Namorado de Aluguel escrita por Andye


Capítulo 12
O Dia Anterior


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos e queridas. Postando mais um capítulo e informando que estamos mais perto do fim do que eu imaginava. :OOO
Mas é a vida. Nada é eterno, nem mesmo as fics.
Espero que gostem do capítulo de hoje e que não me matem pelo que irá acontecer :/



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A mente dela fervilhava. Estava ansiosa. Nervosa. Não sabia o que fazer… Tudo bem. Isto não era novidade. Dificilmente ela sabia o que fazer, mas as minhocas em sua cabeça a estavam deixando realmente desesperada.

Olhou através da janela do carro. O caminho pelo qual seguiam há quase uma hora começava, enfim, a mudar. Já conseguia ver a vegetação envolvente. As árvores, as frutas, as flores, os animais… Aquela Igreja de contos de fadas onde o seu conto de fadas virou um filme de terror. Suspirou.

— Tudo bem?

A voz de Draco lhe preencheu e aquela sensação gostosa de proteção apareceu novamente. Ele segurava sua mão entre as suas, lhe fazendo um leve carinho com o dedo polegar, ambos sentados no banco de trás sendo guiados pelo senhor Greengrass que conversava distraidamente com sua esposa.

— Tudo.

Conseguiu responder em meio a um bobo sorriso apaixonado. E como ela se sentia boba por sentir-se assim. Não sabia em qual momento acontecera, mas percebeu que não precisava mais de Jason para ser feliz. Compreendeu que havia formas mais simples para chegar a isto.

Queria lhe perguntar. Não conseguia manter trancada a curiosidade em saber o que ele queria lhe dizer. De certa forma, parecia que tudo e todos estavam trabalhando em conjunto contra eles, lhes impedindo de conversar.

"Astoria estava cansada. Além de cansada, estava curiosa. Desde que entraram naquele salão não conseguiu trocar mais que três ou quatro palavras com o loiro. A professora de dança descobrira em Draco um verdadeiro pé de valsa e os interrompia a cada dez segundos para lhe tomar o par e mostrar aos noivos como deveriam dançar; a leveza, o envolvimento.

Enquanto dançavam juntos, ela poderia dizer que ele sabia muito bem sobre o que queria conversar, mas tão claro quanto o seu saber era o sorriso que lhe dizia não querer mais tocar no assunto.

Como ela poderia não saber o que ele quis dizer? Não costumava ser curiosa, mas quando se tratava de sua própria vida, ela mudava este seu modo de pensar drasticamente.

Finalmente uma música mais calma e, finalmente, o par da professora voltara de algum lugar e a mantinha em seus braços, focada. Finalmente, mais uma vez, focava nos que realmente precisavam daquelas aulas: os noivos.

Draco, eu preciso perguntar o que…

— Shiii… - ele respondeu olhando fixo em seus olhos e depois, a abraçando, chegando os lábios provocantes em seu ouvido — Eu sei o que você quer perguntar - a voz era quase um sussurro e ela se viu impedida de falar — Mas nós teremos mais tempo para conversar depois. Esta noite seremos só nós dois, sem bebidas, sem contratos… Apenas nós dois, tudo bem?

Ela não conseguia responder, de fato. As pernas tremiam demais e o pulsar acelerado do seu coração não ajudava.

— Humrum… - balbuciou de forma idiota.

— Ótimo, Tory. Esta noite. Resolveremos tudo esta noite."

Esta noite. Não conseguiu conter um sorriso com o pensamento enquanto fitava entorpecida as mãos do loiro envolvendo as suas.

A tarde seguia tranquila naquele encontro de famílias. Poderia dizer que estava feliz por ter feito as pazes com Draco, embora não entendesse o verdadeiro motivo de se sentir tão feliz ao lado dele.

Sentiu uma contração leve no estômago. Aquele gelado que se sente quando se está apaixonada. O que faria quando estivesse novamente a sós com ele? Agora sem bebida, sem dinheiro, e, finalmente, sem mentiras ou enganações.

Repreendeu-se em pensamento. Não queria pensar naquilo. Não queria sobrepor sentimentos, embora não pudesse negar o que estava sentindo. Mas, mesmo que ele não a visse como uma cliente, era o que ela era. Depois de amanhã voltariam para casa e provavelmente não se veriam mais.

Respirou fundo. Tudo dependeria daquela noite. Seria decisivo.

Draco estava sentado ao seu lado. A conversa fluía solta entre todos e ele parecia um amigo antigo de sua família. Era incrível como ele se dava bem com todos, como era educado, como fazia todos sorrirem… Era incrível seu senso de humor, de espaço e de intromissão.

Draco se sentia à vontade entre todas aquelas pessoas. Os pais, a irmã, o noivo da irmã, alguns primos, pais do noivo… Parentes. Uma família estranha, irritadiça e cheia de falhas e temperamentos aflorados, mas que a esta altura, lhe parecia uma família de verdade.  Não aquelas famílias que se vê em filmes ou em contos de fadas. Aquelas famílias que se costumam ver em casamentos. Mas uma família cheia de erros e defeitos que passava por cima de todas as desigualdades para viver um momento de descontração como este que viviam agora.

E ele?

Bem, estranhamente ele se sentia parte desta família.

Conversava com todos e todos o tratavam como se ele fosse realmente um membro efetivo da louca e destrambelhada família, lhe envolvendo em piadas e críticas que faziam sua doce namorada olhar apreensiva às vezes, pedindo com os olhos que ele ficasse calmo e mantivesse o sorriso.

Manter o sorriso.

Isso era fácil para ele quando estava sentado ao lado dela, segurando a mão dela, partilhando o sorriso dela e sentindo o aroma dela. Astoria. A mulher que fez com que ele mudasse todos os seus conceitos sobre tudo em apenas três dias. E como ela havia conseguido tal proeza, ele não sabia.

Sabia apenas que estava nervoso. Sabia apenas que não sabia como seria quando os dois estivessem a sós. Quando ela finalmente decidisse que queria saber como ele a via agora e, principalmente, o que iria acontecer depois disto.

Preferiu então ficar calmo, ou tentar, e não passar na frente das situações. Tudo poderia acontecer. E ele trabalhava em sua mente as coisas que iria lhe falar.

Agora, ambos jogavam cartas com o senhor Greengrass e com Pansy. Ed estava à beira da churrasqueira preparando algo enquanto a senhora Greengrass combinava os últimos detalhes para a manhã perfeita que aconteceria no próximo dia.

Draco estava, como sempre, lindo e encantador com aquele moletom cinza que evidenciava ainda mais seus olhos, as mangas arqueadas até os cotovelos. Astoria imaginava que havia tirado a sorte grande ao ler aquela revista idiota, e ainda mais ao ter convencido o acompanhante que não fazia casamentos a acompanhá-la ao casamento de sua irmã.

— Titio, sinto muito, mas acho que vamos perder novamente - Pansy se mal dizia estudando suas cartas — Eu sou péssima com cartas.

— Ainda não é a hora de desistir, minha jovem. Vamos continuar - o senhor falava brincalhão.

— Eu vou dobrar a aposta - Draco colocou mais algumas castanhas sobre a mesa.

— Eu pago pra ver - o senhor Greengrass também aumentou sua aposta de castanhas.

— Astoria - Draco falou decidido, sabendo que ela tinha as cartas certas.

Então, ela depositou, em meio a um sorriso, as cartas sobre a mesa lhes dando novamente a vitória. Pansy estava claramente irritada com mais uma derrota e ousou trocar de dupla desculpando-se com o tio flertando descaradamente com Draco diante de sua prima.

— Pansy - Astoria a repreendeu enquanto sorria.

— Ah, Tory. Deixe de ser tão egoísta. Não custa nada. Você já tem esse pedaço do céu todo pra você o tempo inteiro… Isto é só um jogo, não vai arrancar pedaço nenhum.

Draco sorria em conjunto com o pai da garota. Pansy fazia bico e estava claramente tentada a sequestrar o namorado da prima para ela, se pudesse.

— Você sabe que só não sequestro o Draco e tomo ele pra mim por sua causa, priminha. Porque te amo como uma irmã e jamais faria algo que saberia que te faria sofrer.

— Sim… Eu sei… - Astoria sorria também.

— Vocês viram a Dafne? - Ed os interrompeu.

— Não… Ela estava aqui agora a pouco - Tory falou enquanto os outros permaneceram em silêncio.

— É que eu gostaria de servir o churrasco pra ela antes dos outros.

Astoria não pode conter um riso abafado diante da cara de tristeza do futuro cunhado enquanto Pansy fazia cara de vômito ao colocar o dedo dentro da boca.

— Ed, alguma vez nesses dois anos, por acaso, vocês discutiram alguma vez? - Astoria perguntou curiosa.

— Não… Não que eu lembre.

— Minha nossa… - ela não conseguia conter o riso e acreditar no que ouvia.

— Sabe… Uma vez alguém me falou que fazer sexo para fazer as pazes é melhor do que apenas fazer sexo… - Ed continuou pensativo.

— Mas pelo jeito o casal perfeição nunca vai saber o que isto significa - Pansy falou claramente irritada.

— E se eu for naquela mesa e comer o churrasco antes da Dafne? - Astoria ameaçou zombeteira. Draco ainda não tinha lhe visto de tão bom humor como agora. Ela estava incrível naquele macacão branco. O cabelo amarrado para trás deixava seu rosto e pescoço à mostra, e ele estava gostando de olhar para ela assim, tão livre e desinibida.

— Ela vai ficar irritada.

— E vocês vão brigar? - ela sorria ainda mais enquanto se levantava.

— Não sei - ele estava atento ao que viria depois.

— O que acha de tentarmos, Pansy?

— Acho o máximo.

Antes mesmo de terminar a frase, Pansy já corria em direção ao churrasco. Astoria sorria enquanto corria atrás, um pouco desajeitada devido ao salto do sapato que usava, mas incrivelmente feliz. Draco não pode deixar de rir da cara de espanto que o Ed fez e da cena cômica dos três correndo, as garotas passando o prato de carne entre as mãos enquanto o noivo as olhava com espanto.

— É, Draco… Parece que você tem jeito com as mulheres - o homem falou chamando a atenção do loiro.

— Imagina.

— Sim, você tem. O que acha de usar esse seu jeito com as mulheres e me faz o favor de ir buscar a noiva. Acho que ela deve estar no anexo. Lembro que ela sempre gostou de ficar lá.

— Claro.

— Obrigado.

Enquanto se dirigia ao anexo da propriedade, Draco não pode deixar de contemplar a beleza daquele lugar. Era incrível. A quantidade de animais, as árvores, borboletas… Como Dafne havia falado algum tempo atrás, parecia um cenário de conto de fadas. Não poderia ser mais perfeito.

Ele percebeu que a porta do anexo estava entreaberta e se aproximou imaginando encontrar a noiva desaparecida. Infelizmente, não foi a única coisa que encontrou.

Jason segurava Dafne nos braços com firmeza e a única coisa que ele ouviu antes de ser visto foi à voz de Dafne dizendo que amava o Ed. Jason se afastou assim que viu o loiro e saiu sem falar absolutamente nada. Dafne parecia desolada.

— Desculpe ter interrompido vocês. Seu pai me pediu para te procurar.

— Não tem problema - ela respondeu ainda desorientada.

— Está tudo bem, Dafne?

— Sim, Draco. Obrigada - ela caminhou até um sofá, sentando-se ali. Parecia pensativa. Saudosa — Sabe… Meus pais, a Tory e eu sempre vínhamos aqui antes de tudo o que aconteceu com o casamento dela. Era nosso lugar de fuga. Eram ótimos finais de semana. Mas algumas coisas eu… Simplesmente não deveria ter feito.

— Dafne... - começou tentando interromper, mas a loira continuou.

— Eu me envergonho por tudo, Draco. Nada daquilo deveria ter acontecido…

— Tory - Jason chegou ofegante perto dela, chamando a atenção de todos — Podemos conversar um pouco. Não vai demorar.

— Claro - ela percebeu que ele estava alterado e os dois se afastaram um pouco dos demais.

— Tory… Entenda que não importa quem está certo ou quem está errado. Na vida há dessas coisas, e nem sempre fazemos o que é certo, ou achamos que é certo, mesmo que seja errado…

— Você está bem? - ela perguntou claramente confusa e preocupada.

— Olha… Me desculpe, eu não sei como falar isso, mas eu preciso que você saiba que eu fui um estupido. Que não deveria ter feito o que fiz. Foi errado, mas naquele momento me pareceu ser o certo, eu...

— O que está tentando me dizer, afinal? - ela perguntou e percebeu Draco voltar um pouco conturbado.

— Eu preciso te falar uma coisa, mas você nem está prestando atenção - ele falou e virou-se na direção do olhar dela, vendo que Draco se aproximava.

— Me desculpa Jason. Eu já volto. Me dá um minuto, tudo bem?

Ela correu em direção ao loiro sem ao menos deixar que o outro terminasse o que tentava dizer. Draco a olhou pesarosamente, e tinha o semblante carregado.

— Draco… Tá tudo bem com você?

Ele respirou fundo sem saber o que deveria realmente responder.

— Sim. Tá tudo bem sim. E com você?

— Eu tô bem.

— Ótimo. É isso o que importa.

Ele sorriu e lhe beijou a mão antes de segura-la na sua. Sorriu para ela e ela sentiu-se novamente bem. Caminharam de mãos dadas vendo o entardecer naquele lugar tão bonito.

Se esquecera de Jason.


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Notas finais do capítulo

E então, gente... O que acham que vai acontecer agora? Postarei o mais rapidamente possível.
Beijocas!!!!



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