Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 13
Duras Palavras


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem? Espero que sim.
Como prometido, segue o capítulo de hoje e nossa fic já está com gostinho de despedida. Teremos mais dois ou três capítulos, e espero que gostem do que estou escrevendo.
PS: Não me odeiem.



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A noite estava quente. Finalmente, só faltava um dia para o fim daquela tortura familiar e Draco pensava que nunca em sua vida havia feito um trabalho como aquele antes. Tudo estava sendo o oposto do que estava acostumado ou que já vivera. Uma família onde havia loucos, loucuras e uma cliente lindamente louca.

Como havia prometido, conversariam aquela noite. Resolveriam tudo. Não havia mais para onde fugirem. Sua experiência com mulheres lhe dava quase noventa por cento de certeza que Astoria sentia o mesmo, que também o queria. Que também tentaria e que, talvez, tudo desse certo entre eles no final.

Ela, como sempre, estava linda. Um vestido longo em um tom azul lhe deixava as costas parcialmente à mostra sob um delicado detalhe de rendas. Os cabelos desciam negros como aquela noite por cima de seus ombros. A maquiagem delicada evidenciava seus traços tão suaves e o sorriso era constante nos lábios, mesmo com todas as dificuldades, apenas lhe davam mais certeza do quanto ela era guerreira.

Uma mulher espetacular, admirável e que estava ali, ao seu lado durante aquele jantar de ensaio. Era a sua mão que ela segurava com tanto carinho em cima do colo. Era para ele que ela sorria daquela forma tão especial e era para ela que Jason olhava como um verdadeiro abutre que avista o alimento.

— Eu vou buscar mais vinho - Astoria falou para ele e lhe deu um beijo casto, mas cheio de sentimento.

Ela levantou e caminhou em direção à cozinha, onde havia uma adega acoplada. Alguns poucos instantes depois, enquanto os pais de Astoria discutiam fervorosamente com Dafne, Ed e seus pais sobre os últimos detalhes da cerimônia, Draco observou Jason levantar-se sorrateiramente e sair na mesma direção pela qual Astoria havia ido.

Draco nunca fora um homem ciumento. Na verdade, ele nunca havia sentido ciúmes relativos a algo ou alguém, mas o desejo de cuidar e proteger Astoria lhe deixavam irritado na maioria do tempo.

Não pôde, por fim, controlar o impulso de segui-los e usando a desculpa mais idiota que encontrou, pegou algumas garrafas vazias e as levou até a cozinha, onde poderia ter a certeza dos sentimentos dela - depois de observar a conversa dos dois como uma velha fofoqueira.

— Tory - Jason se aproximou sem fazer barulho.

— Ah… Oi Jason - respondeu inabalável. Ela mesma havia estranhado tamanha segurança.

— Tory, eu… Eu nem sei como te falar… Eu fui tão…

— Idiota? - ela não parou de escolher vinhos enquanto falava com ele.

— Sim. Sim, eu devo admitir que fui um completo idiota, mas… estou diferente, eu… nem sei por onde começar, o que dizer, eu…

— Jason, passou. Relaxa.

— Mas eu realmente acho que te devo desculpas. Eu não agi com você como deveria, como você merecia e agora você apareceu com esse cara e eu…

— Jason - ela finalmente o encarou — Isso tudo já passou. Deixa pra lá.

— Mas Tory…

— Olha, foi difícil, mas eu superei e bem, devo admitir que eu trouxe o Draco para te torturar mesmo. Queria que você se arrependesse de tudo o que me fez, das minhas lágrimas, da minha tristeza…

— Astoria, me desculpa por tudo isto, eu estava… - ele a interrompeu, sendo interrompido em seguida.

— Tudo bem, Jason. Não tem problemas, ao menos, não mais. Passou… E para a falar a verdade, alguma coisa aconteceu…

— Alguma coisa? - ele pareceu tenso.

— Sim - ela sorria bobamente — O Draco e eu… Bem, não importa. O importante é que eu estou bem e… Sério… Eu não aguento mais falar sobre essa nossa história.

Draco não conteve o sorriso. Quando viu que Jason se preparava para sair, apressou-se e tao silenciosamente quanto chegou, também saiu.

— Tory... - Jason parou e continuou — Você é uma mulher incrível e eu...

— Obrigada, Jason, de verdade. Mas essa nossa história, você e eu... Tudo isso já deu o que tinha de dar e, sinceramente, eu espero de coração que não se magoe com isto…

— Não. Eu não posso… - ele parecia ansioso e aflito.

— Tudo bem - ela escolhera os dois vinhos — Vamos subir. Estamos perdendo o jantar.

— Eu dormi com a sua irmã.

Astoria, que ia na sua frente, parou a poucos passos da porta de saída, como se as palavras tivessem paralisado o seu corpo. Ela não esboçava reação, mas forçou-se para virar e encará-lo.

— Como é? - a voz saiu baixa como um sussurro.

— É... Era isso que eu queria te dizer. Eu… Eu fiquei com a Dafne há uns três anos e foi por isso que eu não apareci no nosso casamento.

— Não acredito - ela falava consigo mesma.

— Quando você foi embora nós... Continuamos nos encontrando escondidos.

— Quando? Isso…?

— Ainda éramos noivos - ele foi direto — O anexo lá atrás, foi onde começou…

— Eu não quero ouvir.

— Astoria, me desculpe. A gente percebeu que era uma loucura. Que tudo isso era imoral e decidimos terminar, mas ela ficou noiva do Ed e eu percebi que a amo, que não quero perdê-la e eu não sei o que fazer…

— Você, por acaso, quer a minha ajuda? - ela estava atônita.

— Não… Claro que não, mas… Eu precisava ser sincero com você.

Ela não reagiu. Virou-se novamente e caminhou em direção a porta. Pansy ia entrando quando a encontrou em seu caminho. Estranhou o estado catatônico da prima, mas compreendeu quando viu Jason aparecer às suas costas com cara de barata tonta.

— Ah, não... Ah! Não. Seu filho de uma mãe - Pansy falou aflita para o loiro, tentando abraças a prima em seguida — Ele te contou? 

— Você sabia? - a expressão de desilusão se apoderava dela e ela se afastou do abraço. Sentiu-se enganada.

— Tory - Pansy tentou se aproximar novamente, mas ela se afastou e continuou andando — Tory, eu sinto muito, me desculpa mas…

Seus olhos encontraram os de Dafne e ela não poderia expressar em palavras o que sentiu naquele momento. O sorriso da irmã vacilou assim que ela percebeu o que acontecia na cozinha do local, vendo Jason e Pansy saírem em seguida da irmã e em um momento desesperado, se aproximou.

— Tory, por favor - Astoria rejeitou seu toque — Por favor, não conte ao Ed.

— Não se aproxime de mim.

Dafne cobriu os olhos enquanto chorava e Astoria finalmente sentiu um calor em seu corpo. Draco se aproximou e a abraçou. Ela não chorava, mas por dentro estava em pedaços. Sua família nunca foi um exemplo de virtude, mas isto já era ridículo.

Ela se deixou abraçar, sentindo seu corpo desfalecendo no abraço dele. Ao fundo, Jason, Dafne e Pansy os observavam. Ed se aproximava.

— Por que você contou pra ela, Draco?

Astoria ouviu a acusação da irmã e afastou-se como se tomasse um choque. Fitou os olhos acinzentados incrédula demais com tudo o que estava acontecendo. Draco não sabia o que fazer e ao vê-la correr, cair sobre a grama depois de desequilibrar com o salto, e se afastar, mas não pensou duas vezes e foi atrás dela

— Tory…

— Me deixa em paz.

Ela andava rápido e cambaleante enquanto chorava. Draco em seu encalço. Não poderia deixá-la sozinha. Não naquele estado. Não naquele momento. Se aproximou quando ela parou um pouco e lhe tocou no ombro, mas ela recuou. O céu estava escuro. As estrelas pareciam ter se escondido depois de contemplar aquela tristeza.

— Você sabia de tudo, Draco - ela chorava — Você sabia de tudo e não me contou nada.

— Astoria, não é bem assim…

— E como é? Você mentiu pra mim - ela o interrompeu, histérica — De todos eles… De todos, Draco... Você mentiu pra mim. Me enganou.

— Me deixa falar.

— Você não podia ter mentido. Devia ter me dito.

— Você queria que eu dissesse o que? - perguntou angustiado.

— Você não podia… - as lágrimas corriam por seu rosto — Deixou que me fizessem de idiota. Você mentiu pra mim, mas eu nem sei porquê estou tão surpreendida. É isso o que você sempre faz, não é? É assim que você vive. Mentindo… Porque você é um grande mentiroso e a sua vida é uma grande mentira - gritou e se levantou.

— Como é? - ele reagiu indignado — Você está me julgando? Logo você? É realmente perfeito ver a pessoa que me contratou como seu falso namorado sobre o pedestal da honestidade me apontando seu dedo da justiça.

— É… Você tem razão. Toda a razão. - os olhos estavam vermelhos e ela olhou para o chão. Não conseguia encará-lo — Você tem toda a razão porque… eu estava tão desesperada pra mostrar a todo mundo que eu estava bem que acabei pagando por uma mentira… uma grande e horrível mentira na qual eu fui a única que caiu.

— Tory…

— Eu queria poder dizer que valeu a pena… - falou olhando nos olhos de Draco, que sentiu um soco ao ouvir essas palavras.

— Parabéns Astoria - ele estava triste. magoado — Você está certa, como sempre - respirou fundo antes de prosseguir — Me odeie. Faça isso.

Ela não sabia o que pensar. Se sentia traída. Enganada. E o pior de tudo é que a dor que sentia por saber que Draco não lhe contou era o que mais a incomodava. Ouviu ele continuar, ainda atordoada.

— Você sabe que o seu relacionamento com o Jason nunca daria certo. Você sabe que a sua tentativa de reatar com ele foi e sempre será frustrada. Você sabia que nada disso daria em nada, então, por que não continua sentindo pena de você mesma? Se agarra a isso com bastante força e usa como motivo para acabar com o seu próximo relacionamento.

Ela queria gritar. Chorar ainda mais. Correr. Pedir para que ele ficasse com ela, mas a única coisa que conseguiu foi permanecer em silêncio enquanto via o loiro se afastar.


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Notas finais do capítulo

Então é isso, galera. Espero que tenham gostado, que não estejam com raiva de mim e que comentem, me dando a opinião sincera de vocês. Até sexta.
Um grande beijo e um ótimo final de semana!! :*



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