Cisne Negro escrita por Gerome Séchan


Capítulo 2
Story's End - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

(O título é um trocadilho com a palavra história -story-, o nome da cidade -Storybrooke- e o fim da cidade, que leva ao fim(?) da história dos personagens, o fim de suas vidas)
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Emma Swan está atrás de sua adaga e visita Storybrooke atrás do homem que a detém em sua posse: Rumplestilskin. Ela fará o que for necessário para recuperá-la... até mesmo sacrificar aquilo que ela mais ama.
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Personagens (sempre serão listados somente os principais):
Dark Emma | Regina | O Aprendiz | O.C. (não é self-insertion)



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Com um gesto, o mago encerrou o feitiço e a imagem falsa de Rumplestilskin desapareceu. A parede de sua casa estava de volta ao lugar.

—A ilusão funcionou. A nova Rainha das Trevas pensa que a adaga foi roubada. – ele disse, removendo o chapéu azul estrelado da cabeça e guardando-o no bolso da jaqueta.

— Que ótima notícia, mago, mas eu não estou muito animada. O próximo passo dela será voltar à cidade atrás de Rumplestilskin. – Regina questionou.

— Você não ouviu a conversa entre os dois? O último lugar que Emma vai procurar será Storybrooke. Eu deixei claro para ela que Rumplestilskin se evadiu daqui e desapareceu. Minha tarefa agora é criar uma segunda ilusão no momento oportuno e fazê-la acreditar que ela tenha chances de recuperar a adaga. Preferivelmente em algum lugar o mais distante possível. – o mago respondeu.

Regina, Belle e mais alguns moradores, como Archie, Mary Margaret e David haviam se reunido na casa do mago. Fazia apenas uma semana desde que Emma havia atacado a cidade. O primeiro lugar em que ela tinha pisado foi a casa de Rumplestilskin. Mas no caminho, ela havia deixado um rastro de destruição.

— Querer enganar as trevas é suicídio. Não vai demorar muito tempo até ela descobrir a farsa. Espero que tenha consciência de que até os seus poderes têm um limite. – Regina rosnou para o mago.

— Eu sei que essa sensação de impotência é a pior coisa do mundo. Mas tenha um pouco de paciência, Regina. Emma não encontrou nenhum de nós quando atacou a cidade. Não subestime o que não conhece. – ele respondeu.

Como era esperado, Emma vasculhou a casa atrás de Rumple e, na ânsia de tomar seu poder, sequer se preocupou em verificar se havia algo de errado. Por sorte, o misterioso mago havia conjurado uma ilusão poderosa, um doppelganger de carne e osso, que podia ser manipulado à distância. O feitiço foi o suficiente para enganar a loira, fazendo-a acreditar que Rumplestilskin estava bem e tinha voltado a morar em sua própria casa. Após uma batalha mágica que durou poucos minutos, Emma o havia aprisionado na mesma cela subterrânea onde estivera presa até poucos dias.

Mas Regina não estava convencida de que todos estavam seguros.

— Emma não tem motivo para voltar a Storybrooke. –o mago repetiu- Ela vai procurar Rumplestilskin na Floresta Encantada primeiro. Muito provavelmente em seu castelo. É para lá que vou direcionar meu próximo feitiço.

— E se esse tempo todo ela sabia do feitiço? Hm? E se aquele ataque de fúria não foi premeditado para nos enganar? –a mulher insistiu.

— Que vantagem ela teria em fingir para nós? De qualquer maneira, ela não faz ideia que vocês estão na minha casa. – ele rebateu.

— E se ela descobrir?

— Ela não tem como! Por mais que ela seja a portadora do poder das trevas agora, ela não tem como! Há formas de magia que as trevas desconhecem. Acha que as trevas são a força mais poderosa que existe? –o mago girou o rosto e fez um gesto de basta- Não adianta explicar. Vocês que mexem com magia negra acham que sabem de tudo melhor que todo mundo. Por isso não aceitam que existam certas coisas nesse universo que transcendam seu conhecimento. Há todo um universo de magia que simplesmente foge à lógica de vocês. – o mago sacudiu a cabeça.

Regina se limitou a desviar o rosto, ainda de braços cruzados quando Belle veio correndo até a sala, implorando para que entrassem no quarto. Havia algo seriamente errado com Rumplestilskin.

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Alguns dias atrás, nas catacumbas de um lugar longínquo...

— Temos um acordo, então? Eu tiro você daqui, você me ajuda com Arthur?

Emma aproximou seu rosto das barras da cela e encarou o feiticeiro com olhar fixo. O homem suprimiu um tremor que subiu e desceu pela espinha com a intensidade da expressão dela. Naquele jogo, ele era a presa e ela, o predador.

Sem alterar a voz em nenhum momento, ela disse:

— Você deve estar achando que eu sou uma completa idiota. O que foi que eu disse da primeira vez em que veio me procurar? Será que eu preciso lembrar para você? Não basta me libertar desta cela. Se quer a minha ajuda, vai me mostrar como faço para obter o poder que lhe mandei investigar.

O ancião removeu seu chapéu azul pontudo e enfiou o braço inteiro em seu interior. Seu comprimento desapareceu dentro de um vórtex mágico e reapareceu, trazendo consigo um objeto encerrado em seu punho.

O feiticeiro fez menção de entregá-lo à mulher, mas ela dispensou o gesto e materializou o objeto diretamente na própria mão. Os olhos de Emma cintilaram com uma luz vermelha e sua expressão se contorcia em triunfo até eles recaírem sobre o que ela estava segurando.

— Um pergaminho enrolado. –ela disse sem emoção, lançando um olhar incrédulo ao feiticeiro.

— Não subestime o que não conhece. Abra-o! –ele ordenou.

Com um floreio de mão, ela desfez a maldição que havia no selo e desenrolou sua fina estrutura. Na página, havia uma única frase inscrita em tinta vermelha e em um idioma que ela não reconhecia.

—O que é isso, velho?

O feiticeiro se apressou em recitar a primeira linha sem precisar ler o pergaminho. Ele havia decorado seu conteúdo há incontáveis décadas, desde que o recebera de seu mestre e conhecia a invocação de cor. Os olhos de Emma faiscaram ao perceber o truque sujo do ancião e ela pressionou sua garganta com um feitiço, sufocando-o para que ele se calasse.

— Bela tentativa. Está pensando que vai conseguir me amaldiçoar? Seu velho miserável. Você realmente acha que um truque desses funciona com a Rainha das Trevas?

A fúria em sua voz fez o ancião recuar por instinto. Com a outra mão, ela incinerou o pergaminho com chamas mágicas apenas para descobrir que, apesar do seu ataque, ele continuava intacto.

Prostrado no chão, o feiticeiro gesticulou, implorando que ela o deixasse explicar. Os olhos de Emma se estreitaram, preenchidos pela luz vermelha, e o contraste com sua pele alva davam a impressão de que ela era uma serpente.

— Se você tentar mais algum truque...

O homem emitia ruídos indistintos, desesperado, indicando que tinha desistido de tentar enganá-la. Ainda desconfiada, ela liberou a pressão sobre sua garganta, deixando que ele falasse. Se a explicação não a convencesse, nenhuma cela a impediria de esmagar seu coração naquele mesmo instante.

Sua vítima desabou no chão, arfando bastante. Em voz rouca, ele disse:

— Esta é a chave para ativar o poder que você me pediu, Majestade. Está tudo aí.

— Mentira! – ela vociferou, pegando-o desprevenido.

Mas o feiticeiro continuava sacudindo a cabeça várias vezes, repetindo um não agoniado.

— Essas frases não são um encantamento qualquer. As palavras têm poder, minha senhora! Essa é magia antiga, do tempo em que as trevas ainda não existiam. Eu juro para você: basta pronunciar a frase que o poder será seu.

Por um momento ela ficou sem ação ao ouvir o que ele tinha dito. Um tempo em que as trevas não existiam... a força maligna dentro dela se encolheu com esse pensamento, e Emma pode pensar com clareza por um instante. Então as trevas não eram eternas? Algo as criou, ou alguém. Mas como? E quando, onde, de que forma isso teria acontecido?

— Minha senhora? – fez o feiticeiro.

A voz trêmula de sua vítima restaurou na mesma hora a confiança das trevas e elas voltaram a dominar sua mente.

Emma encarou o pergaminho com desdém. Ela não confiava naquele sujeito. Falar uma frase? Estava fácil demais.

— Tem certeza que é só isso que eu preciso fazer? Você não está esquecendo de nada? Nenhum encantamento de ativação, ritual de sacrifício, nada mais é necessário?

— Mas é claro que não! Não é preciso maldições, nem preciso feitiços, nada. Apenas leia a frase. – a mulher ainda lhe encarava com ar cético - Ó céus, não entende o que estou lhe entregando?

Lentamente, Emma afastou o rosto das barras e lhe deu as costas. Ela se afastou de seu visitante caminhando a passos sinuosos, com a longa cauda de seu vestido negro serpenteando detrás de si.

— Eu espero que você cumpra o seu lado do acordo, assim como vou cumprir o meu. Você terá o que me pede. Uma vez aceito, um acordo com as trevas não pode ser desfeito. Se quebrar sua palavra comigo, você entenderá o verdadeiro significado da palavra consequência. –ela enfatizou- Não se esqueça, feiticeiro: toda magia tem seu preço. E nenhum é mais caro do que uma dívida feita com as trevas.


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Notas finais do capítulo

Qual será a identidade do feiticeiro?



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