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Quando foi mesmo que tudo começou-se a se complicar?... Perguntas e mais perguntas sem respostas rodeiam a minha cabeça. Me pego sempre a soluçar, com lagrimas escorrendo e com o nariz sempre fungando. Ultimamente, desde aquele incidente eu estou mais sensível. Estou odiando-me por estar chorando por algo que nunca existiu entre mim e o Castiel. Que ridículo! Chorar por algo que parece que nunca existiu. Eu acabei alimentando um sentimento que eu só sentia, e no final dessa história eu acabei quebrando a cara! Como sempre... Tenho essa mania filha da puta de ficar criado expectativas.

Deixo alguns soluços escaparem. Com receio de alguém me escutar eu pego o travesseiro e o coloco no meu rosto. Com um pouco de força e raiva eu o aperto contra o mesmo e por alguns segundos tranco a minha respiração. Escuto passos e vejo a luz do meu quarto ser acessa, segundos depois tiro o travesseiro do rosto e vejo o babá vir na minha direção e sentar-se na beirada da cama.

— Quer um conselho? ... Não pense muito, isso enlouquece qualquer um. — falou ele olhando para baixo e abrindo um sorriso. Parecia estar relembrando algo.

Me recostei na cabeceira da cama. Ainda soluçando e limpando os rastros de lagrimas que ainda haviam nas minhas bochechas, eu presto toda a minha atenção nele.

– Ela tinha razão... - riu ele. - ela sempre parecia ter razão naquele tempo.

– De quem você está falando? - pergunto confusa.

– Do meu primeiro amor. - falou ele olhando agora para mim. - ela me ajudou e muito na escola. E quando eu fiquei sabendo que ela iria embora, eu disse tudo o que sentia. Eu havia mudado por ela. Comecei a escutar as mesmas músicas, frequentava a mesma lanchonete. O mesmo caminho... Eu havia me apegado ao sorriso dela... Quando ela foi embora, meu mundo desmoronou por completo... Ah, eu daria tudo para voltar a sentir aquelas sensação inexplicáveis que eu sentia naquele tempo... Então eu sei o que você esta sentindo, eu também já senti.

Aquele silencio que nos cercava me deixava mais nervosa. Eu olhava para os meus dedos ainda inquietos pensando em algo para falar, e acabei me lembrando do sonho e da sensação sentida. E um rápido arrepio eu sinto passar por mim. Nós estávamos ali sozinhos. E uma vontade imensurável de chegar mais perto dele grita alto. Isso é errado... Querer ele mais perto. Mais perto para amenizar um pouco da minha dor. Eu estaria usando ele... mas...

E quando eu mesma percebo, percorro os meus olhos a procura dele, e eu encontro prestes a sair do meu quarto. Congelo.

– Vou deixar você sozinha. - sussurrou ele.

Quando ele gira a maçaneta a porta abre, eu salto da cama, caminho até ele e agarro a borda da sua camiseta. Sentindo o rosto quente e o coração acelerado, eu o olho. Ele me devolvia com um olhar confuso. Nesse instante um impulso percorreu a minha espinha.

"Que merda eu estou fazendo?"

Eu estava tremendo e ele percebeu logo de cara e fechou a porta em silencio.

– Lize...

– Não fala nada... Por favor, não me deixe mais confusa.

Ele ficou em silêncio. Meus os olhos cheio de lagrimas insinuavam algo diferente para ele. Eu respiro fundo e aperto com mais força a sua camiseta. Eu estava paralisada, e ao mesmo tempo me sentia patética por aquilo, mas não queria deixo-lo ir embora. É estranho. Sinto ele tirar as minhas mãos da barra da sua camiseta. Nós nos olhamos procurando uma resposta.

Ele segurou a minha mão enquanto a outra tocava de leve na minha bochecha corada. Pareceu como se o tempo tivesse parado. Então eu fechei os olhos, esperando que ele me beijasse, mas isso não aconteceu. Ele beijou-me na testa e eu pude ouvi-lo dizer algo como: "Não posso fazer isso de novo?".

Abri os olhos no mesmo instante que eu ouvi falar, procurando seu olhar, eu o encontrei sem jeito. Olhando para todos os lados, menos nos meus olhos. Soltou a minha mãe, e em silencio abriu a porta e saiu do meu quarto.

"Não posso fazer isso de novo?" penso nas palavras que ele tivera dito.

Agora fico me pergunta o que realmente aconteceu depois daquela praça, e se aquele sonho é mesmo um sonho...