Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 9
Capítulo 9




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HOTEL CRISTAL LAKE: COZINHA

 

Van Helsing e o Padre Keir conseguiram, com alguma dificuldade, convencer Lucy á permanecer no hotel, até o sol nascer. A garota recusou um quarto oferecido pela Sra. Freeman, alegando que não conseguiria dormir. Ela e Peter desceram então para a cozinha, para deixar Keir realizar suas orações matinais. Neste momento, Lucy e Van Helsing conversam na cozinha. O rapaz bota a água para ferver em uma chaleira.

 

VAN HELSING

 

- Espero que goste de café forte, eu só sei fazer assim.

 

LUCY

 

- Por mim tudo bem (Responde ela). Você não precisa ficar acordado. Se eu disse que vou ficar até o sol nascer, é que eu vou ficar.

 

VAN HELSING

 

- Eu não sou de dormir muito, sabe? (Diz ele sentando-se em frente á ela na mesa). Mas se quiser ficar um pouco sozinha, é só dizer.

 

LUCY

 

- Não... Eu não quis dizer isso. (Diz ela levemente constrangida). Acho que não deve demorar muito pro sol nascer.

 

VAN HELSING

 

- Na duvida, fale do tempo. (Diz Peter com um sorriso irônico. Ele olha para o relógio na parede). O sol Deve nascer em uns 50 minutos, mais ou menos.

 

LUCY

 

- Como pode ter certeza?

 

VAN HELSING

 

- Meu pai. Quando eu era pequeno, ele me ensinou a ver com precisão a hora que o sol nasce e se põe, entre outras coisas. Depende de onde você esta, a época do ano e tal, mas geralmente eu acerto.

 

LUCY

 

- Isso que você fazia com seu pai quando era criança? Ao invés de pescar, ele te ensinava como sobreviver á vampiros?

 

VAN HELSING

 

- De uma forma resumida, sim. (Diz Peter distante). Meu pai não foi exatamente um exemplo de carinho. Ele era meio obcecado com a missão da família. Não tive a relação que gostaria de ter tido com ele.

 

LUCY

 

- Eu sinto muito.

 

VAN HELSING

 

-Tudo bem. Quem não tem um conflito de família, não é?

 

LUCY

 

- É, eu sei como é. Também não me dou muito bem com meu pai. Eu não o vejo há quase um ano.

 

VAN HELSING

 

- Ele não vive em Cristal Lake?

 

LUCY

 

- Não, vive em Trenton com a mulher. Ela não gosta de mim, e eu tambem não gosto dela.

 

VAN HELSING

 

- E a sua mãe?

 

LUCY

 

- Ela faleceu faz dois anos.

 

VAN HELSING

 

- Sinto muito.

 

LUCY

 

- Tudo bem.

 

VAN HELSING

 

- Sabe, eu fiquei um pouco surpreso de você ter me dado credito, quer dizer essa historia de vampiro e tudo mais.

 

LUCY

 

- Como eu já te disse, Cristal Lake nunca foi uma cidade exatamente comum. Eu fiz um trabalho sobre isso, na sexta serie, eu acho. Sabia que uma garota que podia mover objetos com a mente já viveu aqui? O pessoal me chamava de maluca, e tudo mais por acreditar nisto.

 

VAN HELSING

 

- Telecinese? (Diz ele rindo).

 

LUCY

 

- Não acredita?

 

VAN HELSING

 

- Claro que sim! Afinal, é de Cristal Lake que estamos falando. (Os dois começam a rir).

 

  LUCY

 

- Alem do mais, tem o jeito como você me tirou pra dançar. Você claramente ficou nervoso quando viu a Amanda dançando com o cara.

 

VAN HELSING

 

- O que não quer dizer que eu não fosse te tirar pra dançar (Diz Peter mais rápido do que gostaria).

 

   LUCY

 

- É que você não parece um cara muito direto nessas coisas.

 

VAN HELSING

 

- Acho que você me pegou. (Os dois riem mais uma vez).

 

LUCY

 

- Você é um cara bem legal, Peter, quando não esta falando de monstros que sugam sangue.

 

VAN HELSING

 

- Você tambem é uma garota muito legal, Lucy. Eu... (A chaleira apita, indicando que a agua já ferveu o suficiente). Com licença.

 

Van Helsing levanta-se, e pega o filtro e um bule do armário, em seguida pegando o pó de café, que esta rotulado do lado da janela. Enquanto prepara o café, o jovem volta-se para Lucy.

 

VAN HELSING

 

- Sabe Lucy, eu andei pensando. Talvez você devesse sair da cidade. Sabe, visitar um amigo distante, sei lá.

 

LUCY

 

- Como?

 

VAN HELSING

 

- Você me ouviu (diz servindo o café nas xícaras). Essa cidade não é mais segura. Pegue o primeiro ônibus e vá pra longe daqui. Pra Trenton se for preciso, pode até ser uma boa oportunidade de se acertar com seu pai.

 

LUCY

 

- Em primeiro lugar (diz ela levantando-se furiosa) ainda existe uma chance de salvar Amanda, e eu não vou embora sem ela!

 

VAN HELSING

 

- Me escuta por um minuto... (Ele dá um passo á frente).

 

LUCY

 

- Em segundo lugar, não fui eu que foi jurada de morte caso não saísse da cidade, então não me venha com lições de segurança, ouviu bem Peter?

 

VAN HELSING

 

- Eu conheço muito bem a historia do Conde (Diz Peter elevando a voz). Quer ouvir uma parte? O nome de algumas de suas vitimas, talvez? Lucy Westenra, morta em 1897. Drácula sugou seu sangue aos poucos, até finalmente decidir transformá-la em vampira. Acredita-se que antes de transformá-la, ele a hipnotizou e a estuprou. Abraham Van Helsing foi obrigado á mata-lá, caso contrario, ela teria matado um bebê. Quer ouvir mais? (Lucy permanece em silencio). Lucy Paxton, morta em 1911. Drácula á hipnotizou, e a transformou em vampira. Ele fez com que ela matasse o próprio pai. Quando não precisou mais dela, o próprio Conde á matou, secando completamente as veias dela. Ele deixou o cadáver dela boiando em um lago. Como pode ver, ter seu nome não é um bom sinal quando Drácula esta por perto.

 

LUCY

 

- Pensei que você não fosse supersticioso (retruca ela).

 

VAN HELSING

 

- E não sou. (Responde ele se aproximando mais dela). Mas eu não quero que você se machuque. Eu...

 

Lucy e Van Helsing estão frente á frente agora. Em um movimento quase involuntário, o rapaz se inclina, beijando a boca da moça. Ele sente o perfume dela, enquanto põe a mão na cintura dela. Lucy parece surpresa, não esboçando nenhuma reação imediata, á não ser corresponder o beijo do rapaz. Por um instante, ela se esquece do pesadelo que foram as ultimas horas, as brigas com Vince, a morte de Edward, dos vampiros. Mas como se acordassem de um transe, os dois subitamente se afastam.

 

LUCY

 

- Isso.. Não devia ter acontecido.

 

VAN HELSING

 

- Sinto muito, eu... sei que você tem namorado. Eu não devia ter...

 

LUCY

 

- Se aconteceu foi por que eu deixei. (Diz ela olhando-o penetrantemente), mas você tem razão, eu ainda tenho namorado. Isso foi errado.

 

VAN HELSING

 

- Foi só um beijo,Lucy.

 

LUCY

 

- Eu sei que foi só um beijo, mas... vamos fingir que não aconteceu, ok?!

 

VAN HELSING

 

- Como quiser (Diz ele constrangido entregando á ela a xícara de café, e voltando para mesa com a sua). Acho que é melhor assim. Isso nunca aconteceu.

 

LUCY

 

- É, nunca. (Diz ela com um olhar perdido).

 

 

                              CENTRAL DE POLÍCIA DE CRISTAL LAKE

 

Sentado em seu escritório, o Xerife Mathews fumava seu quinto cigarro em menos de duas horas. Estava tentando largar o vice há três anos, mas os acontecimentos da madrugada fizeram com que tivesse uma violenta recaída. O xerife consultou seu relógio de pulso, marca oito horas da manhã. Há pouco mais de três horas, encontrou o corpo de quatro policiais da cidade, mutilados. Junto deles, havia mais dois corpos decapitados. Isso foi apenas a “cereja do bolo” de uma madrugada infernal, com muitos óbitos, e nenhum suspeito sob custódia.

 

Um homem que aparenta ter 30 anos, entra no escritório de forma autoritária. Ele usa um terno e gravata, e seu rosto denuncia que acordou faz pouco tempo.

 

  PREFEITO

 

- Vim o mais rápido que pude. Me diga que você exagerou ao telefone. (O Xerife levanta-se e fecha a porta que o prefeito deixou aberta).

 

XERIFE MATHEWS

 

- Infelizmente não, Prefeito. (Diz ele dando a volta na mesa, e sentando-se em sua cadeira, enquanto o prefeito permanece de pé). Nós contamos todos os mortos. Vinte oito corpos foram encontrados no Clube Forest Green e seus arredores. A maioria das vitimas são jovens que estavam na festa que estava acontecendo no clube.

 

    PREFEITO

 

- Vinte Oito?! Como isso pode ter acontecido, Mathews? Vinte oito pessoas mortas! Como vamos explicar isso para cidade?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Não cabe á mim dizer, Prefeito (Diz ele tirando um maço de cigarros do bolso), mas pessoalmente, acho que devemos estabelecer um toque de recolher, afinal, o assassino ainda esta á solta.

 

PREFEITO

 

- Com tantos cadáveres, você não tem nenhuma pista do assassino?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Pelo contrario. Eu sei quem fez isso. (Diante dessa afirmação, o prefeito finalmente se senta na cadeira em frente ao Xerife).

 

PREFEITO

 

- Então diga logo! Quem fez isso?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Foi Jason Voorhees. (O prefeito olha estupefado para Mathews, enquanto ele põe um cigarro na boca e o acende).

 

PREFEITO

 

- Você disse Jason Voorhees? (O Xerife confirma com a cabeça enquanto solta uma baforada de cigarro). Jason Voorhees esta morto! (diz o prefeito se levantando e começando á andar pela sala). É passado. Foi fuzilado pelo FBI, e seu corpo virou cinzas em um incêndio no necrotério. Aquele demente é passado!

 

XERIFE MATHEWS

 

- Testemunhas afirmam ter visto um homem de grande estatura, armado com um facão, e usando uma mascara de Hockey.

 

PREFEITO

 

- Qualquer um pode usar uma mascara de Hockey! (grita o xerife).

 

XERIFE MATHEWS

 

- O estado de grande parte das vitimas indicava o Modus Operandi de Voorhees. Essas pessoas foram atacadas e desmembradas com brutalidade, quase sobre humana eu diria.

 

PREFEITO

 

- Jason não tinha um padrão! E como assim “grande parte das vitimas”?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Algumas vitimas, aparentemente, não apresentavam ferimentos letais, o que foge completamente do padrão de Voorhees. Obviamente foram atacadas, mas com exceção de alguns hematomas e arranhões, nada que indique lesão mortal, parecem que simplesmente morrerão.  Ainda não sei o que aconteceu com este segundo grupo, estou esperando o laudo do legista, mas de uma forma ou de outra, Jason esta envolvido no que aconteceu na noite passada, e nesse momento esta lá fora, pronto pra matar de novo.

 

PREFEITO

 

- Você enlouqueceu, Mathews? Vai fazer o que, emitir um mandado de prisão para um homem morto, que já não pode machucar mais ninguém?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Tem certeza, Prefeito? Alguém com as características de Jason Voorhees agiu em uma pequena cidade de Ohio alguns anos atrás, e nunca foi capturado. Me pergunto se Jason realmente é passado.

 

PREFEITO

 

- Escute bem o que eu vou te dizer: esqueça essa historia de Jason, pois eu não acredito! O seu está na reta, Mathews, vinte oito pessoas morreram esta noite, então pare com as teorias de Arquivo X, e comece a procurar um suspeito! Um suspeito que esteja vivo, entendeu bem?!

 

 

                                                HOTEL CRISTAL LAKE

 

Lucy acorda com alguém á sacudindo delicadamente pelo ombro. A moça abre os olhos, e vê a Sra. Freeman sorrindo para ela, com um copo de achocolatado na mão. O sol já brilhava através da janela da cozinha

 

Sra. FREEMAN

 

- Bom dia, minha querida.

 

LUCY

 

- Bom dia, Sra. Freeman (diz a garota esfregando os olhos. Dormira sentada, apoiada na mesa). Meu deus, que horas são?!

 

Sra. FREEMAN

 

- Oito horas, querida. Você cochilou sentada ai. Onde está o seu amigo?

 

LUCY

 

- Ele disse que precisava tomar um remédio no quarto dele.. Eu caí no sono antes de ele voltar.

 

Sra. FREEMAN

 

- Que coisa estranha. Ele não esta no quarto dele.

 

Lucy fica alerta de repente, o medo estampado na face. Será que Peter fez alguma bobagem, voltando sozinho para o acampamento? E se o tal vampiro decidiu de alguma forma cumprir sua ameaça mais cedo? A garota é arrancada de seus pensamentos pela entrada do Padre Keir na cozinha.

 

PADRE KEIR

 

- Não se preocupe, mocinha. Van Helsing só foi ao mercado. Já deve estar voltando á essa hora.

 

             A garota subitamente relaxa. Ela se pergunta por que sentiu aquela onda de pânico. Depois daquele beijo durante a madrugada, ela e Van Helsing ficaram em silêncio por um tempo, e depois conversaram de maneira quase formal sobre assuntos banais, como o trabalho dela, os estudos dele na Europa, cinema, literatura, coisas do gênero. Ele mesmo dissera, foi só um beijo, mas será que havia mexido tanto assim com ela?

 

Sra. FREEMAN

 

- Bom dia, Padre. Como ele saiu? Meu filho abriu a porta pra ele?

 

PADRE KEIR

 

- Exatamente, e depois acho que voltou a dormir. Poderia preparar um café para mim, Sra. Freeman? Confesso que estou faminto.

 

Sra. FREEMAN

 

- Claro Padre. Em cinco minutos, eu preparo um café, e ovos mexidos pro senhor.

 

PADRE KEIR

 

- Lucy (O Padre vira-se para a moça), não gostaria de subir até meu quarto? Gostaria de conversar algumas coisas com você. (A garota assente com a cabeça, levantando-se).

 

Sra. FREEMAN

 

- Eu levo o café lá em cima, Padre.

 

PADRE KEIR

 

- Se não for muito abuso, poderia preparar mais dois cafés da manhã e levar lá pra cima? Van Helsing já deve estar chegando, e essa garota precisa comer.

 

LUCY

 

- Padre, não precisa. Eu...

 

PADRE KEIR

 

- Não discuta, mocinha. Vamos logo.

 

O Padre sai da cozinha, e Lucy balança a cabeça, seguindo o religioso. Ao chegarem ao hall, encontram Van Helsing entrando no hotel, com uma sacola de compras. Ele e Lucy se olham por um instante, com certo constrangimento.

 

LUCY

 

- Bom dia Peter.

 

VAN HELSING

 

- Oi Lucy. (Ele vira-se para o Padre), nós precisamos conversar, temos um problema sério. (O padre percebe o olhar tenso do jovem).

 

PADRE KEIR

 

- Vamos todos subir para o meu quarto. Poderemos conversar melhor lá.

 

 

                                         CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

Patrick Neame toma café da manhã sozinho em seu escritório, quando escuta algumas batidas na porta.

 

NEAME

 

- Entre.

 

O mordomo Philip entra no gabinete, fechando a porta atrás de si. Neame o olha inquisitoriamente

 

 PHILIP

 

- Os contatos já foram feitos, senhor. Os corpos serão removidos antes do meio dia.

 

NEAME

 

- Ótimo. E a noiva do mestre?

 

PHILIP

 

- Continua dormindo. Me certifiquei que ela ficasse em... Acomodações que a protegessem bem do sol.

 

NEAME

 

- Outra pessoa não notaria, mas nos conhecemos há bastante tempo para eu saber que você esta tenso, Philip, algum problema?

 

PHILIP

 

- Se me permite a ousadia, senhor, as coisas parecem estar indo rápido demais. Achei que seriamos mais discretos no começo.

 

NEAME

 

- Entendo a sua preocupação, Philip, mas tivemos alguns imprevistos, que estão exigindo uma abordagem mais agressiva. Precisamos confiar no mestre, ele nos protegerá se formos leais á ele. E quando tudo acabar, seremos recompensados. Entendeu?

 

 

                                                       CASA DE VINCE

 

Uma mulher entra no quarto de Vince com um cesto de roupa. Ela coloca o cesto em cima da mesa, e desliga a luminária, que estava ligada. Ela vai até a cama, e sacode Vince, que esta deitado de barriga pra cima

 

 MÃE DE VINCE

 

- Filho, acorda. Você não vai pro curso?

 

Ela volta á sacudi-lo, e chamá-lo pelo nome, já com certo grau de irritação na voz.

 

MÃE DE VINCE

 

- Levanta Vince, eu disse pra você não ficar até mais tarde na festa, não foi?

 

Ela o sacode fortemente, e o garoto rola para fora da cama, caindo inerte no chão.

 

MÃE DE VINCE

 

- Vince? O que aconteceu com você, filho?!

 

Ela se inclina sobre ele, colocando a mão em seu rosto. A pele dele esta gelada. Ela checa o pulso, desesperada, e não sente a pulsação. Ela sacode o filho, gritando o nome dele, não notando as duas marcas que ele tem no pescoço.

 

 

                     HOTEL CRISTAL LAKE: QUARTO DO PADRE KEIR

 

O Padre esta sentado na cama, enquanto Lucy esta na cadeira, os dois prontos pra ouvir Van Helsing.

 

VAN HELSING

 

- Pelo jeito a noticia já se espalhou. Eu ouvi o balconista do mercado comentando sobre os assassinatos no clube ontem á noite.

 

  PADRE KEIR

 

- Natural que a noticia se espalhe em uma cidade pequena como Cristal Lake.

 

VAN HELSING

 

- A questão não é essa. O balconista do mercado ouviu do primo dele ou coisa parecida, que o legista ficou intrigado com alguns corpos que ficaram ilesos, e que não aparentam ter morrido de algum ferimento causado por fator externo.

 

PADRE KEIR

 

- Você não acha que...

 

 LUCY

 

- Sem rodeios, Peter. Fala logo. (Diz ela irritada. Estava cansada de ficar perdida nas conversas internas daqueles dois).

 

VAN HELSING

 

- Ok. Acho que essas pessoas foram atacadas por vampiros, e transformadas. No final do dia, vão acordar como vampiros. (Lucy olha espantada para o rapaz).

 

PADRE KEIR

 

- Tem idéia de quantos foram infectados?

 

  VAN HELSING

 

- Eu perguntei, e ele não soube dizer ao certo. O cara acha que em torno de dez.

 

PADRE KEIR

 

- Deus nos ajude.Esse numero é grande o suficiente pra gerar uma epidemia.

 

LUCY

 

- Uma epidemia? Não... Espera um pouco.(Lucy se levanta). Não podemos deixar isso acontecer, temos que avisar alguém!

 

VAN HELSING

 

- Avisar quem, Lucy? Quem é que vai acreditar que quando anoitecer, aqueles cadáveres vão se levantar morrendo de sede?

 

LUCY

 

- Se todos foram mordidos, eles devem estar com as marcas no pescoço, não é?

 

VAN HELSING

 

- Sim, devem. Os médicos e a polícia vão estranhar, mas daí pra acreditar na existência de vampiros são outros quinhentos.

 

LUCY

 

- Podemos pedir para prenderem os cadáveres. Eles vão achar isso estranho, mas quando anoitecer, teremos a prova.

 

PADRE KEIR

 

- Infelizmente não creio que seja a coisa certa a fazer, minha querida. Isso revelaria ao mundo á existência dos vampiros, não creio que conseguiríamos manter um segredo desses se levássemos isso á terceiros.

 

LUCY

 

- E isso não é bom? Acho que já é hora do mundo saber.

 

PADRE KEIR

 

- Minha querida, imagine o pânico da população, a histeria em massa, as pessoas vão começar a ver vampiros onde não existe. Fora que a Igreja católica teria que se explicar. Seria o caos, Lucy.

 

LUCY

 

- Como a igreja pode esconder isso?

 

VAN HELSING

 

- O que mais eles não devem esconder, hein? (Diz o rapaz ironicamente).

 

PADRE KEIR

 

- Van Helsing! (O padre lança um olhar repreensivo ao jovem).

 

LUCY

 

- Esta bem, não contamos. O que você sugere que façamos?

 

PADRE KEIR

 

- Não vejo outra saída, há não ser entrarmos lá, e destruirmos os corpos.

 

VAN HELSIN

 

- Boa Padre (Diz o rapaz em tom sarcástico). Vamos invadir o necrotério, e cravar nossas estacas naquelas pessoas. Os legistas podem até ajudar, não é?

 

PADRE KEIR

 

- Você esta fazendo piada, mas infelizmente só nos resta isso. Você prefere o que? Atear fogo no necrotério?

 

LUCY

 

- Vocês não podem estar falando sério!

 

VAN HELSING

 

- O pior é que estamos.

 

 

                            CRISTAL LAKE: FRENTE DO NECROTERIO

 

Van Helsing e Lucy estão em uma tabacaria na frente do necrotério. O Padre Keir ficara na pensão, um Padre chamaria atenção demais. Van Helsing compra alguns chicletes, e se junta a Lucy no fundo do estabelecimento, aonde era mais difícil de serem ouvidos, pois com exceção do sonolento balconista, não havia ninguém.

 

VAN HELSING

 

- Você entendeu bem o que tem que fazer, Lucy?

 

LUCY

 

- Claro que já. Entender não é o problema. Você quer que eu use a morte do meu amigo pra chegar perto do balconista, e conseguir informações sobre o lugar, esse é o problema! (Peter olha para o balconista, vendo se ele percebeu o leve elevar de voz de Lucy, mas ele parece entretido demais com palavras cruzadas).

 

VAN HELSING

 

- Desculpe Lucy, mas você sabe que é necessário. Eu sou forasteiro, é suspeito demais. Você tem uma razão pra estar lá. Se você conseguir me dar uma noção básica das entradas e saídas, eu posso me virar. Depois, a gente pensa em uma distração, eu entro lá, e faço o que tenho que fazer. Já te disse o que pode acontecer se aqueles cadáveres não forem destruídos. (Lucy respira fundo).

 

LUCY

 

- Tudo bem. Acho que você tem razão. Dá uma volta no quarteirão pra não despertar suspeitas. A gente se encontra aqui na frente.

 

VAN HELSING

 

- Muito justo.

 

 

CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

Patrick Neame esta sentado em uma cadeira na varanda. Ele tecla em seu notebook, quando seu mordomo entra. Dessa vez, Philip não consegue esconder o nervosismo.

 

NEAME

 

- Espero que tenha boas noticias, meu amigo. (Diz ele sem desviar os olhos do monitor.

 

  PHILIP

 

- Sim senhor. Nossos homens já estão de posse do caminhão, e se dirigindo para o necrotério.

 

NEAME

 

- Muito bem. Em breve, o mestre terá seu pequeno exercito. E nenhum morto vivo psicótico ficará em nosso caminho Philip.


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Notas finais do capítulo

Sinto muito pela ausencia dos personagens titulo, mas realmente foi preciso para desenvolver as outras tramas. Espero que tenham gostado. Em breve, o capitulo 10