Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 8
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/62921/chapter/8

HOTEL CRISTAL LAKE

 

Lucy e Van Helsing sobem as escadas do hotel. A dupla pára em frente á primeira porta do corredor, e Van Helsing bate na porta repetidas vezes. Logo, ouvem-se passos dentro do quarto, e a porta se abre em uma pequena fresta, onde surge o rosto do Padre Keir.

 

VAN HELSING

 

- Boa noite, Padre. (O padre abre a porta toda).

 

 PADRE KEIR

 

- Van Helsing! Enfim esta de volta, rapaz! Me conte logo o que foi que... (Keir percebe Lucy ao lado de Peter). Quem é essa moça?

 

LUCY

 

- Lucy Farmer, senhor.

 

 PADRE KEIR

 

- Deus á abençoe, minha filha. Eu não quero ser mal educado, mas por que meu jovem amigo á trouxe pra cá às quatro e meia da manhã?

 

VAN HELSING

 

- Padre, aconteceu muita coisa. Nenhuma delas boa. Eu.. Tive que contar a verdade pra ela. Acho que ela merece algumas respostas, e o senhor pode me ajudar nisso. Alem do mais, a Sra. Freeman só deixou a gente subir pra conversar, se o senhor também estivesse presente. Então, por que não deixa a gente entrar pra conversar melhor?

 

O Padre lança um olhar severo para Van Helsing, mas se afasta, dando passagem para os dois jovens entrarem no quarto, fechando a porta em seguida.

 

PADRE KEIR

 

- Pode se sentar ali, minha filha. (Diz ele indicando a única cadeira do quarto, que ficava em frente á uma velha mesa de madeira).

 

 LUCY

 

- Obrigado (Diz ela se sentando). Peter disse que o senhor me ajudaria a entender o que esta acontecendo, você pode começar se quiser.

 

PADRE KEIR

 

- O que ele lhe contou exatamente, minha filha?

 

 

VAN HELSING

 

- Eu contei tudo.

 

PADRE KEIR

 

- E por que exatamente fez uma tolice dessas? (Pergunta o padre olhando o jovem com reprovação).

 

VAN HELSING

 

- Eu tive que contar! Você não tem noção do que aconteceu naquele lugar!

 

PADRE KEIR

 

- E o que foi que aconteceu, rapaz?!

 

LUCY

 

- Escute Padre, com todo o respeito, não viemos aqui pra isso! Então o senhor...

 

VAN HELSING

 

- Lucy, por favor! (Diz Peter. A garota olha para ele com raiva, mas se recompõe). Vou lhe dizer o que aconteceu, Padre. A coisa é bem pior do que o senhor imaginava.

 

 

                                               CRISTAL LAKE: RUA

 

Amanda caminha pela rua, com a boca manchada de sangue. Ela tem uma expressão de pesar no rosto. A garota anda até uma limusine preta, da qual o Conde Drácula desce.

 

DRÁCULA

 

- Muito bem, Amanda. Vejo que fez o que eu ordenei (diz o vampiro passando delicadamente a mão na boca de Amanda, para limpar o sangue).

 

  AMANDA

 

- Eu... Eu não sei se fiz o certo, mestre. (Diz ela de cabeça baixa, e a voz fraca).

 

DRÁCULA

 

- Você fez o certo sim, minha querida. (Diz ele fazendo-a erguer a cabeça, e olhar para ele.) Acha que estou errado?

 

Amanda olha para o homem á sua frente com um olhar fascinado, e sorri para ele.

 

AMANDA

 

- Não mestre, o senhor nuca está errado. Vince, ele...

 

A garota desmaia, mas é amparada por Drácula antes de chegar ao chão. A carregando nos braços, o vampiro entra na limusine, que dá a partida.

 

Dentro da limusine, o vidro preto que permite a comunicação do passageiro com o motorista desce.

 

PHILIP

 

- Pra onde agora, senhor Conde?

 

DRÁCULA

 

- Pra casa, Philip. Minha nova companheira já provou ser leal á mim. Que prova maior do que o sangue do melhor amigo, não é mesmo?

 

PHILIP

 

- Ela esta bem, senhor?

 

DRÁCULA

 

- Vai ficar. Se separar de sua humanidade é mais difícil para uns do que para outros.

 

 

                                            HOTEL CRISTAL LAKE

 

O Padre Keir ouviu calado o relato de Van Helsing sobre os terríveis acontecimentos daquela noite, tudo sobre a conversa com Drácula, a chacina promovida na festa por Jason, a caminhada pela floresta através da neblina, até a perturbadora conversa que Lucy teve com a amiga pelo telefone, que levantou a suspeita de que Amanda possa ter sido hipnotizada. Lucy também permaneceu em silencio durante toda a historia.

 

VAN HELSING

 

- E foi assim que aconteceu, Padre. Não sei se tomei a melhor decisão ao contar a verdade, mas foi o que eu fiz. Agora que sabe de tudo o que aconteceu, que tal me ajudar a explicar a situação pra ela antes que você e eu paremos no sanatório mais próximo? (O Padre parece atônito com todas as coisas que acabara de ouvir).

 

PADRE KEIR

 

- Meu deus! Eu sinto muito, Peter. Deveria ter imaginado que um fanático como Neame mandaria vigiar você. Talvez não devesse te-lo procurado.

 

VAN HELSING

 

- Um pouco tarde pra pensar nisso. Alem disso, o senhor e eu não fomos de ajuda nenhuma até agora. Drácula transformou pelo menos duas pessoas, fora todas aquelas pessoas que aquele maníaco matou naquele clube.

 

PADRE KEIR

 

- E mais essa, Jason Voorhees. Não estamos com sorte mesmo.

 

VAN HELSING

 

- Acha mesmo que é uma questão de sorte, Padre? É coincidência demais pro meu gosto, Jason Voorhees voltar depois de todos esses anos á cidade, justo quando Drácula ressurge em Cristal Lake.

 

PADRE KEIR

 

- Acredita que existe alguma ligação? Que Drácula possa estar usando Voorhees de alguma forma?

 

VAN HELSING

 

- Não acredito que o Conde esteja manipulando aquele assassino. Ele estava agindo com descrição, algo que Jason definitivamente não fez, mas tenho quase certeza que os dois casos estão ligados de alguma forma.

 

LUCY

 

- Jason matou um amigo muito querido hoje, e uma grande amiga minha pode estar correndo risco de vida, então vocês dois querem parar de tagarelar, e me ajudar me contando algum a coisa?! (O Padre olha com carinho e compreensão para a moça).

 

PADRE KEIR

 

- Eu sinto muito por sua perda, minha filha. Antes de começarmos, eu preciso saber de uma coisa, você acredita mesmo no que Van Helsing lhe contou?

 

LUCY

 

- Eu não sei mais no que acreditar. O que eu sei é que a minha melhor amiga pode estar em perigo, e eu não vou ficar sentada esperando pra ver se é loucura ou não.

 

PADRE KEIR

 

- Admirável, minha jovem. Bom, vamos lá. Pelo que vocês me contaram, acho que sua amiga foi mesmo hipnotizada por aquele monstro. Se ele ficou realmente interessado por ela durante a festa, não desistiria tão fácil.

 

LUCY

 

- Ele pode ter... Matado a Amanda?

 

PADRE KEIR

 

- É possível (diz com pesar na voz). Mas existe uma esperança. No passado, O Conde já gostou de sugar lentamente o sangue de suas vitimas, as matando aos poucos. Se ele esta fazendo isso, talvez ainda possamos salvar sua amiga. Infelizmente, ainda existe uma terceira possibilidade.

 

LUCY

 

- Qual?

 

VAN HELSING

 

- Ele pode te-la transformado.

 

LUCY

 

- Estão me dizendo que esse tal Drácula pode ter transformado Amanda em uma vampira?!

 

PADRE KEIR

 

- Infelizmente é uma possibilidade. A mais terrível, em minha opinião. Se ela se tornou um deles, temo que não haja mais nada que possamos fazer.

 

LUCY

 

- Como assim nada? Poderíamos tentar ajudá-la,trazê-la de volta. Ela mesma não ia querer ficar assim!

 

PADRE KEIR

 

- não é tão simples. A igreja estuda essas criaturas há séculos. Quando alguém se torna um vampiro, começa aos poucos á perder a noção do certo e do errado, á medida que a sede por sangue aumenta.

 

LUCY

 

- A Amanda não. Ela nunca machucaria ninguém.

 

VAN HELSING

 

- Se ela foi mesmo transformada, existe o agravante de que não foi por qualquer vampiro, foi por Drácula. Ele não muda apenas o corpo da vitima, ele muda a mente. Se Drácula a transformou, a Amanda que você e eu conhecemos não existe mais, ou logo vai deixar de existir.

 

LUCY

 

- Não, você esta errado.

 

PADRE KEIR

 

- Infelizmente é verdade, minha filha. O Conde Drácula corrompe a mente e a alma daqueles que transforma. Essas pessoas, quando influenciadas por ele, são capazes de fazer coisas que nem imaginariam fazer antes. (Lucy fica em silêncio por um instante, tentando entender as informações que recebera).

 

LUCY

 

- Caso ela tenha sido transformada, não há uma maneira de trazê-la de volta? Fazê-la deixar de ser vampira?

 

VAN HELSING

 

- Existe sim, deve se despejar água benta no local da mordida , e depois cauterizar a ferida, mas isso só adianta no Maximo vinte minutos após a infecção.

 

LUCY

 

- Então não existe nenhuma forma de salva-la? (Pergunta ela com os olhos marejados. O Padre se levanta da cama, e coloca a mão em seu ombro)

 

PADRE KEIR

 

- Tudo o que podemos fazer por hora é rezar, minha filha. Sair agora seria uma tolice. Temos que agir á luz do dia. Se Drácula á mantém prisioneira, ela deve estar no casarão de Patrick Neame. Vamos até lá depois que o sol nascer.

 

LUCY

 

- Neame é o homem que comprou as terras do acampamento Cristal Lake, certo? Peter me falou dele.

 

PADRE KEIR

 

- Ele mesmo. E acredito que seja por este antigo acampamento que devemos começar a procurar.

 

 

                                                        LONGE DALÍ

 

Uma limusine percorre uma estrada de terra, saindo de uma área arborizada, até entrar no terreno onde se situa o casarão de Patrick Neame. O Conde Drácula desce do carro, trazendo Amanda desfalecida em seus braços. A limusine segue para a garagem. O Homem anda alguns passos, quando Willian e Debra surgem da floresta, caminhando em sua direção.

 

 WILLIAN

 

- Fizemos o que o senhor pediu, mestre. Mordemos umas 20 pessoas mais ou menos. Só nos alimentamos de cinco.

 

DRÁCULA

 

- Muito bem. Vou precisar deles muito em breve.

 

DEBRA

 

- Essa ai não é a namorada do meu primo? Por que ela esta aqui, mestre?

 

DRÁCULA

 

- Não vou mais precisar de vocês esta noite. Podem descansar se quiserem. (Diz O conde, a ignorando, e voltando á andar, dando as costas para o casal).

 

DEBRA

 

- O senhor não precisa dela, mestre! O senhor já tem á mim. (Diz ela correndo atrás de Drácula).

 

O vampiro vira o rosto com as presas á mostra, emitindo um silvo. Debra recua assustada.

 

DRÁCULA

 

- Não me questione, mulher! Saia daqui agora! Os dois! (Debra e Willian vão embora intimidados, enquanto Drácula caminha em direção ao casarão.

 

 

                                                      HOTEL CRISTAL LAKE

 

O Padre Keir abre o velho roupeiro do quarto, retirando um malão de dentro dele.

 

LUCY

 

- O que é isso?

 

PADRE KEIR

 

- Agora que sabe a verdade, acho que precisa saber se defender dessas criaturas.

 

O Padre abre o malão, dentro dele, Lucy pode ver varias estacas de madeira, duas garrafas de água mineral, duas cruzes de madeira, pequenas ampolas com um liquido azulado, e duas seringas de médio porte.

 

LUCY

 

- É como no cinema, alho e estacas? (Diz ela com um sorriso cansado).

 

PADRE KEIR

 

- Essas fraquezas que você vê nos filmes não surgiram do nada, minha querida. Acredita-se que por causa de sua origem demoníaca, a água benta queima a pele deles como se fosse acido. Os vampiros também tem uma forte aversão ao crucifixo, afinal, é o símbolo de cristo.

 

VAN HELSING

 

- Mas nem sempre funciona. Esta noite foi um exemplo. O maldito derreteu a cruz que eu estava usando.

 

PADRE KEIR

 

- Eu não sei dizer o porquê disso.

 

LUCY

 

- Como assim? A cruz funciona ou não funciona?

 

 PADRE KEIR

 

- O estudo dos vampiros é algo metafísico, Lucy. Algumas coisas a ciência explica, outras não.

 

LUCY

 

- E o que a ciência explica?

 

VAN HELSING

 

- A fraqueza em relação ao alho, por exemplo. Os vampiros tem uma enzima no corpo, a mesma enzima que injetam no corpo da vitima quando a transforma. Essa enzima é extremamente sensível á substancias presentes no alho. Em resumo, eles são alérgicos. Só de sentirem o cheiro já se sentem fracos. O alho não os mata, mas os enfraquecem bastante.

 

LUCY

 

- Como vocês podem saber disso?

 

VAN HELSING

 

- A igreja estudou os cadáveres dos vampiros que conseguiam por as mãos durante anos, não é mesmo Padre Keir? (Diz em tom acusador). Apesar de publicamente demonstrar essa raiva pela ciência, a Igreja Católica reconheceu o seu poder desde o começo, e sempre teve seus próprios cientistas.

 

LUCY

 

- E esses cadáveres, eram conseguidos com alho, crucifixos, e água benta? (Diz ela em tom irônico)

 

VAN HELSING

 

- Não. Essas coisas são usadas mais para afastá-los do que para matá-los. Não é simples matar um vampiro, Lucy. Eles têm um poder de regeneração sobre humano. Suas feridas fecham-se em questão de segundos. Membros amputados crescem novamente. Eles só podem ser feridos de três maneiras. A primeira é o fogo. Bata com um martelo na mão de um vampiro, que ele se recupera logo depois, como se nada tivesse acontecido. Ateie fogo na mão dele, e ele vai precisar comprar pomada pra queimadura. A segunda maneira é a decapitação. Separe a cabeça do corpo.

 

LUCY

 

- Separar a cabeça do corpo? Simples assim?

 

VAN HELSING

 

- Nada é simples quando se trata de vampiros. O corte tem que ser limpo, se sobrar alguma ligação, o vampiro se regenera. Você deve estar se perguntando das estacas. Bem não precisa ser necessariamente uma estaca. O folclore sobre a fragilidade do coração de um vampiro não é totalmente mito. De fato, se você consegue perfurar o coração deles de um lado á outro, bem no centro, eles morrem. Mas deve ser bem no centro, porque o verdadeiro alvo não é o coração. Na pratica, ele nem bate. É um pequeno órgão que se forma dentro do coração deles. Os vampiros já são sensíveis á luz do sol, mas com esse órgão destruído, ficam totalmente vulneráveis aos raios ultravioletas, mesmo á noite. Nesse caso não sobra corpo, eles viram cinzas, que nem quando pegam sol.

 

LUCY

 

- Você disse que têm que ser no centro do coração?

 

VAN HELSING

 

- Exato. Se pega do lado, por exemplo, não adianta, pois aquele pequeno órgão que fica dentro do coração sai intacto, e ele é o verdadeiro alvo.

 

LUCY

 

- Peter, você disse que sua família luta contra Drácula há décadas. Vocês tentaram tudo isso contra ele?

 

PADRE KEIR

 

- Praticamente todos, minha querida. Ele já foi exposto ao sol, teve o coração perfurado, teve o corpo envolto por chamas, mas de alguma forma diabólica, ele sempre volta.

 

LUCY

 

- Alguém... Já cortou a cabeça dele?

 

VAN HELSING

 

- Não existe nenhum relato á esse respeito (diz ele pensativo). Mas eu não ficaria otimista. O Conde não é um vampiro como os outros. Aparentemente, ele não morre.

 

LUCY

 

- Assim como Jason (Diz ela em tom sombrio).

 

 

                                        CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

Neame esta deitado em seu quarto. O dono do casarão dorme profundamente, e não vê a sombra que aos poucos vai cobrindo-lhe. Drácula estica lentamente o braço em direção a Neame, e o agarra pelo pescoço, o jogando violentamente para fora da cama.

 

DRÁCULA

 

- Precisamos conversar, Patrick.

 

NEAME

 

- Mestre, o que foi que aconteceu?! (Pergunta ele surpreso e assustado).

 

DRÁCULA

 

- Jason aconteceu! Conhece esse nome, Jason Voorhees?

 

NEAME

 

- Na verdade, mestre, eu conheço. Foi um assassino em serie que agiu nessa região há alguns anos atrás. (Responde Neame nervoso).

 

DRÁCULA

 

- Não só agiu, como age. Voorhees apareceu na festa hoje, e fez uma carnificina!

 

NEAME

 

- Mas... Pensei que ele estivesse morto.

 

DRÁCULA

 

- Volta a usar o tempo verbal errado, Sr. Neame. Ele esta morto. Pude sentir o cheiro de seu sangue podre. Mas essa não é a pior parte, eu também estive na mente dele. De alguma forma, o maldito está condicionado á me destruir! Sabe me dizer como isso é possível? (pergunta o vampiro se aproximando ameaçadoramente).

 

NEAME

 

- Eu não faço ide...Oh não. O ritual!

 

DRÁCULA

 

- O que tem ele? (Pergunta O Conde, com raiva contida na voz).

 

NEAME

 

- Talvez exista a possibilidade, de ter trazido Voorhees de volta, quando restaurei o seu corpo, mestre. Isso pode ter criado alguma espécie de ligação, eu não saberia dizer ao certo.

 

Drácula olha para Neame com raiva, refletindo por um instante sobre a informação que acabara de receber. Neame se surpreende quando um sorriso surge no rosto de seu mestre, que começa a rir.

 

DRÁCULA

 

- Ah, a magia! Inconstante e imprevisível. Nunca se sabe exatamente se vai estar á seu favor ou contra.

 

NEAME

 

- Eu sinto muito, mestre. (Diz Neame enfim se levantando do chão), não pensei que isso pudesse ocorrer. Estou disposto á aceitar o castigo que o senhor acha que eu mereça.

 

DRÁCULA

 

- Sr. Neame, sua lealdade quase me comove. Eu deveria puni-lo sim. Mas você me trouxe de volta, isso é inegável. Jason é apenas o preço disso, afinal de contas, hoje é sexta feira 13, ninguém escapa do azar no dia de hoje. Não se preocupe, Sr Neame, não vou deixar um morto vivo desacerberado ficar em meu caminho. Recrutei um pequeno exercito, deve ser o suficiente para me livrar de Voorhees de uma vez por todas.

 

NEAME

 

- E quanto a Van Helsing, mestre?

 

DRÁCULA

 

- Eu dei um ultimato á ele. Creio que seis da tarde é um prazo justo, não acha? Se ele ainda estiver aqui neste horário, vai morrer. Entendeu bem, Sr. Neame?

 

NEAME

 

- Que assim seja, mestre.

 

 

                                                   CLUBE FOREST GREEN

 

O Xerife Mathews observa enquanto o pessoal do hospital recolhe os corpos espalhados pelo salão do clube. Seis pessoas, reduzidas a corpos mutilados empacotadas em sacos plásticos azuis. O chão cinza do salão estava repleto de manchas de sangue em toda a sua extensão. Um jovem policial vem andando em direção ao xerife.

 

POLICIAL

 

- Encontramos mais dois no deposito, senhor. Já mandei o pessoal do hospital recolher. Meu deus, eu nunca vi uma coisa dessas.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Eu já. Há alguns anos atrás, quando eu ainda era novato, recebemos um chamado. Uma explosão havia acontecido aqui mesmo, nessa região. Havia duas casas de campo, uma delas havia explodido. Encontramos 15 corpos naquela noite, muitos deles mutilados. E tudo isso feito por um único homem.

 

POLICIAL

 

-        Os garotos que foram lá na delegacia disseram que tinha alguém vestido como Jason. O senhor não acha que...

 

XERIFE MATHEWS

 

- Por enquanto prefiro não achar nada. Dessa vez parece pior. Encontramos mais sete corpos lá fora, e sabe-se lá deus quantos mais tem por ai. Mandei o pessoal fazer uma busca atrás de mais. Espero que não encontrem nada. (O radio do xerife começa a emitir um chiado. Ele tira o aparelho da cintura, e fala ao fone). Xerife Mathews na escuta.

 

DAVID

 

- David falando, senhor. As noticias não são boas. Encontramos mais 11 corpos na floresta. O pessoal do necrotério já esta recolhendo.

 

 

                                                         FLORESTA

 

David esta com um walk talk na mão, e um facão na outra, que usa para abrir caminho entre a vegetação. Três homens munidos com lanternas o acompanham, revistando o local. O grupo esta em uma área mais fechada da floresta. Um deles grita pelo líder da expedição. David se aproxima, e vê mais duas pessoas jogadas no chão. O homem que chamou David confere a pulsação dos corpos, e balança a cabeça negativamente. O policial ativa o walk talk.

 

DAVID

 

- Achamos mais dois corpos, senhor. Esses também não foram mutilados.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Estranho (diz em tom intrigado). Algum sinal da arma que foi usada?

 

DAVID

 

- Não a primeira vista.

 

Um dos guardas se afasta um pouco do grupo, revistando as arvores com sua lanterna. De repente, ele é puxado para trás, e mal tendo tempo de gritar, tem o rosto atingido por um cutelo. Os três homens restantes ouvem o grito, virando-se.

 

DAVID

 

- Rob, você tá bem?

 

O corpo de Rob é atirado contra David e um dos guardas, que caem no chão. Jason joga o cutelo contra o homem que sobrou de pé, atingindo-lhe a testa. O assassino anda apressadamente em direção aos policiais. David e seu colega conseguem sair de baixo do cadáver de Rob. David imediatamente saca a sua arma.

 

DAVID

 

- Parado ai, desgraçado, ou eu atiro!

 

Jason continua caminhando, e David efetua vários disparos contra o mascarado, que continua á andar como se nada estivesse acontecendo. O assassino já esta na frente de David, que puxa o facão da cintura, e tenta atingir seu algoz. Jason segura o pulso do policial, impedindo o golpe, e torcendo-lhe todo o braço. Enquanto isso, o outro oficial consegue alcançar o walk talk, e grita desesperado.

 

OFICIAL

 

- Socorro, ele vai nos matar!

 

O gigante quebra o braço de David, que grita de agonia. Ele o agarra pelo pescoço, erguendo-o no ar. David olha desesperado para o homem usando mascara de Hockey, alguns segundos depois, ouve-se um som horrível, e a cabeça de David tomba. Seu pescoço esta quebrado. O único sobrevivente consegue se livrar do corpo de Rob, e começa a correr, carregando o walk Talk. Jason recolhe o facão de David, que estava caído no chão, e sai no encalço de sua presa. Enquanto corre, o oficial sai da trilha, escondendo-se em uma moita. Ele ouve os passos do assassino se aproximando. Jason pára por um instante, o oficial prende a respiração, estará perdido se Voorhees decidir sair da trilha. O mascarado segue reto, mas de repente, um som de estática enche o ar, como uma bomba.

 

XERIFE MATHEWS

 

- O que esta acontecendo ai?

 

OFICIAL

 

- Não!

 

Com um movimento rápido, Jason salta em direção ao oficial, e o decapita antes que ele tenha a chance de reagir. A cabeça cai no chão com um som seco, e alguns segundos depois, o corpo junta-se á ela. Ouve-se os gritos do xerife no walk talk.

 

XERIFE MATHEWS

 

- David? O que esta acontecendo aí? Alguém por favor, fale comigo!

 

Jason olha para o walk talk na mão morta do oficial, e pisa no aparelho, destruindo-o e quebrando a mão que o segura. O mascarado se vira, e começa a caminhar em direção aos corpos intocados, que foram achados pelos policiais, enquanto seu facão pinha sangue pelo chão da floresta.

 

 

                                                 HOTEL CRISTAL LAKE

 

Lucy estica a mão, pegando uma das ampolas de liquido azulado de dentro do malão do Padre.

 

LUCY

 

- E isso aqui é o que? Alguma espécie de mistura de alho e água benta?

 

PADRE KEIR

 

- São antitoxinas, minha querida. (Lucy olha com incompreensão para ele).

 

VAN HELSING

 

- Quando um vampiro morde alguém, as presas injetam uma neurotoxina na vitima, independente se ele vai transformá-la ou não. Essa neurotoxina causa fraqueza e uma leve sensação de prazer. A antitoxina deve ser injetada no local da mordida, para anular os efeitos da neurotoxina. (Lucy baixa a cabeça, parecendo cansada).

 

LUCY

 

- E quanto ao Jason?

 

VAN HELSING

 

- Ainda acho que ele foi trazido de volta por acidente. Neame deve ter usado algum tipo de ritual satânico para trazer o vampiro de volta. Esses rituais não costumam ser muito previsíveis. Mas não dá pra saber se Jason esta contra ou á favor de Drácula, embora pelo que vi essa noite, apostaria na primeira opção.

 

LUCY

 

- Drácula mandou você sair da cidade, não foi?

 

VAN HELSING

 

- É, mandou sim (responde desviando o olhar).

 

LUCY

 

- Hoje é sexta-feira 13. Tem uma espécie de ditado aqui na cidade sobre essa data: “Eles foram avisados, eles ignoraram, estão condenados, e na sexta feira 13, nada ira salva-los”.

 

VAN HELSING

 

- Eu não sou supersticioso (responde ele sério).


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Foi um capitulo um pouco mais explicativo, mas realmente achei necessario. Em breve, o capitulo 9