And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto
Notas iniciais do capítulo
X) Não consegui pensar em nada pra escrever hj...ah, já sei!Boa leitura pra vcs!
Bom, deixa pra lá. É melhor eu ir mesmo.
Já estava andando quando encontrei o Frankie (que vinha correndo que nem diabo da cruz ao meu encontro). Fomos andando meio calados, como no dia anterior, mas dessa vez eu não tinha a menor vontade de quebrar o silêncio. De fato, eu não estou com vontade de nada hoje...
*Sou não digo isso pra ele porque sei que ele vai me sacanear...*
Chegamos depois de vinte minutos (e para minha alegria, nenhum daqueles imbecis estavam esperando na frente do portão.), entramos no colégio e paramos em frente dos armários, como de costume, e aturamos as piadinhas de sempre, pois isso também era costume.
- Vejo você no intervalo? - perguntei quando Frankie ia subindo as escadas para o corredor de sua sala.
Ele fez uma cara de "Ahhh... é melhor não responder...", mas sabia que se fingir de surdo não ia dar jeito. Ele desceu uns dois degraus e chegou perto de mim.
- Acho que não, Natallie...
- Por quê? - mas eu já sabia o que devia ser.
- Tenho que fazer uma... coisa. - ele evitava me olhar nos olhos (e isso é o sinal perfeito de que estão mentindo pra você) - Você não se importa, né?
- Que isso, nem um pouco - respondi sarcástica e fui embora, antes que Frankie tentasse se explicar (ou me enrolar...).
*Eu não sou burra, Iero!*
Entrei na minha sala, alguns minutos depois e fiquei meio chateada por não estar vazia - Ajuda se eu disser que eram as mesmas idiotas de sempre?
"Aff, eu quero morrer!"
Sentei-me no lugar de sempre, ao fundo da sala e tirei meu caderno da mochila. Pensei em escrever, mas eu tava sem inspiração alguma. Pensei em escrever sobre aquelas garotas que não tinham o que fazer da vida, exceto fingirem que eram as donas do mundo. Desisti da idéia, pois se mais alguém lesse o papel, eu estarei morta.
"Se bem que não seria tão ruim. Nossa, tô com cada idéia suicida hoje..."
Fiquei batendo o lápis no papel, sem ter imaginação pra nada. De repente, Gerard Way entrou na sala, junto do cabeludo do Ray. Algumas garotas mexeram com eles, com comentários maldosos e afins. Pelo menos, nisso eu e o Way estávamos empatados.
"Mas, convenhamos: não é isso que importa agora pra mim. Ainda não esqueci de ontem!"
Minha raiva aflorou subitamente. Frankie. O que será que eles iam fazer? Sim, eu tenho certeza que deve ter a participação do Way e Company nessa história.
*Acho que o Company ficou mais bonitinho... *.
O Way sentou alguns centímetros mais longe de mim e nesse intervalo mais gente chegou. Isso não era comum. Ou eu que perdi alguma coisa?
Sentia que quando ele não estava conversando com o Ray, estava me olhando. Percebia, pelo canto do olho, que os olhos dele desviavam-se do amigo e paravam no meu rosto. Eu não sabia se ficava corada ou enraivecida. Passaram-se mais alguns minutos e o Alan ou Albert (o que eu tinha esbarrado ontem) chegou à classe também, mal-humorado como todos os dias.
Finalmente a campa tocou e a prof.ª Rachel adentrou a sala de aula. Parecia mal-humorada com alguma coisa, que nem o Alan (ou Albert), e começou a aula exigindo prontamente o dever de casa.
"Que estupidez! Eu já entreguei o meu há uma semana!".
Ah, ela ensina Física. Isso sim é melhor que Biologia!
Assunto eu não me lembro no momento, mas houve um instante em que vislumbrei o rosto do Gerard e ele parecia não entender uma palavra do que a professora dizia. Tive que me controlar para não rir da expressão em seu rosto.
Ah, aula de Educação Física agora!
*Aff, eu prefiro Biologia*.
Eu geralmente faltava a essa aula, eu detestava e sempre inventava algo. Depois eu recompensava com trabalhos extracurriculares e tals para não ficar reprovada.
Por isso, em vez de ir com todos para a aula, me encaminhei para a biblioteca. Gostava de ficar lá e ler bastante. Ninguém me incomodava e tudo se tornava silencioso.
Estava procurando nas prateleiras um livro sobre Filosofia, pois adorava muito essa matéria. Escolhi um e me sentei em uma das mesas que ficavam na biblioteca.
Lia fazia algum tempo quando alguém apareceu às minhas costas e sussurrou:
- Então foi aqui que você se escondeu?
Assustei-me e descobri quem falava comigo: era ele, Gerard Way.
Era a segunda vez em dois dias que ele fazia isso. O que pretendia com essas aparições?
- Você me deu um susto - disse irritada.
Gerard sorriu.
- Não podia perder a oportunidade - respondeu ele, colocando as mãos nos bolsos - Por que não está na aula?
-Não te interessa - disse com maus modos - E você, por que não está lá?
Ele passou a mão pelos cabelos longos.
- Não estava a fim - respondeu entediado.
- Então procure algo pra fazer - encerrei, pegando o livro - Eu tenho mais o que fazer.
Andei em direção a porta. Meu braço foi puxado para trás.
- Quer fazer o favor de me soltar? - disse enfurecida com o Way.
Ele me soltou.
- Adoro essa sua ironia, sabia? - disse ele chegando perto de mim.
O.o - tenho que lembrar de não fazer essa cara sempre que ouço coisas desse tipo.
Corei um pouco e ele ficou sério. Não passava nada na minha cabeça no momento. Então me virei e sai o mais rápido que pude, antes que Way fizesse qualquer outra coisa.
O intervalo veio pouco depois e não poderia ser mais mal-vindo. Como já sabia que Frankie não estaria por perto, não me dei o trabalho de procurá-lo. E como não queria ficar na sala com o insuportável Clube da Luluzinha, sai pela escola, sem ter o que fazer, mas torcendo para não descobrir o que meu "adorável" amigo estaria fazendo.
Num corredor topei mais uma vez com o Alan, Albert, que seja.
- Desculpa - disse desanimada.
- Essa é a segunda vez que você faz isso, Hill - ele explodiu - Por que não compra uns óculos?! Não tem ninguém mais pra você esbarrar?
"Nossa, que exagero!"
- Eu já pedi desculpas - respondi sem me alterar - Não tenho culpa se é a segunda vez, você acha que é de propósito?
- Aff, não me enche...
- O mesmo pra você - disse, dando-lhe as costas - Tenho muito que pensar sem as suas "colheradas".
- Isso não me interessa - disse o Alan, Albert, ah... sei lá.
- Eu não ligo, Alan. - e fui embora.
Mas ele foi correndo atrás de mim e se colocou na minha frente.
- Do que foi que você me chamou?
- Ah... Alan. - respondi meio espantada com a pergunta - Não é esse seu... nome?
*Sou péssima pra decorar nomes... *
- Não - ele respondeu - Meu nome é Robert. Robert McCracken.
"Que nome, hein? Desculpa mais eu não vou lembrar nunca!"
- Você... você não sabia? - ele perguntou incrédulo.
- Ah... não. - respondi sinceramente.
*MAS EU SABIA QUE ERA ALGUMA COISA PARECIDA!*
E então, o McCracken caiu no riso. Devo ter feito uma cara de "ah..." e fiquei olhando seu comportamento.
- O que é que tem de tão engraçado? - não consegui evitar.
Ele me olhou, recompondo-se.
- Essa é a coisa mais engraçado que ouvi hoje - ele respondeu se controlando para não ter outro acesso de riso - Todo mundo sabe. É por isso que sou tão sacaneado. Quer dizer... não é só por isso... mas...
Não agüentava mais aquilo e o tirei da minha frente e continuei andando.
Desci algumas escadas e cheguei ao térreo, onde havia o corredor dos armários. Fiquei parada por ali até que uma garota (que eu obviamente não sei o nome) chegou perto dos armários e procurou o seu. Quando me viu, apenas disse:
- Ha, ha, ha... a namorada daquele anão de jardim...
*Putz, que criatividade!*
Ela devia ser da sala do Frankie e provavelmente mais uma patricinha. Mas quando ela abriu o armário...
- AHHHHHHHH!!!! - alguém saiu gritando do armário dela.
Bom, ela gritou também e saiu correndo.
Assustei-me também, mas isso passou: Frankie saiu de dentro do armário, com uma cara de que nada havia acontecido e ajeitando a gravata.
Ele deu de cara comigo e recuou.
- O que você tá fazendo aqui? - ele perguntou.
- Quem saiu de um armário foi você!- respondi - Eu deveria perguntar isso.
- Ah, mas foi muito engraçado! - ele se defendeu - A cara dela...
- O que você tava fazendo lá dentro?
- Ora, me preparando pra assustar ela - Frankie respondeu - E deu certo, né?
- Isso eu tenho que admitir, mas...
Fomos interrompidos por quatro garotos que saiam rindo detrás de uma parede.
*Adivinha quem eram esses garotos?*
- Foi demais, Frankie!- exclamava o garoto de óculos.
- A cara dela... - ria-se o garoto louro - parecia que tinha visto um fantasma...!
- Foi coisa de profissional eu diria - comentou o cabeludo, Ray - Andou treinando?
Só Gerard ficara calado. Frankie, aproveitando-se da situação se misturou aos outros três e ficou rindo. Eu olhava tudo pasma.
"Mas, é claro já sabia que eles deveriam estar por trás da obra...".
Gerard olhou para os outros, que riam escandalosamente e em seguida seus olhos desviaram-se para mim.
- Gostou do espetáculo, Natallie? - ele perguntou sorrindo maliciosamente.
- Suponho que poderia ter sido melhor - respondi, cruzando os braços.
- Talvez - Gerard replicou - Da próxima vez, você pode dar uns conselhos...
Ninguém percebia que eu estava prestes a dar um soco naquele imbecil.
- Isso não combina com o meu estilo, Way - disse sarcástica.
Ele ficou calado, sorrindo.
- Essa sua ironia... pode mudar o mundo sabia? - seus olhos se estreitaram - Não sei onde arranja respostas tão educadas...
A campa tocou em algum lugar. Virei-me e andei em direção às escadas. Gerard me acompanhou. Ficamos num silêncio carregado pela minha raiva. Ele nada dizia, só cantarolava baixa uma canção. *provavelmente uma do Iron Maiden... *
Fui para casa sem falar com o Frankie e para evitar que ele me seguisse peguei um outro caminho, o mais longo. Estava andando quando alguém me chamou pelo sobrenome:
- Hill! Espera aí!HILL!
Olhei para trás e vi Robert McCracken vindo em minha direção. Parecia impossível, mas ele estava sorrindo. Parou derrapando ao meu lado.
- O que foi agora? - perguntei exasperada.
Ele pareceu sentir que alguma coisa me deixara profundamente irritada e talvez devesse ter lembrado do esbarrão do intervalo. Passando a mão pelos cabelos (que eram tão longos e negros como os do odioso Gerard Way), ele disse, meio temeroso da minha possível reação:
- Ah, eu posso acompanhar você até sua casa?
"Nossa, esse mundo tá pirando mesmo. Acho que eu perdi alguma coisa...".
- Tudo bem - respondi, surpresa com aquele estranho comportamento de Robert McCracken.
Andamos a maior parte do tempo em silencio, mas isso acabou quando ele começou a falar de como detestava as aulas e etc. Eu ria às vezes, outras dizia que tudo era uma questão de esforço próprio e ele sempre respondia que para mim era fácil porque eu era um gênio e não sei o que mais.
"Tá, eu sou inteligente...".
Então Robert me falou de sua grande dificuldade em Física. Falou-me que se não tirasse boas notas nas próximas provas, estaria perdido. Fiquei meio preocupada com ele, apesar de ser a primeiríssima vez que conversamos.
- Ah, chegamos - anunciei, quando paramos em frente da minha casa. Robert olhou meio espantado o lugar que eu morava (vai saber por quê...). Depois disfarçou com um sorriso e abaixou a cabeça. Olhei para ele e disse:
- Se está tão desesperado - era como ler seus pensamentos - Posso te ajudar.
Ele levantou a cabeça e encarou-me tão surpreso como tinha olhado para a casa.
- Jura?
- Só se estiver realmente desesperado - brinquei.
- É claro que eu quero! - ele exclamou, os olhos brilhando - Onde eu assino?
Ri, não pude evitar. Parecia que nos conhecíamos havia anos. Sugeri que começássemos na próxima semana e nos despedimos. Dei-lhe as costas.
- Porque exatamente você tá fazendo isso, Hill? - Ouvi Robert perguntar de repente. Virei-me novamente e sorri:
- Quem sabe você poderia começar a me chamar de agora em diante de Natallie - disse para ele - Seria um bom motivo, Robert.
Ele também sorriu e colocou as mãos nos bolsos.
- Desde que você me chame de Bert, tá tudo bem - Ele olhou para o céu - Bem, tá na hora de ir... vai chover...
"Que estranho... Bert?".
- Thau, Hill... eh, Natallie - Bert disse, indo embora.
- Vai pela sombra, Bert - ri, chegando perto da porta e entrando.
Tinha ganhado um grande amigo e não sabia.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Aha! O proximo Cap. vem aí!
Cha!