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Hoje tudo pode mudar com um simples sim, ou não vindo dele... E se ele dizer não? Ou se ele dizer, sim? Ou dizer que esta confuso? Ou dizer que gosta de outra? Não sei como irei reagir... Até imaginei-me saindo correndo e deixando-o plantado lá. Isso seria mesmo um desastre! Tenho que parar de pensar em como reagir, e concentrar-me mais na roupa. Não sei nem ao menos o que usar. Não passa nenhuma ideia por esse confusa cabecinha que tenho. Tantas roupas... mas não acho que eu deveria aparecer por lá com uma calça, tênis, moletom, óculos, e um coque. Iriam me zoar muito, e eu não quero isso.

Suspiro pesadamente. Sento na cadeira, e olho a bagunça em que o meu quarto se encontrava. Olho para a tela do celular, e vejo que haviam se passado vinte minutos, e eu não tinha nenhum sinal de vida da Zoey.

Sempre atrasada...Deve ter achado um garoto no meio do caminho.
E enquanto isso, o que devo usar?

Olho para a pilha de roupa em cima da cama, e para algumas estendidas e amassadas no chão. Dou um pulo quando escuto batidas na minha porta.

— O que foi? — pergunto.

— Tem uma amiga sua lá em baixo. — diz Mike depois de ter aberto a porta. — E esta dando encima do babá. — continua. — E se não for pedir muito, dá um jeito nela, estou querendo jogar.

— Já to descendo. — digo e ele fecha a porta. — a desgraça está aqui e eu esperando ela. — penso em voz alta e fico de pé.

Descendo os degraus da escada, posso ver Zoey sentada ao lado do babá. Parecia frustada. Claro, os dois estavam dando mais atenção ao jogo, e não no que ela falava com eles. E eu ri. Ela odeia ser ignorada.

— Oi, Zoey. Já conhece o babá? — digo chegando mais perto deles. Ela me olha confusa e sorri.

— Babá? ... Ele? Nossa! pensei que fosse um dos seus primos distantes. — diz ela.

— Ele não é meu primo, e mesmo que fosse, você daria em cima dele. E ele — jogo o meu olhar para o babá — e de maior. Então desista.

— Que bicho te mordeu hoje? Não seja tão má, Lize. — diz ela ficando do pé e vindo até mim. Vejo assim ela pronta para a festa. — você me conhece, ser de maior ou menor, não importa, o que vale é o amor.

— Amor? Desde quando você fala em amor? — começo a rir.

— Não vem! Vamos indo. — diz ela e me empurra até o meu quarto.

Ela entrou no quarto, e eu fechei a porta. Ela olhou para toda a minha bagunça e olhou para mim.

— Não achou nada legal, não é?

— Hum-Hum

— Sorte sua que você tem uma amiga como eu. Trouxe umas coisinhas para você colocar, imaginei que não acharia nada para colocar. — diz ela tirando peças de roupa da bolso que carregava. — coloca isso. Você tem que se arrumar rápido.

— Ahaam.

Estava prestes a abrir a porta do quarto, quando escuto Zoey me chamar.

— Onde você vai? — pergunta ela.

— No banheiro? — digo.

— Porque? Se veste aqui... Não tem nada aí que eu já não tenha visto antes. — senta-se na minha cadeira.

Ela tem razão, penso. Começo a me despir. Não me importei muito, mas estava um pouco incomodada sabendo que tinha alguém ali, olhando-me semi-nua.

— Você tem o corpo até que bonito, Lize. — diz ela. Olho na sua direção e a vejo com o celular nas mãos.

— Esta tirando foto? — sai quase num grito.

— Ei, relaxe... Não tirei nada. — diz ela guardando o celular.

— Mesmo? — pergunto desconfiada.

— Mesmo! Confie em mim. — diz ela convincente.

E continuei. Peguei a roupa e me vesti. Já pronta paro na frente do espelho e fico admirando-me. Estava usando um short, meia-calça arrastão por baixo. Uma blusa preta, estilo tomara que caia, bem justa. Mostrava bem a minha cintura.

— Senta aqui. — manda-me sentar na cadeira, e eu sento.

Ela pega um pente e com uma chapinha ligada na tomada, e quente, ela começa a dividir o meu cabelo e começa a passa-lo com cuidado. Não demorou muito, e ela já estava quase terminando. Quando termina, passa para o meu rosto, e começa a fazer a maquiagem. E para terminar, ela coloca um lenço preço a minha cabeça. Como uma tiara. Olho-me novamente no espelho. Quase não me reconheço.

— Você tem algum salto alto? — pergunta Zoey, e eu me viro para ela.

— Não.

— E a sua mãe?

— Ela tem vários.

— Você calça mesmo que ela?

— Sim...

Escuto vozes. Faço um sinal para Zoey ficar quieta e assim escuto Mike e o babá, com certeza estavam escutando o assunto do outro lado da porta. Caminho e abro a porta. Vejo os dois encarar-me com umas expressões de surpresos, eles tentam disfarçar, mas não rolou. Serrei o olhar para os dois.

— O que você dois estão fazendo exatamente em frente a minha porta?

— Hãããã... Primeiro! — diz Mike — Onde você vai? Segundo: Com certeza a mãe não sabe disso, e não deixou. Terceiro: Isso vai dar merda.

— Quarto: Não interessa á você, o que eu faço ou deixo de fazer — digo e dou um peteleco na sua testa — Quinto: Vazem os dois daqui!

— Acho que você não...

Antes mesmo que o babá pudesse terminar de falar, Zoey fecha a porta na cara dos dois.

— Chatos eles. — diz ela fazendo uma careta. — mas me conta, esta preparada para falar com ele?

— Sim e não...

— Garota, você é muito complicada!... Vamos ver os sapatos da sua mãe. — ela abriu a porta. Não vi eles. Caminhamos para o quarto da minha mãe, acendi a luz e fomos até a sapateira dela. Eu vi que a minha mãe tinha realmente muitos sapatos! Ficamos ali escolhendo e provando alguns. — Heey, coloca esse aqui. — diz Zoey entregando-me um sapato lindo, mas bem alto.

Coloquei eles nos pés e fiquei de pé. Zoey me olhou de cima à baixo, e mandou-me dar uma voltinha.

— E aí? Como estou? — pergunto.

— Se eu fosse um homem, ou preferisse garotas, com certeza você não escaparia de mim. — diz ela — quase nem te reconheço. — então ela começa a bater palmas. — minha missão está comprida. Agora vamos, estamos atrasadas.

— Vamos! — digo animada.

Saímos do quarto da minha mãe, passamos no meu, Zoey pegou a sua bolsa e eu um casaco. Descendo os degraus da escada, não vejo o babá e nem Mike no sofá. Zoey me joga um olhar e mexe a cabeça em sinal de "vamos logo!" , eu logo entendo, e com um pouco de dificuldade por causa do salto, apresso meus passos. Ela estava prestes a abrir, quando escutamos uma tosse falta, e viramos. O babá encarava-me sério, e Mike que estava parado do seu lado com um sanduíche nas mão, encarava-me também. E assim ficamos por alguns segundos, encarando um aos outros. Mike mexe a cabeça em sinal de negação.

— Que bosta. — disse ele, e depois foi sentar-se no sofá.

— Não pedi sua opinião. — digo para ele.

— Faça o que quiser, não estou nem aí. — diz ele.

— Que bom.

— É mesmo.

— Bem melhor assim.

— Verdade.

— Lize! Heey, vamos? — Zoey chama a minha atenção. Se ela não interferisse, eu e ele ficaríamos por minutos assim.

— É, vamos. — o babá ainda encarava-me. — perdeu alguma coisa? — pergunto para o babá.

— Que horas vocês vão chegar? — pergunta ele sério.

— Bem tarde. — respondo.

— Olha só, babá gatão, estamos atrasadas e não param de mantarem mensagens para mim, então... se quiser vir de trás então venha, não me importo, mas não nos atrase mais. Precisamos ir. Tchau, beijos e tenha uma boa noite. — diz Zoey abrindo a porta e puxando-me para fora da casa.

Caminhando pela rua escura juntamente com Zoey, olho para trás e vejo Thomas vir atrás de nós. Paro e cutuco Zoey, que olha para trás também. Ele para bem na nossa frente, noto que tinha colocado um casaco de couro sintético, bem estiloso.

— Não to acreditando. Você vai na festa? — pergunto.

— Yes. — responde ele.

— Ótimo, então ...

— Ótimo?... Ele... ele é o babá! — aponto para ele — ele deveria ficar na minha casa, cuidando do meu irmão, entende? E não indo numa festa! — digo ficando nervosa — ele não pode ir!

— Lize, querida, relaxa um pouco... Seu irmão já é grande o bastante para ficar sozinho na casa por algumas horas. E não acho que isso tudo seja por causa do seu irmãozinho. Relaxa, curte a festa, sempre te vejo na biblioteca.

— Tem razão.

Então continuamos o caminho para a festa. Eu caminhava ao lado do babá, enquanto a apressada da Zoey caminhava na nossa frente. Olho para ele, e vejo que mesmo estando de salto alto, ele ainda estava um pouco mais alto do que eu. E provavelmente eu estava na altura do Mike, então o babá deveria ter uns 1,80 por aí.

— Olha pra frente. — diz ele chamando a minha atenção. Eu ainda o olhava, quando ele vira o rosto para mim, viro no mesmo momento para frente. Desvio o olhar.

— Esta bonita hoje... — em? Foi comigo? Pensei e olhei para ele, que olhava para o céu, sem estrelas. — à noite. — termina.

Pensei que fosse para mim... Tiro os olhos deles, e fico me perguntando, se o Castiel vai me dizer que estou bonita hoje à noite.

— Você também esta bonita hoje. — diz ele. Encaro-o, e o vejo sorrir para mim, e levar a mão até a minha cabeça e a pousando-a ali. Por um instante me senti pequena estando ao seu lado. — esta diferente, mas bonita, admito. — continua ele.

— Obrigada, eu acho. — digo e desvio o olhar para frente, e o sinto tirar a mão da minha cabeça.

— Ôh, casalzinho, estamos chegando. — diz Zoey parada na nossa frente, sorrindo. — será que o babá não esta querendo a jovem Lize?... — diz ela brincando.

— Nada a ver — digo sem jeito — prefiro você calada.

Ele ri timidamente.

Continua...