And In This Pool Of Blood escrita por gaara do deserto


Capítulo 4
Surpresas ao Anoitecer


Notas iniciais do capítulo

Não culpem a Natallie por ser, possivelmente, possesiva.
Ela só não quer que o Frankie trilhe o caminho do Mal...
(Ohhhh... isso realmente foi uma desculpa esfarrapada).



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           Era tarde, devia ser umas 7 da noite e eu continuava deitada na minha cama, lugar em que instalara desde depois do almoço.

Minha avó tentara me convencer diversas vezes a descer pra cozinha e ir comer alguma coisa. Também percebera que eu tinha algo - e ela me conhecia como ninguém. Falei que sentia dor de cabeça, mas sabia que ela não acreditaria.

Frankie não ligara, não tinha aparecido e duvidava que fosse vê-lo ainda naquele dia. A raiva, que me consumia desde quando saíra do colégio, se misturava com um pouco de remorso.

Eu refletia deitada na cama, o porquê do meu desagrado (na verdade, ódio) para com aqueles garotos. Alguma coisa neles me incomodava e sabia que mais cedo ou mais tarde Frankie acabaria por se juntar a eles; eu conhecia bem o amigo que tinha: ele adorava bagunça, rebeldia, exceder os limites. Frankie tinha uma personalidade forte, era bem verdade. Ainda me lembrança do dia em que ele chegara ao meu quarto anunciando, radiante, que conseguira entrar em uma banda de rock (isso com apenas 11 anos).

"Que sono... tô vendo que esse imbecil não vai dar as caras por aqui mesmo. Mas eu não vou dar o braço a torcer."

Bocejei e comecei a cochilar. Minha mente imediatamente deu inicio a uma serie de sonhos curtos e sem lógica nenhuma, que incluía eu correndo atrás do Frankie com uma vassoura e outro em que o tal Ray estava Lendo um Livro e o resto das pessoas do colégio estava dançando valsa na biblioteca.

*piração, né?*

Até que... CRAC!

*Pedra na janela*

Acordei imediatamente. Levantei-me da cama e corri até a janela. Estava certa: era Frankie.

Abri a janela enquanto ele escalava uma escada que ficava lá fora (vai saber por que) e subia até o meu quarto. Afastei-me da janela e ele entrou no quarto, cambaleando um pouco no parapeito e acabando por cair no chão. Isso teria muita graça em qualquer outra hora, mas não tinha - Frankie estava bêbado.

Eu o socorri, pegando-o pelos ombros e o sentei na minha cama. Coloquei minha mão no seu rosto, que estava muito frio.

- Frankie, você tá bem? - perguntei desesperada. Ele me olhou, seus olhos demorando muito para focalizar meu rosto.

- Frankie, fala comigo... você tá bem?

Ele sorriu inocentemente. Comecei a ficar realmente preocupada e pensei em chamar minha avó.

- Oi, Natallie! Eu sabia que você ainda estava acordada! - ele começou a falar um monte de coisas sem sentido. Ia se levantar da cama, mas eu o empurrei de volta.

Seu sorriso desaparecera. Coloquei minha mão novamente no seu rosto frio.

- Porque você tá assim, Frankie? Fala pra mim, fala, sou eu, a Natallie - nossa, eu também já tô falando um monte de coisas sem sentido...

- Natallie - Frankie repetiu, franzindo a testa - Natallie... me desculpa... eu sou um idiota...

Fiquei olhando para aquele garoto que parecia às vezes muito engraçado, mas que devia ser por dentro tão frágil como qualquer pessoa. Frankie era muito esquisito mesmo. Mas ele era o único amigo que eu tinha. Ele me olhava como se a qualquer momento eu fosse expulsá-lo dali. Porém, isso era ultima coisa que eu faria.

Ele me abraçou e senti seu corpo todo tremer. Frankie dizia diversas coisas no meu ouvido.

- Me desculpa, Natallie... eu não queria... eu sou um imbecil... eu...

Acariciei seus cabelos lisos, pensando no que fazer.

- Calma, Frankie, é sério... eu também fui uma idiota. Calma... - eu tentava fazer o possível para acalmá-lo.

- Eu não quero te perder, Natallie... você é a única pessoa que se importa comigo... (N/A: Isso foi MUITO dramático, não?)

- Não diz besteira. Muita gente gosta de você - e de repente, meu ódio por aquele tal Gerard Way cresceu. Ele não sabia o mal que havia feito ao Frankie. E ia pagar caro por isso. Se bem que eu nem sabia o que eles tanto tramavam.

Bom, eu nunca havia enfrentado uma situação dessas, mas sabia mais ou menos o que fazer. Puxei Frankie da cama e o arrastei para o meu banheiro; liguei o chuveiro e verifiquei se a água estava gelada.

- Que é que você tá fazendo, Natallie? - ele perguntou quando fui ao seu encontro.

- Você vai ver. - Tirei o casaco do corpo dele e depois a camisa; ele tava realmente muito pálido e frio.

- Que é que você tá fazendo? - ele tornou a perguntar, com os olhos desfocados. - é engraçado...

"Frankie, eu te mato, sabe... mas não agora...".

Pedi para ele tirar os tênis e Frankie obedeceu rindo. Depois o conduzi até o chuveiro, não sem antes de ele perguntar mais uma vez o que é que eu estava fazendo. Ao primeiro contato com a água, ele reclamou e tentou voltar, mas eu o empurrei de volta pro chuveiro. Seu cabelo em pouco tempo ficou molhado e em seguida todo seu corpo ficou coberto de água. Eu ficava esperando Frankie voltar ao normal. Rezava para que isso desse certo.

"Cara, eu não sei por que eu ainda faço isso... mas eu acabo com aquele idiota do Way!"

Após 15 minutos debaixo da água, ele saiu meio tonto, é verdade, mas bem menos bêbado. Levantei-me do chão e fiquei esperando sua reação - se não tivesse dado certo eu teria que chamar a minha avó.

E então...

- Caramba, Natallie! - Frankie exclamou, levando a mão à cabeça - Porque você fez isso? Ai... minha cabeça tá explodindo...

Minha vontade era de dá um soco nele, mas não faria isso... agora.

- Aiii... - ele continuava a reclamar de cabeça baixa - Ai...

Coloquei minha mão no seu rosto e ele me olhou surpreso.

- Bem-feito - disse com todas as letras. E sai enfurecida do banheiro.

* nossa, como é que tantas coisas podem acontecer em um só dia? *

Frankie saiu atrás de mim e puxou-me pelo braço.

- Me deixa explicar.

- O que você tem pra me dizer, Frankie? - perguntei sarcástica.

Ele me soltou e sentamos na minha cama. Durante alguns segundos ele permaneceu de cabeça baixa e disse para os próprios joelhos:

- Primeiro: eu odeio água gelada...

"Vai começar a palhaçada, Frank Anthony Iero???"

-... segundo: eu realmente não queria ter feito isso com você. Só quero que você me desculpe. Foi burrice minha.

Bem, Frankie nunca reconhecia seus erros. Para mim isso era um progresso e mostrava que a humanidade ainda tinha jeito.

x) *que maldade!*

Frankie me olhou apreensivo. Porém, não havia a mínima chance de ter ficado com raiva dele. Principalmente porque minha raiva estava completamente concentrada no Way.

- Realmente não pensou que ficaria com raiva de você, né?

Ele sorriu menos tenso.

- Eu pensei um monte de coisas... - ele passou as mãos pelo cabelo - Mas, você me desculpa por todo esse trabalho que eu te dei?

- Claro, seu pigmeu!

- Não me chama assim!

- Mas é o que você é, ora!

Num segundo estávamos rindo. Não conseguimos evitar.

Ah, acabo de registrar que são exatamente 10 horas de noite. Frankie se assustou e disse que tinha que ir. Porém...

- Antes você precisa me responder uma pergunta. - falei para ele.

- O que?

Essa era a hora.

- Você não vai mesmo me contar o que tem com aqueles garotos de hoje cedo?

Frankie se assustou novamente. Parecia que estava travando uma batalha perdida.

- Por favor, Natallie, deixa isso pra lá...

Levantei-me da cama decidida.

- Como eu posso fazer isso quando o meu melhor amigo aparece no meu quarto completamente bêbado? - perguntei alterada.

- Não foi culpa deles. É serio.

- Queria muito acreditar nisso.

- Olha, Natallie - ele se levantara também - O que você tem contra aqueles caras? O que eles fizeram pra você?

Pensei na pergunta.

- Frankie, não é por mim. Eu tenho medo do que eles podem levar você a fazer.

*Ah, eu não consegui pensar numa resposta melhor *

Frankie se aproximou de mim.

- Natallie Alice Hill, pela ultima vez: eu nunca vou trocar você por aqueles caras - ele me olhou triste - Eu não sou um teleguiado... sei me cuidar.

- Eu sei, mas...

- Devia ter me explicado melhor: você me conhece há muito mais tempo e ninguém nunca vai tomar seu lugar, Natallie - Frankie me abraçou - Pare de se preocupar desse jeito, eu sei o que estou fazendo.

*Realmente não dá pra argumentar com esse pigmeu mesmo!*

- Eu tenho que ir agora...

Ele se virou para janela, mas eu o puxei.

- Que foi? - ele perguntou.

- Não tá esquecendo de nada não? - e o puxei até o banheiro, pois sua camisa e o casaco ainda estavam lá.

Frankie riu. E começou a se vestir em seguida. Encostei-me na parede e ri também.

- Queria ver o que ia fazer quando chegasse à sua casa e sua mãe te visse só de jeans... - e fiquei imaginando Dona Linda Iero tendo um ataque de nervos.

- Isso não tem graça, Natallie - mas Frankie riu também.

Voltamos novamente para frente da janela e ele ainda estava rindo. Abri as vidraças e Frankie escalou o parapeito, completamente sóbrio dessa vez.

- Thau, Natallie.

- Thau pra você também, pigmeu - disse com os braços cruzados.

Ele virou o rosto pra mim, serio.

- Você sabe que eu odeio esse apelido, né?

- Sei - respondi, beijando seu rosto - Vai logo, antes que alguém te pegue.

E ele foi.

Voltei pra cama e em pouco mais de 10 minutos adormeci, exausta.


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Notas finais do capítulo

Não sei fazer ninguém alcoolizado. Foi o melhor que consegui. Nem sei se bebida alcoolica é autorizada nos EUA para menores de idade...
Bom, eu tentei...



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