And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 6
O Pigmeu Convencido


Notas iniciais do capítulo

Ah... o Frankie às vezes é terrivel...



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Depois do almoço, me tranquei no quarto e procurei o que fazer. Lá pelas 5 horas da tarde minha avó me chamou lá da sala e eu desci, pensando no que seria. Visita? Isso mesmo: Frankie!

- E aí, Natallie! - cumprimentou ele quando cheguei à sala.

"E aí o quê, seu maníaco do armário?"

*Que péssimo!*

Minha avó rapidamente o convidou para um lanche, por que de alguma forma sabia que eu estava zangada com ele. É, ela sabe ler mentes!

* Que péssimo nº 2!*

Subi para meu quarto e o Frankie me seguiu. Abusado, né? A gente sempre esperava o lanche lá em cima.

Sentei na minha cama e ele fez o mesmo. Continuei calada.

- Ah... daria para você parar de falar, por favor, Natallie? - ele perguntou, colocando as mãos nos ouvidos.

- Se a intenção foi fazer graça - comentei de braços cruzados -, você tá perdendo o seu tempo.

- Nossa, se tá pior do que de costume! - Frankie exclamou, tirando as mãos dos ouvidos.

- Por que será? - perguntei sarcástica.

- Eu respondo: você tá com ciúmes de mim!!!

ò.ó NÃO ACREDITO! QUE PIGMEU CONVENCIDO!!!

- Que modeesstia, hein? - disse.

- Você tem razão - ele concordou - Mas não há como negar que eu sou irresistível - continuou o "modesto".

- Onde exatamente? - ironizei olhando de um lado para o outro.

Minha avó chegou nessa hora. Frankie correu para ela.

- Vó, a Natallie tá me ofendendo!

*Putz que infantil!*

Comecei a rir percebendo como as atitudes do Frankie podem se reduzirem as de uma criança de 4 anos só para não se ter raiva dele.

Minha avó riu, deixou a bandeja de suco e biscoito (nossa, isso nunca fica ultrapassado...) e foi embora. O "bebezão" começou a atacar a bandeja e eu fiquei olhado com um pouco de nojo e ele colocar 6 ou 7 biscoitos na boca de uma só vez.

- ‘cê quer? - ele perguntou, de boca cheia.

Sinalizei que não, porque talvez vomitasse se comesse os mesmos biscoitos que ele.

"Confesso, eu tenho muitas frescuras mesmo não sendo do Clube da Luluzinha...".

Depois do lanche em que eu tomei só o suco mesmo, ele voltou para a minha cama (porque ele tava comendo no chão...) e disse:

- Ah, eu posso fazer uma pergunta? - E obviamente não percebeu que já tinha feito uma.

- Manda.

- Você não contou para sua avó sobre a minha pequena visita ontem, né?

- Devia. Mas tenho certeza que você sabia que eu não ia fazer isso.

Frankie abaixou a cabeça, como um pedido mudo de desculpas. Não precisava; minha raiva era passageira, não durava nada com ele.

Ele geralmente só ia embora lá pelas nove da noite, ou quando sua mãe ligava (aos berros, é claro). Então, exatamente às nove e meia da noite estávamos nos despedindo na porta da minha casa. Fazia frio na rua e ele puxava o casaco de moletom para junto do corpo todo vez que uma rajada de brisa passava.

- Você pode me ajudar num trabalho? - ele perguntou numa hora.

- Pra quando? - suspirei, cansada.

- Semana que vem - Frankie respondeu.

- Ah, claro que... - de repente, me lembrei do Bert e das aulas - não.

Ele pareceu surpreso.

- Por quê?

- Porque tenho que ajudar um colega semana que vem - não era bem a verdade e sabia o que ele ia perguntar depois: Que colega?

- Um da escola, ora - respondi, impaciente com o interrogatório.

- Seu namorado? - ele perguntou, displicentemente.

- Claro que não! - exclamei, corando sabe-se lá por que.

- Ok. Finjo que acredito - em seguida disse thau e foi-se. Entrei em casa, meio... perdida. Bert... não, era piração da minha cabeça.

Fui dormir com aquele "Seu namorado?" nos meus pensamentos. Não; era piração.

    

No dia seguinte, sem "cracs" também, fiquei decididamente tentada a não me levantar da cama. Não adiantou: Frankie, por algum motivo que só ele sabia, apareceu no meu quarto, pulou na minha cama e não me deixou em paz até eu decidir ir para aquele lugar "feliz" chamado Escola. Voltei do chuveiro e Frankie não estava mais no meu quarto; devia estar perturbando minha avó na cozinha. Enxuguei meu cabelo, vesti o uniforme e desci para cozinha.

O meu adorável amigo estava lá, tomando café com a minha avó. Ela ria, provavelmente de alguma piada maluca que ele deveria ter contado. Sentei-me à mesa, distraída da vida.

- O que você tem, Natallie? - ela perguntou depois de algum tempo.

- Hã? Nada... - e comecei a tomar café, pra fugir de qualquer assunto.

Pouco depois, já estávamos, eu e Frankie, andando pela rua. Mas, para minha (in) felicidade...

- EI, FRANKIE!!!

Virei-me antes do Frankie e vi quem o chamara (na verdade, gritara): Gerard Way. Ele vinha, ao longe, andando displicentemente com a sua turma de sempre. Frankie me fez esperar, parada ao seu lado, por eles. E tive, relutantemente, que ficar.

Não demorou muito e eles chegaram perto. Como eu previra, o Way fingia que escutava o Frankie e ficava me olhando. Aquilo já estava dando no saco.

"Aff, que expressão...!"

Nós seis fomos andando, uns ouvindo, outros falando e eu calada. Percebi que garotos só têm assuntos... ah... impróprios. Para mim, pelo menos. Nunca havia falado de coisas masculinas com o Frankie. Senti-me ainda mais excluída do que em qualquer momento.

E o Way continuava me olhando pelo canto do olho. Talvez ele ouvisse os meus pensamentos que diziam coisas como:

"Quanta porcaria! Esses idiotas não têm mais o que falar?"

"Aff, que vontade de dormir...".

"Será que existe vida inteligente lá fora?" *música do Arquivo X*.

"Eu ainda mato o Frankie"!

"Eu ainda ME mato"!

"Nossa... eu era feliz e não sabia...".

"Por que esse idiota tá me olhando???"

Chegamos pouco depois, mas eu não fiquei perto do portão com eles, segui meu caminho. Já sabia que não ia ver o Frankie no intervalo, já sabia que ele ia ficar conversando com Way & Company (esse é definitivo), então não adiantava perguntar nada. Mas...

*reparou? É cada surpresa hoje... *

- Natallie! - alguém gritara, às minhas costas. Virei-me bem a tempo de ver o Bert correndo lá do portão ao meu encontro. E... o Frankie o olhava surpreendido. Talvez já tivesse somado o dois mais dois e tivesse dado CINCO. Bert parou ao meu lado.

- Oi - cumprimentou ele, sorrindo (o que era BEM raro).

- Ah, oi. Vamo entrar? Tenho que guardar as minhas coisas...

Ele fez uma cara de desentendido, mas eu o puxei pelo casaco.

Soltei-o quando paramos perto dos armários. Abri o armário que me pertencia e comecei a pegar os livros.

- Você pode me explicar o que tá acontecendo? - ele perguntou, quando bati a porta do armário.

- Vem comigo.

Subimos rapidamente as escadas e chegamos à nossa sala. Sentamos no fundo, como sempre.

- Agora dá para você me explicar?

Sem querer, sorri. Ele pareceu ainda mais confuso.

- Não é nada. É só que...

- O que?

- Meu amigo. Você viu?

- Aquele cara que vive andando com você? O que tem ele?

- Ele não sabe que eu falo com você.

- E o que é que tem?

- Eu ia ajudá-lo com um trabalho. Mas me lembrei que já tinha prometido ajudar você.

- Aí você dispensou ele?

- Exatamente. Mas não disse que era você que eu iria ajudar. Agora ele vai ficar me enchendo a paciência.

- Por quê?

- Vai pensar que você e eu... que nós... é...

- Estamos namorando?

- É.

E então ele começou a rir. Não entendia a graça.

- Essa é a coisa mais absurda que eu já ouvi até hoje. - ele disse, tentando parar de rir.

- Porque não é você que vai ser sacaneado... - resmunguei, amarrando a cara.

- Bem-vinda ao clube - ele disse, chegando perto de mim e colocando sua mão em meu ombro.

- Tem certeza que é o mesmo Robert McCracken de ontem? - perguntei. Bert riu, cruzando os braços.

- Acho que não - respondeu, indeciso - Acho que você me mudou um pouco desde ontem.

O.o... What\'s?

- Talvez - comentei, corando um pouco.

Alguém entrou nesse instante na sala. Precisa dizer quem era? Ah... Gerard Way!

Ele pareceu meio surpreso (tanto quanto o Frankie) de me ver com o Bert, mas isso tomou lugar para uma coisa que até então não tinha percebido: ele olhava com raiva para o Bert.

"Não querendo ser ‘modesta\', mais seria por minha causa?"

Ele se sentou um pouco afastado de nós dois, mas não liguei. Continuei conversando com o Bert. Ele gostava de quase todas as coisas que eu gostava. Porém, quando o assunto era música... não entendia metade do que dizia. Fiquei escutando, esperando a campa tocar, distraída. Não demorou muito e todos já estavam em aula.

Filosofia - 1º aula!!!!

*Fazendo cara de criança com presente de Natal - HEEEEE!!!*


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Notas finais do capítulo

Constantemente me pergunto de verdade se existe Vida Inteligente lá fora (e aki dentro tbm, é cada demonstração de acefalia nesse Brasil...)...tsk,tsk...



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