Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 14
A Volta


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, como prometido - e ainda bem que tenho cumprido, segue o capítulo.
Esse está ainda mais triste que o anterior, mas as coisas agora começam a se "aprumar".
Como sempre, espero que gostem, e não esqueçam de comentar.
Um ótimo fim de semana e boa aula para quem, assim como eu, voltou à luta!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/632728/chapter/14

— Você não teria um voo pra mais cedo?

Draco estava no quarto que havia sido separado para Astoria e ele naquela casa. Ela ainda não havia voltado e ele aproveitara a quietudade do cômodo para fazer as malas e reservar uma passagem de volta para casa. Iria agora, se pudesse, mas sua sorte lhe havia imposto retorno apenas às onze horas da próxima manhã, no mesmo horário que estava marcado o casamento.

Só posso reservar até às dez e vinte, senhor. Caso não apareça, a reserva será desfeita.

Ele realmente poderia deixar tudo pago, mas exitou. Por mais que tivesse certeza que não havia mais esperanças, nutria no mais íntimo de seu ser a sensação que Astoria voltaria atrás, que retornaria para casa e conversariam. Que se acertariam, enfim. Mas não seria assim.

— Tudo bem. Pode reservar.

Caminhou puxando sua mala pelo corredor. Na sala, o senhor e a senhora Greengrass o olhavam sem entender muito bem o que acontecia. Ed estava sentado ao lado de Dafne, que não esboçava reação. Pansy caminhava de um lado para o outro em ponto de explodir, dividindo o olhar irritado entre Jason e Dafne.

— Tem certeza que não prefere ficar, Draco? - o senhor se aproximou prestativo. A mão solidária sobre o ombro do loiro — Desentendimentos são comuns. Espere ela voltar para conversarem.

— Eu agradeço, senhor, mas é melhor eu ir embora. Vou pegar um táxi e fico em um hotel essa noite. Volto para casa amanhã pela manhã.

— Espero que se entendam logo - o homem o abraçou e Draco sentiu-se estranhamente acolhido. — Sei que a Tory sente algo muito especial por você.

— Não tenho tanta certeza, senhor - falou verdadeiramente triste.

— Sei que não sou a melhor sogra do mundo, mas eu amo minha filha e fazia um bom tempo que não a via tão animada - a senhora Greengrass se aproximou —Não sei o que houve entre vocês, mas espero que resolvam, de verdade.

— Obrigado, senhora, e… Felicidades aos noivos - disse virando para eles. Ed agradeceu discretamente, mas Dafne apenais baixou os olhos murmurando um obrigada.

— Boa noite.

Ele saiu. A sensação de que estava abrindo mão de muita coisa o corroeu. Fechou a porta atrás de si e deu passos lentos enquanto olhava os arredores da casa, ainda esperando que ela aparecesse.

— Draco!

Olhou para trás e viu Ed fechar a porta atrás de si. Ele tinha o semblante entristecido, embora estivesse claro que não dividia o teor da recente descoberta de Astoria.

— Por que não fica? Eu não sei o que houve, mas tenho certeza que tudo irá se resolver.

— Obrigado, mas prefiro ir embora.

— É verdade… Cara, você não poderia ser mais perfeito. Parece até que saiu de um filme… Escolhido em um catálogo…

O silêncio que seguiu foi dolorido para o loiro que respirou fundo pensando naquele elogio. Realmente, era isto o que era: o cara perfeito saído de um catálogo para satisfazer as necessidades de quem quer que fosse. Sentiu-se abalado.

— Valeu Ed…

— Escuta, o anexo está desocupado. Passe a noite lá e pense melhor… E aqui, a chave do meu carro. Está na garagem. Caso não desista de ir embora, é só deixar no aeroporto.

— Obrigado, Ed. De verdade.

— De nada. Sei que ainda seremos da mesma família.

Draco não conseguiu conter o riso nem se afastou do abraço amigo. Pensou se Ed estaria falando desta forma se soubesse o motivo de toda esta confusão. Se soubesse que Astoria tinha descoberto que sua noiva tinha tido um caso com o seu melhor amigo. Preferiu não imaginar.

— Até mais. - Draco falou e saiu.

Astoria queria estar em qualquer lugar, menos ali. Queria voltar para seu apartamento, para suas cobertas e chorar. Chorar até não haver mais lágrimas em seus olhos. Chorar até que eles ressecassem e nunca mais tivesse como chorar novamente.

Estava tão triste que poderia explodir com tanta decepção, tanta falsidade e mentiras. Mas Draco estava repleto de razão: ela provocou tudo aquilo. Foi tonta o suficiente para confiar em Jason, para acreditar num possível entendimento entre eles depois de tudo o que lhe fez, e agora havia estragado tudo.

Havia visto Draco sair com o carro de Ed enquanto se aproximava de casa. Ele não a viu. Estava sério à sombra da noite e levava uma mala. Sentiu um soco gelado no estômago ao vê-lo sair. Queria correr na direção dele, se jogar na frente do carro, mas como sempre, não foi capaz. Covarde como sempre fora, se escondeu por trás de uma árvore e só avançou quando não foi mais possível ver o carro.

Ao entrar em casa, não dirigiu palavra a ninguém. Não queria explicar ou ouvir. Não queria pensar em nada. A visão de Jason e Dafne foi o suficiente para fazer a sua cabeça latejar de dor e seu estômago ter um súbito enjôo.

Não pode deixar de agradecer intimamente ao fato de ninguém ter lhe perguntado onde ou como estava. Em silêncio, ela caminhou até as escadas e rumou, pé ante pé, até o seu quarto.

Assim que fechou a porta, não conseguiu conter uma outra lágrima. E mais outra. Enxugou o rosto com as mãos e caminhou até sua cama, estranhando um pacote sobre o criado mudo. O pegou com ansiedade.

“Está tudo ai, pode acreditar.”

Chorou ainda mais. Aquele dinheiro parecia irreal. Tudo aquilo parecia não estar acontecendo. A dor de ter sido enganada por anos não era nada se comparada a dor de saber que ele não estava mais com ela, que não sentiria seu abraço ou a segurança que sua presença lhe passava. Sentou-se sobre o colchão e olhou para as mãos, deitando em seguida.

Nem mesmo havia tido tempo para a conversa que ficara para aquela noite. Ela não ouvira o que ele pensava dela, mas sabia que a única coisa possível era que ele a achasse uma covarde mentirosa que o julgara por sua profissão antes mesmo de conhecê-lo. Que havia sido enganada a vida inteira por sua própria irmã. Ele só havia lhe mostrado o quanto ela poderia ser forte, e agora ela não tinha - nem sabia - o que fazer. 

— Você tem razão, Draco. - falou para si mesma enquanto chorava - Te culpei por medo de você. Tenho medo de tudo isso. Sou uma covarde.

— Astoria -  era a voz de Dafne. Ela se sentou sobre a cama sem virar para a outra — Por favor, não conta para o Ed. - o tom de voz era melancólico.

— Claro… O Ed - Astoria falou displicentemente.

— Eu sinto muito. Eu sei que devo contar, mas não agora… Não antes do casamento.

— Claro… O seu casamento…

— Sim… Você sabe que o casamento tem que ser perfeito.

— É sim. Você tem toda razão. - ela levantou e encarou a irmã de frente —Precisa esperar a hora certa porque assim, quando ele descobrir que a noiva dele e seu melhor amigo tiveram um caso, ele não vai ficar completamente perdido já que você o convenceu a casar com ele debaixo de uma mentira.

— Tory, eu…

— Olha só, não se preocupa. O "seu" casamento vai ser perfeito. Eu vou estar lá sorrindo e brindarei à vocês, mas agora, nesse momento, eu não vou fingir que está tudo bem.

— Tory, eu sinto muito.

— Saia, por favor.

Ela respirou fundo. Estava triste demais para discutir, para fingir. Sentia falta, queria o seu abraço, agora mais do que tudo. Não entendia como conseguia ser sempre tão tola. Queria sumir. Sumir e reaparecer ao seu lado. Não se importava com Jason, com Pansy, com Ed e muito menos, com Dafne. A única pessoa com a qual se importava de verdade não estava mais ao seu lado e ela o acusara sem mesmo lhe ouvir.

— Como poderia te recuperar novamente, Draco? Como posso fazer você voltar pra mim? Preciso de você aqui comigo, Draco. Eu quero você aqui, mas sinto que não há mais meios. Você foi embora… E eu te perdi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso gente, espero que tenham gostado e não esqueçam de deixar sua impressão sobre esse capítulo também.
O que acham que vai acontecer agora que o Draco foi parcialmente embora?
Não deixem de opinar.
Grande beijo e até sexta com o penúltimo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Namorado de Aluguel" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.