O Amor e a Harmonia: escrita por Yori Sora


Capítulo 3
O Conflito e o Poder!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/629821/chapter/3

Hyuuga Hinata era uma garota frágil e assustadiça, extremamente tímida e que praticamente não tinha amigos. Nunca era reparada pelos os outros alunos da Academia, mas, enfim... ela não se importava muito com isso! Apesar dela ser uma garota no início da adolescência – e, portanto, ser natural que ela quisesse fazer amigos –, ela definitivamente gostava de seu espaço e de não se envolver.

Mas havia uma exceção. Sempre há uma exceção para tudo na vida, até para exceções. Hinata se sentia profundamente apaixonada por Naruto. Sim, lembra dele, leitor? O garoto loiro que não era bom o bastante para se tornar um gennin formado na Academia! Ele mesmo.

Naruto era seu herói, paixão e ideal mais elevado. Ela podia jurar que sempre via algo brilhante ao seu redor, como se ele fosse capaz de iluminar ela própria e o mundo. Infelizmente, além dela não gostar de muitas amizades, ela era, como eu já disse, terrivelmente tímida. Nunca conseguiria se aproximar do loiro sem ajuda.

Mas aquele momento foi diferente, Hinata sentia com todas as suas forças que deveria seguir Naruto e o simpático sensei de cabelo longo e prateado. Ela sentia no fundo de sua alma que Naruto estava em perigo.

...

Naruto estava animado. “Isso! Eu sabia que Deus ouviria minhas orações, eu vou me tornar um grande ninja!”, ele pensava. Estava em seu apartamento, arrumando algum lanche. Como eu disse no capítulo anterior, Naruto era órfão, então tinha grandes dilemas emocionais, mas também algumas vantagens, do tipo: poder comer o que quiser!

E se havia algo que Naruto considerasse um manjar dos deuses, uma refeição divina dada para os pobres mortais conhecerem a glória do paladar... esse algo seria o ramen. Inclusive o instantâneo, que ele preparava.

As memórias do rapaz – que nem imaginava estar sendo observado por olhos ultra-poderosos – vagavam até um passado breve, enquanto o macarrão demorava seus cinco minutos para ficar pronto.

Mizuki-sensei era um homem bastante agradável e com um brilho nos olhos. Ele parecia gostar de Naruto e o chamou para conversar, quando o loiro estava entristecido, sentado num balanço. Naruto, sem nada para fazer, decidiu dar uma chance, afinal, o que poderia acontecer?

Eles conversaram em cima de um pequeno prédio da vila:

– Sabe, Naruto – Mizuki começou –... todos dizem que você quer ser Hokage um dia, certo? Isso é verdade? – ele perguntava. Naruto apenas acenou a cabeça, atentamente, o que era bem raro, considerando que ele era péssimo com atenção. – Há um jeito que ninguém fala para você se graduar, sabe? Afinal, você não poderá ser Hokage se nunca se tornar um gennin.

– Um jeito secreto!? – Naruto perguntou, de olhos arregalados.

Mizuki sorriu.

– Sim, você quer saber mais sobre ele? – o sensei perguntou.

...

Hinata deveria explicações para o seu pai depois. Ela tinha treinamento para a tarde e nunca havia faltado. Numa distância segura, ela usou seu Byakugan para olhar Naruto em seu apartamento. Ela não podia ouvir nada que ele pensava ou falava, o Byakugan era uma habilidade que apenas os membros do Clã Hyuuga possuíam: permitia que o usuário visse coisas à distância ou alguns dos detalhes do chakra (energia física e espiritual combinada).

Hinata se estranhou ao demorar para deixar de olhar distraidamente Naruto indo tomar o seu banho, logo após o seu ramem. “O que você pensa que está fazendo, Hinata!?”, ela pensou, bastante corada.

Ela esperou alguns minutos, cerca de meia hora, e ativou o Byakugan de novo, vendo Naruto indo comer outra tigela de ramen instantâneo. “Naruto-kun não come muita coisa saudável. Isso precisa mudar!”, ela pensou e depois se deteve, balançando a cabeça. “O que você pensa que está fazendo, Hinata? Querendo controlar o Naruto-kun... você nem namora com ele, nem nada”, e depois corou fortemente. A pele de Hinata era muito clara, então quem a visse, apesar dela estar escondida em cima de um prédio, acharia que ela estava febril.

Namorar Naruto? Ela nem poderia imaginar! Naruto nunca havia reparado nela e parecia gostar muito da Haruno Sakura.

Mas, cá entre nós, a lealdade de Hinata era incalculável, pois seguiu a rotina de Naruto até a madrugada, quando ele iria para a floresta se encontrar com Mizuki-sensei. Claro que ela deveria se explicar, ou melhor, dar uma desculpa, timtim por timtim, para seu pai mais tarde.

Hinata, com apenas um lanche nas mãos, que ela comprou quando desativou o Byakugan para não ver o seu amado tomando banho, esperou até dar meia-noite e alguns minutos, quando Naruto finalmente saiu de casa. Ela o seguiu a distância.

...

Pouco tempo antes, bem... nós falamos sobre o Jiraiya, certo? O sábio pervertido que deveria encontrar um aluno. Ele havia pedido, naquela mesma madrugada, para falar com o Hokage. O Hokage atual, o Sandaime, era um idoso bastante simpático e reflexivo, ele trabalhava em seu escritório mesmo na mais tarde noite, era realmente muito dedicado!

Ele ouve alguém batendo na porta.

– Entre! – ele disse.

E viu a porta se abrir e, dela, sair alguém que não via há muito tempo.

– J-Jiraiya!? – o Sandaime (Terceiro) perguntou, surpreso.

– Há quanto tempo, Sarutobi-sensei! – Jiraiya respondeu, de forma simpática. E suspirou. – Temos coisas complicadas a conversar, ainda bem que você estava acordado.

...

Naruto pulava de árvore em árvore, até chegar no local em que deveria encontrar o que procurava. Exatamente o que Mizuki-sensei dissera que lhe faria se tornar gennin. Como Naruto era extremamente habilidoso para formar pegadinhas e não ser encontrado, ninguém o percebeu. Ou quase ninguém, já que uma certa jovem o seguia, tentando achar uma brecha para falar com ele.

Naruto passou facilmente pelas as armadilhas, que Mizuki-sensei explicara sobre, e Hinata – sim, era ela que o seguia – também não encontrara grandes dificuldades, já que tinha sua visão quilométrica e microscópica para ajudá-la.

O que Naruto buscava? Um pergaminho.

...

– Um loiro desajeitado, é...? – o Sandaime perguntava, após ouvir toda a história de Jiraiya. – Só me veio uma pessoa a mente.

– Quem? Quem!? – Jiraiya perguntava, sem paciência.

– Uzumaki Naruto-kun – o Sandaime respondeu. E depois suspirou. – Naruto se tornou um órfão rejeitado pelo o que carrega no corpo. Como você sabe, somente aqueles que têm o Atributo do Céu podem conter o Atributo da Tempestade da Kyuubi. Todos os Uzumaki tinham o Atributo do Céu.

– Mas as pessoas apenas viram Naruto como um monstro, tal como o demônio que ele carrega no corpo, certo? – Jiraiya concluiu.

– Exatamente. E Naruto é o símbolo do desastre, ele é o pior aluno da Academia e não se formou esse ano – o Sandaime explicou mais. De repente, a bola de cristal que o próprio Hokage possuía em sua mesa, que era usada para saber o que acontecia na vila, começa a brilhar e ficar em névoa. Depois, surge uma imagem. Depois de alguns instantes, o Sandaime diz algo. – Temos problemas.

...

O sensei Iruka, o mesmo que reprovou Naruto, é acordado de madrugada. Vários ninjas haviam se reunido, ao comando do Hokage. Mizuki-sensei foi chamado também, então ele logo percebeu que tudo corria bem... para ele.

Mizuki-sensei bateu em sua porta, bem forte, várias vezes, fingindo estar assustado. Iruka-sensei estava com sono.

– Iruka-sensei! O Sandaime-sama disse que o Naruto... que o Naruto roubou o Pergaminho do Selo do Shodaime Hokage! – Mizuki disse.

...

Naruto estava feliz. Estava com o pergaminho em mãos, o mesmo que Mizuki-sensei disse para ele pegar e estudar.

– NARUTO-KUN! – ele ouve um grito feminino e se vira, levemente assustado. – F-finalmente te alcancei! – ela suspirava de cansaço.

– Hã... Hinata!? – Naruto pergunta. – O que faz aqui?

– Naruto-kun, há algo de muito errado nisso! – Hinata disse, esquecendo a timidez.

– Como assim?

Hinata vacilou por um momento, para responder:

– E-eu... eu não confio muito no Mizuki-sensei! – foi o que ela disse.

Naruto viu sinceridade em seus olhos, que eram perolados como a Lua, literalmente. Hinata desativou o Byakugan, então as veias que ficavam expostas ao redor de seus olhos sumiram.

“Por um momento, os olhos da Hinata me deram um susto”, Naruto pensou. Depois de alguns instantes, disse:

– Por que você não confia no Mizuki-sensei? Ele é tão gente fina, consegui até esse pergaminho com vários jutsus (técnicas ninjas)! – Naruto dizia, inconformado.

– Naruto-kun... – Hinata não podia ficar corada por falar com ele depois de tantos meses planejando grandes diálogos. Não naquele momento. – Você sabe qual pergaminho é esse? – ela perguntou, pacientemente.

– Não – Naruto respondeu, sem jeito. Mas ele não queria perder a postura, então logo fez algo. – Mas Hinata, eu quero te mostrar uma coisa! Eu acho que eu vou me tornar um ninja-ttebayo! – ele se levantou e fez a posição da mão do bode, gritando: “Kage Bunshin no Jutsu (Jutsu Clone das Sombras)!”.

Logo, surgiram três focos de fumaça, e surgiram três Narutos a mais. Hinata ficou profundamente espantada.

– S-são reais! – ela gaguejou.

– Sim! – disse um dos Narutos.

– Não é legal, Hinata? – o Naruto original perguntou.

– Sim, muito! – Hinata falou, tentando esconder as lágrimas de felicidade. “Se o Naruto-kun mostrar esse jutsu pro Iruka-sensei, ele poderá...”, mas logo o pensamento de Hinata foi interrompido, ao notar alguém descendo de um galho.

– Hey, Naruto! – ele foi chegando, percebendo a jovem Hyuuga, que estava se preparando para lutar no estilo de seu clã. Mas logo percebeu que era o Iruka-sensei. – Hinata, o que faz aqui!?

– V-vim atrás do Naruto-kun, sensei. O Mizuki-sensei, ele... – Hinata ia explicando, mas logo foi interrompida.

– O Mizuki-sensei é incrível-ttebayo! – Naruto dizia, empolgado. – Ele me mostrou onde encontrar esse pergaminho muito legal e agora eu posso me tornar gennin! – ele continuou.

– O Mizuki-sensei... ele disse para você fazer isso? – Iruka perguntou, incrédulo.

Logo, ele apenas sente objetos indo em sua direção e das crianças e as defende com seu corpo, sendo atingido por várias kunais (facas ninjas) e shurikens (estrelas ninjas).

– Naruto, Hinata... fujam! Eu cuido do Mizuki – Iruka dizia com dificuldade, devido aos ferimentos e a dor que eles provocavam.

Logo, todos puderam ver o semblante de Mizuki, se mostrando bastante sádico, com um sorriso malicioso nos lábios.

– Não sabia que o Naruto-kun estava sendo seguido – Mizuki diz, com maldade, olhando para Iruka e depois para Hinata. – Achei que ele servia pelo menos para se esconder por mais um tempo.

“Sim, assim que eu acabar com o Naruto, esse moleque, e pegar o pergaminho, serei visto como um herói e o pergaminho será todo meu!”, Mizuki pensou. “Foi tão fácil enganar esse idiotinha que sequer sabia da existência desse pergaminho, por faltar às aulas...!”.

– Então isso tudo foi um plano seu! – Iruka dizia, se recompondo ao tirar as armas de sua carne.

– Isso é o óbvio – Mizuki respondeu. – Sabe. Naruto-kun, todos desprezam você – ele se dirigia a Naruto daquela vez. – Todos te olham com olhos frios e você recorre a pegadinhas para chamar a atenção, como pichar casas e o Monte Hokage. Mas todos ainda te desprezam, sabe o porquê?

– PARE, MIZUKI! – Iruka ordenou, mas Mizuki não deu ouvidos.

– Há doze anos atrás, a Kyuubi no Yoko atacou a nossa vila, a tão amada Konoha, você não sabe? É claro que sabe. O que não te disseram foi que há uma lei que não pode ser conhecida apenas por você – Mizuki dizia, ainda sorrindo.

– Uma lei... que não pode ser conhecida por mim? – o loiro perguntou, de olhos arregalados.

– Sim. O Yondaime Hokage, para vencer a Kyuubi, a grande raposa demoníaca que destruiu várias vidas... ele teve que selar o demônio em uma pessoa. Esse demônio FOI SELADO EM VOCÊ!!! – Mizuki proferiu.

Hinata arregalou os olhos.

Todos estavam estáticos. A mente de Hinata estava borbulhando de pensamentos, ela logo notou o porquê do atrapalhado loiro receber sempre olhares tão gélidos. Mas não! Naruto não era a Kyuubi, ele era o Uzumaki Naruto-kun!

– Naruto-kun... – ela se aproximou, o tocando, mas ele não se mexia, o jovem atrapalhado. – Naruto-kun, escute! – Naruto se virou para Hinata. Hinata respirou fundo e olhou nos olhos do seu amado, que estavam sem o mesmo brilho que a encantava. Ela lhe dá um tapa na face, que se virou. – Eu... eu gosto de você, Naruto-kun! Uma ou duas raposas não vão mudar isso!

Naruto olhou para os olhos perolados da nunca notada amiga e viu uma decisão enorme ali.

– Bem, que morram dois: o garoto demoníaco e a hyuuga rejeitada – Mizuki disse, começando a girar uma enorme shuriken e a jogando contra os jovens.

Iruka correu até os alunos, para protegê-los, mas parecia ser tarde.

Naruto sentiu raiva. Não por ninguém ali, mas por ter sido tão futilmente enganado. Muita raiva. Porém, em um milésimo de segundo, ele notou que não poderia deixar Hinata ali, ela não tinha nada a ver com aquilo. Naruto sentiu como se um grande poder, antigo e que estranhamente lhe era familiar, percorresse o seu corpo.

– GYAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!! – ele gritou. Não poderia morrer sem proteger a Hyuuga. – VOU DEFENDER A HINATA COM O MEU ÚLTIMO DESEJO!!!

Suas roupas alaranjadas logo foram despedaçadas e um brilho, uma chama laranja, surgiu na testa de Naruto. Ele rapidamente segurou as laterais da shuriken gigantesca, a parando sem mal machucar as mãos. Ele estava mudado, ele estava com muito mais força e determinação.

Ele jogou a shuriken no chão e saltou até Mizuki, que tentou se defender, mas levou uma série de socos.

– 1! 2! 3! – Naruto dizia os números de seus golpes. Ele estava com uma voz agitada e raivosa. – 4! 5! 6!

7! 8! 9!

10!!!

Mizuki caiu inconsciente no chão. E logo a chama na testa de Naruto se apagou, a chama que era alaranjada como ele.

Ele estava só de cueca, Hinata corou.

Iruka correu até o jovem, segurando seus ombros.

– Naruto... – ele dizia.

– Eu... eu sou a Kyuubi, certo? – ele dizia, num tom melancólico.

– Você está errado! – uma voz dizia. Era a de Hinata. – Você é o Naruto-kun!

– Exato! – Iruka concordou. – Você pode ser meio idiota e desobediente às vezes, mas é Uzumaki Naruto, uma criança de Konoha!

Hinata se aproximou e Naruto começou a reparar nela, para ver se ela estava bem. Era um fato: Hinata era muito bonita – com uma pele e olho claros como a Lua e um cabelo curto e azulado. Caíam perfeitamente nela.

– Naruto-kun deveria se tornar um ninja, Iruka-sensei! Ele me mostrou um jutsu incrível! – Hinata dizia.

– Jutsu?

– Sim! – Naruto exclamou. – Eu posso ser um ninja de Konoha, olha só! – e gritou “Kage Bunshin no Jutsu!”, fazendo surgir uma legião, um exército, de Narutos reais.

– Esse jutsu é super avançado... Naruto, como você...?

Naruto desfez os clones.

Depois de uns instantes, Iruka começou a falar.

– Me perdoe, Naruto. Eu negligenciei você, eu acho. Eu acho que a verdade é que eu também perdi os meus pais quando novo e não sei mais como é ter uma família. Eu deveria ter te compreendido – ele disse. E deixou derramar uma lágrima. – Estou orgulhoso de você, um ninja de Konoha.

Ele tirou sua bandana, o sensei, visto que os ninjas de todas as vilas usam bandanas que as representam, e a amarrou na testa de Naruto.

– Cheguei um pouco tarde, pelo o visto! – outra voz foi ouvida.

E uma explosão de fumaça surgiu, além de um homem de pé em cima de um sapo gigantesco, maior que duas pessoas juntas, e avermelhado.

– Olá, menores! O meu nome é Jiraiya – foi o que o homem disse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Amor e a Harmonia:" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.