eu fiquei deslumbrada quando entrei na biblioteca, eu poderia ser a própria Bella entrando na biblioteca da fera, descobrindo o paraíso dos livros, mas invés de ter um momento musical, tudo o que eu tive foi Oliver rosnando para mim.

E agora Megan estava perdida na própria casa.

Não devia ser longe já que Thea havia dito que as crianças estavam por perto. Eu só não queria vagar pela mansão dando na cara minha insegurança ao entrar em um cômodo errado.

Para minha sorte nesse exato momento Raysa passou com uma bandeja, seu olhar me dizendo que ela gostava de mim, de Megan, tanto quanto Thea gostava.

— Isso é para as crianças? – Perguntei da forma mais educada o possível, eu sabia que cada dia seria uma batalha aqui, eu não precisava de uma batalha com os empregados também. Ela assentiu concordando. – Eu a acompanho, quero passar mais algum tempo com os meninos.

— Sim, senhora. – Murmurou inclinando a cabeça. Seu sotaque russo se fazendo mais presente. A acompanhei tentando esfriar minha cabeça e passar uma tranquilidade que não existia. Ela não me levou para nenhuma sala de jogos, ela saiu da casa, e encaminhou-se pela lateral da mansão indo até os jardins, as crianças corriam pelos jardins, enquanto eram vigiadas por uma senhora distinta que  estava sentada em um banco. Eu sabia que aquela mulher era ninguém menos que Moira Queen. Talvez a avó os tenha levado ao perceber que Oliver e eu estávamos brigando.

Fui recebida com o típico carinho das duas crianças inocentes, que logo se distraíram e voltaram brincar, correndo uma atrás da outra, os observei por alguns segundos, esperando Raysa deixar a bandeja no lugar antes de se retirar silenciosamente. Moira me encarou com um olhar avaliativo e imponente. Uma graça e elegância que ninguém aprendia a ter, era algo que vinha de berço.

— Olá minha querida. – Murmurou estendendo um braço.

— Moira. – Murmurei me aproximando para um meio abraço. Para minha infelicidade Moira era do tipo que cumprimentava outra mulher com o clássico dois beijinhos, que no seu caso, não era mais do que um encostar de bochecha. Com toda a elegância que não fazia parte de mim, mas que eu havia aprendido nos últimos dias, sentei ao seu lado. Ela segurou nossas mãos juntas por alguns segundos.

— Percebi que meu filho já a recepcionou com desconfiança e acusações. – Murmurou perspicaz. – Tive que afastar meus netos, pois vocês estavam muito exaltados. Lexie é fácil de enganar, mas William é mais perspicaz, e aquele um ano a mais fez a diferença, ele parecia querer ir ao seu encontro.

— Obrigada por tê-lo impedido. – Murmurei sincera.

— Oliver esteve muito abalado desde que você partiu. – Falou. – E irritado. Thea andou falando coisas que entrou em sua cabeça, e ele não conseguiu tirar a desconfiança que suas palavras trouxeram. Eu espero que a perdoe. Thea está casada com aquele imprestável do Alex, ela não percebe que você não é culpada pelos olhares que ele tão descaradamente te dá, minha filha merece mais do que aquele homem lhe oferece. Mais do que eu tive com seu pai. – Deu de ombros.

— Eu não a culpo. – Murmurei por fim. Merda, eu havia esquecido que um dos amantes de Megan vivia em sua casa, e que isso tornaria tudo ainda mais difícil. – Como você tem estado Moira? – Optei por mudar o foco.

— Bem. – Sorriu. – Oliver e Thea são rigorosos, mas eu sei que posso contar com você para compreender minha necessidade. – Pisquei tentando me lembrar do que falava. Oh, merda. Moira a alcoólatra. Eu supostamente deveria ter trazido alguns presentes para ela no caminho do aeroporto para cá. Algo que eu fiz questão de esquecer, que tipo de pessoa alimentava o vício de outra pessoa sem remorso algum? Aparentemente eu.

— Bem, sobre isso... – Seu semblante se fechou.

— Você não esqueceu não é mesmo? – De trazer bebidas para uma alcoólatra? Inferno, sim.

— Eu acho que está na hora de tentarmos a maneira de Oliver e Thea. – Tentei murmurar o mais suavemente possível. Eu havia acabado de sair de uma briga, não estava ansiosa para entrar em outra. Seu queixo erguido me disse que lá vinha outra briga. Antes que ela sequer pudesse começar eu me levantei a surpreendendo. – Eu preciso ir, eu não estou me sentindo muito bem, a briga com Oliver me trouxe enxaqueca, nos vemos no jantar.  – Falei rapidamente.

— Fui eu que lhe ensinei o truque da dor de cabeça, minha querida. – Murmurou friamente.

— Então você sabe muito quão bem funciona. – Dei de ombros.

— Oliver pode ser um tolo. – Falou impedindo-me de partir. – O resto de nós não, todos nós sabemos sobre suas traições Megan, não é inteligente de sua parte me ter como inimiga em uma casa que você já tem tantos.

— O acréscimo de mais um não será de grande diferença então. Será? – Perguntei a encarando como jamais Megan faria. A mulher acabou de admitir que sabia das traições da nora, e nunca tentou alertar o filho. Thea ao menos se preocupava com o irmão, e com os sobrinhos. Eu devia ter prestado mais atenção no que Megan falou de Moira Queen. Com seu tom malicioso, ela havia deixado a entender que Moira tinha um relacionamento com o pai de Oliver, bem parecido com o que Megan tinha com Oliver, a diferença era que Robert Queen também pouco se importava com seus votos matrimoniais.

Deixando-a com seu olhar perplexo para trás eu soltei um suspiro apenas quando entrei de novo na casa. Eu havia entrado em um ninho de cobras, por Deus. Alex, Moira... Como julgar Megan se ela cercada por pessoas como ela? E eu ainda nem havia conhecido Isabel.

Lembrando-me das instruções e não vendo nenhum dos irmãos por perto, eu subi as escadas e entrei no quarto que supostamente era o meu e o de Oliver. Minha suspeita se confirmando quando meu olhar caiu em minhas malas sobre a enorme cama de casal.

Merda, como evitar dormir com meu marido?

Adiando essa questão por mais algumas horas eu me preocupei em apenas organizar minhas coisas de forma metódica. Separei uma roupa mais a cara de Megan e guardei meus jeans no final de uma gaveta, me conformando em usa-los apenas quando não tivesse ninguém por perto, ou na casa. Com tristeza fechei a gaveta e caminhei até o banheiro.

Não vi Oliver ou Thea até o jantar, que como já era esperado foi tão tenso quanto poderia ser. A presença de Alex apenas trouxe o quê mais de tensão, sua atenção exagerada a mim, que não era ignorada por Thea fez com que o clima fosse insuportável. Com as crianças presentes Oliver não pode fazer mais nada do que ficar calado e me observar distante, me analisando. Seu sorriso vinha quando Lexie conversava com ele o divertindo com suas perguntas infantis. Quando chegou a hora delas irem dormir, me agarrei a desculpa de querer coloca-las na cama, e me afastei de tantos olhares hostis. Após dar um último beijo em Lexie caminhei até o quarto de William.

Parei no vão da porta o observando olhar para o teto seu semblante perdido. Suspirei sabendo que não poderia ir sem antes saber o que se passava em sua cabeça.

— Hey tigre. – Murmurei entrando no quarto. – O que houve?

— Nada. – Murmurou automaticamente. Seu olhar ainda lá, respirando fundo segui seu olhar percebendo por que sua atenção estava tão fixada no teto. O quarto de William era coberto por estrelas, a iluminação fazendo-as tão fodidamente reais que eu queria me mudar para esse quarto. – Oh, isso é legal. – Murmurei sem poder me conter. Ele me encarou surpreso. – Eu só não tinha reparado quão era bonito antes. – Falei rapidamente. – Mas vamos lá, o que está acontecendo? – Perguntei voltando a fixar minha atenção na criança. Ele meneou a cabeça em negativa. Ergui minhas sobrancelhas, fui desafiada. Não havia nada que me irritava mais do que receber um “nada” como resposta, uma vez dito a mim, eu me preparava para arrancar a verdade da pessoa em questão. Como se tratava de uma criança e na teoria essa criança por acaso era meu filho, eu tinha que tirar essa resposta com certa delicadeza. Algo que nem sempre foi meu forte.

— Ok. – Assenti. – Dê-me espaço. – Exigi apontando com o dedo para ele se afastar na cama.

— Eu não sou mais um bebê. – Protestou. – Eu não preciso mais dormir com minha mãe.

— Primeiro de tudo, é mamãe até os dez anos. – Brinquei. – Segundo, como eu sou a mãe, há escrito em algum lugar que você não pode dizer “não” para mim. Então, dê-me um espaço. Você pode não precisar de mim tigre, mas eu preciso de você. – Murmurei tentando tranquilizar seu orgulho masculino. Ele parecer considerar a sério antes de enfrentar meu olhar firme e finalmente ceder um pouco de espaço. Deite-me ao seu lado e passei eu mesma a encarar o teto. – Isso é reconfortante. – Assenti. Então o encarei. – Você vai me dizer por que parece um pouco triste?

Escutei meu próprio coração bater, antes dele quebrar o silêncio e finalmente responder.

Um batimento.

Dois batimentos.

Três batimentos.

— Papai brigou com você. – O tom com que foi dita a frase me fez desejar abraçar o menininho que queria tanto se passar por um homem crescido. – Ele gritou.

— Eu sei. – Murmurei por fim. – E pode ser que não faça muito sentido para você agora, mas nós estamos bem William.

— Ele gritou. – Repetiu.

— Olhe. – Murmurei após um soltar um longo suspiro. – Seu pai realmente gritou comigo, e eu também gritei com ele. As vezes brigar não significa algo ruim, significa que ele ainda se importa. Seu pai se importa comigo, e eu me preocupo com ele. Ele gritou comigo por que ele estava com raiva, ele sentiu saudades e eu não estava aqui. E eu gritei com ele por que não gostei da forma que ele falou isso. De uma forma ou de outra a única razão por que gritamos um com o outro é por que queremos continuar junto um do outro, entende?

Ele pareceu considerar atentamente o que eu havia dito e assentiu.

— A verdade William é que mesmo gritando comigo seu pai ainda vai amar você e Lexie. Assim como eu irei amar vocês dois. Então não precisa se preocupar com isso, ok? – Murmurei ficando sentada em sua cama. Ele voltou a assentir. – Agora durma. Não gaste essa cabecinha com problemas de adultos, sempre nos resolvermos. – Concluí antes de beijar sua cabeça e alisar alguns fios de seus cabelos. Sem me prolongar mais fechei a porta atrás de mim certificando-me de lhe desejar uma boa noite antes.

Ir para o meu quarto logo em seguida deveria ser um alívio, mas como a possibilidade de Oliver entrar a qualquer momento eu ficava cada vez mais tensa.

Peguei uma camisola e troquei-me com uma velocidade que invejaria muitos heróis de quadrinhos. Então covardemente fiquei me encarando no banheiro. Eu queria minha camisa velha, que tinha um buraco no meio da coxa e que me dava certo conforto. Queria minha cama dura e travesseiro de longa data, queria escutar as piadas sujas da minha mãe que nunca foi capaz de contar uma história de dormir inocente. Eu queria minha casa, minha família, eu queria Helena. Invés disso eu vestia uma maldita camisola sexy, cujo tecido ria de todas minhas melhores roupas. Estava trancada no banheiro escondendo-me do “meu” marido e fora as duas crianças que agora em diante eu chamava de filhos, todos, absolutamente todos naquela casa, inclusive os empregados me odiavam. Eu ainda não tinha chegado perto dos cachorros, mas eu tinha quase certeza que até eles iam rosnar para mim.

Em que inferno fodido eu fui me meter.

Fechei minhas mãos sobre o balcão da pia e reuni toda a coragem que me restava e ergui meus ombros. O plano agora era atravessar o quarto, me enfiar na cama e fingir estar dormindo quando Oliver entrasse, só assim eu poderia evitar outra conversa e talvez outras coisas a mais.

Sim, essa era toda a coragem que havia me restado.

Nenhuma.

Assumindo meu plano eu abri a porta do banheiro e tropecei um passo ao perceber que Oliver estava sentado na cama, e pelo seu olhar me esperando já há algum tempo. Claro que meu plano não funcionaria. Para me deixar ainda mais nervosa, seu olhar derramou sobre meu corpo, seu rosto não deixando dúvidas onde sua mente estava. Próxima ida ao shopping com certeza traria roupas de dormir mais decentes.

— Eu estava começando a pensar que você havia desmaiado no banheiro. – Tentou gracejar. Eu apenas cruzei meus braços e o encarei com olhar desafiante. Ele suspirou desanimado percebendo que eu não faria as coisas mais fáceis para ele. – Ok, eu estou mais calmo.

— Mesmo?  Eu não. – Murmurei. – Eu estava há pouco tempo tentando convencer William que seu pai havia gritado comigo por que ele na verdade se importa comigo. – Soltei. Isso pareceu mexer com ele que franziu o cenho. – Não se preocupe, ele está mais tranquilo. – Não pude evitar acalma-lo. Eu mal o conhecia, mas eu não podia negar que Oliver era um bom pai, não iria deixa-lo preocupado com a reação de seu filho a nossa briga. – Mas eu não estou calma Oliver, eu na verdade acho que seria melhor um de nós dois dormir em outro quarto hoje. – Ou pelos próximos seis meses. Ele me encarou descrente. Seu olhar me deixando saber que essa não era uma opção. Tomando uma atitude ele ergueu-se se aproximando. Recuei automaticamente, diante o fato de que um estranho estava se aproximando de mim quando eu vestia tão pouco, mas ele segurou meu braço impedindo-me de me afastar.

Para Oliver eu não era uma estranha, eu era sua esposa. Em que confusão eu fui me meter.

— Eu estou mais calmo. – Repetiu seu tom de voz tornando-se mais baixo, tranquilo, suave até. E eu amei aquele tom. Merda. – E eu sei que eu fui longe demais hoje cedo. Eu também sei que lhe devo um pedido de desculpas. Eu não devia ter falado com você daquela maneira. Nas últimas semanas eu estive em uma constante espiral de emoções, mais de uma pessoa sugeriu que você tinha um amante, Megan. Isso já estava tão enraizado em minha mente, que aquele silêncio só confirmou, eu perdi a cabeça. Eu sinto muito. Eu sei que não serve de justificativa para tê-la tratado como tratei, mas eu sinto muito. – Concluiu. Seus olhos mantendo os meus cativos.

— Você viu o que eu fiz agora? – Perguntei o encarando seriamente. Ele franziu o cenho. Sua mão ainda segurava meu pulso, e de alguma forma conseguiu me aproximar mais de si. Tentei ignorar o peso de sua outra mão em minha cintura, que se fixou logo em seguida ali.  – Eu lhe dei espaço para falar. Oliver. O que você não me deu. Eu tive que ficar gritando com você, o que chamou atenção de toda a casa, inclusive de nossos filhos. – O lembrei. – Eu não estou mais calma, e eu vejo que nosso casamento realmente está muito frágil no momento.

— Eu sei que está. – Assentiu. Sua mão soltou meu pulso e se juntou a outra em minhas costas, abraçando a minha cintura. Ele estava fazendo tudo mais difícil. – E eu quero tentar mudar isso.

— Eu também. – Concordei. Minhas mãos encontrando as suas e me liberando do calor dos seus braços. Recuei notando que ele havia se aborrecido com o gesto. – Eu assumo minha parcela de culpa, minhas viagens eram um tempo que eu precisava para mim, mas que acabou nos afastando, eu sinto muito por isso, mas você também não tinha que estar aceitando qualquer coisa que falassem de mim. – Murmurei, a mentira doendo em mim. – É por isso que eu acredito que no momento nós não devemos ter qualquer contato físico. – Concluí minha sentença. Sendo essa minha única saída para evitar entrar na cama como ele. O casamento em ruína podia servir para isso certo? A confusão no rosto de Oliver chegou a ser cômica.

— Como é que é? – Murmurou confuso.

— Seria melhor evitarmos qualquer contato sexual. – Murmurei mais especificamente.

— Eu não concordo. – Murmurou rapidamente.

— Eu acho que no momento...

— Olhe, eu sei que a irritei, e até mesmo a magoei hoje a tarde. – Murmurou parecendo realmente arrependido. – Mas eu não entendo como eliminar sexo possa nos ajudar, sexo era a única coisa que...

— Funcionava em nosso casamento? – Perguntei o observando com interesse. Ele emudeceu sabendo que havia me dado terreno, e qualquer coisa que acrescentasse ia piorar. – Esse é o ponto Oliver, sexo não pode ser a base do nosso casamento, está na hora de focarmos em outros aspectos.

— Megan...

— Está decidido. – Falei sorridente. – Sem sexo até tudo se encaminhar melhor. – Concluí caminhado para cama.

— E quanto tempo é exatamente isso? – Perguntou com certo desespero me seguindo. Homens, sempre se tornavam bebês chorões quando lhe eram negado algo.

— Não sei. – Até eu encontrar outra desculpa, provavelmente a do médico. – Mas bem agora, seria uma catástrofe. Na verdade, a ideia do quarto pode ser boa... – Voltei a sugerir.

— Nem pensar. – Protestou com firmeza. – As crianças, os empregados, toda a família desconfiaria que algo está errado.  – Explicou. – Continuamos compartilhando nossa cama. – Frisou.

Mas algo estava errado.

Mas especificamente esposa errada.

— Oliver... – Tentei mais uma vez, e tornando a falhar quando ele me dirigiu um olhar firme.

— Não. – Murmurou em tom firme. – Sem sexo por tempo indeterminado? Ok, eu posso lidar com isso, por um tempo, mas continuamos dividindo nossa cama. – Repetiu. – Você pode ter todo o tempo que quiser até se sentir a vontade comigo novamente, mas não pode se afastar de mim.

Droga, ele precisava ser tão razoável?

— Ok. – Cedi. Afastei as cobertas e notei que me observava enquanto eu sentava na cama e estendia minhas pernas para poder dormir. – O quê? – Murmurei confusa.

— Dormir vestida vai ser parte da nova rotina também?  - Perguntou desgostoso.

Genial.

É claro que Megan dormia nua.

Para quê se dar o trabalho de comprar tantas camisolas então? Questionei-me sem paciência.

— Definitivamente. – Murmurei me cobrindo até o queixo e lhe dando as costas.

— Eu também preciso seguir essa regra? – Perguntou-me com certa diversão.

Oh Deus.

Oliver. Dormia. Nu.

Isso tinha que ser um teste.

Como não falhar a esse teste?

Sim, eu não pularia jamais em cima dos maridos das outras, tendo a esposa em questão me liberado ou não, mas fica difícil manter seus princípios com um homem tão bonito e tão disposto como Oliver Queen.

Eu provavelmente falharia, se eu não tivesse a barreira da minha virgindade a ser ultrapassada e me denunciar. Eu nunca pensei que ser virgem pudesse complicar tanto minha vida. Eu podia me sentir um pouco envergonhada, até humilhada por provavelmente ser a única virgem com minha idade, mas eu nunca pensei que essa maldita coisa poderia me levar a cadeia. Por que tão logo Oliver descobrisse que eu não sou a verdadeira Megan, logo ele estaria me entregando a polícia.

— Megan? –Chamou-me impaciente.

— Vestimentas é uma regra para nós dois. – Murmurei tirando a coberta do meu rosto e o encarando. Ele sorria. E Deus, aquele sorriso.

Helena havia me perguntando o que eu faria com um Oliver de sorriso cretino. O que eu faria? Eu não podia fazer nada, mas o que eu queria fazer era preocupante. Deus se essa fosse outra situação... Nada de pensamentos puros aqui. Voltei a lhe dar as costas, na esperança de cair no sono antes de ele voltar do banho pelo menos. Muita provação para apenas um dia. Apenas o primeiro de tantos nesses longos seis meses.

Eu realmente precisava dormir antes da volta de Oliver.

É claro que isso não aconteceu, quando a porta do banheiro se abriu eu tentei fingir estar dormindo, mas quando ele entrou na cama atrás de mim, afastando as cobertas e se aproximando, foi impossível não reagir em resposta, não quando seu peito desnudo entrou em contato com minhas costas, seu braço me envolvendo e suas pernas entrelaçando-se as minhas.

Oh merda.

Isso não era justo.

— Oliver. – O chamei tentando parecer irritada, mas falhando miseravelmente.

— O quê? – Perguntou contra meu ouvido.

— Apenas cueca não se classifica como vestimentas. – Ralhei.

— É tudo o que você irá conseguir. – Murmurou em resposta. – E Megan...

— Sim? – Murmurei desconfiada, sua mão se moveu de maneira intima roçando a barra da minha camisola e a erguendo apenas alguns centímetros, seu dedo fazendo círculos em minha pele.

Deus.

— Não ter sexo, não impede um marido de tentar seduzir sua esposa. – Murmurou em meu ouvido. Sua respiração, sua palavras e a caricia me aquecendo.

Tão injusto.


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Notas finais do capítulo

Prontinho. Capítulo entregue. Espero que tenham gostado e fico no aguardo do feedback.
Xoxo, LelahBallu.