Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 14
Capítulo 14




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                                                   VIATURA

 

O Xerife Mathews dirige sua viatura sob a mira de um revolver segurado por Jeannie no banco de trás, enquanto no banco do carona, Peter Van Helsing berra ao celular.

 

VAN HELSING

 

- O que você ta fazendo ai, garota?! Eu disse pra você ficar longe desse lugar!

 

LUCY

 

- Não liguei pra ouvir sermão, droga! Eu preciso da sua ajuda! A Amanda não reage, ela tem uma marca no pescoço e...

 

VAN HELSING

 

- Ela ta gelada?

 

 

                                 CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

LUCY

 

- Ela ta sim, mas parece ta respirando normal.

 

VAN HELSING

 

- A pulsação! Você consegue sentir a pulsação?

 

Lucy apressadamente pega o pulso da amiga, mas por mais que procure, não consegue encontrar a pulsação.

 

LUCY

 

- Não tem pulsação! Meu deus Peter, não consigo achar a pulsação!

 

 

                                                  VIATURA

 

Ao escutar estas palavras, Van Helsing imediatamente olhou para o relógio no painel do carro. O sol se poria completamente a qualquer minuto. Não adiantaria mandá-la fugir, Amanda acordaria do sono profundo logo, e com muita sede. Sentiria o cheiro do sangue vivo. Só havia um meio.

 

VAN HELSING

 

- Lucy, preste atenção. Preciso que se acalme. Você têm algo pontiagudo com você?

 

 

                                          CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

LUCY

 

- Eu trouxe uma faca, mas...

 

VAN HELSING

 

- Vai servir. Lucy, agora preciso que me escute bem. Isso vai ser difícil pra você, mas tem que ser feito (Ele faz uma pausa) Pegue essa faca, e enfie no coração dela.

 

LUCY

 

- Você quer que eu faça o que?!

 

VAN HELSING

 

- Você me ouviu. Crave a faca bem fundo no coração da Amanda.

 

LUCY

 

- Não! Deve haver outro jeito! Tem que haver!

 

VAN HELSING

 

- Não tem! A Amanda que você conheceu esta morta! Esta garota na sua frente é só uma casca. Se sobrou alguma coisa do que ela foi um dia, Drácula vai destruir logo, logo! Ela é dele agora, entenda! Esta alem de qualquer ajuda.

 

LUCY

 

- Eu não posso fazer o que você esta me pedindo. Eu não posso (Diz Lucy com a voz trêmula). Ela é minha melhor amiga.

 

VAN HELSING

 

- Não é mais. Por favor, você tem que me ouvir (Diz com urgência na voz). Eu vi no que Drácula pode transformar uma pessoa. A Sra. Freeman e o filho estão mortos. Os vampiros que fizeram isso tentaram me matar também. Fizeram isso de forma cruel, quase sádica. É nisso que ele vai transformar Amanda! Ele vai fazê-la matar e torturar em nome dele, vai tirar toda a vontade própria dela, transformá-la em um brinquedo sexual.

 

LUCY

 

- Por favor, pára (Diz contendo o choro).

 

VAN HELSING

 

- Não, você tem que saber ao que ela vai ser reduzida! A menos que você impeça! A menos que você a liberte! Pense, Lucy. A sua amiga ia querer um destino como este?

 

Lucy abaixou a cabeça. Embora não emitisse ruído algum, as lagrimas rolavam fartamente pelo seu rosto. Peter tinha razão, Amanda não iria querer isso.

 

VAN HELSING

 

- Lucy?

 

LUCY

 

- Me dá um tempo (Responde com pesar).

 

VAN HELSING

 

- Não há tempo! Faça ou saia daí agora!

 

Mas Lucy não estava mais ouvindo. Ela coloca o celular no bolso, e volta a tirar a longa e afiada faca da bolsa, se aproxima de Amanda. Sua amiga, mais que uma irmã. Ela parecia estar dormindo um sono tranqüilo, não parecia o monstro que Peter disse que ela havia se transformado. Segurando o cabo com as duas mãos, Lucy ergue a faca, mirando o peito de Amanda, mirando o coração. Ouve-se um novo trovão do lado de fora.

 

LUCY

 

- Me perdoe (Diz Lucy entre lagrimas).

 

Lucy desfere o golpe, mas uma mão se ergue, e segura os pulsos da garota, detendo a lâmina. Os olhos de Amanda se abrem, e ela vira o rosto para Lucy, revelando dois caninos brancos e pontiagudos. Lucy esta paralisada pelo horror. É a primeira vez que Lucy vê uma vampira, uma vampira que era sua melhor amiga, e agora ia castigá-la pela traição que estava prestes a cometer.

Amanda puxa Lucy para cama , mas quando aproxima o rosto do pescoço de sua vítima, vê algo que lhe repugna, que a machuca só de olhar. A cruz prateada balança pendurada no pescoço de Lucy. A vampira solta à garota, com medo estampado no rosto. Lucy aproveita o momento de hesitação, e em um movimento quase involuntário, dá três facadas no peito de Amanda. A vampira arreganha os caninos, silvando de dor, enquanto Lucy ergue a faca uma quarta vez, e desfere uma punhalada certeira no coração da amiga, enterrando-lhe a lamina no peito. Amanda solta um grito estridente, enquanto seus olhos ficam vermelhos.

Lucy solta o cabo da faca, e caí de costas da cama. Enquanto ela rasteja de costas para trás, Amanda se ajoelha na cama, segurando o cabo da faca cravada em seu coração. A vampira lança um ultimo e indecifrável olhar para a antiga amiga, e então seu corpo tomba, mas tudo que chega ao chão são cinzas, que caem do vestido vazio. Lucy chora encolhida na parede no canto do quarto.

 

 

                                      CABANA: NÃO MUITO LONGE DALÍ

 

Drácula parece farejar o ar, e  então sorri.

 

DRÁCULA

 

- O sol se pôs.

 

Como que respondendo as palavras do Conde, os sacos mortuários começam a se mexer, sendo rasgados em seguida. Neame observa a cena com curiosidade, enquanto doze vampiros nus se erguem com as presas a mostra, olhando assustados ao seu redor.

 

DRÁCULA

 

- Sejam bem vindas minhas crianças (Diz o Rei Dos Vampiros dando um passo a frente) a sua nova vida.

 

VAMPIRA

 

- Você... Eu sonhei com você. Você me alimentava. Quem é você? Eu estou com sede. (Diz ela quase em um lamento. Vários outros vampiros concordam)

 

DRÁCULA

 

- É normal ficarem confusos minhas crianças. (Diz o Conde alto o suficiente para que todos possam ouvir). São mais que humanos agora. Estão no topo da cadeia alimentar, e logo saciaram sua sede. Quanto a quem eu sou, a resposta esta na mente de todos vocês.

 

Por um segundo, todos parecem pensar, e então, um por um as moças e rapazes presentes, Vince entre eles, caem de joelhos diante do Rei Dos Vampiros. Um trovão soa alto do lado de fora, enquanto a chuva forte castiga a cabana. Um deles volta a dizer suplicantemente.

 

 

 

- Mestre, estamos com sede .

 

DRÁCULA

 

- E ela será saciada em breve crianças. Mas primeiro, terão que cumprir uma tarefa pra mim.

 

  VINCE

 

- E qual seria esta tarefa?

 

DRÁCULA

 

- Caçar e exterminar Jason Voorhees.

 

 

                                                     VIATURA

 

Van Helsing grita ao telefone, mas não obtém resposta. A ligação esta muda.

 

VAN HELSING

 

- Merda! (Diz desligando o telefone) Acelera o carro Xerife!

 

XERIFE MATHEWS

 

- Com esse tempo, se eu for mais rápido que isso, vou acabar nos matando, garoto.

 

A chuva agora cai pesadamente sobre a estrada. O limpa brisa trabalha a toda velocidade, a visibilidade é precária

 

  VAN HELSING

 

- Então vá o mais depressa que puder. A vida de Lucy Farmer pode depender disto! (Diz ele tomando a arma de Jeannie e voltando a apontá-la  para o Xerife)

 

XERIFE MATHEWS

 

- Então Lucy Farmer esta mesmo envolvida nisso tudo. Ouvi você mandando-a esfaquear alguém. Tem idéia de no que esta envolvendo não só você, mas também estas garotas? (Van Helsing fica em silencio) O que aquele Padre tem a ver com isso? Onde ele esta?

 

VAN HELSING

 

- Ele esta morto. Jason o partiu em dois bem na minha frente (Diz o rapaz pressionando a arma na têmpora de Mathews).

 

XERIFE MATHEWS

 

- Você tem o revolver garoto, mas eu tenho o  volante (Diz o Xerife com voz séria). Você não parece um criminoso, mas pode ser, e me recuso a ajudar um. Ou me diz agora o que esta acontecendo, ou jogo o carro pra fora da estrada. (Há um momento de tenso silencio entre os três ocupantes da viatura)

 

VAN HELSING

 

- Não teria coragem de fazer isso.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Você teria coragem de atirar em mim?

 

JEANNIE

 

- Pessoal, por que a gente não se acalma e conversa? (Diz ela sendo ignorada pelos dois)

 

Van Helsing olha seriamente para o xerife por alguns segundos, e então guarda a arma no bolso da jaqueta.

 

VAN HELSING

 

- Acredita em vampiros, Xerife?

 

 

                                                        CABANA

 

Os vampiros olham assombrados para o seu mestre, enquanto ele dá as costas ao grupo, e vai até a porta dupla da cabana, abrindo-a e revelando a chuva lá fora.

 

DRÁCULA

 

- Sei que estão com medo. Eu posso ver em suas mentes e em seus corações que temem aquele que se chama Jason. Mas vocês não são mais os mesmos. Estão sob a minha proteção agora, e possuem o poder para finalmente livrar estas terras do maldito. Fiquem ao meu lado, e ficarei ao lado de vocês. Estão em um mundo novo agora. Um mundo escuro, mas estarei aqui para guiá-los. Em breve todos vocês poderão estar livres da sede que os atormenta, mas antes precisam eliminar Jason Voorhees.

 

A voz que os novos vampiros ouviam era calma e tranqüilizadora.  Todos eles sentiam que poderiam seguir aquele homem aonde quer que fosse. Se aquele homem dizia que eles poderiam derrotar Jason, então eles poderiam.

 

   JULIANNA

 

- Onde o encontramos, mestre?

 

DRÁCULA

 

- Ele estará por perto. Vocês devem se espalhar pela floresta e procurá-lo. Mas lembrem-se, não bebam de seu sangue. Tudo que o sangue morto dele vai fazer é enfraquecê-los.  Mas antes precisam ser vestidos. Sr. Neame, por favor, distribua os trajes. Crianças por favor contenham-se, quem tocar nele, vai se ver comigo

 

Neame começa a arrastar um carrinho com togas negras entre os vampiros. Patrick pode sentir que eles sentem o cheiro do seu sangue vivo. Suando um pouco, ele vai até o fundo da cabana com o carrinho, e faz a volta, enquanto os vampiros pegam as togas.

Um carro surge na estrada, parando em frente á cabana. Debra desce do carro, e corre até Drácula, atirando-se aos seus pés. Ela tem queimaduras leves no pescoço, e na testa

 

DEBRA

 

- Eu falhei mestre. Aquele maldito matou William. Eu tentei acabar com ele, mas o filho da mãe me enganou. Por favor mestre, não me castigue!

 

DRÁCULA

 

- Van Helsing esta vivo? (Diz o vampiro mais para si mesmo do que para a garota atirada á sua frente). Ele esta vivo, e ainda matou um de meus servos?

 

A vampira confirma com a cabeça. O conde dá as costas á Debra e volta-se para seu pequeno exercito.

 

DRÁCULA

 

- Minhas crianças, acho que alem de Jason, existe outro caçador a caminho. A boa noticia é que do sangue dele, vocês podem beber (Diz sorrindo).

 

 

                                                         VIATURA

 

O Xerife ouviu em silencio a historia que Peter lhe contou sobre o vampiro romeno, a missão auto imposta da família Van Helsing, Patrick Neame, e Jason. Quando Van Helsing terminou de falar, Mathews se manifestou.

 

  XERIFE MATHEWS

 

- Está me dizendo que todas essas mortes, tudo o que vêm ocorrendo nesta cidade nos últimos dias, é responsabilidade de um vampiro?

 

  VAN HELSING

 

- Não um vampiro qualquer, Xerife, mas sim o mais poderoso que já existiu.

 

XERIFE MATHEWS

 

- E esse tal de Neame ao trazer esse vampiro de volta a vida, acabou ressuscitando Jason também?

 

VAN HELSING

 

- Sim. Para trazer o Conde de volta da morte, Patrick Neame usou um livro muito antigo conhecido como Sângeroase Carte. Esse livro teria sido dado a Drácula pelo próprio Diabo. Segundo a lenda, foi a fonte de muito de seus poderes. Esse livro foi transcrito em poucas cópias, e muitas passagens se perderam ao longo dos anos. A igreja católica supostamente conseguiu destruir todos no começo do século 20, mas meu tataravô encontrou uma cópia com Drácula, quando o enfrentou pela ultima vez em 74. Até onde se sabia, não existia mais uma cópia, mas Neame conseguiu. Entretanto, ressuscitar Jason foi um acidente de percurso, Neame não planejou isto.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Então Jason e o tal vampiro não estão juntos nessa? (Pergunta o Xerife sem manifestar qualquer indicio se estava ou não acreditando)

 

VAN HELSING

 

- Acho que muito pelo contrario. O ritual era de natureza territorial, por isso Jason foi trazido de volta acidentalmente. Talvez eu esteja enganado, mas acredito que Jason possa estar em uma cruzada territorial contra Drácula.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Como se Jason não fosse suficiente, agora temos vampiros em Cristal Lake (Diz o Xerife com uma risada amarga).

 

JEANNIE

 

- Acredita nele? (Diz Jeannie surpresa)

 

VAN HELSING

 

- Acredita em mim?!

 

XERIFE MATHEWS

 

- Estou em Cristal Lake há algum tempo, garoto. Oficialmente Jason Voorhees morreu em 1985, antes mesmo de eu entrar pra polícia. Mas durante a minha carreira, já atendi algumas chamadas de massacres realizados por esse mesmo homem. Eu acredito que Jason seja algo mais que humano, sendo assim, não é tão difícil acreditar em vampiros.

 

VAN HELSING

 

- Esta tentando me enganar? (Diz Desconfiado).

 

XERIFE MATHEWS

 

- Eu poderia pensar a mesma coisa de você (Peter olha sério para o Xerife). Agora, por que não me conta o seu plano?

 

VAN HELSING

 

- Odeio dizer isso, mas não há plano. Talvez, eu disse talvez, se conseguirmos matar Drácula, nós detemos Jason conseqüentemente. Mas ainda há os outros vampiros.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Os cadáveres roubados do necrotério?

 

VAN HELSING

 

- Exatamente. Não podemos deixar que se aproximem da cidade. Temos que detê-los lá, e conter a epidemia. E antes que se pergunte se não se pode trazer aquelas pessoas de volta, a resposta é não. Estão mortas. Temos que destruir todos os vampiros que encontrarmos.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Se tentarmos dialogar talvez...

 

VAN HELSING

 

- Não há dialogo. Foram transformados a poucos. Estão extremamente influenciáveis, e Drácula é especialista em usar isto. Acredite, aquelas pessoas não se importam mais com quem foram um dia.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Certo. Pelo que me disse, Jason vai tentar matar o vampiro. Por que simplesmente não deixamos os dois se matarem?

 

JEANNIE

 

- Me parece mais simples (Concorda ela).

 

 VAN HELSING

 

- Simples, mas arriscado. Não podemos deixar tudo nas mãos de um assassino psicopata, ainda mais com o risco da praga vampirica se espalhar pela cidade. Se vai mesmo haver um confronto, Drácula tem a vantagem, pois tem um grupo de vampiros a seu dispor. Temos que mudar isso. Alem do mais, Lucy Farmer ainda esta lá. Não podemos deixá-la no meio disso tudo.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Certo garoto. Mas e se você estiver errado? Se Jason não for atrás deste vampiro?

 

VAN HELSING

 

- Ai estamos ferrados (Responde sombriamente)

 

 

 CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

Lucy Farmer não tem idéia de quanto tempo ficou encolhida no canto do quarto chorando em silencio. Ela falhou em salvar sua amiga. Amanda estava morta, assim como Vince e Edward. Um trovão mais forte que os anteriores despertou Lucy de seu luto. A garota se levanta e anda até a cama onde outrora Amanda repousou. A faca de cozinha esta sobre o vestido vazio, a lamina esta manchada de sangue. Lucy olha para faca por um instante, seca as lagrimas no seu rosto, e recolhe a arma.

Lucy sai do quarto, voltando para o corredor. Ela precisa sair daquele lugar de sofrimento e morte. Não queria mais saber que segredos aquela casa podia guardar. A garota começa a fazer o caminho de volta pelo corredor, sem se dar ao trabalho de iluminar o caminho. U novo trovão ilumina o local, fazendo com que Lucy veja algo que a faz parar imediatamente. Ela não é a única invasora no casarão. No fim do corredor, Jason Voorhees está parado como uma estatua, bloqueando a saída da garota.

Sem pensamento algum, por puro instinto, Lucy deu meia volta e começou a correr pelo corredor. Jason imediatamente começou a segui-la em um passo apressado.

 

 

CABANA

 

O Conde Drácula esta em frente ao seu pequeno exercito de doze vampiros. Neame, e uma chorosa Debra estão ao lado do conde.

 

 DRÁCULA

 

- Vocês tem sua missão, minhas crianças. Vão, e destruam Jason Voorhees. Se encontrarem qualquer outra criatura, tem a minha autorização para se alimentarem. Mas lembrem-se, fiquem nos limites da floresta, pois se alguém tentar sair eu vou saber, e esse alguém vai sofrer sérias conseqüências (Há um breve silencio, em que os vampiros lançam um olhar de medo para o mestre). Mas não se preocupem, depois que Voorhees estiver morto poderão fazer visitas a cidade. Agora vão!

 

Em um segundo, os vampiros já estão correndo para floresta, seus passos camuflados pela forte chuva que caí. Drácula vira-se para Debra, que ainda mantem uma expressão aflita no rosto.

 

DRÁCULA

 

- Debra minha querida. Venha cá, pare de tremer, sim? (Ela se aproxima do Conde lentamente, e coloca a mão em seu ombro)

 

DEBRA

 

- Mestre, eu realmente tentei, mas o maldito pegou um isqueiro e... (Drácula coloca um dedo sob os lábios da moça, e leva o outro indicador aos próprios lábios, fazendo sinal para ela se calar)

 

DRÁCULA

 

- Debra, Debra (ele acaricia o rosto dela). Não fico irritado de você falhar em eliminar Van Helsing, eu sei o quanto os homens daquela família podem ser problemáticos.

 

A mão do vampiro desce pelo rosto molhado da garota, passando pelo seu pescoço. Uma expressão de prazer surge no rosto da vampira. A mão do Conde toca no ombro da moça, em cima de uma queimadura. Tudo isto sob o olhar impassível de Patrick Neame.

 

DRÁCULA

 

- Mas se há uma coisa que me irrita, é alguém tentando justificar uma falha (Ele aperta a queimadura, e Debra solta um grito de dor. O conde a agarra pelo pescoço também queimado com a outra mão, impedindo que ela caía no chão). Quando alguém fica dando justificativas tolas para suas falhas Debra, eu fico muito irritado, você compreende? (Ela balança a cabeça, as lagrimas voltando a brotar em seus olhos) Por isso não faça mais isto, entendeu? (Ela balançou a cabeça positivamente) Bom.

 

Drácula solta o ombro e o pescoço da moça, mas ampara sua queda, não permitindo que ela caia no chão.

 

DRÁCULA

 

- Saia daqui (Diz ele soltando Debra). Junte-se aos outros. (Ela sai da cabana, deixando Drácula e Neame sozinhos)

 

DRÁCULA

 

- Espero que minha nova noiva seja mais esperta que esta. Ela já deve ter...

 

O Conde se cala de repente. É a primeira vez em horas que ele pensa na garota que mordera na noite anterior, que se concentra nela. Drácula passa pelo portal da cabana, sendo molhado pela chuva. Ele olha concentrado para o casarão, e então a preocupação surge em seu rosto.

 

NEAME

 

- Algum problema, Mestre?

 

DRÁCULA

 

- Não consigo senti-la. Maldição, Não consigo senti-la! (O vampiro parte correndo em direção ao casarão, a uma velocidade impressionante)

 

 

                                     CASARÃO DE PATRICK NEAME

 

Lucy Farmer correu desesperada pelo corredor escuro sem olhar para trás. Ao chegar ao fim do corredor, teve que decidir em segundos em qual porta entrar, esquerda ou direita. Optou pela esquerda. Ela entra em um quarto diferente dos que havia visto até então naquele casarão. Há uma enorme cama king size, um grande armário, e uma escrivaninha.

Mas Lucy só pensa em fugir. O monstro do qual ouvira falar durante toda a sua infância, o assassino que matou um de seus melhores amigos, agora estava ali, atrás dela. Há uma grande janela a direita de Lucy, e a esquerda uma porta que provavelmente leva a um banheiro. Se esconder não adiantara de nada, pensa Lucy. Precisava arrumar um meio de sair daquele lugar.

Ela consegue ouvir os passos do assassino atrás da porta, Jason chegou ao final do corredor. Lucy se vira de frente para a porta, e lentamente anda para trás. Neste momento para Lucy, aquela porta é a única coisa que existe. O mascarado pode irromper por ela a qualquer momento. A garota ouve o som de uma porta abrindo violentamente, mas felizmente não era a porta do quarto em que se encontrava que foi aberta. O maníaco preferiu procurá-la no quarto em frente.

Ela pode abrir a porta agora e correr pelo corredor até a escada. Mas ela não ouviu a porta fechando, e se ele a vir sair? E se estiver perto da porta e conseguir agarrá-la? Não, ela não poderia arriscar sair por ali. A garota corre até a janela do quarto, a abrindo. O vento frio e a chuva gelada imediatamente atingem o seu rosto.

Ela coloca a cabeça para fora. É uma queda de pouco mais de dois metros, pular não seria uma boa idéia. Há um ressalto abaixo da janela. Lucy se lembra de ter notado ao chegar ao casarão que havia um ressalto ao redor da casa, e que ele descia até um nível mais baixo. Se conseguisse chegar até esse nível, estaria salva. O ressalto não estava molhado, mas úmido. Provavelmente não seria difícil cair. Lucy olha uma vez mais para a porta. Jason pode entrar a qualquer momento, ela tem que tentar.

Sentindo a tensão se espalhar pelo corpo, Lucy coloca o pé para fora da casa, sobre o ressalto. Segurando-se na janela, ela coloca o resto do corpo pra fora, enquanto um novo relâmpago ilumina o céu, sendo seguido logo depois por um trovão . Ela ouve as gotas de chuva caírem incessantemente no chão, enquanto começa a andar para longe da janela, apoiando- se com as duas mãos na parede.

Um pé de Lucy escorrega, mas ela consegue recuperar o equilíbrio a tempo. Ela pára sua jornada, sentindo o coração palpitar como uma bomba dentro do peito. A garota respira fundo.

 

LUCY

 

- Vai sua idiota, continua! (Disse num sussurro pra si mesma)

 

Ela ouve um estrondo próximo. No quarto onde ela estivera a pouco, a porta acabara de ser derrubada. O barulho foi o suficiente para tirar Lucy da paralisia que o susto lhe causara, e ela voltou a percorrer o ressalto.

No quarto, Jason observa o aposento com olhos frios e inexpressivos. O assassino olha para cama, ninguém conseguiria se esconder embaixo dela. Ao observar o quarto, o mascarado percebe algo que lhe chama a atenção, a janela esta aberta.

Lucy percorre o ressalto rapidamente, sem saber que Jason anda rapidamente até a janela. No momento em que a garota dobra a esquina do ressalto, o mascarado coloca a cabeça para fora da janela, olhando para os dois lados, sem nada ver.

No quarto, Jason volta-se para o armário embutido, abrindo violentamente a porta, e brandindo seu facão, retalhando calças e camisas. Do lado de fora, Lucy continua a percorrer o ressalto, forçando-se a não olhar para baixo.

No quarto, Jason abandona o armário, e se volta para a porta na outra extremidade do aposento. Ele anda até ela, e a empurra, revelando um banheiro, no momento em que outro relâmpago cai, iluminando o banheiro através de uma pequena janela.

Do lado de fora, Lucy Farmer continua sua jornada. Se conseguir chegar a próxima esquina do ressalto, estará a uma altura segura. Ela passa por uma pequena janela, e ao olhar pra dentro, tudo que vê é um homem de mascara de hockey olhando-a. Jason avança contra o vidro na tentativa de agarrar sua vitima. Por impulso, Lucy se afasta da janela abruptamente, e cai no vazio, ao som de vidro quebrado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo. Se puderem, deixem reviews. Em breve, o capitulo quinze