Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 4
Doce Ilusão


Notas iniciais do capítulo

Oi gente... Depois desse período sem Nyah, eis que voltei com um capítulo novinho para vocês.
E espero que gostem. A Tory tá meio perdida na vida, mas logo, logo ela se acha!
Boa semana a todos...



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A volta para casa não foi mais animada ou surpreendente que a festa de sua irmã. Também era estranha a forma como Draco segurava a sua mão enquanto estavam sentados no banco de trás do carro de seus pais e ela tentava disfarçar o espanto quando ele a olhava e a pegava observando a forma como suas mãos se encaixavam. Isto a deixou desconcertada e fazia com que suas tentativas de disfarce à situação fossem totalmente frustradas.

É verdade que seus pais, ou melhor, sua mãe, não ajudavam muito em toda a situação. Olhar a paisagem inexistente que passava através dos vidros do automóvel não lhe dava muita escapatória, e o fato de Draco ter colocado o braço sobre seus ombros enquanto respondia descontraído as perguntas impertinentes de sua mãe, apenas lhe deixava ainda mais sem graça.

— E então, querido. Há quanto tempo se conhecem? - ela perguntava os observando através do retrovisor.

— Tempo suficiente para me dar conta do quanto a Tory é especial - Draco respondia com tanta naturalidade que ela chegava a quase acreditar na veracidade daquelas palavras.

— Sei, sei... - ela continuou um tanto descrente - E como se conheceram, afinal?

— Mamãe, por que o interrogatório? - Tory interrompeu um pouco impaciente e acanhada.

— Porque eu quero saber de você, querida. Quero conhecer melhor seu namorado. Você sumiu de nossas vidas como uma verdadeira et descrente de qualquer possibilidade de melhora, da esperança ou de qualquer situação verdadeiramente boa que pudesse existir em sua vida, sem nenhum sentido, sem nada e reapareceu totalmente bem, ou melhor, surpreendentemente bem... Muito bem acompanhada... Preciso saber como isto aconteceu.

— Não sei o porquê de tanto interesse em minha vida...

— Minha filha, você conhece sua mãe muito bem. Sabe que ela não vai parar tão facilmente - o pai sorriu enquanto falava com a filha, dirigindo.

— Tudo bem, meu amor - Draco meteu-se carinhosamente e ela espantou-se com o tratamento recebido — Eu respondo à sua mãe. Nos conhecemos através de um anúncio em uma revista. Um classificados. Estava anunciando algo e a Tory se interessou em minha oferta. Me apaixonei imediatamente, assim que ouvi a sua voz através do telefone. Ela foi extremamente decidida quanto ao que queria, firme e obstinada, e eu me surpreendi. Desde então eu tenho tentado mostrar para ela o quanto é perfeita e especial - ele a olhou nos olhos e ela sentiu as bochechas esquentarem.

Realmente não sabia o que pensar ou como reagir. A única reação que conseguia esboçar era um assustado arregalar de olhos, para o qual ele sorria ao perceber, piscando-lhe o olho marotamente.

— O que você faz da vida? - a mulher continuou, quebrando o contato dos olhos.

— Sou terapeuta - falou e Astoria o olhou novamente, impressionada em como era convincente.

— Profissão interessante... - a mulher falou pensativa.

— É sim, mas eu gosto muito do que faço. Saber que posso ajudar as pessoas que me procuram é gratificante. Nada poderia superar esta sensação.

— E ela continua irritantemente certinha ou você conseguiu lhe tirar um pouco do juízo? - a mãe continuou, risonha — Acho que este foi o verdadeiro motivo de ela ter sido abandonada no altar. Ninguém aguenta uma garota tão puritana e politicamente correta assim.

Tory tinha os olhos ainda mais arregalados observando a sua mãe com espanto. Pareciam a ponto de saltar de suas orbes a qualquer momento. Não conseguia falar nada.

Seu pai tossiu, aparentemente desacreditado e constrangido com o comentário que havia ouvido. Draco, que assustara-se por breves instantes, recobrou em seguida seu sorriso mais amável, tirando o braço de cima dos ombros da garota e voltando a segurar a sua mão apertado.

— Posso dizer apenas que a Tory jamais me deixou em falta - a garota que olhava espantada para as costas do banco onde sua mãe estava, depois daquela pergunta totalmente sem nexo, voltou o olhar tão rapidamente para o rapaz que o movimento brusco feito com a cabeça fez com que seu pescoço estalasse e os ombros travassem com a dor — Ela é excepcionalmente perfeita em tudo o que faz - ele a olhou nos olhos, aparentemente apaixonado, e Astoria ficou totalmente perplexa com a profundidade de seus olhos e o seu dom para a atuação; era tão convincente. Deveria tentar a carreira de ator — Perfeita em todos os sentidos e em todos os momentos, e eu me sinto realizado por estar ao seu lado, por estar compartilhando estes momentos com ela.

— Você é tão perfeito que aparece não existir - a mulher sentada no banco da frente observou.

— Eu agradeço o elogio, senhora, mas sinceramente, eu existo. Como poderia estar aqui, sentado no banco de trás de seu carro ao lado de sua filha se eu não existisse?

— Por favor, me chame de Julie, e realmente, tem razão. Apenas não imaginava que minha filha tivesse capacidade para fisgar outro homem depois do fracasso de seu “quase” casamento, muito menos um como você.

— Obrigado novamente, Julie, mas a Astoria é uma garota encantadora. Ela seria capaz de ter o homem que quisesse aos seus pés se este fosse o seu desejo.

— Tem certeza que ela é tão boa assim? - a mulher arqueou uma sobrancelha em sinal de desdem.

O comentário da mãe fez Astoria mover o pescoço agressivamente mais uma vez, mas Draco permanecia inabalável e ela agradeceu intimamente aos céus a conclusão daquele martírio sem fim ao chegarem, finalmente em casa.

— Vou te mostrar o quarto de hóspedes, Draco - Astoria iniciou falando ao rapaz assim que entraram em casa.

— Quarto de hóspedes? - sua mãe perguntou, estranhando.

— Claro mamãe. - ela virou-se para Draco e começou a falar explicativa — A mamãe nunca gostou que a Dafne ou eu trouxéssemos nossos namorados em casa para dormirem com a gente. Uma regra que ela colocou, entende?

— Claro que não, Tory - ela falou como se aquilo fosse um absurdo — Você pensa que vivemos na idade média? Acha mesmo que não sabemos o que fazem? Ah, querida, por favor, você quase casou e sua irmã vai casar depois de amanhã. Seria absurdo de minha parte permanecer com pensamentos antiquados em relação à sexualidade de vocês duas. Claro que podem dormir juntos - ela sorria meiga enquanto falava e Astoria engolia em seco cada palavra — O seu quarto permanece da forma o deixou há 03 anos.

— Obrigada, mamãe. - a voz falhou.

— Sei que devem estar cansados - ela cochichava para os dois — mas caso resolvam se divertirem um pouco, por favor, tentem ser discretos. Seu pai tem tido problemas para dormir esses dias e o sono dele anda leve... Acho que teme um novo abandono, mas acho que dessa vez nada de pior irá acontecer, afinal a Dafne...

— Mamãe - Astoria repreendeu no mesmo tom de voz da mãe, pedindo que ela parasse.

— Não se preocupe, Julie - ele sorria — Seremos o mais discretos possível.

Astoria não sabia o que fazer ou como reagir diante dos dois. Subiu as escadas tão pesarosa que parecia estar indo em direção á forca. Sentia-se uma verdadeira condenada a morte. Não tinha esperanças para ela. Era uma fracassada. Uma idiota que levaria o peso do abondo eternamente e que, provavelmente, jamais conseguiria mudar a situação. Entristeceu-se. Sentiu um aperto no peito e uma vontade enorme de chorar.

Ao abrir a porta, um novo turbilhão de recordações. O quarto continuava idêntico. Nada mudara e ela sentiu uma nostalgia, uma saudade que há muito ela não vivia.

As paredes ainda estavam pintadas no tom rosa claro, escolhido por ela quando sua família mudou-se para aquela cidade, anos atrás. Os ursos de pelúcia, suas bonecas recebidas na infância, os cds de seus grupos favoritos, continuavam espalhados pelas prateleiras do lugar trazendo uma sensação estranha, uma vontade de se jogar naquele rio de lembranças, mas seu devaneio durou pouco.

Ela se distraiu dos bons pensamentos ao encontrar Draco olhando fixamente seus pôsteres de Air Suply e Lionel Riche. Ela constrangeu-se e apressou-se para ele, desviando-lhe a atenção.

— Ótimo gosto musical - comentou sorrindo marotamente.

— Olha só, as coisas não seguiram como eu pretendia. Não fazia parte dos meus planos que você passasse essas noites comigo, mas já que é assim, vamos colocar algumas regras - ela falava apressada enquanto virava algumas fotos antigas e constrangedoras, a seu ver, e escondia algumas coisas que lhe causavam certa vergonha.

— Como quiser. Você me contratou. Faço o que você quiser, do jeito que quiser - ele falou ao sentar-se na cama claramente divertido ao ver como ela estava agindo.

— Para começo de conversa, nada de ficar por ai me chamando de meu amor. Isso soa falso e nunca vai convencer minha família da veracidade dessa situação.

— Como quiser - ele cruzou a perna e relaxou o corpo, a observando.

— Segundo, essa casa é minha, essa família é minha e eu sei muito bem como trata-la. Não tente conquistar a todos com o seu charme porque isso não é necessário e eu não quero que essas mulheres que bem conheço fiquem o fim de semana inteiro dando em cima de você e babando por onde você passa.

— Está com ciúmes? - ele observou divertido.

— Ciúmes? - ela avermelhou — Mas é claro que não estou com ciúmes de você. Estou apenas tentando preservar sua saúde física e manter seu bem-estar enquanto estiver por aqui. Conheço minha família.

— Hum... Acredito que sou bem crescido e posso me cuidar sozinho, não acha? - ele a olhava de uma maneira difícil de desvendar. Não dava para saber o que ele pensava sobre tudo isto.

— Acho sim. E com a experiência que tem seria mais que desejado por todas... Enfim, mantenha-se afastado e seja discreto.

— Como queira, chefe. - ele brincou e ela desconcertou.

— Não me chame de chefe. Não gosto disso - ela falou sentando ao seu lado — Acho que devemos nos conhecer um pouco melhor. Eu não sei absolutamente nada a seu respeito e devemos ter uma boa história, sem furos, para convencer esse povo.

— Hum... - ele a observava nos olhos — Onde fica o banheiro?

— Hãm? - ficou ainda mais desconcertada com a mudança brusca de assunto — Tenho uma suíte. A porta é... Atrás daquele poster - avermelhou ainda mais indicando o local com a cabeça.

— Ah... Claro - sorriu engraçado ao ver o poster da Diana Ross — Quase não vi a maçaneta atrás de tanta cola e papel. Aparentemente foi uma adolescente feliz e realizada.

— Sim, eu fui - começou a falar o observando ir para o banheiro continuando seu monólogo em seguida, desapercebida — Tive alguns bons amigos na época. Aprendi muita coisa, chorei muito, mas me diverti muito mais... AH MEU DEUS!

Astoria assustou. Fechou os olhos o mais rapidamente que pode colocando as mãos por cima deles. Draco havia entrado no banheiro, e saíra dele completamente nu, andando à sua frente enquanto se dirigia a mala, retirando dela uma cueca e colocando-a sobre a cama, ao seu lado, depois, voltando para a garota, parando bem diante de seu rosto.

— Você poderia me emprestar uma toalha? Acabei de perceber que não trouxe uma.

— Claro - ela se desesperou ao se levantar, tímida e desastrada, fechando os olhos novamente ao ver o quão próximo ele estava. Virou-se de costas bruscamente e se desequilibrou, caindo sobre a cama, levantando em seguida e caminhando apressadamente até o roupeiro, estendendo o braço com a toalha para ele, sem virar-se.

— Pode ficar à vontade... Pode olhar, Tory. Faz parte do pacote - ele era tão sínico que dava raiva na garota e ela poderia bater ou xingar, se não estivesse tão constrangida.

— Acho... Acho que precisamos conversar...

Ela continuou e ele sorriu. Sua vergonha e acanhamento eram divertimento aos seus olhos, poderia dizer até fascinantes. Ela era fascinante. Então aproximou-se dela, pegou a toalha de suas mãos e seguiu para o banheiro, lhe respondendo de forma muito simples e educada.

— Já estamos conversando, Tory.

— Sim, eu sei que estamos - ela virou-se ao ouvir o som do chuveiro, voltando a sentar-se na cama, o coração palpitando rapidamente, porém sentindo-se segura.

— Por que você... Não me entenda mal... Mas por que você resolveu ser prostituto?

— Não sou prostituto, Astoria - ele não parecia ofendido - Sou um acompanhante de mulheres espertas.

— Mas... Como você começou com tudo isso? - ela perguntou angustiada.

— Na verdade, minha mãe era hippie e striper. Ela lavava a lingerie dela na minha banheira... Comigo dentro dela...

— Nossa... - Astoria sensibilizou-se e caminhou até o banheiro, sentando pesarosa sobre o vaso a fim de ouvir mais de perto a história.

— É... Bem triste. Cresci em meio a orgia e ao descomprometimento sexual. Quando me tornei adulto, não podia quebrar algumas regras em relação a intimidade e sexo que ela havia colocado, mesmo depois de passar a vida inteira vivendo no meio de tudo isto, e por isto, resolvi me libertar também, afinal, já conhecia naquela idade muito mais da sexualidade que muitas pessoas mais velhas que eu...

— Jura? - ela parecia surpreendida.

— É... - ele afastou um pouco a cortina do box e sorriu para ela — Eu tô te sacaneando.

— Como é que é? - ela irritou-se momentaneamente, e jogou a primeira coisa que viu contra ele, sua toalha — Seu imbecil. - respirou fundo e continuou virando-se de costas ao perceber que ele saía do box — Tem uma parte da matéria na revista que você diz que “toda mulher tem exatamente o romance que ela deseja” e isso me parece muito generalizado... AH MEU DEUS - ela virou-se e ele estava novamente nu a sua frente. Virou-se de costas outra vez, tapando os olhos.

Ele sorria de cada expressão e desespero que ela apresentava. Estava verdadeiramente se divertindo com o constrangimento de Astoria, e isto estava lhe deixando cada vez mais satisfeito de ter aceitado aquele trabalho.

— Você tem uma certa liberdade ao nudismo, não é? - perguntou constrangida.

— Não tenho problemas com o meu corpo? Acha que tenho problemas com o meu corpo? - provocou, mas ela não tirou as mãos dos olhos. Respirou profundamente antes de continuar.

— Você acha mesmo que eu quero ser solteira e infeliz pelo resto de minha vida? Acha que eu quero me prender a um homem que me enrolou por anos e que de repente, do nada, resolveu destruir meu coração?

— Bom... - ele falava enquanto se enxugava — Primeiro, nada na vida acontece de repente. E, segundo, eu acho sim.

— Como é que é? - ela ficou tão ofendida que virou para encará-lo, dessa vez, sem se reprimir pela nudez do outro. Sua raiva era mais forte que seus pudores — O que você acha que está dizendo?

— Tory, quando você finalmente relaxar e quiser realmente deixar de ser solteira e infeliz, você vai deixar de ser. Enquanto este dia não chega... Não posso fazer nada.

Dizendo essas palavras, ele caminhou até o quarto, deixando-a para trás, pensativa diante de suas palavras. Estava aflita, era tudo tão estranho e repentino. Ficava imaginando como a sua amiga Vivian havia lhe convencido de viver tudo isto. Então trancou a porta do banheiro e resolveu tomar seu banho também.

Momentos depois ela saiu enrolada em uma toalha. Draco a observou enquanto ela pegava uma das malas e levava até o banheiro. Quando saiu novamente, usava um pijama cor de rosa florido com pequenos ursinhos estampados. Encontrou Draco deitado em sua cama, de cueca, parcialmente descoberto, ainda lhe observando em seus movimentos. Ela não conteve a curiosidade e continuou.

— E você ganha bem? Digo... Não me ache intrometida, mas você é bonito, poderia estar trabalhando em qualquer outra coisa: ator, modelo, não sei... Desculpe... - ela falou tudo tão rapidamente que perdeu o fôlego.

—- Bem, obrigado pelo elogio. E sim, eu ganho bem. O suficiente para me manter bem. Felizmente não me faltam mulheres espertas precisando de companhia.

— Sei... - ela o observou rapidamente, pensativa.

— Quanto ao trabalho, eu sou formado em Literatura.

— Sério? - pareceu interessada, observando o rapaz.

— Sim. Já dei algumas aulas particulares, e realmente penso em voltar a sala algum dia. Quero escrever um livro. Quando se é "prostituto", se vê, observa, aprende e percebe muita coisa. Aprendi muito sobre a vida assim... Aprendo muito sobre as pessoas.

— Que interessante - ela sorria enquanto penteava os cabelos — Espero realmente que consiga.

— Obrigado. Eu também. E para acabar com sua curiosidade de uma vez, em uma determinada época de minha vida eu me meti em problemas, os quais não pretendo repeti. Precisei sair de casa para não prejudicar a minha família e acabei devendo mais do que devia. Um conhecido que estava metido no mesmo que eu me deu a ideia de ser um acompanhante de luxo porque ele também era, e disse que como eu era bonito e tinha um bom corpo, poderia cobrar relativamente caro e com isso pagar minhas dividas. Foi o que fiz. Então gostei da coisa toda, paguei todas as minhas dívidas e continuei. É muito bom conhecer mulheres de todo o tipo, com vários problemas, necessidades... Acabo sendo um pouco de muitas coisas: amante, psicólogo, confidente, amigo ou simplesmente uma companhia. Isso vai depender do que elas precisam.

— E do que eu preciso? - perguntou com curiosidade.

— Isso, só você pode responder - ele estranhou o fato de ela estar fazendo uma parede de travesseiros e almofadas na cama

— Tudo bem... Eu sei do que preciso.

— Certo - ele sorriu de canto - E como você soube de mim? Não parece o tipo de garota que costuma ler revistas de fofoca.

— Uma amiga me mostrou... Quando falei sobre o casamento de minha irmã - continuou deitando.

— Garota esperta, sua amiga - ele continuava imóvel, comum leve sorriso nos lábios.

— Nem sempre. Tem umas ideias meio estúpidas, as vezes. E voltou a se encontrar com sua família? - continuou, curiosa.

— Sim. Voltei.

— E eles sabem o que você faz?

— Sabem sim, mas preferem não comentar. Esperam que eu volte à Literatura.

— Entendo... - fez-se um silêncio constrangedor até que ela continuasse — Er... Bem... Quando estava conversando com o Jason... Como ele estava?

— Ele me pareceu um ser totalmente egoísta e... Inofensivo.

— Por favor, Draco. Fale sério.

— Ele pareceu atormentado.

— Atormentado como? Pareceu atormentado de ciúmes por ter me visto com você ou por que ele se arrependeu de termos nos separado?

Ela parou ao perceber que ele não respondeu. Apoiou-se na cama e observou que ele estava de olhos fechados, poderia então estar dormindo. Respirou fundo e sentou-se sobre a cama pensando em tudo o que estava fazendo e vivendo.

Olhou para o rapaz ao seu lado e pensou em como era bonito. Ficou curiosa quanto aos problemas nos quais se meteu e como foi capaz de se vender para resolvê-los. "Cada um com seus problemas. Cada um os resolve como pode. Veja você, julgando o rapaz que você mesma contratou pra mentir com você." Respirou fundo. Assim, deitado, Draco Malfoy ficava ainda mais bonito e ela observou sem demora, mesmo que se punindo mentalmente, cada detalhe evidente no corpo dele.

Se deitou virada para ele lentamente e não conseguiu resistir a curiosidade de continuar o observando. Ele era realmente um homem muito bonito. Podia-se dizer encantador se não fosse tão presunçoso. Mas assim, de boca fechada e sem destilar soberba, até que ficava agradável. Ele respirava calmamente e ela tentou mais uma vez, sem saber se ele a ouvia.

— Sabe... As coisas não saíram do jeito que eu imaginei. Nada na minha vida acontece como eu imagino. - suspirou quando não obteve resposta - Draco...

Virou-se e observou o teto ao perceber que ele não respondia, o movimento quase a derrubando pelo pouco espaço que sobrara de sua parece de travesseiros. Olhou para ele novamente, ou melhor, para suas costas. Ele havia virado também. "Que costas bonitas." Se repreendeu, rendeu-se ao desejo adolescente de comer as unhas e pensou... “O Jason me pareceu mais maduro... Sim, ele parece mais maduro agora...


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