Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 5
Sonhos São Reais


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiii moçada! Hoje eu resolvi atualizar as minhas fics porque se o meu final de semana, que promete ser corrido, não ajudar, já estou abonada. :D

Espero que curtam e até depois! :***



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632728/chapter/5

Astoria respirava pesadamente. Procurava em suas memórias mais profundas e não se recordava de ter se sentido em algum momento assim. Estava satisfeita, e a sensação de realização lhe deixava abobalhada.

Ele era realmente perfeito, nunca poderia negar. As coisas que ele fazia seu corpo sentir eram as melhores possíveis. Seus beijos eram envolventes, sua pele masculamente perfumada e seu toque era firme e ao mesmo tempo, suave.

Draco era o homem dos sonhos de qualquer mulher, e ela vivia este sonho agora. A pele quente, afogueada e a respiração descompassada denunciavam estas sensações. Ele era dela agora, e ela se entregava sem reservas, sem obstáculos… Feliz…

— Astoria - ela ouviu uma voz distante interrompendo seu momento mágico, mas não deu ouvidos - Astoria.

— Hum… - respondeu sem animação.

— Já passa das oito. Acho que precisamos sair cedo, estou certo?

Astoria abriu os olhos e não pode conter um leve grito de susto. Afastou-se tão rapidamente que caiu do seu lado da cama completamente descomposta e sem entender ao certo o que estava acontecendo. Gemeu de dor ao contato com o chão.

Olhou em volta e reconheceu seu quarto tal qual era há anos e, com a respiração ainda descompassada, fitou o homem em sua frente, o mesmo que há instantes estava lhe tocando, lhe...

— Céus - falou baixo escondendo o rosto com as mãos ainda sentada no chão.

— O que houve, Tory? - ele perguntou sentando-se sobre a cama — Não pensei que fosse tão feio assim ao acordar - sorriu brincalhão.

— Não… Não é culpa sua, eu só… esqueci de tudo e não lembrei que estava aqui comigo, nada demais… Mesmo - ela tentou ser convincente.

— Você está bem? - perguntou um pouco preocupado — Estava gemendo agora a pouco. Fiquei preocupado.

— Ah… - sentiu a face esquentar violentamente. Sabia que estava como um pimentão de tão vermelha. Se mal disse internamente por isto — Estou bem sim. Estou me sentindo bem, obrigada. Er… Eu disse mais alguma coisa? - perguntou aflita sem saber o que realmente aconteceu enquanto dormia.

— Bem - ele sorriu debochado deitando-se com os braços cruzados sob a cabeça, olhando-a enquanto se levantava — Você falou meu nome várias vezes em uns poucos cinco minutos, e gemia muito, um gemido gostoso, entende? - o sorriso dele era o mais cínico que se poderia imaginar — Um gemido de satisfação genuína. O que sonhou?

— Não sonhei nada, é claro. - falou rápida indo para o banheiro, fechando a porta, mas não o calando.

— Certo, e por que gemia tanto, então? - ele sorria.

— Eu não estava gemendo, Draco. - a voz estava abafada pela porta fechada.

— Não, e o que era?

– Como vou saber? Eu estava dormindo, oras. Como vou saber se não está inventando?

— E por qual motivo eu inventaria algo desse tipo? Com qual necessidade?

— Não sei, Draco Malfoy. Realmente eu não sei. Mas não estava gemendo. Não lembro de nada disto.

— Tem certeza, Tory? - a voz era brincalhona — Para mim você estava sonhando comigo em uma noite quente de puro e delicioso sexo, estou enganado?

Não sabia o que responder. O silêncio imperou no ar por alguns instantes. Em seguida houve o som da água sendo ligada e da escovação de dentes, e o chuveiro parecia estar aberto no máximo agora. O silêncio continuou.

— É melhor você se trocar também. Saímos as dez. - falou após sair do banheiro envolta em uma toalha rosada.

— Claro - falou sorrindo.

Levantou-se da cama, tirando a cueca em seguida. Ela não se assustou audivelmente como da outra vez, mas não conseguiu conter o impulso do próprio corpo e fechou os olhos e virou-se, não sentindo que ele se aproximava dela.

— Como quer que me vista hoje? - a voz era provocante ao seu ouvido. Colocou as mãos em sua cintura e o corpo da moça formigou.

— Vista-se como quiser - ela respondeu desviando-se rapidamente do toque e indo em direção ao guarda-roupa.

— Acho que prefere que eu fique sem roupas. - falou sorrindo, mas ela não se virou.

— Não seja presunçoso. - adiantou-se para a cama colocando algumas peças de roupa sobre ela sem dar atenção ao loiro, pelado, ao seu lado.

— Tudo bem. Como quiser, Astoria. - provocou.

– Vamos, apresse-se e deixe de se insinuar. Vamos jogar basebol - dizendo isto, virou-se, mostrando claramente que a conversa havia acabado.

O dia estava incrivelmente radiante. O Sol brilhava fraquinho sob as nuvens, deixando o clima mais agradável que se poderia imaginar qualquer mortal. Borboletas voavam tranquilas, pássaros cantavam e as flores desabrochavam desavergonhadas numa perfeita manhã primaveril.

Astoria se lembrou da semana que antecedeu o seu “quase” casamento. Era primavera, mas ao contrário dos preparativos de Dafne, no dela chovia. Os animais se recolhiam escondendo-se da grande quantidade de chuva e não havia tanta beleza. Na verdade, não havia beleza alguma. Não havia flores nem borboletas. Nem mesmo um brilho discreto do sol.

A natureza me mostrando que o casamento não daria certo?”, perguntou-se em segredo.

— Astoria… Ainda sonhando comigo? - Draco perguntou aproximando-se dela.

— O que você tem? - falou aparentemente irritada — Não seja tão presunçoso. Claro que não sonhei com você... e nem estava sonhando agora. - respondeu embravecida.

— E o que poderia te fazer ficar tão compenetrada além de estar pensando em mim? - ele sorria maroto.

— Hum… Estava “apenas” - foi enfática no apenas - contemplando a natureza, "querido". A beleza deste dia. Está tudo tão lindo. Fazia muito tempo que não parava para olhar além das janelas de meu apartamento ou do meu trabalho. Percebi o quanto isto pode fazer falta.

— Te entendo. - ele concordou observando alguns pássaros — Realmente, este é um belo lugar para se viver, para descansar. Recobrar as energias. Tudo aqui é bonito. - ele a observava enquanto falava, mas ela não percebeu.

Astoria ainda estava mergulhada em suas lembranças. Não observou ou se quer notou a maneira carinhosa e cheia de admiração que Draco lhe oferecia. Ele sorria para ela. Observava seus detalhes, suas expressões. Ela, contemplava o horizonte, pensativa, absorta em seus pensamentos.

— Obrigada por tudo o que tem feito por mim, Draco. Jamais imaginei que você realmente viesse comigo - falou sem olhá-lo.

— Dei a minha palavra, não? - ele continuou olhando para a moça.

— Sim, eu sei - ela o olhou finalmente — Mas você disse que não ia para casamentos. Não acreditei que fosse aceitar o meu convite.

— Não precisa agradecer, Tory. De verdade.

— Por que não aceita fazer casamentos? - ela o olhou interrogativa.

— Entenda. Não é que não goste ou que não acredite em casamentos. Apenas acho que, na maioria das vezes, o casamento é uma questão de status, de representação diante de uma sociedade absurdamente hipócrita.

— Não pensa em casar? - continuou nervosa, tentando se explicar — Digo, não pensa em um dia parar e ter uma família sua, sei lá. Você entendeu.

— Eu entendi - sorriu de canto olhando para ela que se sentiu estranha — Para ser sincero, eu penso sim. Mas não este tipo de casamento, este onde tudo é pomposo e que apenas mostra aos outros uma condição de felicidade que, as vezes, é inexistente. Penso em um casamento sincero, na união de corpos e almas, em crescimento conjunto, contínuo, onde há entrega e verdade, não em contratos assinados ou demonstrações públicas de felicidade.

Astoria não sabia o que pensar diante destas palavras. Era, no mínimo, contraditório ouvir esse tipo de coisa de uma pessoa que vende seu próprio corpo. Pensou que precisaria rever seus conceitos. Julgar menos. Talvez viver mais.

Sorriu discretamente com os pensamentos e olhou novamente para a frente. Pansy parecia tentar agredir um homem há alguns metros adiante. Jason a segurava enquanto ela balançava as pernas e Dafne tentava controlá-la. Isto era a sua família. Sorriu novamente.

— Por que aceitou vir comigo? - perguntou olhando para algum lugar incerto.

— Não sei ao certo. Havia algo em sua voz que foi capaz de me convencer… - ele respondeu imerso em pensamentos, chamando a atenção da moça.

— Desespero? - ela o olhou.

— Sinceridade. - ele a olhou também.

Astoria o olhou fixamente. Parecia assustada com aquelas palavras. Ele a olhava também, profundamente, mas não havia a sombra natural da soberba ou do seu orgulho. Ele não estava, como no geral, sendo Draco Malfoy. Parecia sereno, verdadeiro.

Então ela sentiu uma fisgada forte em seu estômago, uma sensação nunca sentida antes, não que ela fosse capaz de recordar, e se viu envolvida no brilho daqueles olhos acinzentados, tão profundos, tão belos… “Como não reparei isto antes…?

— Vamos. Vamos logo com isto que eu já estou perdendo o resto de paciência que ainda cultivo. - Pansy falou grosseira se aproximando dos dois. Os olhos permaneciam vidrados.

— O que aconteceu? - Astoria perguntou ainda envolvida naquele momento.

— Um idiota que “disse” ter combinado com uns amigos para jogar uma partida de baseball. Mas já desistiu. Eu o fiz ir embora, porque se dependesse daqueles dois panacas ali - dirigiu-se a Jason e Edward — estaríamos sem ter o que fazer. Quer dizer, eu estaria porque, pelo que estou percebendo, vocês já estão bem ocupadinhos, não é mesmo? - sorriu da piada despertando a prima.

— Pansy…

— Sem lições de moral, santinha. E vamos logo com isto que eu estou louca para acertar a cara do Jason com o bastão.

— Pansy…! - falou repreensiva.

— Ok Madre. Então vamos logo. Você e o bonitão podem se pegar de noite, ou mais tarde, quando tiverem um tempo livre.

A garota corou. O rapaz sorriu enquanto acompanhava as duas. Pansy continuava falando de como poderia acertar a cara do Jason enquanto descrevia como quase surrou o paspalho que queria impedir o seu jogo.

Jogo este que ocorreu tranquilamente, porém a disputa entre Jason e Draco parecia ir além do passatempo. Astoria observava os dois. Achava que Draco era um ótimo ator. Sentiu-se bem ao perceber que ainda poderia ser disputada por alguém, ao menos pensava assim, e sorria com este pensamento. Sorriu e pensou de mais, e de repente, extrapolou.

Tentou, de forma frustrada, se mostrar sexy aos olhos de Jason. Astoria levou uma garrafa de água mineral aos lábios, e bebeu fazendo uma expressão que ela considerou “eu sou muito sexy”. Aos olhos de Draco, ela estava passando vergonha, e ao olhá-la repreensivamente sem acreditar que ela realmente fazia aquilo, a garota se envergonhou.

A cara sexy se transformou em “eu sou estúpida” e ao desequilibrar a garrafa, acabou molhando a camisa que usava. Agradeceu aos céus o fato de ser uma camisa de cor escura e, ao desabotoá-la, não percebeu, novamente, o olhar do loiro para ela.

— Está tudo bem? - ele perguntou discreto ao se aproximar dela.

— Sim, está. - respondeu sem olhá-lo, enquanto amarrava a camisa molhada.

— É a sua vez de rebater.

— Sim, eu sei.

Ela caminhou decidida, pegando o taco das mãos do loiro. Ele a acompanhou com os olhos, seguindo-a, se posicionando atrás dela e colocando as luvas nas mãos. A observava inclinando o bumbum numa segunda tentativa de se mostrar sexy e pensava como ela era boba por fazer aquilo e não perceber que toda a sua sensualidade estava no seu jeito de ser.

Bola perdida. Era de se esperar. Assim como Pansy, Astoria perdeu as duas bolas, fazendo com que o grupo que disputava passasse a frente com 5 pontos. Precisavam fechar para ganhar e estava, agora, nas mãos de Draco, a vitória ou a derrota.

Astoria se aproximou dele para entregar o taco enquanto ele tirava as luvas. Simulou um beijo em sua bochecha apenas para dizer “Deixei-o ganhar”. Draco sorriu. Apanhou o taco e a olhou nos olhos. Piscou. Ela ficou sem reação e se afastou.

Tudo aconteceu muito rapidamente. Quando se deu conta, Draco corria em volta do gramado, onde haviam delimitado o campo de jogo. Ele havia acertado a bola. Jason corria para alcançá-la. Pansy gritava apoiando Draco. Astoria queria gritar contra ele e então, ele a abraçou ao finalizar a corrida que lhes deu a vitória. Beijou seus lábios de forma apaixonada e ela se envolveu, deixou o corpo amolecer nos braços do loiro esquecendo momentaneamente de todos os xingamentos que deveria proferir contra ele.

— Você deveria estar me ajudando - sussurrou no ouvido do rapaz após seus lábios se desprenderem ouvindo Pansy falando atrocidades ao time perdedor.

— E eu estou, tenha certeza disto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Namorado de Aluguel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.