Clube de Fanfics escrita por Jane Viesseli


Capítulo 3
Voem Corvos, o Espantalho está no Campo


Notas iniciais do capítulo

Observação:
— Este capítulo possui troca de mensagens de celular, mas a formatação desse trecho da história não ficou muito bom. Relevem, por favor!
— A ESNyah não foi inspirada em nenhum sistema de ensino em especial e tampouco foi feita para se parecer com alguma escola real. Eu a criei para ser aquilo que a história precisa que seja.



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Quase duas semanas se passou desde que Seiji entrou no clube de fanfics pela primeira vez, e, na opinião dele, as coisas progrediam muito bem. Com o passar dos dias, toda a euforia com o retorno das férias transformou-se em concentração e a bagunça inicial se transformou em folhas e mais folhas de capítulos escritos.

― A escrita também tem o seu encanto – pensou ele certa vez, enquanto observava as pilhas de folhas aumentando, conseguindo ver a beleza das histórias crescendo e tomando forma, como se houvesse algo de poético em tudo aquilo.

Em sua primeira semana como gerente, Seiji teve que: acalmar os ânimos exaltados dos participantes de um debate temático; elaborar um bate-papo sobre beisebol para os interessados em inserir o esporte em suas fanfics; ouvir reclamações e mais reclamações de bloqueio criativo; conter um escritor em um surto de raiva, que estava rasgando todo o capítulo que escrevia dizendo que estava tudo uma merda; averiguar uma acusação de plágio; e acalmar a discussão acalorada entre duas garotas que constantemente disputavam sobre qual gênero era o melhor, se yuri ou yaoi…

Seiji sabia ser aterrorizante quando queria, mas tentava resolver todos os conflitos do clube da melhor forma possível, ganhando a confiança dos membros rapidamente… Ou de quase todos, visto que a discussão de “yuri vs. yaoi” terminou com ambas as garotas sentindo-se ofendidas, por Seiji não tomar o partido de nenhuma delas e ainda dizer que ambos os gêneros eram bons, já que falavam de amor. Porém, com exceção deste último caso que nem ela própria conseguia resolver, Misaki estava felicíssima com a eficiência do neko em dominar os membros e gerir conflitos, considerando-o capacitado à, finalmente, visitar o terraço e conhecer o outro lado do mundo do clube de fanfics:

― O silêncio é primordial no terraço, onii-chan – alerta ela seriamente, como se falasse sobre um caso de assassinato. – Não fale, apenas sussurre e não converse com nenhum deles enquanto estiverem escrevendo, mesmo que seja alguém que você conheça; se precisar falar com alguém, sente-se e espere-os terminar sua linha de raciocínio, ou eles o encararão como se quisessem a sua cabeça servida num espeto!

Seiji faz uma leve careta, achando toda aquela descrição bastante exagerada.

― Faça tudo o que ela disse, rigorosamente – reforça Tayui, como se estivesse lendo os seus pensamentos. – O terraço é como o lado escuro da Lua, acredite, repleto de perfeccionismo, organização e silêncio… Muito silêncio… Absoluto silêncio… É de enlouquecer – conclui exasperado, como se já tivesse estado lá em cima e surtado.

― Tayui foi expulso do terraço 46 vezes, no ano passado – explica Misaki, dando alguns tapinhas nas costas do neko como se tentasse consolá-lo daquela desonra.

― Meu recorde de silêncio foi de vinte minutos – anuncia orgulhoso. – Depois disso eu sempre tentava puxar conversa com alguém e era expulso.

― E depois de 46 expulsões, recebi um abaixo-assinado pedindo que Tayui fosse proibido de subir ao terraço. Todo mundo lá em cima assinou! Ele está proibido de subir desde então – conclui Misaki, frisando a proibição para impedi-lo de segui-los até o terraço.

“Não deve ser assim tão complexo”, pensou Seiji de início, somente até acompanhar Misaki ao terraço e tropeçar no último degrau da escada, que tinha uma altura diferente dos demais e sempre fazia as pessoas caírem. O neko apoiou-se sobre a maçaneta da porta para evitar o tombo, e, por ser feita de metal, a porta se moveu e rangeu tão alto quanto a de uma casa mal assombrada.

Todos os olhares do terraço se voltaram para ele, numa sincronia perfeita, como se estivessem ligados à Matrix e sendo controlados por ela.

― Desculpe – pediu Seiji, alto demais, recebendo olhares zangados e um "shhhh" como resposta.

Misaki aperta os lábios para conter o riso, enquanto Seiji se recompunha no mais absoluto silêncio e curvava o tronco num pedido mudo de desculpas, observando que, na mesma velocidade com que os rostos zangados se voltaram para ele, eles retornaram às suas histórias.

Estando ali, Seiji sentia como se cada passo parecesse com o de um gigante dançando sapateado, olhar por tempo demais para um daqueles alunos parecia ser o suficiente para atrapalhá-los em seu momento de criação e até mesmo um simples respirar parecia ser alto demais naquele lugar sagrado de silêncio. O terraço era como um universo paralelo de escritores, o extremo oposto da sala de aula, um mundo em que até mesmo espirrar ou soltar um pum audível parecia ser proibido.

Obviamente, o nekomomo não suportou o silêncio opressivo do terraço e decidiu que não retornaria tão cedo, admirando Tayui por ter conseguido ficar vinte minutos completos sem produzir qualquer tipo de som...

Além do clube, Seiji também obteve bons resultados como protetor de Misaki, interceptando uma tentativa de pregar as orelhas da neko com o grampeador; uma plaquinha de “chute-me” para colar em suas costas; um preparado de tinta vermelha e água para acertá-la durante a educação física; e uma tentativa de colar suas roupas de ginástica com chiclete mascado; tudo isso com o auxílio do kitsune, que frequentemente o contatava, pessoalmente ou com bilhetes.

...

Certo dia, antes mesmo de sua primeira aula se iniciar, Seiji é convocado a uma reunião de emergência com o time de beisebol. A temporada estava prestes a começar e o treinador precisava relatar as novas regras dos treinos, que se intensificariam dali em diante. Contudo, ao final da conversa, Seiji é questionado sobre o seu ingresso no clube de histórias.

― Como é lá, Seiji? – pergunta um dos garotos.

― É legal... Diferente dos outros grupos – comenta superficialmente, não sabendo bem como descrever o clube de Misaki.

― Por que raios você entrou naquele troço? – pergunta o treinador com certo desdém, não entendendo o que um jogador da categoria dele, fazia num lugar como aquele.

Seiji se remexe no lugar, olhando sem jeito para o homem grande e de bigodinho estranho, e sentindo as orelhas tremeram levemente em descontentamento, reprovando o tom usado por ele.

― Apenas quis ver como era – responde de forma evasiva.

― Brinque o quanto quiser com aqueles malucos, mas não esqueça de suas prioridades, Seiji, temos uma temporada difícil este ano e precisamos que nosso melhor rebatedor esteja focado – anuncia o treinador, sendo silenciosamente apoiado pelos demais jogadores.

― Estou aqui, não estou? Com ambos os grupos funcionando no mesmo horário, eu escolhi estar aqui, treinando... Estou plenamente focado, sensei, pode apostar – responde seriamente, confiante de suas palavras e de sua paixão por aquele esporte.

O homem sorri orgulhoso, acenando positivamente com a cabeça antes de finalmente se afastar. E com o treinador longe, o time de beisebol pôde finalmente tocar em seu assunto mais secreto: a briga que estavam armando para o fim do próximo mês. Se alguém de fora ouvisse aquela conversa, certamente ficaria horrorizado, mas Seiji e seus colegas adoravam uma boa briga e qualquer calouro que viesse a entrar no Clube de Beisebol, era rapidamente obrigado a fazer parte das lutas organizadas que eles gostavam de chamar de “Eventos”.

― A gangue vermelha quer marcar um Evento, Seiji, e foram categóricos ao dizer que você precisa estar presente. Eles acham que conseguirão feri-lo antes de nossa temporada começar – debocha Takashi, o capitão do time.

― Deixe eles tentarem – caçoa Seiji, extremamente confiante de suas habilidades de luta –, somente minha mãe conseguiu me bater até hoje, e não serão eles os segundos a conseguirem isso. Vamos acabar com esses otários!

Os jogadores riem, animados com a disputa que seria marcada no fim do mês, e logo se dispersam, completamente atrasados para as suas primeiras aulas. Seiji caminha rapidamente em direção a aula sala de biologia, checando as horas no celular e visualizando o ícone em forma de envelope, que indicava o recebimento de uma nova mensagem:

 

Número Desconhecido: Tenho ouvido rumores, os corvos não estão contentes com a permanência do clube. Anote meu núm. mandarei detalhes em breve. Tayui.

Seiji: Como conseguiu o meu número?

Número Desconhecido: Eu te disse Seiji, eu vejo tudo, eu ouço tudd... Agora add meu contato e espere por mais informações!

Número Desconhecido: E coloque créditos no celular, os meus estão acabando e pode ser que eu tenha que te ligar a cobrar

Seiji: Você é bem folgado sabia?

 

Não houve mais respostas. Seiji não sabia se ficava impressionado com a astúcia do kitsune em obter seu número de telefone, ou se ficava irritado por ele estar lhe dando ordens. Somente uma coisa era certa em sua cabeça: Tayui não lhe deixaria em paz, nunca mais.

Tempos depois, pouco antes da hora do almoço, durante uma complexa aula de matemática, Seiji sente o celular vibrar em seu bolso, indicando que uma nova mensagem de texto havia chegado. Ele apanha o celular discretamente, colocando-o abaixo da carteira onde não seria detectado pelo professor, e abre a mensagem recebida:

 

Kitsune Sem-noção: Tem uma movimentação estranha acontecendo com a galera do basquete. Não entendi ainda do que se trata, estão falando em código, mas vou descobrir.”

Seiji: Faça o seu trabalho, Sherlock.”

Kitsune Sem-noção: Vamos usar código também? Gostei. Em breve informarei sua próx. missão, 007.”

Kitsune Sem-noção: Isso até me serviu de inspiração pra uma história hentai de espiões...”

Kitsune Sem-noção: Vou chamá-la de "00-Neko, Missão Prazer" ou "00-Neko, Entre Tiros e Amassos". O que você prefere?”

Seiji: P E R V E R T I D O”

Kitsune Sem-noção: Vamos lá, o que você prefere?”

Seiji: Pare de gastar os seus créditos com bobagem. Se você me ligar a cobrar, vou te bater!!!”

Kitsune Sem-noção: T.T”

 

As mensagens novamente foram interrompidas e Seiji não pôde conter um revirar de olhos com a capacidade anormal que Tayui tinha, de pular de um assunto sério para uma babaquice sem muito esforço. Isso explicava perfeitamente o motivo de seu nome de contato ser “Kitsune Sem-noção”.

Não havia muito a se fazer com tão poucas informações e, neste ponto, o neko reconhecia que a ajuda de Tayui era sempre valiosa na tarefa de espionagem. Porém, naquela manhã, tudo parecia tranquilo, a ponto de fazê-lo se esquecer momentaneamente do celular e das mensagens do kitsune.

Seiji voltou a se lembrar de Tayui somente no período pós-almoço, enquanto vagava pelos corredores mastigando o último pedaço de um bolinho de brigadeiro. Lembrando-se subitamente de seu celular, o neko afunda a mão no bolso rapidamente e encontra um novo SMS de seu informante, enviada há, pelo menos, 15 minutos.

 

Kitsune Sem-noção: Descobri o que estão tramando”

Seiji: O que é? Onde devo encontrá-los?”

 

Sem retirar os olhos do celular, com medo de perder alguma mensagem ou informação que viesse a proteger Misaki, Seiji aguardou uma resposta. Porém, tudo o que recebeu foi uma ligação de Tayui, a cobrar.

― “Chamada a cobrar, para aceitá-la, continue na linha após a identificação” – começou a gravação de sua operadora, fazendo-o revirar os olhos e começar a se irritar. – Seiji, até que enfim me respondeu! – sussurrou Tayui logo em seguida.

― A cobrar? Sério isso? Eu tenho cara de garotinho rico que está nadando em créditos? – Se irrita.

― A gente fala sobre isso depois – corta Tayui, ainda sussurrando, mas parecendo alarmado –, corre para a sua sala porque é em você que o time de basquete quer dar uma lição!

― O quê? – grita, já começando a correr em direção a sua própria sala.

― Você comprou as brigas de Misaki, lembra? Acho que estão querendo te mostrar onde você está se metendo! Mais que merda… – pragueja Tayui.

O telefone fica mudo. Seiji chama pelo kitsune algumas vezes, podia ouvir vozes do outro lado da linha, contudo, não conseguia compreendê-las. A ligação cai de repente e o neko sente uma onda de preocupação energizar o seu corpo.

― Será que ele está encrencado? – questiona em pensamento, acelerando o ritmo de sua corrida assim que avista o corredor de sua sala.

Seiji chega à porta da sala rapidamente, parando com um solavanco no batente e analisando rapidamente o interior do cômodo. Parte do time de basquete já estava lá, pelo menos cinco jogadores com sprays de tinta nas mãos, prestes a pichar todas as suas coisas, incluindo carteira e cadeira. Entretanto, Tayui também estava lá, com o taco de beisebol em mãos, bloqueando o caminho dos arruaceiros e impedindo-os de fazer o que queriam.

O kitsune parecia assustado. Estava armado com o bastão, mas com as orelhas inteiramente em pé, em sinal de alerta, fazendo Seiji perceber que, devido a sua doença cardíaca, ele nunca tinha estado em uma briga antes e não sabia o que fazer.

Entretanto, o que realmente enfureceu Seiji naquele momento, foi o fato de que nenhum daqueles garotos seriam punidos. Assim como em tantas outras vezes, eles nunca seriam pegos, as latas de tinta nunca seriam encontradas e eles nunca seriam penalizados, porque já faziam aquilo há muito tempo e eram espertos demais para serem pegos.

― Ei! – grita Seiji, chamando a atenção de todos para si. – O pensam que estão fazendo na minha sala?

Aproximando-se lentamente, o neko não fez questão nenhuma de esconder que já sabia o motivo daqueles cinco garotos estarem ali. Pacientemente, Seiji contornou o grupo de jogadores e se aproximou de Tayui, que prontamente lhe entregou o bastão e recuou alguns passos.

― Você estava demorando, e-eu tentei atrasá-los – explica o kitsune, sentindo a voz tremer com o nervosismo que ainda dominava o seu corpo.

― Deu certo, obrigado! Eu assumo daqui…

Tayui respira fundo, sentando-se numa das carteiras no fundo da sala e se acalmando quase instantaneamente. O kitsune já tinha ouvido falar que Seiji era um neko bastante competente nesse quesito, contudo, nunca havia o visto em ação com os seus próprios olhos. Ele não sabia brigar porque não podia brigar, dada as suas condições de saúde, e na maior parte do tempo fugia de qualquer situação que pudesse gerar uma briga. Porém, naquele dia e naquela hora, nada no mundo o faria perder aquela luta…

― Então, como vai ser? – questiona Seiji, deixando que o oponente ditasse as regras do jogo.

― Somos cinco e você apenas um – desafia o capitão.

― Já enfrentei caras muito mais fortes que vocês… Podem vir, veremos quem cairá primeiro – blefa descaradamente, batendo o bastão de beisebol no chão duas vezes para aumentar a intimidação e esconder o fato de que ele não sabia se poderia vencê-los.

Diante do toque do bastão contra o chão, alguns dos jogadores se entreolharam, perguntando-se se realmente estavam dispostos a enfrentar um nekomomo armado, afinal, ele já possuía um longo histórico de brigas escolares. E com isso em mente, três deles desistiram do desafio, erguendo as mãos em sinal de rendição e saindo pacificamente da sala com seus sprays em mãos. Faltavam apenas dois oponentes, o que aumentava consideravelmente as chances de vitória de Seiji, tornando-o mais ousado em suas provocações:

― Kitsune, segure meu bastão! – ordena Seiji, lançando o objeto para Tayui, que o pega facilmente. – Venço esses idiotas usando somente os punhos.

Diante de tal provocação e com a ausência do bastão, a luta que Seiji esperava finalmente aconteceu. O primeiro a avançar foi o capitão do time, que teve o seu golpe bloqueado e, em troca, teve o olho marcado pelo neko. O segundo oponente avançou logo em seguida, tentando um golpe de direita, mas falhando miseravelmente.

Tayui assistia a tudo com um misto de empolgação e admiração, soltando um “oh” ou um “ai” dependendo de quem tomava um golpe certeiro, e saindo do caminho quando os briguentos acidentalmente vinham em sua direção. Seiji era rápido, tinha bons reflexos e era forte, características que mal podiam ser notadas devido aos seus óculos e sua cara de “bom menino nerd”, entretanto, o kitsune percebia que quando fechava os punhos para brigar, era como se um novo Seiji emergisse, uma versão muito mais furiosa e violenta dele, que não tinha medo de bater, de apanhar, de perder sangue ou de arrancar o sangue de alguém…

O neko mantinha a luta equilibrada, apesar de estar em desvantagem, porém, após um leve descuido, tem seu braço aprisionado por um de seus oponentes, abrindo caminho para que o capitão do time de basquete deferisse um chute certeiro em seu peito e o lançasse sobre as mesas e cadeiras da sala, causando uma significa desorganização e fazendo o kitsune se esticar onde estava para verificar o seu estado.

Seiji se recupera do golpe o mais rapidamente possível, conseguindo acertar uma cotovelada no rosto de um dos garotos, pouco antes do outro o acertar com um soco na boca e o gosto de sangue inundar seu paladar. Ele gostava daquele sabor, seu lábio havia se cortado, sangrava e ardia, mas, em vez de demonstrar dor, ele riu.

Sua curta risada era como combustível para o seu corpo e um claro sinal de que ele estava se divertindo com tudo aquilo. E apesar de se manter a uma distância do confronto, Tayui pôde identificar o momento exato em que um repugnante calafrio atingiu os seus oponentes, que recuaram diante do riso do neko e já pensavam seriamente em fugir.

Seiji avança contra eles novamente, energizado, para uma nova rodada de golpes, que trouxeram prejuízos para ambos os lados e uma nova onde de desorganização na sala de aula. Ao final dos golpes, ambos os jogadores estavam no chão, repletos de hematomas que cedo ou tarde se tornariam evidentes. Um segurava o braço esquerdo enquanto o outro, com um corte sangrento no supercílio, tinha feridas evidentes nos nós dos dedos, devido a um golpe falho que terminou em contato com a parede.

Conforme assistia os oponentes se arrastarem porta afora, saindo de sua vista, Seiji sentiu a adrenalina diminuir e os primeiros sinais de dor surgirem em seu corpo. É claro que ele não estava ileso: seu estômago e peito doíam, seu lábio ainda sangrava, seu casaco havia perdido alguns botões e em algum momento da briga, seus óculos desapareceram; mas nada importava realmente, já que tinha sido o último a ficar de pé.

Seiji levanta uma das cadeiras caídas e se lança sobre ela, recuperando o fôlego e se perguntando onde estariam os seus óculos. Nada lhe era muito nítido sem eles...

― Nossa!!! Aquilo foi incrível – declara Tayui, empolgado com a luta que acabara de presenciar, aproximando-se do neko e lhe entregando os óculos que recuperara durante a briga. – Quando liguei pra você, não pensei que conseguiria chegar a tempo, sabia? Isso foi demais!

― Na verdade, eu corri o mais rápido que pude para bater em você! – menti, colocando os óculos e fazendo uma carranca ao se lembrar que tinha sido ele o pagador da ligação a cobrar.

― Eu? Por quê?

― Porque me ligou a cobrar, kitsune idiota! – esbraveja.

― Ah, Seiji, não se prenda a detalhes… – desconversa, sacudindo as mãos como se o fato de ter gastado os créditos de outra pessoa não significassem nada.

― Eu paguei por aquela porcaria de ligação sabia?

― Nós espantamos os corvos e é isso que importa. Você está inteiro, Misaki seguirá feliz e o clube continuará funcionando… Está tudo como deveria ser…

― Isso é verdade – confirma com um sorriso, achando graça em como ele conseguia ser dissimulado até mesmo quando sabia que tinha feito algo errado. – Voem corvos, o espantalho está no campo!

Tayui ri com a referência, ainda energizado com a luta que presenciara. Seiji dá um sorriso maroto e toma o seu bastão de volta, satisfeito com tudo o que fizera e pela boa impressão que tão claramente causara no kitsune. O neko ainda estava com o casaco do uniforme desalinhado e os cabelos bagunçados quando ambos saíram em direção ao corredor, dando de cara com o diretor.


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Notas finais do capítulo

Olha quem voltoooou o/
Será que ainda tem algum leitor aí?

Depois de um longo e tenebroso inverno, repleto de problemas pessoais e crises existenciais, retorno para terminar a fanfic que deixei largada por tanto tempo.
Primeiramente, peço perdão a todos por deixar a fanfic à deriva, mas realmente passei por momentos difíceis e minha vontade de escrever acabou sendo reduzida a 0 (zero). Mas aos poucos estou retornando e garanto que seguirei com a história até o final agora...
A fanfic já está toda pronta, na verdade, mas postarei os capítulos pouco a pouco pra dar aquela emoçãozinha maneira, rsrs. Se houver uma boa quantidade de comentários nesse capítulo, postarei o próximo ainda essa semana. Senão, deixarei a atualização programada para a próxima segunda-feira (até porque, não preciso ter pressa se ninguém estiver lendo, não é verdade? kkkk).
Por fim, espero que tenham gostado do capítulo e que perdoem essa escritora pela IMENSA demora. Até a próxima atualização...



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