Dracula Vs Jason: Terra Sangrenta escrita por fosforosmalone


Capítulo 15
Capítulo 15




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                                                                       FLORESTA

 

                                     Uma viatura estaciona no acostamento da estrada. Dentro do carro, o Xerife Mathews desliga o veiculo e suspira.

 

  XERIFE MATHEWS

 

- A essa distancia você acha que está bom?

 

  VAN HELSING

 

- Tem que estar (diz o jovem colocando a ultima bala molhada com água benta no pente da arma e a engatilhando). Vamos ter que deixar o alho (fala olhando para os dentes de alho no banco de trás). Com este tempo, só serviria pra denunciar a nossa posição. O faro deles é muito bom.

 

 JEANNIE

 

- Tem certeza que molhar as balas com água benta vai funcionar? (pergunta ela com a escopeta na mão)

 

VAN HELSING

 

- Certeza eu não tenho. Mas meu pai dizia que molhar as balas podia deter os vampiros por mais tempo, retardando seu poder de cura.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Espero que seu velho esteja certo garoto.

 

VAN HELSING

 

- Jeannie (diz se virando para ela) esta é a ultima chance que você tem de desistir. Se quiser, o Xerife aqui pode te levar para fora da cidade, certo Xerife?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Ele tem razão garota. Não é seguro pra você aqui.

 

JEANNIE

 

- Não é seguro pra nenhum de nós. (Diz decidida). Não posso ir embora sem ter a certeza que não há mais dessas coisas. Não posso viver com medo de que um vampiro me ataque de novo, não depois do que aconteceu no hotel, então não me digam pra ir embora.

 

         Van Helsing e o Xerife a encaram em silencio.

 

VAN HELSING

 

- Muito bem, vamos então. Mas lembrem-se, não estamos mais lidando com pessoas, e sim vampiros. Não podemos ter misericórdia.

 

                         CASARÃO DE PATRICK NEAME (LADO DE FORA)

 

Lucy acorda desnorteada com as gotas de chuva batendo em seu rosto. Após alguns segundos de confusão, ela se levanta, lutando contra uma forte dor nas costas. Aparentemente, a grama alta e molhada havia amortecido sua queda, evitando ferimentos mais graves. A garota olha ao redor assustada. Não sabia quanto tempo passou desacordada, seu perseguidor já poderia estar ali.

 

Lucy se prepara para começar a correr para a floresta, quando alguém agarra seu ombro, virando-a violentamente, e agarrando-a pelo pescoço. A moça encara um homem extremamente pálido, com o rosto e os cabelos negros molhados pela chuva, e raiva no olhar.

 

DRÁCULA

 

- Vejam só o que temos aqui. Acho que já nos vimos antes, não? (Ele a ergue no ar, enquanto Lucy luta inutilmente para se libertar). Ah sim, você é a amiga de Amanda, certo?

 

O vampiro anda até a casa, e pressiona o corpo dela com força contra a parede. A garota sente uma nova onda de dor inundar as suas costas. Seus pés se balançam no ar, buscando se libertar.

 

DRÁCULA

 

- Escute senhorita, eu não sou um homem violento, mas quando alguém vem a minha casa sem ser convidado, eu fico um pouco nervoso.

 

Lucy nada responde, mas começa a sentir uma leve pressão na cabeça, á medida que o vampiro olha em seus olhos. Ele não parece ser tão assustador agora.  De repente, Lucy se lembra do que Van Helsing lhe disse, e começa a repetir mentalmente: vai pro inferno, a mente é minha! Vai pro inferno, a mente é minha!

 

DRÁCULA

 

- Impressionante (diz sorrindo), você tem uma mente bem forte, Srta. Farmer. Mas parece que não esta entendendo onde se meteu.

 

O Conde olha pra baixo, e ao fazer o mesmo, Lucy percebe que estão flutuando a dois metros de altura, na altura das janelas da casa. Drácula dá uma discreta risada quando a janela se escancara magicamente, e então arremessa Lucy para frente, jogando-a dentro de um quarto. Antes que ela consiga se levantar do chão, Drácula já esta dentro do quarto, andando em direção a ela.

 

DRÁCULA

 

- Não sinto mais a presença de Amanda. Você a matou, Srta. Farmer? Matou sua melhor amiga?

 

LUCY

 

- Não, foi você. (diz se arrastando em direção a porta).

 

DRÁCULA

 

- Isso é o que você acha, ou o que Van Helsing quer que você ache?

 

LUCY

 

- Sai da minha cabeça! (grita desesperada)

 

DRÁCULA

 

- Há tempos não encontrava uma mulher com tanta força de vontade (ele se abaixa perto dela), eu gosto disso. (Ele volta a olhar nos olhos dela). Você é forte, Lucy, mais que a sua amiga pelo menos.

 

A menção a Amanda atinge Lucy como uma bofetada no rosto, a arrancando do encanto em que estava caindo. A garota agarra a cruz em seu pescoço, prensando-a na testa do vampiro. O Conde se afasta com um silvo de dor, enquanto Lucy se levanta, e corre para porta do quarto.

 

Lucy sai no corredor escuro que já percorrera nesta mesma noite, e corre em direção à escada que dá acesso a saída. Ela desce as escadas saltando os degraus, quase caindo. Quando a moça começa a correr pelo hall, algo a sobrevoa. Como se tivesse se desprendido do teto, Drácula cai na frente dela, que se choca contra o peito forte do vampiro, e cai no chão. Os olhos de Lucy encontram mais uma vez os olhos de Drácula, que parecem brilhar no escuro. Mais uma vez a garota sente a terrível atração do vampiro, sente a sensação de que ele é a coisa mais importante do mundo.

 

DRÁCULA

 

- Pare de resistir, Lucy. Simplesmente se entregue.

 

Com uma expressão de comiseração no rosto liso, o Conde estica o braço, oferecendo a mão para Lucy, que continua caída no chão.

 

DRÁCULA

 

- Venha comigo Lucy. Tudo vai acabar bem.

 

A voz do vampiro entra pelos ouvidos de Lucy como uma musica tranqüilizadora. Com uma lagrima escorrendo pelo rosto, a garota lentamente estica o braço, deixando que a sua mão toque a do Conde. Ele a ergue do chão, deixando-a de pé em sua frente. Seus rostos estão a centímetros de distancia. Drácula acaricia o rosto de Lucy, que se arrepia. Ela inclina a cabeça, revelando o pescoço, enquanto mais lagrimas rolam pelo seu rosto. O vampiro sorri, e revela suas presas, se aproximando lentamente de sua vitima.

 

Um ruído corta o ar, um cutelo atinge em cheio a lateral da cabeça de Drácula. Lucy volta a sentir a sensação de uma forte bofetada no rosto, e imediatamente se afasta do vampiro. O conde cambaleia para trás, antes de parar, e arrancar o cutelo da cabeça, liberando um esguicho de sangue.

 

Jason se encontra parado na entrada da sala, e desembainha seu facão, pronto para usá-lo. Drácula se vira para o recém chegado, á medida que o grande corte em sua cabeça vai se fechando.

 

O mascarado corre em direção ao vampiro como um touro furioso, e brande o seu facão mirando o pescoço de Drácula, que se abaixa bem a tempo. Com uma agilidade incrível, o Conde dá um giro, se colocando atrás de Jason, e chuta suas costas com força. O assassino é jogado contra a lateral de uma longa mesa de jantar, derrubando o móvel.

 

Esquecida pelos dois monstros, Lucy corre até a entrada da cozinha sem olhar para trás. Ela atravessa a cozinha correndo, mas quando passa pela porta alguém agarra o seu braço, e a prensa contra a parede. Um jovem vampiro arreganha suas presas pronto para saciar sua sede com o sangue dela, mas em um gesto quase instintivo, Lucy agarra o crucifixo em seu pescoço, e o prensa contra o rosto do vampiro, tal como fez com Drácula.

 

O vampiro urra de dor quando o metal sagrado queima a sua pele, o que o faz largar a sua vitima. Lucy corre para longe do jovem vampiro em direção a mata, agradecendo mentalmente Peter por ter lhe dado aquele objeto que já salvara sua vida um bom numero de vezes naquela noite.

 

O vampiro chamado Stan esta caído de bruços no chão, com a mão sobre a queimadura. “De onde aquela garota tirou ferro em brasa?” pensa ele. Seu primeiro impulso é correr atrás daquela garota desgraçada, e enfim saciar a sua sede. Mas um estrondo dentro da casa atrai o jovem vampiro para dentro.

 

DENTRO DA CASA

 

Jason volta a correr na direção de Drácula, tentando atingir o adversário no peito, mas o vampiro evita o golpe com um salto. Desafiando a gravidade, o Conde flutua até o alto do lustre pendurado no teto.

 

O mascarado olha para cima, observando seu oponente com curiosidade, enquanto este usa sua força sobre humana para partir a forte corrente que prende o lustre ao teto, derrubando o pesado objeto em cima de Jason com estrondo. Drácula flutua até o chão, aterrissando com leveza em frente ao inimigo caído.

 

DRÁCULA

 

- Vamos lá, levante-se.

 

Como se obedecesse às palavras de Drácula, Jason levanta-se do chão, erguendo o pesado lustre sobre a cabeça. Mas antes que o mascarado possa fazer qualquer coisa, Stan pula sobre ele, puxando a cabeça do assassino de Cristal Lake, na tentativa de quebrar seu pescoço.

 

Jason cambaleia com o jovem vampiro agarrado em suas costas, até finalmente conseguir derrubá-lo, ao deixar o peso do lustre cair sobre o rapaz. O assassino mascarado anda em direção a seu facão caído no chão, enquanto é observado por Drácula, que se mantem impassível. Ouve-se o som de vidro estilhaçando-se, e um novo vampiro entra pela janela, e com uma velocidade impressionante, surpreende Jason ao recolher o facão do chão, e se colocar entre ele e o Conde.

 

DRÁCULA

 

- Vou deixá-lo agora Voorhees. Mas não se preocupe, nos vemos logo mais.

 

Sem mais palavras, Drácula dá um salto em direção a janela, e como se fosse levado por um vento sobrenatural, desaparece na chuva ao atravessar a vidraça estilhaçada.

 

O vampiro recém chegado avança contra Jason brandindo o facão, ao mesmo tempo em que Stan se livra do lustre que estava sobre ele, e salta na direção do assassino. Jason vira-se rapidamente, agarrando Stan no ar, e o usa como escudo quando o outro vampiro desfere um golpe com o facão. Stan é partido em dois na altura das costelas. Antes que o vampiro armado tenha chance de tentar um segundo golpe, Jason agarra seu pulso com uma mão, e seu pescoço com a outra, forçando seu adversário a recuar contra a parede.

 

O vampiro arreganha suas presas, silvando para o mascarado, que quebra a mão do rapaz em resposta. O vampiro grita de dor, largando o facão no chão. Jason ergue o rapaz acima da cabeça, o arremessando para longe. O assassino mascarado recolhe sua arma do chão, e começa a andar em direção a seu oponente, mas alguém agarra sua perna. Ao olhar para baixo, Jason vê Stan partido pela metade, apunhalando sua perna repetidas vezes com um canivete. Sem que qualquer sinal de emoção lhe passe pelos olhos, Jason desfere um golpe de facão contra o pescoço de Stan, separando-lhe a cabeça do corpo, finalmente matando-o. O mascarado olha ao redor a procura do segundo vampiro, mas ele desapareceu.

 

                                                       FLORESTA

 

Peter, Jeannie e o Xerife Mathews andam lado a lado na floresta. Os trovões continuam a iluminar o céu, e a chuva continua a cair, embora com menos intensidade.

 

JEANNIE

 

- Quanto mais vamos ter que andar?

 

Antes que o rapaz possa responder, dois vampiros saltam das arvores, caindo á frente e atrás do trio respectivamente. As duas criaturas correm avidamente em direção a eles, Van Helsing só tem tempo de sacar a arma, e girar nos calcanhares, efetuando dois disparos contra o vampiro que os atacava por trás. Uma das balas passa raspando pela cabeça do inimigo, enquanto o segundo disparo atinge o ombro do vampiro de raspão. A criatura perde um pouco de velocidade, mas mesmo assim, consegue arrancar a arma das mãos de Van Helsing com um tapa. O vampiro tenta acertar um soco em Peter, que se abaixa, e se atira no chão em busca da arma.

 

Enquanto isto, O xerife saca seu revolver, atirando contra seu agressor, mas erra o disparo, e recebe uma bofetada no rosto, sendo jogado contra uma arvore. Jeannie acerta com o cano da arma o rosto do vampiro que atacou Mathews, quebrando o seu nariz. O monstro sorri enquanto o sangue escorre de seu nariz. Jeannie tenta engatilhar a escopeta, mas seu atacante tira a arma de suas mãos, a jogando para longe. Ela tenta correr, mas ele a agarra pelo braço, e a puxa para perto de si, ao mesmo tempo em que revela suas presas. A garota rapidamente enfia a mão no bolso, e retira uma garrafa de água benta, apertando o recipiente com toda a sua força. A garrafa estoura jogando água benta para todos os lados. O vampiro é atingido na testa e na bochecha, e se afasta de Jeannie gritando, enquanto leva as mãos ao rosto. O único impulso que a garota tem depois disso é correr para longe.

 

O vampiro se prepara para correr atrás da garota, mas um tiro atinge sua perna. O rapaz se vira, e vê o Xerife jogado no chão, segurando o seu revolver. Mathews desmaia ao mesmo tempo em que o vampiro se dirige mancando para a mata no encalço de Jeannie.

 

Momentos antes, Van Helsing rasteja em direção a sua pistola jogada no chão, mas antes que consiga alcançá-la, o vampiro o puxa pela jaqueta. O rapaz consegue desvencilhar um braço da jaqueta. Percebendo que sua vitima esta prestes a escapar, o vampiro agarra Peter pelo pescoço, e começa a apertá-lo. Van Helsing sente rapidamente o ar lhe faltar. Ele estica a mão livre, a enfiando no bolso da jaqueta, e com um movimento rápido, retira a estaca de dentro da roupa, apunhalando o vampiro no peito. A criatura grita de dor, e se afasta de Van Helsing, que sem hesitar, se atira sobre o vampiro, cravando a estaca em seu coração. Peter se ergue, ignorando o grito final do vampiro, que rapidamente se transforma em cinzas.

 

Van Helsing se levanta, e olha ao redor. Tudo aconteceu rápido demais, ele ouviu gritos e tiros enquanto lutava contra o vampiro, mas foi impossível acompanhar tudo. O rapaz vê o Xerife caído ao lado de uma arvore, e corre até ele.

 

VAN HELSING

 

- Mathews? Acorda!

 

O Xerife pisca os olhos, e leva à mão a cabeça, confuso.

 

XERIFE MATHEWS

 

- O que aconteceu?

 

VAN HELSING

 

- Me diz você, Xerife. Cadê a Jeannie?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Ela... Oh não. A ultima vez que a vi ela estava sendo perseguida por um desses monstros.

 

VAN HELSING

 

- Ah droga! (Diz Van Helsing esfregando a testa com a mão). Tudo o que não precisávamos.

 

XERIFE MATHEWS

 

-Você disse, mas depois que a gente vê....  Eram vampiros de verdade! Temos que ajudar Jeannie.

 

VAN HELSING

 

- Mas Lucy também esta perdida por ai, precisando da nossa ajuda.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Acha que ela ainda esta viva? Temos mais chance de salvar Jeannie agora, garoto!

 

Van Helsing fica em silencio por um instante.

 

VAN HELSING

 

- Vá atrás da Jeannie, e depois a tire daqui. Eu tenho que seguir em frente.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Tem certeza que é a melhor coisa a fazer? (Pergunta Mathews em duvida).

 

VAN HELSING

 

- Não, mas vou fazer assim mesmo (Diz dando as costas a Mathews). Boa sorte, Xerife.

 

                                                       FLORESTA

 

Duas vampiras caminham pela floresta. Suas togas molhadas pela chuva tremulam ao vento. Andréia de repente pára, e segura o braço da companheira.

 

ANDRÉIA

 

- Juli, você ta legal?

 

JULIANNA

 

- O que você acha, Andréia?  Não somos mais humanas. Essa sede... Meu deus!

 

ANDRÉIA

 

- Ei (Andréia segura carinhosamente o rosto de Julianna) o mestre disse que íamos ficar bem, não disse?

 

JULIANNA

 

- Disse, mas...

 

ANDRÉIA

 

- Mais nada. Relaxa garota. Tudo vai ficar bem, eu prometo.

 

Andréia acaricia o rosto de Julianna, e aproxima seu rosto do dela, beijando-a longamente na boca. As duas seguem se beijando entrelaçadas até uma arvore, onde Andréia prensa Julianna na madeira do tronco da arvore. Andréia acaricia os ombros de Julianna, e baixa a toga da parceira, revelando um belo par de seios fartos. Andréia expõe suas presas, e morde de leve o seio de Julianna, que se arrepia de excitação. Julianna também expõe as suas presas, e morde também de leve o pescoço de Andréia. As duas ficam neste ritual de prazer por alguns segundos, até que Andréia sente a mordida da parceira se intensificar, rasgando violentamente a sua carne. Andréia se afasta levando a mão ao pescoço.

 

ANDRÉIA

 

- O que você esta fazendo, sua...

 

Andréia olha para o peito de Julianna, e vê uma lamina irrompendo do peito da companheira no local onde se localiza o coração, enquanto grandes golfadas de sangue jorram de sua boca.

 

ANDRÉIA

 

- Juli!

 

Um ultimo brilho de vida passa pelos olhos de Julianna, e então ela se transforma em cinzas, enquanto seu assassino sai de trás da arvore, com o facão pingando sangue.

 

ANDRÉIA

 

- Maldito!

 

Andréia investe com uma fúria assassina contra o gigante mascarado, chutando-lhe o peito com força antes que ele tenha tempo de reagir. Ela pega um tronco do chão, acertando a cabeça do assassino repetidas vezes, que recua um passo a cada golpe que o atinge. A vampira se prepara para um novo golpe, mas Jason é mais rápido, e com um movimento rápido de seu facão, decepa a mão da garota, que grita em agonia. Voorhees agarra o pescoço da vampira, e começa a sufocá-la.  Andréia vê horrorizada Jason erguer a mão que segura o facão, pronto para desferir o golpe de misericórdia, mas quando o assassino dá seu golpe, é surpreendido pela atitude da vampira, que usa os dois braços para formar um escudo para o pescoço.

 

 A lamina não consegue atingir o pescoço de Andréia, mas em compensação, decepa seus dois braços. A dor parece aumentar a força da vampira ao invés de enfraquecê-la, e com um forte chute, ela consegue afastar o assassino. Agindo por puro instinto, Andréia salta a uma altura sobrenatural, pousando como um pássaro em um galho fora do alcance de Jason. O sangue ainda escorre do local onde um dia estiveram os braços da garota, mas surpreendentemente, uma massa de carne parece estar crescendo no lugar. Sabendo que não teria condições de enfrentar Jason sozinha, Andréia salta de arvore em arvore com uma única certeza: Julianna seria vingada.

 

  NÃO MUITO LONGE DALÍ

 

Jeannie corre floresta adentro sem olhar para trás. Pela segunda vez naquele dia, sentia a morte perto dela, se sentia vulnerável, como um animal prestes a ser abatido. Um arrependimento quase infantil de ter insistido para estar ali se mistura com o medo intenso. Ela ouve os gritos de seu perseguidor.

 

VAMPIRO

 

- Você me queimou vagabunda!Agora eu estou com mais sede ainda!

Jeannie se esconde atrás de uma arvore, e espia para a direção de origem da voz, mas nada vê. É quando algo cai a seus pés, e ao olhar para baixo, a garota vê horrorizada a escopeta que havia sido arrancada de suas mãos.

 

VAMPIRO

 

- Acho que você perdeu isto lá atrás moça.

 

O rapaz esta acima de Jeannie, de cabeça pra baixo e com as presas a mostra, Grudado na arvore. A garota recolher a arma, mas o monstro se solta de seu ponto de apoio caindo ao lado de sua vitima, e com um potente empurrão, a joga contra outra arvore. Ela cai no chão ainda segurando a escopeta, mas sem estar engatilhada ela é inútil. Antes que Jeannie possa perceber, o vampiro já esta em cima dela, jogando a arma para longe uma vez mais Ela tenta lutar, mas seu agressor a segura fortemente pelos braços. Pronta para sentir os dentes do vampiro penetrarem a sua carne, a garota ouve o som de disparos, seguido por um gemido de dor emitido por seu atacante, que sai de cima dela. Ela levanta a cabeça, e vê o Xerife Mathews empunhando seu revolver.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Fique longe dela maldito.

 

O vampiro silva de ódio, e corre em direção a Mathews que efetua mais três disparos. Um deles atinge o ombro, o outro a barriga, e o terceiro atinge a testa do rapaz, derrubando-o inerte no chão. Mathews corre até Jeannie, que esta se levantando.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Você esta bem garota?

 

JEANNIE

 

- Graças a você sim. (Responde ela agradecida)

 

Jeannie anda até a escopeta abandonada no chão e a recolhe, finalmente a engatilhando. Enquanto isso, Mathews se aproxima do vampiro abatido.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Que coisa triste. Eu conhecia este rapaz. Era um pouco encrenqueiro, mas não merecia isto.

 

JEANNIE

 

- Não chegue perto Xerife!

 

O vampiro abatido se ergue como se tivesse sido erguido por uma mola, e exibindo longos caninos, avança na direção do homem, mas mais uma vez a criatura tem seu corpo projetado para trás, ao mesmo tempo em que sua cabeça explode. O corpo do vampiro vira cinzas antes mesmo de tocar o chão. Mathews se vira, e vê Jeannie empunhando a escopeta fumegante.

 

JEANNIE

 

- As balas com água benta os afetam, mas não completamente esqueceu?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Acho que depende do tiro (Diz ele olhando para a toga vazia do vampiro). Salvou minha vida, garota. Parece que empatamos.

 

JEANNIE

 

- Onde esta o Peter?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Ele teve que seguir sozinho.

 

JEANNIE

 

- A culpa é minha (Diz ela baixando a cabeça). Se eu não tivesse corrido...

 

XERIFE MATHEWS

 

- Se não tivesse corrido, não estaria viva. Com certeza você fez o certo, e espero que faça de novo. Você vai vir comigo, e então nós vamos embora deste filme de terror.

 

JEANNIE

 

- E quanto ao Peter?

 

XERIFE MATHEWS

 

- Vou levar você para um lugar seguro e volto em seguida para buscá-lo.

 

JEANNIE

 

- Não Xerife (responde sem hesitar). Não podemos deixar Peter sozinho nesta.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Me escuta garota... (Ela engatilha a escopeta).

 

JEANNIE

 

- Como Peter disse, é a segurança da sua cidade que está em jogo, Xerife. Vai perder tempo com uma forasteira?

 

O Xerife olha firmemente para Jeannie.

 

XERIFE MATHEWS

 

- Muito bem, vamos lá. Mas fique atrás de mim.

 

                                       OUTRA PARTE DA FLORESTA

 

Lucy anda pela floresta, olhando cautelosamente para os lados. Quando conseguiu fugir do casarão, ela correu o maximo que pôde. Não se lembrava de ter corrido tanto em toda a sua vida. Era quase como se seu corpo agisse sozinho. E só depois de correr muito e conseguir parar, é que sentiu uma leve câimbra, e os pulmões que reclamavam do esforço. Mas mesmo tendo se afastado bastante da casa, Lucy esta longe de se sentir segura. As pessoas que a ameaçavam não eram comuns, isso se podiam ser chamados de pessoas. Jason, Drácula e os outros vampiros estavam em algum lugar daquela floresta, todos de certa forma em busca de sangue.

 

Lucy agora passa por uma clareira. A chuva parece ter enfraquecido. Quando uma voz chama seu nome, a garota sufoca um grito, tendo a sensação que seu coração iria pular do peito.

 

VINCE

 

- Lucy... Não devia estar aqui.

 

Vince sai das sombras. Sua boca esta coberta de sangue. Lucy dá um passo para trás.

 

     LUCY

 

- Fique longe de mim Vince.

 

Diz ela com voz firme, mas olhos marejados, erguendo o crucifixo. Vince cobre o rosto com os braços.

 

VINCE

 

- Eu não pedi por isto Lucy! (Ele mostra as mãos, que assim como a boca, esta coberta de sangue). Eu não quero me tornar um assassino! Isto é sangue de raposa! Eu não quero ser o que a voz na minha cabeça diz que eu devo ser!

 

O vampiro começa a chorar, Lucy abaixa o crucifixo e corre até ele, o abraçando fortemente.

 

LUCY

 

- Vince, você não precisa ser assim. Podemos procurar ajuda. Dane-se o que Van Helsing diz. Podemos encontrar alguém que possa te ajudar!

Ele chora no ombro de Lucy, manchando a camisa dela de sangue, enquanto ela apóia seu rosto no peito dele. Ela não vê Vince revelar suas presas.

 

VINCE

 

- Lucy, eu sinto muito.

 

Vince aproxima hesitantemente seus dentes do pescoço dela, mas para antes que os dentes toquem a pele. Subitamente houve-se um novo som de trás das moitas, e antes que qualquer um tenha tempo de se virar, Van Helsing surge correndo da floresta, e com um salto, crava uma estaca nas costas de Vince, que urra de dor, e acaba jogando Lucy no chão.

 

VAN HELSING

 

- Corre! (Grita para ela)

 

  Peter saca a sua arma, mas Vince salta em direção ao inimigo, chutando a sua pistola, que é jogada para o alto. O vampiro tenta socar Van Helsing, que salta para trás, evitando o golpe, mas cai no chão devido à terra molhada. Com um gemido de dor, Vince arranca a estaca de suas costas, e salta na direção do oponente, pronto para perfurar-lhe com a própria estaca, mas Peter rola no chão, escapando do golpe. Vince tira a estaca do chão, e tenta novamente, mas Van Helsing já de pé, saca uma nova estaca, e bloqueia o golpe.

 

VINCE

 

- Eu vou te matar!

 

Vince investe com a estaca novamente contra Peter, que desvia para o lado, e tenta cravar a sua estaca no coração do vampiro, mas é bloqueado pela estaca deste. Os dois forçam suas armas uma contra a outra, até que ambas caem no chão.

 

LUCY

 

- Parem com isso! Por favor, Parem com isso agora!

 

Vince dá uma forte bofetada em Peter, jogando-o para o lado. O rapaz se levanta com o rosto sangrando, a ferida da manhã voltando a sangrar. Vince anda em direção a Van Helsing com as presas a mostra, sentindo o cheiro de sangue. O vampiro ergue Van Helsing acima da cabeça, o segurando pela perna e pescoço, e o joga a alguns metros no chão. O rapaz cai no chão úmido, sentindo a cabeça rodar. Ao abrir os olhos, Peter vê uma das estacas a sua frente, mas antes que possa pega-la, alguém chuta seu estomago, fazendo-o rolar no chão.

 

VINCE

 

- A culpa é sua! Tudo isso começou a acontecer depois que você apareceu!

 

Um novo chute na barriga faz Peter ansiar desesperadamente por ar.

 

LUCY

 

- Vince, Pare!

 

VINCE

 

- Você os trouxe até aqui!

 

Vince agarra Peter pela jaqueta, e arreganha as presas.

 

LUCY

 

- Vince, solta ele!

 

VINCE

 

- Você vai morrer Van Helsing, e depois que eu beber o seu sangue, Lucy estará segura!

 

VAN HELSING

 

- Não com você por perto.

 

Vince urra de raiva e ergue o punho, pronto para arrancar o coração de Van Helsing.

 

LUCY

 

- Pare!

 

Ouvem-se três disparos. Dois atingem a lateral do tronco de Vince, e o terceiro a sua perna.  O impacto o atira no chão. Ele se levanta estupefato, levando a mão ao ferimento, somente para sentir o frio de seu próprio sangue. O vampiro olha para a direção dos tiros, e vê Lucy trêmula, segurando a arma de Van Helsing.

 

VINCE

 

- Então é assim Lucy?

 

Ele começa a andar na direção dela, mancando lentamente.

 

LUCY

 

- Eu não queria.

 

VINCE

 

- É a ele que você é leal?! (Grita)

 

 Van Helsing salta nas costas de Vince com a estaca que encontrou no chão, e crava o objeto de madeira no coração do vampiro, que cai imediatamente, fazendo ambos caírem no chão. Vince olha para Lucy, e se transforma em cinzas.

 

Lucy deixa a arma cair no chão e cai de joelhos, enquanto Van Helsing se levanta massageando as costelas. Ele anda até a garota, que lentamente começa a chorar. Ela olha para Peter.

 

LUCY

 

- Eles se foram. Todos eles, Amanda, Vince, Edward. Todos os meus amigos se foram.

 

Van Helsing se ajoelha, e a abraça.


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Notas finais do capítulo

Desculpe a demora em postar, mas as coisas ficaram meio corridas por aqui. Talvez demore um pouco para postar o proximo. E é lá que enfim esta historia vai terminar. Até!