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Ao abrir os olhos uma claridade imensurável me nocauteou, e automaticamente, fechei os olhos e fui abrindo-os conforme eles adaptavam-se a luz do local, quando comecei a distinguir as formas, ergui o meu corpo na cama um pouco tonta notei que as cortinas do meu quarto estava totalmente abertas.

Com à minha cabeça explodindo, deito-me novamente. Levo umas das mãos até à minha testa, no mesmo momento sinto-a bem quente e deduzo estar com febre.
Soltei um suspiro pesado, e destapei-me jogando as cobertas para o lado. Coloquei os pés descalços no chão e fiquei de pé, arrumei a calcinha que estava incomodando-me, peguei uma roupa qualquer para andar em casa, e uma toalha para me secar, e saí do meu quarto.

Me dirigi até o banheiro. Tirei à minha roupa, liguei o chuveiro, e fiz um coque bem alto e preso na minha cabeça. Estava me sentido cansada, talvez um banho melhorasse um pouco esse me cansaço. Entrei, fechei o boxe e deixei a água quente cair nas minhas costas. Pego o sabonete, e percorro o mesmo pelo meu corpo.

Estava me sentindo frágil, como se a qualquer momento eu pudesse me quebrar em mil pedacinhos. O acontecimento de hoje à noite, não sai da minha cabeça, o estranho mesmo é não conseguir me lembrar do que me aconteceu depois do parque... Por mais que eu me esforce para me lembrar o que aconteceu, eu não consigo... Isso é bem chato. Talvez, o babá tenha me achado perdida... Será que eu meio que dormi na rua? ... Se isso aconteceu, espero que nenhum conhecido tenha me visto.

Desligo o chuveiro. Abro o boxe, e pego à toalha dependurado e começo a me secar. Já seca me retiro de dentro do boxe, e com a toalha enrolada no corpo, olhei-me de cima a baixo no grande espelho preso na parede.

"Estou péssima."

suspiro, e vou até o armário preso sobre à pia e o abro, meus olhos percorrem por dentro do mesmo, e eu logo acho os remédios para gripe e dor de cabeça, pego um de cada, e de uma vez só tomo os dois. "Espero que funcionem." penso.

E por fim visto à minha roupa, e saio do banheiro. Não vejo nenhum sinal dos dois na casa, e deduzo estar sozinha. Descendo os degraus da escada sinto-me como uma verdadeira morta-viva à procura de "miolos". Entro na cozinha.

Abro todos os armários, mas não encontro nenhum vestígio de comida que eu queire comer, então abro a geladeira com a esperança de achar alguma coisa, mas nada. "Para onde foi toda a comida?" pensei, e dei mais uma olhada dentro dos armários para ter certeza que ainda não estava cega.

– Vejo que à adormecida já acordou. - dou um pulo ao escutar assim tão de repente a voz do babá. Viro para ele no mesmo minuto. - te assustei?... Foi mau. - sorriu ele colocando as compras em cima da mesa.

– O que...

– Onde as coloco Thomas? - surpreendo-me ao ver uma mulher entrar na minha cozinha. Ela carregava algumas sacolas também. Ela olha-me de cima a baixo, e sorri. - Oi, Lize!

Por uma fração de segundos antes de respondê-la eu fiquei confusa por nunca ter visto ela na minha vida, e ela saber o meu nome.

– Oi. - respondo ela ainda confusa.

– Thomas me falou muito sobre você. - disse ela soltando as sacolas encima da mesa, e vindo até mim.

– Falou? - jogo agora o olhar para ele.

– Na verdade, não muito... - diz ela. - Mas você não parece-me nada do que ele disse...

– Ele falou o que de mim? - pergunto ainda séria.

– Nada! - ele berra interrompendo. - Belle, acho que já esta no momento de você ir embora...

– Bem - ela olha para o babá e depois olha novamente para mim - ele disse que você era mimada, chata, insuportável, pior que criança... Que até o seu irmão era mais maduro que você, e tals... Mas você não...

Congelo. Olho para ele.

– Belle, você tem que ir embora, agora. - diz ele e pegando ela pelo o braço.

– Heey, esta me machucando assim. - reclama ela. - Desculpa, qualquer coisa Lize! - gritou ela sendo puxada pelo o babá.

Eles saíram da cozinha, e eu respirei fundo, tentando não fazer daquilo um motivo para chorar. Respirei mais fundo que eu pude. Olhei para cima, limpei algumas que tentavam escapar, tentei engolir o choro que estava cada vez mais chegando perto.

"Preciso sair daqui."

– Lize? - escuto a sua voz.

Olho para baixo tentando esconder as lágrimas que estava a ponto de cair.

– Tudo bem... Eu... É só... Só preciso ficar um pouco sozinha. - falo.

Caminho na direção da saída da cozinha, e ele me impede de passar colocando o braço na minha frente.

– Você tem certeza?... - faço que sim com à cabeça e ele tira o braço da minha frente.

As pressas subo os degraus da escada, Mike para na minha frente impedindo-me de passar.

"Onde ele estava?"

– O que aconteceu? Porque ta chorando? - diz ele olhando-me.

Tento desviar o meu olhar, mas ele faz questão de segui-lo.

– Não estou chorando. - falo não olhando em seus olhos.

– Esta quase, por que?

– Mike, só me deixa passar. - digo lutando para não chorar na sua frente.

– Primeiro que diz o porque.

– Eu... Eu não sei... Ta legal!? - não aguentei, e as lagrimas começam a escorrer pelo o meu rosto. Com as mãos tento limpa-las, mas parecia impossível. - M-mike... me deixa... Passar! - desabo na sua frente.

Dou-lhe um empurrão e faço ele se afastar, e assim pude ir para o meu quarto. Fechei a porta e me joguei na cama. Me encolhi fiquei ali pensando, por horas. Até que o sono chegou.

***

Queria que aquele momento nunca acabasse... Seu beijo era tão ... Doce, envolvente, apaixonante, viciante! Tudo a minha volta parecia estar girando devagar... Como um filme em câmera lente...

– Lize. Lize.

Acordo-me com o babá colocando um pano úmido na minha testa e me chamando. Abro os meus olhos e o vejo tão perto, como no beijo que tivera sonhado. Sinto o meu rosto ficar quente, e viro-me para o outro lado.

" Meus deuses, eu beijei o babá... " pensei fechando os olhos com força, e me encolhendo na cama. " Isso é tão estranho... Muito estranho! "

– O que você está fazendo aqui? - pergunto.

– Se você ainda não percebeu, eu estou cuidando de você. - disse ele.

Senti o meu coração acelerar como louco, só por lembrar do sonho, e das palavras que ele tivera falado. "Isso parece... é bobagem minha!"

– Não pedi pra você fazer isso. - falo.

– Não preciso da sua permissão. - responde ele. - esta com fome?

– Talvez. - digo.

– Se talvez, você estiver com a boa vontade de comer alguma coisa, eu vo deixa a bandeja aqui do lado seu. Agora eu vou dormir um pouco... Até amanhã.

Espero por um momento, não escuto seus passos, ou tão pouco à o barulho da porta se fechar. Estranhei. Sentei e me recostei na cabeceira da cama, olhei para o lado e encima do criado mudo, perto do relógio digital, vejo à bandeja com um copo de leite, bolachas de chocolate e algumas frutas cordadas. Olho para o meu quarto novamente, e ele estava um pouco arrumado.

"O babá fez isso tudo? " penso pegando à bandeja, e vejo assim o babá dormindo no chão. Ele havia montado uma cama ali. Fico encarando-o dormir, ou pelo menos eu pensava que eles estava dormindo até ele abrir os olhos lentamente, e olhar-me.

– O que foi? Vai comer. - manda ele.

– Saiba que eu vou comer porque estou com fome, e não por que você me mandou. - digo pegando à bandeja e colocando no meu colo.

Primeiramente começo à comer os pedaços de maças cortadas e descascadas. Estávamos em silêncio até ele resolver quebrá-lo.

– Eu queria me desculpar por ontem à noite... - escuto ele dizer.

– Pelo o quê? - pergunto confusa interrompendo ele de terminar de falar.

– Você não se lembra de nada ? - ele senta, e me olha.

– Lembrar do que ? O que aconteceu? - digo ficando nervosa. - não me diga que eu dormi na rua.

– Não. - ele começou a rir. - isso não aconteceu.

– O que aconteceu então? - falo enfiando uma bolacha na boca. - porque estava se desculpando? - falo com a mão tapando a boca cheia de bolacha.

– Por ter te dito, onde estava acontecendo o incidente de ontem à noite. Por isso.

– Isso... - fico em silencio. - você me chama mesmo irritante, mimada, e mais aquelas coisa que sua amiga falou? - falo não tirando os olhos do copo de leite. - você acha que o Castiel não quis ficar comigo por causa disso? Por que... Eu tentei mudar... E parece que nada funcionou... Talvez, eu não faça bem o seu estilo...

– Eu acho que você deveria ser você mesma. - diz o babá. - se ele gostar, ou não, o problema será dele que não sabe o que está perdendo... Perdendo uma garota linda, sensível, durona e quer mostrar pra todos que não e mas criança... você, eu meio que já passei por uma coisa parecida.

Olho para ele, e sem jeito ele sorri. "Talvez ele não seja um babá tão chato assim..." . Faço o mesmo.

Ele passa à noite acampado no meu quarto, e eu ali pensando no que ele tinha falado para mim, e o sonho do beijo.

É estranho... Mas eu quero sonhar com aquele beijo... Parecia tão real.