Perdido... escrita por kevin henri


Capítulo 2
On My own.


Notas iniciais do capítulo

Bem, faz muito tempo desde que comecei a escrever essa história, e ela acabou por não ter um retorno muito agradável par mim, por isso não me senti motivado a continuar ela, mas recentemente tive eu re-assisti Tókio Ghoul, então me motivei a escrever de novo.

https://www.youtube.com/watch?v=dj4VoPO-2pE

ta ai pra quem quiser escutar a musica enquanto lê

Boa leitura.



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A escuridão cai em outro dia.

E a luz parece tão longe.

Estou aqui completamente sozinho?

Porque é tão frio, oh, tão frio.

 

  Ele veio procurar o melhor farejador que ele conhecia, e sabia que ele estava vivo, afinal de contas, alguém que devorou a si mesmo para sobreviver não poderia ser fácil de matar.
  Lembrava do terror de quando realmente o conheceu, sentiu medo, muito medo, mas depois ela veio, ela veio o salvar da morte por ser devorado.
  A lembrança dela o fez ficar mais tranquilo, apesar de já estar relaxado o suficiente, pois sabia que já havia sido detectado há muito tempo pelo seu incrível olfato e mesmo assim não tinha sido atacado.

 

Existe mais do que os olhos podem ver?

Algo maior, mantendo-me vivo.

Talvez esperança, enterrada profundamente.

Aqui está o que é necessário para começar de novo.

 

   O lugar parecia abandonado, um prédio perto do vigésimo distrito, um dos poucos prédios que parecia não ter sido afetado durante aquela grande batalha noturna que foi aquele dia, se lembrava bem.
   Entrou lentamente, a passos leves e compassados, estava sem pressa para encontra-lo, nunca gostou muito dele, mas ele era necessário para alcançar seu objetivo, para encontrar Touka.

  As mãos em seus bolsos denotava a segurança de que ele não seria atacado, o olho direito fechado, enxergando no escuro com seu Kakugan para ter certeza de que não seria surpreendido por nada.

  Ouviu uma grande e longa risada, de uma voz que ele não ouvia há muito tempo.

Agora tenho que acreditar.

Em algo que eu não posso ver.

Por enquanto.

Eu estou por conta própria.

 

— Ah, eu sabia que algum dia viria - A risada lhe trouxe lembranças, andou até uma fresta de luz, ao abrir a porta, e também o seu olho direito, enxergando melhor.

   - Você não é uma alucinação, não mais - Era Tsukiyama, ainda continuava o mesmo, usando um terno vermelho, gravata azul e sapatos vermelhos, por baixo do terno uma camisa social preta, não mudara nada.

 

   A cadeira luxuosa em que estava sentado era completamente vermelha, em uma de suas braçadeiras havia um livro, atrás dele, haviam mais um monte, empilhados.
  
  - Preciso de sua ajuda Tsukiyama -

— Ah, eu sei, quer encontrar a senhorita Kirishima não é ? Eu só não sei se ela quer te encontrar - Aquelas palavras o atingiram, sim, ele poderia estar certo, mas se houvesse uma chance, mesmo que uma remota chance, por menor que fosse, ele gostaria de tentar.


É a minha vontade com todas as minhas forças.

Para ficar forte e lutar, resistir.

Eu estou tão perdido, porém não com medo.

Estive quebrado, e irei ressurgir de novo.

 

   
  - Mesmo assim, eu quero vê-la - Falou com uma condição que ele sequer sabia que tinha em seu interior, seu rosto inexpressivo ainda era o mesmo, mas seus olhos tinham um brilho diferente, um resquício do antigo Kaneki Ken, um pequeno deslumbre de sua parte humana.

 

— Mas... O que eu ganho em troca ? - Seus olhos brilharam de excitação, ele estava tão perto, o sabor já estava praticamente dançando em sua língua, queria morde-lo, sentir seu gosto, sua textura.


  Viu Ken exibir sua um pedaço de sua Kagune, e, rapidamente, cortar os quatros dedos de sua mão esquerda, em seguida jogou os dedos em direção a Tsukiyama, que estava em êxtase.



Não desista, eu vim até aqui.

No meu coração, sei o que é certo.

Eu irei voltar para a minha casa.

E, por enquanto, eu estou por conta própria.

 

  O gosto voltou ao seu paladar refinado, sua vida cinza parecia ter ganho cor, parecia ter aprendido a sorrir de novo enquanto se deliciava com aqueles pequenos pedaços de carne.
  Em questão de segundos, Kaneki há tinha seus dedos de volta, enquanto que Tsukiyama limpava seus lábios com um pequeno guardanapo.

  - Bem, por onde podemos começar ? - Perguntou Tsukiyama, enquanto olhava para Kaneki, com aquele olhar de "quero mais", mas não teria, por enquanto não, Ken tirou de seu bolso uma fita, que pertenceu ao uniforme de Touka, Tsukiyama cheirou-a por um longo tempo, até memorizar completamente e cheiro, e então saiu, sendo acompanhado por Kaneki de perto, ele desligou a luz, trancando a porta.
  Aquele lugar era um ótimo local para refletir, ler e comer sem ser incomodado, Tsukiyama apreciava a privacidade.


   - Os pombos estão atrás de você como cães atrás de um osso, você é valioso para eles - Sua voz levava certo cinismo, parecia ser algo semelhante a ciúmes, o sentimento foi ignorado por Kaneki, mas a frase em si teve uma resposta.


 

É a minha vontade com todas as minhas forças.

Para ficar forte e lutar, resistir.

Eu estou tão perdido, porém não com medo.

Estive quebrado, e irei ressurgir de novo.

 

   - Sim, mas jamais encostarão em mim novamente, nunca mais irão me ver, eu vou desaparecer, depois de encontrar Touka - Falou baixo, sua voz inexpressiva continuava a mesma, com um tom mais alto do que normalmente falava, e aquilo chamou a atenção do ghoul mais velho.

  - Você por acaso está apaixonado ? Você fala como um - Sorriu fracamente aí não receber resposta alguma para sua pergunta, Kaneki continuava o seguindo, enquanto saltavam de telhado em telhado, evitando as luzes dos helicópteros, chegaram a pensar em ir pelos esgotos, mas eles dificultariam o olfato de Tsukiyama e tornariam a busca mais longa do que ela precisava ser.
  Depois de muito tempo Kaneki estava impaciente, há muito não se sentia assim, tão... Vivo.
  Ambos saltaram, usando suas kagunes para se segurarem no próximo telhado sem fazer barulho, enquanto saltavam por cima do pessoal de buscas do CCG, incluindo Akira, que estava logo abaixo deles.
  Kaneki pensava o que Touka deveria ter passado, o gerente havia morrido e o corpo desaparecido, perdeu alguns amigos, ou estavam mortos ou desaparecidos, mas sabia que Touka estava bem, já que, de acordo com os registros, o "coelho" havia cessado suas atividades tinha algum tempo.
  Ele não iria culpa-la se o atacasse, ou se fizesse que nunca mais queria vê-lo, ou se estivesse envolvida com alguém, o único culpado era ele, que foi burro o suficiente para se juntar à Aoigiri Tree.
  Ele só estava cansado de chorar pelos cantos, precisando sempre ser salvo, ele não fez isso para "proteger" quem ele amava, fez isso por ele, para ficar forte, por ele e apenas por ele.

  Kaneki Ken se odiava.



 

Não desista, eu cheguei até aqui.

No meu coração, sei o que é certo.

Eu irei voltar para a minha casa.

E, por enquanto, eu estou por conta própria.

 

 

Foi estupidamente imbecil e cego ao não ver, ao ter deixando-a sozinha, por tê-la abandonado, mas não mais, não fugiria de suas responsabilidades para com ela, lhe devia algo, sim, devia, muito.
  Ela o manteve vivo por muito tempo, o ensinou como o "mundo dos ghouls" funcionava, ensinou a controlar sua fome e seus sentidos, a lutar a sobreviver.
  Ela era durona de um jeito que ele jamais seria, fazia o que queria sem pensar direito as vezes, mas mesmo assim fazia, sabia que ela havia sido uma das que mais haviam insistido em ir salva-lo de Jason e da Aoigiri, e ele lembraria disso para sempre.
  Fora mais de uma hora saltando entre telhados, até chegarem em uma esquina, onde havia uma pequena cafeteria, acima dela, havia um quarto, justamente el da dona, da mesma maneira que era na Anteiku, ela ainda não gostava de sair de sua zona de conforto.
  A única luz ligada não era do quarto, era possível ver pela janela, cima cama focava ao lado dela, estava no banheiro, provavelmente no banho, visto que consegui ouvir o som do chuveiro ligado.
  Tsukiyama se abaixou, apenas para prevenir caso precisasse fugir, poderia chamar Tsukiyama de qualquer coisa, menos de impulsivo, ele não fazia nada sem antes pensar


  - Fiquei sabendo de uma cafeteria nova nesse bairro, não achei que a senhorita Kirishima fosse a dona, agora sei como ele fica intacto com as disputas de gangues de ghoul por território - Disse ele, informando Kaneki da situação, assentiu, demonstrando que entendeu.

  - Ela sempre teve pulso firme, deve ser uma excelente chefe - Divagou consigo mesmo, enquanto ouvia o som do chuveiro ser desligado, era por volta de dez da noite, escuro e sem lua, apenas com a iluminação local dos postes.
  Viu a luz do quarto ser acesa, e então, pouco tempo depois, ele a viu, tão linda como sempre achará que fora.
  Os cabelos ainda estavam curtos, mas dessa vez chegavam até seus ombros, um pouco mais compridos, os olhos brilhantes, não como antes ( E sabia que a culpa era sua ), vestindo uma camisa simples e branca, uma bermuda curta azulada, descalça, preparava-se para dormir, as roupas em contorno com seu corpo, denotava todas as belas curvas que ela obteve com o passar do tempo.
  Ele ficará hipnotizado, imerso, tanto que quase não percebeu o tempo passar, ela foi até a janela, e, em uma virada de rosto, o viu, os cabelos voando com o vento, os olhos se encarando, a vontade de ir até lá e dizer tudo o que sentia esse tempo todo por ele, em uma piscada dela, ele desapareceu, Touka coçou seus olhos, na esperança de que fosse verdade, mas ao olhar de novo, não via ninguém.
   Ficou encarando o local por certo tempo, até perceber que estava cansada demais para pensar naquilo agora, era segunda-feira, o dia mais movimentado da semana, não tinha tempo para isso, não agora, precisava descansar, amanhã seria mais um dia, mais leve, menos trabalho, mas ainda assim mais um dia, poderia refletir melhor sobre isso depois.
  Mas se uma coisa ela sempre soube, seu olho humano e seu Kakugan denotavam o conflito que existia em seu interior, os dois lados, humano e Ghoul, lutando pelo controle total e absoluto

  Agora, ele teria que encarar a situação que ele criou, sem ninguém para ajuda-lo, ou para atrapalhar, somente ele e ela, estava na hora de acabar com isso.

  Levantou um pouco a sua cabeça, os fios de cabelo, que ainda permaneciam negros e brancos ao mesmo tempo, de quando  “era” Haise Sasaki ainda continuavam os mesmos, agora, com os indícios de começar a criar barba, quem o visse agora parecia outra pessoa.

 

  Mas não era.

 

  Viu as luzes do apartamento de Touka se apagarem, deveria ser tarde, teria que esperar até o amanhecer, seria sábado, então seria melhor para se encontrarem.

 

  - Obrigado Tsukiyama - Sua fala fez o mais alto sorrir feliz, enquanto olhava para ele um pouco atrás do mesmo para também não ser visto pela garota de cabelos azuis violetas.

 

  - Sabe bem como me agradecer Kaneki kun - Sua voz insinuava o que Kaneki já sabia que teria que fazer, e, assim que o “agradeceu” devidamente, o viu ir embora, carregando consigo o seu antebraço esquerdo completo, enquanto o seu fator de cura cuidava de curar a ferida e recriar o braço “perdido”, sua Kagune desapareceu no ar, enquanto, sequer sentindo dor, Kaneki suspirou.

  Ele estava ali, tão perto e ao mesmo tempo tão longe dela, dessa vez não iria fugir, não a deixaria escapar  dele, e, mesmo que ela o odiasse por completo, ainda estaria ali, para pagar por suas atitudes covardes e estúpidas para com ela.

 

  Porque a amava.

 

Estou agora por conta própria.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso, talvez o próximo seja o último, ou o penúltimo, não decidi ainda, mas gente, sério, comenta, é essa preguiça desgraçada que faz com que excelentes histórias, com um gigantesco potencial,se tornem inacabadas e abandonadas pelos autores, e se for pra criticar, que seja uma critica construtiva, já tá valendo, e querem saber ? Isso me deixa indignado.
Mas enfim, até a próxima o/



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