A Mesma Face escrita por LelahBallu


Capítulo 3
Homework


Notas iniciais do capítulo

Olá!!!
Então, não nem me demorar muito aqui, quero apenas agradecer aqueles que tiveram a consideração de reservar um tempinho e comentou sobre a fic, obrigada pelo carinho, pelo incentivo e pelos elogios :) Fora isso também quero agradecer e mandar meu Xoxo especial para a "Marcia veloso" que recomendou A Mesma Face, obrigada flor, adorei a recomendação e obrigada pelo atenção em estar indo nas outras fics me incentivando, não pense que eu não reparei ;) Agora deixo vocês com o capítulo, espero que gostem!!



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FELICITY SMOAK

Encarei o rosto a minha frente com certa repulsa. O rosto era meu, e ainda assim não me pertencia. Megan, minha gêmea do mal, como eu gostava de chama-la em meus pensamentos, estava deitada em sua cama, uma revista em seu colo, enquanto eu terminava de observar o trabalho da mulher que havia mudado o corte de meus cabelos, que antes eram lisos e longos. Megan gostava dos seus apenas um pouco mais curtos e volumosos, um ar selvagem e sedutor. Nos meus lábios estava o vermelho vívido que ao que parecia era sua marca. Felizmente o restante da maquiagem não era tão forte, apenas destacava sua beleza clássica. Era estranho, como eu podia enxerga-la tendo uma beleza clássica, se pensava em mim como um rosto comum. Eu acho que Megan e eu erámos o exemplo do que a riqueza podia fazer com uma pessoa.

— Já terminou de admirar o trabalho de Eliza? – Perguntou sem erguer seus olhos da revista.

— Eu não consigo mais me reconhecer. – Confessei. Eu a odiava, pela chantagem, por o que ela estava fazendo com sua própria família, e pelo seu mau caráter, mas Megan tinha sido a única companhia feminina que estava tendo nessa última semana. Se eu não fosse conversar com ela, com quem eu iria? Eu menti para minha mãe, falei para ela que precisavam de mim no resort fora da cidade, do mesmo dono do hotel, por essas duas semanas. Ela ficou feliz por que junto com a mentira veio uma considerável soma de dinheiro que eu falei ter vindo desse trabalho extra, então eu ainda estava em Vegas, mas Donna Smoak não tinha ideia. E Helena, bem, Helena estava bem chateada com tudo isso. Eu não poderia mentir para minha melhor amiga, então contei tudo a ela e escondi esse fato de Megan, falei inclusive sobre a traição de Michael. Pelo bem de todos nós, eu pedi que ela não o deixasse saber que ela sabia, então ela precisava de outra razão para terminar seu namoro, sem demora ela arranjou uma cena em que Michael a encontrava o traindo. Foi divertido de se ver considerando tudo. Ela tentou me convencer a voltar a trás, a ir a polícia e dizer que eu estava sendo chantageada, mas eu tinha muito a perder arriscando enfrentar Megan, então apenas aplaquei seus medos, dizendo que sabia no que eu estava me metendo.

É claro que eu não sabia.

Que bela mentirosa eu era, não conseguia mentir nem para mim mesma. Como diabos eu ia mentir para toda uma família?

— Isso por que você já não é Felicity Smoak. – Murmurou finalmente erguendo seu rosto e despertando-me dos pensamentos inquietantes. Sem demora ela deixou a revista de lado e se aproximou, colocando seu rosto ao lado do meu, seu olhar se fixou no espelho. A semelhança entre nós duas nunca iria deixar de me surpreender. – Garçonete/faxineira. Sem graça, sem dinheiro e sem expectativa alguma. Agora você é Megan Queen. Você minha querida, tem o mundo aos seus pés.

— Ao que parece eu sou arrogante também. – Murmurei me erguendo.

— Confiante. – Deu de ombros. – Sua alta estima vem de fatos, e os fatos são: Os homens lutam para serem seus amantes, as mulheres a invejam, elas ou querem ser você, ou terem o que você tem. Que nesse caso é um marido rico, alto, bonito e que lhe dá o mundo. Caso seja esse o seu desejo.

— E ainda assim você não o quer por perto. – Observei. Cada dia eu me simpatizava mais com Oliver Queen e menos com sua esposa. Megan deu de ombros, sua atenção não mais na minha observação. Ela concentrou-se nas pastas jogadas sobre a cama. Em cada pasta havia informações sobre cada membro importante em sua vida. Se ela não havia me assustado como todo o lance vadia chantagista, agora era impossível não ficar depois que ela chegou com pastas como se as pessoas que a cercava fossem possíveis alvos.

— Hora de voltar para a tarefa de casa. – Murmurou jogando-me uma pasta. – Não a abra. Quero saber o quanto você decorou. – Naquelas pastas estavam informações que eu precisava lembrar, informações essas que ela conhecia muito bem. Eu levava essas pastas para o quarto ao lado do seu e passava a noite memorizando o máximo possível. Ela me mostrava a forma que ela andava, até mesmo como ela arrastava um pouco mais as palavras e impregnava um som rouco e sedutor. Exigiu que eu nunca mais falasse em sua frente frases como “Mais que inferno” “Oh merda” e o que eu vinha usando tão frequentemente “Foda-se”. Ela achava minha forma de falar vulgar demais. O que era uma ironia já que ela era vulgar. Então sem muito rodear exigiu que eu parasse de falar como um pedreiro e adotasse mais classe. Eu sorri e acenei, sabendo que jamais conseguiria falar com os outros terminando minhas frases com “Minha querida.” – Vamos começar com minha adorada cunhada.

— Thea Queen. – Murmurei automaticamente. – Ela te odeia. – Murmurei sabendo que Thea seria um grande desafio na mansão dos Queen, já que minha gêmea do mal era uma devassa que não conseguia ficar sem sexo. – Por que o marido dela te ama demais. – Completei ironicamente. – Ela é adotada? – Murmurei insegura.

— Meia irmã. – Corrigiu-me. – Mas ela não sabe. – Acrescentou. - Eu daria tudo para esfregar esse fato na cara da Queen nojentinha, mas não acho que mesmo eu conseguiria soltar e dizer “Ops foi sem querer.” Oliver me confiou esse segredo, então infelizmente eu tenho que guardar. O que eu não daria para fazer uma ou outra piada sobre as puladas de cerca de Moira Queen. – Meneou a cabeça com desgosto, então sorriu brilhantemente. - Eu sabia que havia uma razão para eu gostar da minha sogrinha. Continue.

— Thea sempre morou com o irmão, mesmo após se casar. – Comentei tentada a olhar a pasta. – Seu marido, Alex, é um sanguessuga e Thea está acostumada demais ao padrão de ser uma Queen. Oliver também não queria que sua irmã deixasse a mansão.  Ela ficou grávida uma vez, mas não sustentou, depois disso Alex fez questão de deixar claro que não planeja ter filhos mesmo em um futuro distante. Em minha opinião Thea estaria bem melhor sem Alex.

— Na opinião de Megan? –Perguntou me encarando com desdém.

— Megan não poderia se importar menos. – Acrescentei com desgosto.

— Muito bem. – Assentiu. – Há mais detalhes, mas você pode rever isso depois, você pegou o essencial. Agora... Tommy Merlyn?

— Melhor amigo de Oliver. – Continuei enquanto andava de um lado para o outro. – C.E.O de uma multinacional que eu não consigo lembrar o nome. Ele é casado com Sara Lance. Eles também te odeiam.

— Você poderia parar de acrescentar isso. – Comentou descontente.

— Todo mundo te odeia. – Falei simplesmente. E eu não poderia culpa-los. Quem poderia?

— Errada. – Retrucou. – Tommy apenas desconfia de mim. E Sara se sente insegura, ela sabe que os homens tendem a se sentir atraídos por mim. Ela tem medo que Tommy siga o caminho de todos os outros. – Concluiu dando de ombros.

— Admira-me que você não tenha pulado em cima dele. – Comentei a observando. Em vez de se sentir ofendida, ela sorriu.

— Eu adoraria. – Falou sem qualquer constrangimento. – Mas Tommy Merlyn é irritantemente fiel a Oliver, tentar seduzi-lo seria uma jogada idiota.

— Eu posso fazer uma pergunta? – Perguntei hesitante. Deixei a pasta sobre a cama, ela me encarou com interesse, notando minha seriedade. Assentindo ela voltou a sentar preguiçosamente na cama. – O que há de errado com Oliver? – Murmurei pegando sua pasta. Eu já havia decorado aquela, já havia observado sua foto inúmeras vezes, e Megan não havia mentido. Oliver Queen era de tirar o fôlego. Era o tipo de homem que tornava impossível não encara-lo e admira-lo. A foto de meio corpo mostrava um rosto lindo, olhos incríveis e o sorriso... Deus, uma mulher poderia cometer um crime só para ganhar aquele sorriso. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia entender por quê Megan detestava tanto o marido. Ele era violento? Por trás daquele sorriso havia algum segredo sujo? Ou eu só estava tentando encontrar algo de bom na mulher que me chantageava sem vergonha alguma? – Sempre que você fala de Oliver, fala que ele lhe daria qualquer coisa que você pedisse. Dinheiro, roupas, joias, qualquer coisa, tanto material como emocional. Elogia sua beleza, e em alguns pontos até mesmo sua personalidade. Então, o que há de errado com Oliver? Por que traí-lo? E por que esse desejo de se manter afastada?

— Você está tentando me entender. – Observou-me. – Você estava certa, você é a boa garota e eu sou a garota má. Eu definitivamente defendo a frase “você pode amar os dois”, eu inclusive faria algumas modificações. Eu melhoria: Você pode ter todos. – Sorriu. – Oliver é perfeito. Rico, alto, bonito, e sexy. Eu já disse isso. Ele também é um amante incrível como você logo irá descobrir, mas Oliver tem a natureza simples demais, gosta de uma vida medíocre. Crianças, estar cercado pela família sufocante dele. Eu prefiro viajar, conhecer novos lugares, eu acho Oliver enfadonho. Fora da cama. – Eu a encarava perplexa. Minha mente focada na frase “Como você logo irá descobrir.” Nessa semana eu havia focado tanto em aprender mais sobre a vida de Megan, em ser Megan que eu havia ignorado o que isso significava. – Sexo com meu marido é de deixar o corpo exaurido e ansioso por mais, mas minha querida você precisa entender algo: Oliver é muito bom, isso não significa que os outros também não sejam. – Concluiu com um sorriso provocante.

— Eu não vou descobrir.  –Murmurei por fim. Ela me encarou confusa. – Eu não posso transar com Oliver. – Que eu tivesse que dizer a uma mulher que não poderia transar com seu marido era enlouquecedor, que ela parecesse chateada com isso, mais ainda.

— Olhe se isso é por minha causa, você não precisa se preocupar. – Murmurou sem fazer alarde. – Eu odiaria saber que meu marido está transando com outra apenas por temer que essa outra tente tomar meu lugar como sua esposa, mas como você estará se passando por mim... Não há problema. Vá fundo. Ele é bom. Aproveite. – Encorajou-me.

— Há uma barreira que não se pode ultrapassar aqui. – Falei entrando em pânico.

— Não seja ridícula. – Comentou começando a se irritar. – Você será Megan Queen, casada com Oliver Queen. Se há algo que Oliver e eu temos em comum é gostar de sexo, você não pode apenas voltar para casa e dizer a ele que não terá mais sexo. Por meses.  – Continuou. – Quando eu voltar, eu quero ter um marido para voltar. Então deixe sua postura puritana de lado, e evite que meu marido peça o divórcio por falta de sexo.

— Você não entende. – Tentei explicar. – Quando eu disse barreira, não foi uma metáfora. Há de fato uma barreira. Não só minha postura puritana. – Ironizei.

— Do que você está falando?

— Eu sou virgem. – Falei com certa vergonha. Aqui estava eu, falando com a mulher mais experiente que eu conhecia, que era uma virgem de 25 anos. Seus olhos piscaram incrédulos. Um longo silêncio se instalou no quarto, até que foi quebrado por sua risada chamativa.

Eu diria insultante até.

— Eu acho, minha querida. – A encarei constrangida. – Que você poderia ter inventado uma desculpa melhor. Eu entendo que sua conduta a deixe um pouco travada sobre dormir com o marido de outra mulher, um homem que você mal conheça, mas olhe para a foto dele novamente. – Indicou a pasta com o queixo, céus ela poderia pelo menos fingir que se importava com ele. Parecia que Megan estava vendendo Oliver para mim. “Pegue o dinheiro e algumas rapidinhas com ele e passe-se por mim.” - Você pode deixar isso de lado, certo?

— Eu não estou brincando. – Revirei os olhos. – E eu não preciso ficar encarando a foto dele. – Neguei. – Não é uma desculpa. Eu sou virgem e, sim mesmo que não fosse eu me negaria a deitar com um desconhecido, casado ou não, mas entrando na hipótese maluca de que eu aceitaria isso, eu duvido que um homem tão experiente, e que gosta tanto de... Sexo. - completei pela primeira vez hesitante diante a palavra. – Duvido que ele não note que eu sou virgem.

— Você só pode estar brincando. – Murmurou finalmente assumindo o ar incrédulo que eu esperava. Meneei a cabeça negando. – Como você conseguiu semelhante proeza? – Resisti a vontade de responder “fechando as pernas” por que eu não acho que esse seja um conceito que Megan entenderia.

— Só aconteceu. – Dei de ombros. – Quando você se encontra em um emprego multitarefas, com uma mãe dependente de você e dividindo seu tempo com os estudos... A parte social é esquecida. E eu definitivamente não tinha vontade alguma de perder minha virgindade com um dos idiotas que passam pelo hotel.

— Mas você namorou certo? – Questionou-me sua cabeça se inclinando como se tivesse diante um ser de outro mundo. Talvez as virgens fossem isso mesmo. Ao menos eu devia ser. – Pelo amor de Deus, ao menos você já beijou alguém?!

— Claro que sim. – Revirei os olhos. – Namorei um quando eu era nova demais, e outro que eu descobri me traia com qualquer uma que o olhasse diferente.

— E daí? – Perguntou descrente. – Transasse com ele e depois o traísse. Ou o inverso. Tanto faz. Quer saber, não importa por que você deseja ser a próxima virgem Maria, precisamos encontrar tempo para resolver isso.

— Resolver? – Questionei inquieta.

— Claro. Eu vou arranjar alguém para corrigir isso. – Murmurou tranquilamente. - Você tem alguma preferência? – Por alguns segundos eu apenas a encarei antes de me dar conta do que ela dizia, então minha boca se abriu e meus olhos se arregalaram.

— Eu não vou transar com um prostituto! – Murmurei horrorizada. Ela emitiu um suspiro cansado.

— Eu não posso pedir isso a um dos meus amantes, Felicity. – Falou como se fosse essa minha intenção. – Não sem revelar todo o plano... A não ser que você prefira Ra’s? – Sondou. Deus, ela realmente estava considerando a sério.

— Não!! – Soltei ainda mais horrorizada. A imagem queimando meu cérebro. – Pare de fazer planos desse tipo para mim, eu não vou transar com nenhum homem que você deseja, e muito menos com Oliver. Você não é a mestre das mentiras? Descubra uma forma de manter Oliver afastado. – Falei indignada.

— Certo, como você é uma virgem, eu vou lhe dar algumas aulas agora mesmo sobre homens. – Murmurou se erguendo. – Honestamente a única fase que eu estava esperando ansiosamente de Lexie era essa. Você deve servir. – Meneei a cabeça percebendo que ela estava falando de sua filha. Filha de Oliver, mas em fim. A pequena devia ter apenas cinco anos.

Pobre criança.

— Eu não preciso de aulas sobre sexo, e sobre homens. – Protestei. – Eu já tive essa aula com minha mãe, então guarde seu esforço para sua filha. Daqui uns dez anos, ou mais. – Frisei.

— Considerando que você ainda é virgem, sua mãe não fez o trabalho direito. – Murmurou propositalmente me ignorando. Oh ela não tinha como está mais enganada. No dia “da conversa” eu tive que tampar meus ouvidos, pois Donna Smoak se empolgara tanto no assunto que não parava de falar, e não colocava censura ou limites em suas palavras. Se Megan fosse assim com sua filha, eu só podia sentir pena. –Então, minha querida, homens são seres muito previsíveis. Andam por aí como se fossem os donos do mundo e adoram bancar o macho alfa, eles pensam que fomos feitas para o seu prazer unicamente e que nossas vontades são moldadas por seus desejos. E eu digo isso não só na cama. O homem se ilude afirmando sua posse sobre a mulher, mas a verdade é que temos ele literalmente pelas bolas. – Desviei meus olhos admirando ela por ter demorado tanto a chegar na anatomia masculina. – Eles são guiados pelo pênis, é sério, um roce ali... – A encarei vermelha quando ela fez um gesto com o dedo indicando a reação do órgão masculino. Fiz o som de um pigarro a interrompendo. – Em fim, sexo é a chave para deixar um homem de joelhos e fazendo todas as nossas vontades. Faça-o pensar que ele é o único que lhe deixou de pernas bambas e seu ego o deixará cego para qualquer manipulação. Alimente-o com sexo, e ele, sem sequer perceber, vira um cachorrinho esperando pelas ordens de sua dona.
Então, Felicity, eu alimentei meu Oliver como uma quantidade considerável de sexo, ele deita, rola e finge de morto. Ele é um filhotinho implorando por minha atenção. Você não pode apenas chegar na minha casa e ignorar meu filhote. – Terminou com o olhar firme.  – Encontre uma maneira de reverter sua virgindade.

Cruzei meus braços e ergui meu queixo. Segurei minha vontade de soltar meu tão amado “foda-se”. Eu não ia virar a prostituta de Megan, já ia contra todos os meus princípios enganar Oliver e sua família no processo, eu me negava a perder literalmente, mais uma parte de mim no processo. Então com toda a coragem que eu tinha, eu a encarei impassível e respondi:

— Não. – Ela piscou surpresa. Não acho que ela estivesse familiarizada com a palavra.  – Eu vou mentir, lhe dizer que essa viagem também foi feita para encontrar um dos melhores médicos do país. Falarei que por um momento, ainda incerto, eu não poderei compartilhar de sua cama. Isso é o máximo que posso fazer. Eu não vou transar com seu marido, ou qualquer um de seus amantes. Não vai acontecer.

— Então comece a ensaiar melhor essa desculpa. – Murmurou impaciente. – Por que pelo o que entendi, você vai dizer ao meu marido que pegou uma doença sexualmente transmissível, e quero só imaginar como você vai explicar a ele que não foi dele, e ainda assim não revelar nenhum dos meus outros parceiros.

— Oh merda. – Murmurei pensando que era exatamente como isso havia soado. Com um sorriso cínico ela encaminhou-se para o telefone do quarto. – Eu vou pensar em algo. – Declarei com mais confiança do que realmente tinha.

— É melhor mesmo. – Murmurou levando o telefone ao ouvido, sem demora pediu um serviço de quarto com comida e champanhe para dois. – Eu vou me encontrar com Ra’s, talvez você queira voltar para o seu quarto. – Parecia uma sugestão, mas era mais uma ordem. Entretanto antes que eu pudesse dizer qualquer coisa seu celular começou a tocar. Olhei para o objeto em cima da cama e notei sem demora a foto de Oliver indicando de quem se tratava.

— Você não vai atender? – Perguntei ainda encarando o celular. Ela sorriu parecendo ter uma nova ideia.

Merda. Nenhuma de suas ideias terminavam bem para mim.

— Eu acho que está na hora de começarmos a explorar mais a sua Megan. – Comentou apontando com o queixo em direção ao celular. – Atenda.

— O quê? – Perguntei surpresa.

— Comece a praticar. – Ordenou novamente. – Agora, Felicity.

— Está bem! – Murmurei sem muito ânimo pegando o celular e aceitando a ligação com uma tomada longa de respiração e sentindo minha mente em branco, respondi. – Hey! – Tão logo a palavra saiu dos meus lábios notei Megan jogar a cabeça para trás com descrença. Seus lábios formaram um silencioso “O quê?” que poderia muito bem ter sido um grito.

— Megan? – A voz profunda e masculina soou confusa. Encarei Megan que fazia gestos de consertar meu primeiro erro.

— Olá... Meu... Querido. – Murmurei tentando soar mais como Megan, eu estava ridícula. Ainda assim Megan balançou sua mão em um típico gesto de mais ou menos, dizendo-me que eu tinha feito alguma recuperação. – Eu estava pensando em você. – Não chegava a ser uma mentira, e eu imagino que seria algo que ele gostaria de ouvir. Para minha surpresa eu recebi um som irônico vindo de sua garganta.

— Mesmo? – Retrucou parecendo um pouco irritado. – Julgando por sua demora em voltar, eu acho um pouco difícil de acreditar. – Fixei meus olhos em Megan que não podia ouvir o tom de Oliver, se ela achava que Oliver estava como um cachorrinho dócil esperando pela volta da amada, estava enganada. Oliver parecia bem irritado com seu descaso.

— Não seja tolo meu querido, você sabe o quanto sinto sua falta quando estou longe. – Murmurei pensando que essa seria uma resposta dada por Megan. Ela por sua vez ainda com o cenho franzido assentiu aprovando. Ela percebeu que seu marido não estava em seu melhor humor. Ela estendeu a mão pedindo o celular, mas antes que eu pudesse entrega-lo uma batida na porta soou, eu só podia imaginar quem era. – Um minuto Oliver, o serviço de quarto está aqui. – Murmurei antes de tapar o celular da melhor maneira que eu podia. Megan abriu a porta e encontrou Ra’s a esperando, com um gesto indicou que o estava acompanhando, a encarei com desespero ao ponto de deixar o microfone do celular livre quando murmurei um não, eu não queria ser deixada a só falando com um marido irritado enquanto ela acompanhava seu amante. Mas fui abandonada.

— Hum...

— Com quem você estava falando? – Oliver indagou me interrompendo.

— Eu te disse, o serviço de quarto. – Menti.

— Você disse “Não.” – Retrucou.

— Eles erraram meu pedido. – Procurei algo a que me apegar como desculpa. Sem a presença de Megan por perto, e sem saber como lidar com Oliver, acabei esquecendo como deveria me portar, então tentei ao meu jeito lidar com essa ligação, que em tão poucas palavras trocadas, já se mostrava ser hostil. – Algo está errado Oliver?  - Ele hesitou como se não esperasse que fosse direta.

— Você ainda não voltou para casa Megan. – Murmurou em tom acusatório. – Está claro que há algo de errado. Precisamos conversar.

— Eu sei. – Murmurei automaticamente.

— Você sabe? – Perguntou parecendo curioso.

— Sim. – Assenti. – Você me parece impaciente, e está claro que irritado também. Está chateado por que eu ainda não voltei para casa, e eu entendo. – Continuei caminhando até a varanda do quarto. – Eu voltarei em alguns dias e logo podemos conversar sobre isso. – Um longo silêncio se seguiu como se ele estivesse pensando sobre o assunto. – Oliver?

— Quando você volta? – Perguntou por fim.

— Em breve. – Murmurei incerta. Pelos planos de Megan seria em uma semana a partir de agora, mas eu sentia que Oliver não ficaria feliz com a resposta.

— Quando, Megan. – Insistiu com tom firme. Esse era o homem que falou ser um tolo?

— Uma semana. – Cedi por fim. – Ainda há coisas aqui que preciso fazer. – Como treinar uma mulher para engana-lo, acrescentei mentalmente.

— Você não está em uma viagem a trabalho. – Afirmou. – Não há nada a mais o que você fazer aí.  Venha para casa, logo. Há assuntos que precisamos tratar com urgência. – Frisou. Fiquei gélida com o seu tom. Oliver não parecia um homem ansioso pela volta da esposa, ele parecia um homem prestes a entrar com os papéis do divórcio. Onde diabos estava Megan quando eu precisava?

— Oliver, eu não gosto do seu tom. – Comentei. – O que você não está me contando?

— Venha para casa e você saberá, me nego a falar disso por telefone. – Declarou.

— Oliver. – Chamei-o desesperada por minha própria situação. – Nós estamos bem, certo?

— Não estamos bem Megan, não quando você prefere passar tanto tempo longe de sua família. De mim. – Declarou. Então suspirou cansado. – Eu não quero falar sobre isso por telefone.

— Eu sinto sua falta Oliver, e das crianças. – Completei. Deus, era horrível tentar salvar um casamento que não era seu. Principalmente quando eu sabia que Megan não sentia nem um pouco saudades deles. – Você sabe disso não é mesmo? – Silêncio foi o que eu recebi. - Como estão as crianças? – Perguntei pensando que assim poderiam guiar um pouco a conversa em um terreno confortável.

— Eles sentem falta da mãe. – Murmurou impassível. Era isso, meu “marido” estava na postura de combate e um telefonema não iria amenizar o seu humor. – Escute, eu sei que você prefere não conversar por telefone com eles, mas Lexie está por perto, ela sente sua falta, e teve um mau tempo na escola, eu não pediria isso, mas...

— Eu adoraria falar com ela. – O interrompi chateada pelo egoísmo de Megan ir até longe. Ela havia assumido o papel de mãe das crianças, e pelo o que havia me contado, as crianças a amavam como tal. Seria pedir muito mesmo em meio a seus casos tirar alguns minutos para falar com seus filhos? Honestamente, falar com uma criança de cinco anos parecia muito mais empolgante do que falar com um marido irritado.

— Mesmo? – Murmurou surpreso. Eu não entendia como Oliver podia julgar Megan boa com seus filhos, se ficava surpreso com um gesto tão pequeno. – Me dê apenas um minuto e irei chama-la. – A pressa em sua voz me dizia que ele temia que eu mudasse de ideia. O que não havia chance alguma, por que no momento eu pensava que seria bem mais fácil conversar com uma criança de cinco anos do que um marido amargurado.

— Ok. – Murmurei embora percebesse que ele já não estava na linha comigo, provavelmente havia ido atrás da criança sem se importar em continuar conversando comigo. Nesse meio tempo me limitei a prestar atenção na rua abaixo, Las Vegas sempre agitada e repleta de turistas, maioria desses encarava tudo ao redor com o olhar abobalhado, ansiosos por desfrutar da cidade do pecado. Megan não havia dito, então eu apenas me perguntava se Oliver sabia que sua esposa estava aqui. Será que ele pensava que Megan estava em outro lugar? Na via das dúvidas era melhor eu não deixar nada escapar nesse breve momento em que eu conversava com ele. Mais tarde eu daria um jeito de perguntar a destruidora de lares sobre isso.

— Mamãe? – Pisquei surpresa ao escutar o chamado infantil. Eu me achava nova demais para ser chamada dessa forma, e nunca pensei na questão de filhos. Era difícil quando não se tinha nem um pretendente em mente, então, foi mais do que natural eu ter ficado muda a primeiro instante. Mas o que eu esperava? Que a criança me chamasse de Lis? – Mamãe? – Tornou a chamar agora mais hesitante.

— Hey linda! – Murmurei quando me recuperei da surpresa. – Como está minha linda garotinha? – Perguntei esperando que ninguém estranhasse a forma como eu falava. As poucas vezes que eu tive contato com crianças eu me desmanchava em elogios. O mesmo com cachorros e gatos. – Seu pai me disse que aconteceu algo na escola, o que foi?

— Eu briguei com Martha. – Confessou soando triste. – Ela estava falando mal do Will e a Srtª Adams me fez pedir desculpas a ela em frente a toda a sala. – Eu não tinha ideia de quem era Martha ou Srtª Adams, eu só podia deduzir que a primeira era uma coleguinha e a segunda sua professora. – Eu fui... – Escutei após sua hesitação sua voz soar longe, provavelmente checando a palavra com seu pai. – Eu fui suspensa.

— Você brigou com Martha. – Repeti tentando imaginar o que uma criança de cinco anos podia ter feito além de ter puxado o cabelo uma da outra. E como isso poderia ter terminado em uma suspensão.  – Como exatamente Lexie?

— Eu esperei a hora da do cochilo e cortei seus cabelos. – Pisquei incrédula. Provavelmente tentando deduzir se eu realmente tinha escutado a frase vir com um tom de orgulho. Deus me salve, mas parece que eu estava prestes a ganhar uma filha psicopata.  – Mas eu juro mamãe, foi um pouquinho de nada e eu usei a tesourinha sem ponta, Srtª Adams sempre diz que crianças precisam usar tesourinhas sem ponta.

— Eu tenho certeza que Srtª Adams também disse que crianças não devem cortar o cabelo uma da outra.  – Retruquei ainda horrorizada.

— Não, ela nunca disse. – Murmurou com ar inocente.

— Eu estou dizendo Alexia. – Murmurei séria. Até minha mãe teria se orgulhado do meu tom.  – Srtª Adams fez o certo, o que você fez foi errado, você sabe disso, não sabe minha linda?

— Eu pensei que a senhora ia rir. – Confidenciou surpresa. Megan era um péssimo, péssimo exemplo para uma criança.

— Talvez mais tarde. – Murmurei sincera.

— William riu. – Argumentou. – E papai, depois de ter brigado comigo.

— Eu converso com William depois, quanto ao seu pai... – Comecei pensando na voz profunda de Oliver. – Bem, depois converso com ele também.

— Você vai brigar com papai? – Perguntou com receio.

— Não querida. – Neguei. – Eu não gosto de brigar com seu pai. – Odiava. E mal tinha começado. Por que eu não tinha defesa alguma. Se eu fosse uma espectadora eu diria “Muito bem Oliver, termina com ela.” Mas eu supostamente era Megan, eu tinha que me defender. – Onde está seu irmão?

— Ele dormiu na casa de Arthur. – Falou em tom queixoso. – Papai não deixou eu ir também, ele disse que eu estou de castigo.

— Seu pai está certo. – Falei automaticamente. Para ser honesta eu ainda estava presa na imagem que vinha em minha mente de uma menininha loira de olhos azuis esperando sua coleguinha ir deitar para então cortar seu cabelo. Eu queria perguntar o que a tal Martha havia dito, mas eu sinto que estaria dando território para ela achar que sua atitude foi certa.

— Mamãe o que você vai trazer para mim quando voltar? – Perguntou erguendo sua voz de repente.

— Um abraço. – Murmurei divertida. Seu protesto foi escutado alto e claro em meu ouvido em forma de suspiro aborrecido, ao longe eu escutei uma risada profunda e decididamente masculina. – Você está de castigo, lembra?

— Mas papai me colocou de castigo, não você. – Argumentou.

— E eu disse que concordava com seu pai. – Retruquei. – Você não quer meu abraço?

— Eu quero. – Falou rapidamente. – Eu sinto sua falta mamãe. – Ouch. Meu coração doeu pelo tom triste da menina.

— Eu também sinto sua falta. – Murmurei tentando acalenta-la ao meu jeito.  – Eu preciso ir meu amor, mande um beijo para o seu irmão por mim. – Pedi. Ela murmurou um penoso “Ok” de volta. – Você pode passar de volta para seu pai?

— Estamos no viva voz mamãe. – Respondeu me deixando surpresa. Então Oliver estava escutando o tempo todo minha conversa com Lexie, inclusive o que eu falava. Fechei meus olhos me lembrando que eu mais uma vez eu havia começado com meu típico “hey”. Oh merda. – Tchau mamãe. Volte logo.

— Tchau linda. – Murmurei embora julgasse que ela não havia ficado para escutar minha despedida. – Oliver? – Chamei hesitante.

— Eu estou aqui. – Veio a resposta dita em seu tom profundo.

— Então, nossa filha foi suspensa. – Comentei por fim.

— Ela é avançada para sua idade. – Comentou divertido. – Eu acho que nenhum Queen ainda tinha atingido esse recorde.

— Você não devia ficar tão orgulhoso. – Retruquei.

— Eu estou surpreso. – Falou após um breve momento.

— Desculpe?

— Você nunca negou nada a ela. – Respondeu simplesmente. Ok, Lexie era mimada por Megan. Droga, é uma escorregada atrás de outra. – Mas eu gostei. – Completou.

— Ela nunca tinha cortado o cabelo de outra criança. – Tentei fugir pela tangente. – Eu preciso ir Oliver. Quando eu voltar podemos conversar melhor.

— Precisamos conversar. – Frisou. – E seria melhor se for logo. Não adie o inevitável Megan.

— Eu não vou. – Falei por Fim. – Oliver?

— Sim?

— Eu sei que você quer uma conversa cara a cara. – Murmurei surpresa comigo mesma por prolongar essa conversa. – Mas eu quero adiantar algo.

— O quê?

— Eu fico triste por esse casamento ter seguido esse caminho. – Murmurei sincera. – Você merecia mais, essa família merecia mais, eu gostaria que tivesse sido diferente. E eu prometo, que quando eu voltar, será para não me afastar mais. – Ao menos não até a própria Megan assumir de volta seu lugar e ter a decência de passar mais tempo com sua família. E se tudo ocorresse bem, ninguém notaria a troca. Um pesado silêncio foi à resposta. – Boa noite Oliver.

— Boa noite Megan. – Falou por fim. E então desligou. Para minha completa surpresa e decepção eu fiquei na expectativa de escutar aquela voz tão bonita e marcante chamar meu verdadeiro nome.

OLIVER QUEEN

Encarei o celular em minha mão enquanto assimilava a conversa que havia tido com Megan. Acho que surpresa seria a palavra certa para descrever o que eu sentia no momento. Comecei a ligação profundamente irritado com sua demora em voltar, e a certeza cada vez maior de que ela estava com um amante. Queria sua volta com urgência para começar uma conversa que ao depender do que seria dito, terminaria com a palavra divórcio. Mas então eu esperava que nessa ligação Megan jogasse seu charme usual, que tentasse aplacar meu mau humor com promessas de noites picantes, como era seu costume. Eu estava pronto também para não responder a esse apelo. Só que em vez da sedutora Megan, quem atendeu foi seu lado preocupado com a família, um lado que eu não via desde o começo de nosso casamento e que mesmo assim nunca percebi tão forte. A escutei conversando com Lexie por que precisava escutar seu tom ao falar com nossa filha, sempre foi alegre, despreocupado, e em algumas vezes, impaciente. Eu não costumo ligar muito por que tanto William como Lexie eram loucos por aquela que eles chamavam de mãe, ela ao seu jeito fazia seus gosto e os agradava. Havia também o fato de que Megan era mais nova do que Samantha e eu. Com seus 22 anos quando nos casamos, eu não esperava um profundo instinto maternal, nem o zelo e autoridade que vinha junto.

Megan hoje mostrou mais instinto maternal do que nesses dois anos que estávamos casados. Ela falou com Lexie com carinho e a repreendeu quando devia. E pela primeira vez não a mimou. Também não deixou de se lembrar de William que não estava presente.

Eu estava confuso.

Teria Megan falado dessa forma apenas por perceber que nosso casamento não andava bem? Será que ela tentava mostrar a importância dela para as crianças como prova de que deveríamos continuar casados? Não era algo que eu ignorava. A importância de tê-la como mãe de meus filhos, e certamente me prendia a pensar nas razões que haviam para seguirmos casados.

Ela parecia sincera quando disse que lamentava o rumo que nosso casamento havia tomado. Lamentava o bastante para ser honesta comigo e revelar se de fato havia um amante? Eu teria coragem de seguir com o casamento se a resposta fosse sim? E se não tivesse, o que fazia minha esposa se afastar tudo e de todos em tão curtos períodos de tempo?

Eu queria ter conversado mais com ela hoje. Havia uma doçura em sua voz que eu não me lembro de ter escutado antes. Eu queria que essa doçura se fizesse mais presente. Talvez assim, eu pudesse seguir com o nosso casamento.

— Papai. – Lexie murmurou segundos antes de pular em meu colo. Após falar com a mãe ela havia corrido para contar a façanha para Thea, agora exibia um sorriso feliz.

— Diga abelhinha. – Murmurei colocando o celular sobre a superfície mais próxima e a embalando. A inclinei fingindo que a derrubaria e ganhei uma gargalhada como resposta. Aproximei meu rosto do seu notando seu sorriso feliz. Eu amava meus filhos. Seria capaz de qualquer coisa apenas para ver esse sorriso.

— Eu gostei de falar com a mamãe hoje. – Falou abraçando meu pescoço.

— Eu fico feliz. – Respondi lhe dando um beijo no rosto.

— Ela vai demorar a voltar? – Perguntou ansiosa.

— Eu acho que não. – Murmurei refletindo sobre. – Eu espero que não. – Acrescentei.

— Papai, por que a mamãe viaja tanto? – Perguntou com seu pequeno cenho franzido.

— Eu não sei meu amor. – Murmurei com pesar.

Eu não tinha ideia.

Eu só esperava que ela estivesse falando sério e que dessa vez priorizasse nossa família.

Por que apesar de irritado, desconfiado e aborrecido. Eu também havia gostado de conversar com aquela Megan.


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Notas finais do capítulo

Prontinho. Espero que tenham gostado, e fico no aguardo do Feedback.

Xoxo, LelahBallu,



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