– Ô KAAAAAAATNISS! ACORDA AÍ, MINHA FILHA! ACABOU A MORDOMIA! SEGUNDA-FEIRA, DIA DE LUTAR PELO PÃO DE CADA DIA! - Finnick disse batendo palmas e entrando no quarto de hóspedes

– NÃÃÃÃÃO! - eu disse quase chorando - Me deixa aqui, amor.

– Anda, vamos, já estamos atrasados, sério. Acorda ai. - pediu beijando a minha testa e eu bufei.

– Não acredito que estou sendo acordada pelo meu melhor amigo mais novo que eu. Estou chateada.

– Para de dengo... - puxou minhas cobertas - Vamos, Peeta já até saiu, mas deixou pão de queijo. - abri meus olhos imediatamente, indo rapidamente para a lateral da cama e indo para a cozinha, fazendo Finnick rir - Uou! Eu não comi tudo, querida! - respondeu enquanto eu levantava os panos e pensei que teria uma explosão de prazer só ao ver aquelas comidas.

– Ainda bem... A propósito, bom dia, Fiu, Fiu. - ele sorriu e se sentou ao meu lado, servindo-se também - Aonde ele aprendeu isso?! - perguntei comendo um pedaço de bolo, gemendo a cada mordida, e Finnick não estava diferente

– É, passaram tanto tempo usando a boca para "outras coisas", que nem perguntou aonde o garoto aprendeu isso. - disse malicioso e eu corei - Eu vi a mordida no pescoço dele, ta? Estava bem fraca, mas eu vi. - ri

– Eu mordi ele sim, porque queria o controle da TV, idiota.

– Não acredito em nenhuma palavra que diz... - dei de ombros - Obrigado pelos presentes. Eu gostei de todos, mas em especial aquela Candy Machine. Sai um monte de doces! Cara! Que perfeito! - ele disse rindo, puxando sua máquina de doces

– Peeta quem disse que deveríamos comprar.

– Por isso que eu amo aquele cara! - ele disse sorrindo, puxando uma alavanca e saiu uma balinha, fazendo-o dar risada - Isso é tão legal! - e puxou de novo, saindo uma outra balinha

– Você parece um bebê fazendo isso.

– PROBLEMA É MEU, MINHA QUERIDA!

– Eu não sou a Celeste, amor, então, não me chame de querida.

– Vai se ferrar, Katniss... Você não é a America, e nem se parece com ela. Annie ainda pode dizer algo, mas você não. Seja feliz com as coisas mais simples. - jogou uma bala para o alto e pegou com a boca, me fazendo rir sinceramente - Viu? Nós poderíamos casar.

– Claro, pode ser na semana que vem. - concordei na brincadeira - Capela do Elvis Presley.

– É um clássico. Vou me vestir de batman. - assenti

– Ok... E eu vou ser sua Marilyn. - ele sorriu - Vou tomar um banho, já vamos. - assentiu e rumei para o banheiro.

...

– Como foram as férias? - Johanna, minha secretária, perguntou

– Foram ótimas, muito obrigada. - eu disse sorrindo, e ela sorriu de volta - Muita coisa aconteceu?

– Hm... Nada demais. Jennifer foi despedida. - eu mordi meu lábio inferior, fechando os olhos e descendo um braço "yeeeeeeees", murmurei - Como secretária. Em seis meses, sua madrasta. - parei minha dancinha

– COMO É QUE É?! - perguntei sem acreditar e ela suspirou pesadamente, assentindo - Como ninguém me conta isso?!

– Aconteceu na sexta-feira. - ela disse suspirando pesadamente. Na sexta-feira eu coloquei meu celular em modo avião, é como ele está até agora. - Reunião em... 3 minutos. Sala de reuniões.

– Meu Deus... - cobri meu rosto com as mãos - Não acredito...

– Infelizmente é a verdade. Quer que eu te acompanhe até lá? - assenti, e quando me levantei, ela me abraçou - Eu sinto muito...

– Por que essas coisas só acontecem comigo? - perguntei simplesmente, enquanto caminhávamos lado a lado no corredor - Não acredito... Essa reunião é de que?

– Negócios, infelizmente. - assenti - E logo depois, - viu em seu celular - Reunião de família. Eu não queria ser você. - torceu o nariz

– Só fico feliz porque descansei muito nas férias. - ela riu

– Seus olhos estão brilhantes... O que aconteceu? Para quem terminou o noivado, você está muito feliz...

– Ah, não é nada demais. Estou feliz por estar sozinha, e fiz uma nova amizade. - ela sorriu

– Sério?! Que milagre é esse! Quero foto! - peguei meu celular e lhe mostrei uma foto minha e Peeta no letreiro de Hollywood, sorrindo e abraçados - Nossa! Santa pizza! Eu preciso trocar de calcinha, pois essa está toda molhada... - disse se abanando com as mãos e eu ri, mostrando uma foto minha e dele, metade do rosto de cada um, rindo, na frente do Chinese Theatre.

– Sua nojenta! Você e Finnick são muito mente poluída, meu Deus...

– Finnick? Quem é Finnick? - oh, verdade, ela só está na empresa a três meses...

– Meu melhor amigo, esse daqui. - e mostrei uma foto do meu amigo e eu rindo no Natal, e não pude deixar de ver que suas bochechas ficaram vermelhas - Ficou afetada?

– Ok, eu preciso trocar de calcinha... E calça. - ri mais - Como consegue amigos assim? Seu ex-noivo não era nada mal também... Era lindo. - assenti

– Finnick e Peeta são os únicos amigos que eu tenho, para ser sincera, sabem mais de mim do que eu mesma. Só tenho eles... - eu disse e ela me olhou com atenção

– Quer sair comigo? Digo, você leva esses seus amigos gostosos, quentes e que com certeza tem pegada, para uma noite no boliche. O pessoal da empresa estava organizando, concorda? - sorri

– Seria muito legal. - ela sorri de volta - Eu vou levá-los, e contar suas qualidades para o Finn.

– O que? - se fingiu de boba - Ele nem me interessou!

– Não me engana, Johanna. - dei um empurrãozinho nela, que riu - Ele é um cara legal. Gosta de bala? - assentiu - Ótimo. Ele ganhou uma Candy Machine e fica puxando a alavanca toda hora para pegar uma balinha e ri. - ela riu - E ele é pediatra. Extremamente gentil.

– Pra mim, só a parte de gostar de balinha é suficiente. - eu ri - Mas muito obrigada... Não estou procurando nada.

– Ah, mas eu to a procura para o Fiu, Fiu. E ele viu ontem uma foto sua por acaso, e gostou, tá? - ela corou, mas só disse uma verdade - Por que não quer um relacionamento? - perguntei

– Podemos almoçar juntas? Eu não vou conseguir dizer aqui. - ela estava com os olhos castanhos escuros indecisos

– Claro, Jo. - olhei para a porta a minha frente - O que mais vou precisar será conversar depois daqui. - ela assentiu, concordando - Hey! Não concorde que será estressante!

– Quer que eu minta? - perguntou divertida

– Argh... Até o almoço. - ela sorriu e eu entrei na sala, abrindo um sorriso no rosto, verdadeiro, mas não por estar ali, e sim porque talvez esteja criando uma nova amizade.

...

Joguei os papéis com muito ódio na minha mesa, fazendo cair uma foto minha com Gale e outra minha com Annie. - EU ODEIO VOCÊS! - gritei jogando os dois porta-retrato na parede - E VOCÊ TAMBÉM! - joguei um meu com meu pai na parede com mais força ainda, ignorando os olhares das pessoas do lado de fora, mas não me contive, e joguei um vaso de flores na porta, e quando eu is jogar outro, ouvi dos toques e Peeta colocou a cabeça para dentro do escritório

– Eita. Pra quê tanto ódio? - perguntou divertido, olhando para minha mesa espalhada e coisas quebradas no chão

– O que veio fazer aqui? - perguntei descendo um pouco a minha saia, arrumando rapidamente a blusa e colocando uma mecha atrás de cada orelha

– Hm... Primeiro, bom dia. Segundo, eu estava passando aqui perto para almoçar, então parei por aqui ora te ver. - suspirei pesadamente, me apoiando na mesa, cobrindo meu rosto com as mãos - Dia cheio? - perguntou descendo a persiana da sala, impedindo que as pessoas de fora vejam alguma coisa, e fez isso com todas as paredes, exceto a que estava atrás de mim, sendo toda de vidro transparente, me dando uma visão privilegiada de Vegas.

– Muito difícil... Meus pais estão se divorciando, e nenhum parece arrependido, na verdade, estavam rindo agora pouco, e sabem do que está acontecendo. Estão felizes por se separar! Gale pintou o cabelo na cor original, Annie está com um quilo acima do peso, mas isso é uma coisa péssima, pois o corpo ficou mais preenchido e seus seios maiores, assim como sua bunda! Que saco! E ela ganhou um carro novinho em folha! - eu disse e comecei a chorar, ai ele veio me abraçar - Por que nada de ruim acontece a quem merece?

– Porque o mundo é injusto. E pertence a quem comete a injustiça. - chorei ainda mais, ai ele me colocou no colo, e se sentou em meu sofá, comigo deitada em seus braços, com meu rosto escondido em seu pescoço - Queria poder fazer isso tudo se resolver.

– Eu sei que queria. - falei fungando, e ele colocou a sua cabeça sobre a minha, puxando um pouco a minha blusa nas costas e massageando com o polegar a base das minhas costas - Vou almoçar com a Johanna, minha secretária, conheceu ela? - assentiu - Não é o par perfeito para o Finnick? - ele riu, e eu o acompanhei - Estou tentando fazer novas amizades. - me aninhei ainda mais aos seus fortes braços, tirando meu sapatos - Como foi o seu primeiro dia no trabalho?

– 1º Sim, ela é o par perfeito para o Finnick. 2º Tente mesmo se enturmar, é bom. 3º Está sendo bem legal, e eu vejo o Finn com frequência, porque sou neurocirurgião infantil, então vejo ele. Ok, nem tão legal. Chegou uma menina com a cabeça sangrando e desacordada, cinco minutos que eu dei entrada no hospital, e tive que cancelar um monte de consulta para atender ela não haver um outro neurocirurgião infantil. Eu estou cansado, mas bem porque ela acordou logo depois, e lembrava do próprio nome.

– Nossa, que barra, não? Ter que fazer esse tipo de coisa? - perguntei com meu nariz roçando seu pescoço e ele se arrepiou todo

– Sim, é muito impactante, mas o salário de um verdadeiro e decente médico não é o dinheiro, e sim ver que deu o seu melhor e deu tudo certo, fez uma pessoa sorrir por tê-la ajudado.

– Finnick pensa da mesma maneira, diferentemente de Gale. Ele é muito ganancioso.

– É... Falando nele, descobri que vou ter que olhar na cara dele alguns dias na semana... - fechou a cara e eu ri - Por que não me disse que ele é clínico-geral?

– Ah, era uma surpresinha. - falei e ele bufou - Tem mais uma quando chegar no hospital.

– Quem mais trabalha lá? Annie? - perguntou revirando os olhos e eu não respondi - Oh, droga.

– Idiota! Estragou com a surpresa!

– Estraguei coisa nenhuma. Af, surpresas para mim eram coisas boas... - sorri

– Eu entrei na sua vida de surpresa, assim como você na minha, e vai me dizer que isso é ruim? - ele sorriu

– Ok, tudo bem, você venceu. - levantou as mãos em rendição - Surpresas continuam boas. Ótimas, na verdade. - beijei sua bochecha - Eu preciso ir almoçar ainda...

– Mas ainda são 10:29.

– É, eu sei, mas a fila está lotada. - contou suspirando pesadamente - Eu preciso mesmo ir.

– Ok, boa sorte lá. - sorriu, enquanto eu me levantava e ele se levantou em seguida

– Você também, e faça amigos! - saiu da minha sala, deixando-me com um sorriso bobo no rosto, e nem me incomodei com os cacos de vidro no chão ou a minha mesa bagunçada. Apenas me sentei na mesa e comecei a pensar na infraestrutura dos novos cassinos.

...

– Estrogonofe de camarão, por favor. - pedi ao garçon, que anotou com um sorriso, e saiu para buscar meu pedido em meu restaurante favorito na cidade, e não é porque meu pai quem elaborou, e sim porque a comida é excelente.

Esperei cinco minutos a mais que o esperado, mas nem me importei, quando vi ela entrar e logo abri um grande sorriso, acenando. - Hey, Jo! - falei e ela logo abriu um sorriso, quando vi uma menina com aparentemente com oito anos, vestida com um uniforme de um colégio perto de onde trabalhamos.

Ela caminhou até mim, e estava feliz, mas muito sem graça - Oi, eu me chamo Charlotte! - disse a garotinha e eu sorri, então olhei para Johanna, que não sabia o que fazer.

– Você é linda, sabia? - eu disse vendo que ela era a cópia da Johanna. Pele parda, cabelos lisos até os ombros e em um castanho escuro, com os olhos da mesma cor, e parecem ser maior que o normal, só um pouco, e é perfeito. Algumas pintinhas e os lábios finos e delicados.

– Muito obrigada, dizem que eu puxei a mamãe. - ela disse animada pela comparação - E fico feliz porque minha mamãe é linda! - segurou a mão da Johanna

– Charlie, por favor, menos... - disse se sentando e colocando a filha ao lado dela - Me desculpa, ela puxou isso do pai...

– Está tudo bem. - eu disse rindo, vendo que menina mexia em tudo em cima da mesa e cantava alguma música infantil - O que vão querer almoçar? - ela sorriu, aparentemente mais aliviada

...

– Por causa dela que não quero um relacionamento, mas agradeço muito por querer fazer eu ter um encontro com o seu amigo... Quero dar atenção apenas a ela. - assenti

– Mas Brutus a deixou quando ela tinha três anos e você dezenove, ou seja, fazem cinco anos. Não acha que seria melhor se abrir para novas oportunidades? - estávamos lado a lado, depois de deixarmos a pequena de oito anos mesmo na creche - Pode ser com Finnick, pode ser com o seu vizinho, não sei. Você merece um pouco de atenção.

– Mas ninguém se interessa por mães solteiras. - ela disse dando de ombros - E se não se interessam por crianças, eu não me interesso.

– Finnick se interessa... - cantarolei e ela riu - Não vou forçar a barra, é que ele anda muito desacreditado dessa coisa de mulheres, e ele sempre quis ter uma família, mas está ficando velho. E você também.

– Quantos anos ele tem?

– Fez 24 mês passado. - ela riu - Você tem a mesma idade, ele ama crianças e te achou muito bonita... Não estou forçando nada, mas vou marcar um encontro para vocês.

– Sério? - tinha um olhar sonhador

– Nem me faça essa carinha de santa, ok? Eu sei muito bem é vingativa e doida. - ela corou

– Vai se danar, Everdeen. - sorri

– É, Finn vai te adorar.

...

– Katniss. - chamou Annie quando saímos da sala de reuniões onde meu pai conversou comigo e ela sobre o divórcio, que está oficialmente em andamento. Ele e Jennifer vão se casar em seis meses.

– Não quero falar com você. - eu respondi caminhando em passos firmes até a minha sala, ignorando seus chamados

– Katniss Everdeen Cresta! - entrou logo atrás de mim em minha sala e fechou a porta com força, trancando

– QUE FOI?! - eu disse alto e ela levou um susto

– Não grita, droga! - ela sempre foi da paz

– Ah, não quer que eu grite?! Você estava gritando o nome de Gale semana passada e o que? Ficou tudo ótimo, já até está morando com ele, não? - ela ficou toda vermelha

– Como sabe?

– A casa tem câmeras, se você se esqueceu... - suspirou pesadamente, com uma pomada branca espalhada pelo seu braço - Alergia?

– É, estou com alergia as minhas roupas porque VOCÊ agiu de forma infantil e sem escrúpulos, colocando peixe nas minhas roupas e do Gale!

– Ficar sem relações não faz mal, sabia? - alfinetei

– Quem é você? - ela perguntou com os olhos cheios d'água - A Katniss que eu conheço não faria isso, me procuraria para bater, e não fazer o que fez!

– O silêncio é o grito mais alto de uma pessoa, Annie. - eu disse séria - Eu continuo eu mesma, carne, alma e espírito, e me surpreende você falar para mim uma coisa dessas... O que adiantaria se eu te batesse? Me rebaixasse na frente de Gale e espalhasse para todos que eu não passo de uma corna idiota pela própria irmã gêmea e o noivo a mais de três anos? Não adiantaria nada, e eu só fiz o que fiz com meus amigos para... Finalmente entender que são as coisas que mais amamos que nos destroem. - lembrei da frase de Peeta - Eu aprendi que o silêncio é muito pior do que o grito e a faca.

– Katniss, eu... - suspirou pesadamente - Eu amo o Gale, e ele me ama. - disse olhando dentro dos meus olhos - Você pode dizer o que quiser, mas você sabe disso. - suspirou profundamente mais uma vez - Eu só queria te pedir desculpas.

– E quando vocês iam me dizer que estão apaixonados? Quando eu estivesse o que? Grávida? Velha? - ela ficou vermelha - Me responde, droga!

– Ele ia se separar de você antes do casamento, antes da cerimônia, já estávamos pensando em como te dizer isso. - eu estou magoada. Muito magoada.

– E até lá vocês me traíram, me desrespeitaram e me humilharam, porque, anda. Vai, diz aí, bonitona, quem na empresa não sabe que o Gale está apaixonado por outra garota! Diz! O pior é que todo mundo já sabia, esse é o pior, e eu toda amores para vocês dois! - ela estava com os olhos cheios d'água, e eu também. Essa coisa de gêmeos é fogo. Uma sente, a outra sente. Nesse momento, eu estou com mágoa, e espero que ela saiba

– A gente não queria te fazer mal, droga! - ela disse batendo o salto com força no chão - Que droga! Você é a minha irmã, Katniss! Minha irmã caçula e gêmea! Eu te amo! Mas você tinha a única coisa que eu queria!

– O cara que eu disse para você que era o amor da minha vida. - sussurrei, olhando para meus pés, sem querer levar aquilo adiante, porque senão eu vou começar a chorar na frente dela e deixar que entre na minha vida novamente.

– Katniss... - pude senti-la se aproximar de mim, e se apoiar na mesa, ao meu lado, com nossos braços quase se encostando - Me perdoa. Sério, me perdoa. - estava chorando, e sua voz estava toda desregulada pelas lágrimas. Olhei em seus olhos verdes - Sério, eu não estou fingindo. Eu estou aqui, realmente, querendo te pedir perdão, e desesperadamente desejando que você aceite. Eu quero mais do que a minha irmãzinha, eu quero a minha melhor amiga.

– Amigos não traem uns aos outros, e muito menos fazem o que você fez. Tem noção da gravidade, Annie? Você foi para cama com o meu noivo! Durante mais de um ano! - me distanciei dela, que chorava sem parar, mas não me amolecia o coração - Eu não tenho raiva de você e nem de Gale, juro. Eu já te desculpei, e minha irmã vamos ser até morrer. Eu não sinto raiva. Eu sinto nojo de você e dele, assim como do pai e da mãe! Nojo! Quando houve essa inversão de valores?! Ta maluca? Ir para a cama com o meu noivo? E pior! Ele aceitou isso tudo! - eu já chorava, mas dei aquele riso sem humor na última frase, e bati as mãos - Sai da minha sala. Agora. - abri a porta, deixando completamente aberta - SAI DA MINHA SALA, ANNIE EVERDEEN CRESTA! - falei me segurando para não jogar alguma coisa nela, pois estou entrando naquele período que posso matar alguém sem ser presa por isso - SAI! - as persianas ainda estavam fechadas desde a hora que Peeta veio aqui, então ninguém viu nada, mas todos pararam para ver o que estava acontecendo

– Ok, eu vou. - disse ficando ereta, levantando as mãos em rendição - Depois te mando o convite do casamento do pai com a Jennifer.

– ENFIA ESSE CONVITE - lembrei que a porta estava aberta e palavrão é feio - Sai. Da. Minha. Sala. - então ela saiu, não sem antes me olhar com aquele olhar igualzinho ao do gato de botas, ressaltado por seus olhos verdes, e de fato ela era uma gata. Você pega, cuida, e quando menos espera, ela te ataca ou some. Nesse momento, eu só quero que ela suma.

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Ele usa uma calça jeans, os cabelos molhados, indicando o banho recente, um sorriso no canto do rosto, e uma blusa Calvin Klein azul degradê, no topo era um azul escuro como seus olhos, e ia clareando. - Katniss! - disse sorrindo ao me ver, e suas sardas sempre ficam ainda mais destacadas e incríveis quando ele sorri

– Peeta! - respondi sorrindo de volta, levantando-me e o abraçando - Senti falta do meu namorado... - e no instante seguinte ele sorri torto, segurando meu queixo com a ponta dos dedos e beijou minha boca. O que era apenas um selar de lábios, tornou-se um beijo intenso, e o ar começou a se tornar escasso, e quando nos separamos, continuei com meus olhos fechados

– OOOOOO MINION! - Johanna gritou e eu abri meus olhos, encontrando apenas um travesseiro branco - SÃO CINCO E MEIA DA TARDE! JÁ DORMIU DE MAIS, MOÇA!

– Droga, mais um sonho... - murmurei irritada, levantando com todo o ódio do mundo por não me ter acontecido de verdade - OI, JO! - eu disse alto - O QUE HOUVE?

– Estamos atrasadas. - ela disse dando dois toques na porta do meu quarto em meu novo apartamento - Eu viria até aqui, mas por faltar apenas meia hora para o boliche, que você tem falado a dois meses sem parar, imaginei que tinha um cara sarado na sua cama, com nome e sobrenome. - disse maliciosamente

– Peeta?

– Não, Papai Noel! - falou irônica - Claro que é o Peeta! Falando nisso, pelo visto mais alguém dormiu por aqui, hm? - a cama estava toda bagunçada. Nós dois nos mexemos enquanto dormimos, o que eu nem ligo mais. Seu cheiro estava misturado ao meu por todo o quarto, e é o melhor perfume já inventado. E sim. Eu sou 100% virgem. Nos meus sonhos, to pior que prato de microondas por causa de uma única pessoa.

– O Peeta dormiu aqui comigo sim... Ficamos assistindo filmes até 11 da manhã.- eu disse esfregando os olhos, com a voz rouca - Cadê ele, aliás?

– Falando de mim? - perguntou abrindo a porta do meu quarto, com um sorriso e uma escova de dentes na boca

– Ai, você aparece sempre de repente! - Johanna disse bufando - A noite foi boa, hein? Olha o estado da cama! - balancei a cabeça em negativa, revirando os olhos, e ignorei ela, indo para o banheiro do meu quarto - Vem cá, vocês dois tem um caso ou não? - ouvi ela perguntar ao Peeta, e no instante seguinte ele riu

– Somos amigos, Johanna. - ouvi responder - Nenhum de nós tem planos para entrar em um relacionamento agora. - liguei o chuveiro, pensando em apenas uma coisa " eu definitivamente estou apaixonada. e ele tem nome e sobrenome: Peeta Mellark".