No Universo de Anna escrita por Red Queen


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA! :D



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Hoje tive prova de química. Ninguém merece. Pior foi no último semestre do primeiro ano que estava estudando estequiometria. NOSSA aquilo pra mim era o inferno de Dante. Nunca fui muito fã da química, o quê deixa os meus amigos confusos. ‘Se você gosta de uma matéria sem sentido como física, como pode não gostar de química?’. O problema é que sempre achei a física a matéria mais perfeita e extraordinária do mundo inteiro!

Não é louco ver como as coisas realmente funcionam?

Não tenho a mínima ideia do que se passa na cabeça deles, mas na minha acho a física a perfeição em cálculos e palavras que assustam como fótons, neutros, relatividade e trabalho. Isso soou meio nerd, mas eu sou um pouco.

O problema é que na época que estudei cálculos estequiométricos minha vida estava de cabeça para baixo, não estou exagerando. Ainda está um pouco.

Quando saímos do bar, eu e a Micaela chamamos um táxi enquanto o Thomas ficou para assistir o show. Ele disse que o pessoal da banda se garantia e que ele não perderia aquilo por nada. Ele disse que era um dos conjuntos mais procurados na cidade. Inclusive falou o nome, só que não estou lembrando. Seria The sky? Ou The skies? Era algo assim. Um nome meio bizarro, mas isso não me interessava. Eu e a Micaela não íamos ficar para assistir a banda mesmo, então o que importa?

Informamos o local que o motorista do táxi deveria nos deixar. Enquanto a Micaela surtava devido já ser onze e dez da noite.

“Minha mãe vai me matar”, ela repetia, “Por favor faça um enterro decente, e durante o cerimonial informe as pessoas como eu gostava de estar viva!”

“Deixa de ser dramática!”, eu dizia repetidas vezes.

Quando chegamos no prédio, a Micaela disse para eu tomar cuidado quando entrar no apartamento. Tentar fazer o máximo de esforço para não produzir nenhum tipo de barulho, ela estava tentando contar com a sorte dos pais dela estarem dormindo.

Mas não estavam...

Porém a mãe dela não fez o escândalo que a Micaela estava prevendo. Apenas orientou para da próxima vez ligássemos pra ela nos buscar no shopping. Não contamos a história toda. Dizemos que demoramos muito para pegar um táxi no Shopping.

Ainda bem que a mãe da Micaela é relex. A minha já estaria fazendo um escândalo e gritando, ameaçando que eu nunca mais sairia de casa e bla bla bla.

Quando entrei no quarto da Micaela, lembrei da surpresa que foi olhar pra mesa do bar e não ver uma briga, e sim uma conversa entretida entre os dois.

“Tá louca? Foi os dez piores minutos da minha vida”, ela dize rindo. Mas suas bochechas rosadas ficaram vermelhas.

“Não disse que foram os melhores, mas, parecia que estavam se dando bem. E significado de se dando bem é: não se matando”, digo pra esfriar o clima tenso que estava se criando.

“Esquece”, ela disse séria e se trancou no banheiro.

“Onde vou dormir? Na rede, colchão ou na cama?”, grito para que ela conseguisse escutar de dentro do banheiro.

“Onde você quiser!”

“Não se incomoda de dividir a cama?”, pergunto encarando a cama de Dosel da Micaela.

“Claro que não Anna! A gente sempre dividi, ninguém merece dormir em rede”

A cama Dorsel tem uma história interessante, chega a ser curiosa.

Quando a Micaela tinha 13 anos os dois grandes sonhos dela era um notebook cor de rosa e uma cama redonda. Não sei o porque da cama ter que ser redonda, mas, quando perguntávamos o motivo ela mesma não sabia responder.

“Sabe quando você simplesmente se apaixona por algo e não sabe o porque? É tipo aquela vez que você viu aquele cara loiro na Bienal do Livro e o nomeou Leo. Você nunca mais o viu e nem sabe se o nome dele é Leo, mas é tipo isso”, ela sempre respondia isso.

O cara que ela sempre dizia tinha cara de Leo, por isso o nome que eu o dei. E ele era gato. Eu nunca entendi essa comparação que ela fazia. Mas hoje em dia já não importa mais. Mas o lance com o tal Leo é porque eu acho que rolou um clima, e ele era exatamente como eu imaginava ser o Leo do livro Fazendo meu filme.

O que estou tentando dizer é que ela mesma desconhecia os motivos de querer uma cama redonda! E é compreensível os pais dela não terem comprado essa tal cama.

Depois de alguns anos, quando faltava um mês para o seu aniversário de 15 anos, a madrinha da Micaela nos procurou na escola (eu e meus amigos) e perguntou o que Micaela sempre quis e nunca deram pra ela.

Demoramos um pouco pra responder porém o Thomas lembrou da tal cama redonda que a Micaela tanto queria quando era menor. A Madrinha não deu uma cama redonda mas deu uma de Dorsel que sem dúvida a Micaela gostou muito mais do que se fosse a redonda.

Fizemos uma noite do pijama para comemorar a chegada da grandona no quarto. Pipoca, brigadeiro de panela, soverte e filmes românticos. Até que tentamos jogar verdade ou desafio, mas todas só escolhia verdade e se recusavam a responder algumas perguntas. Mas a confusão começou às duas da manhã quando todas já não tínhamos mais animo pra outro filme.

Estavam nessa noite eu, Micaela, Fernanda e a Marina. Fizemos as cotas tínhamos uma cama de Dorsel e dois cochões de ar.

Afinal, quem iria dividir a cama com a Micaela?

Todas queríamos dormir na cama. A sugestão foi que a Micaela escolhesse quem ela queria dividir a cama. Só que era muito injusto e chato. Escolher entre 3 amigas, isso ia dar briga.... E deu.

Uma discursão se seguiu entre latidos da poodle da Micaela e canções do filme Mamma Mia. Graças à Deus os pais da Micaela e nem o irmãozinho dela acordaram.

Decidimos que seria mais justo as quatro dormirem espremidas na cama. E foi o quê fizemos. Fiquei espremida entre a Micaela e os pés da Fernanda.

Acordei com uma caibra no pescoço, só consegui virar a cabeça para o lado na hora do almoço.

Desperto das minhas lembranças com a voz da Micaela.

“ Quem era aquele rapaz que você estava conversando no bar?”

“Eu não o conheço. Apenas sei que o seu nome é Harry e que provavelmente é fotografo do evento. Espero nunca mais vê-lo”, minto, “Cara mais mal educado. Acredita que ele perguntou porque não atendia o celular?”

A Micaela riu.

“Quer dizer que ele é fotógrafo?”, ela pergunta enquanto chega se a janela estava trancada.

“Não sei. Eu supus isso. Ele tem uma câmera e o tal amigo dele o chamou para bater foto”

“Não sabia que ter uma câmera faz de uma pessoa fotografa... É a mesma coisa que se você tiver uma filmadora faz de você um cineasta”. Odeio as comparações que a Micaela faz

“Não era uma câmera comum. Era uma polaroid! Essa câmera é antiga mas apenas profissionais à tem... eu acho! E que tipo de pessoa sai com uma câmera profissional para um evento sem ser um fotografo? Existem algo chamada câmera nos celulares hoje em dia! Ninguém mais usa câmeras”

“Ele pode ser um amante de fotos, sei lá. Ter uma câmera não o faz fotógrafo!”

“Não é isso! Sei lá, só acho que ele seja”

“Se você quiser ver ele de novo, posso entrar no site do Pub e extrair algumas informações.”, a Micaela diz parecendo animada com a ideia, “Pegar o nome do fotógrafo que estava cobrindo o evento para depois irmos na galeria dele. Isso é... se ele foro fotógrafo”

“Não quero, obrigada”, digo mexendo na minha mochila, “Vou colocar o meu pijama, é o melhor que eu faço”

Pego a minha camisola e entro no banheiro. Coloca a tampa no vaso e sento. Coloco a minha cabeça entre as mãos.

Porque não consegue admitir que eu iria gostar de vê-lo novamente?

Acho que porque não quero. Não sei, não fico animada com estranhos. Namorar um fotógrafo? Não tenho preconceito. O Harry é um gato mas... E se ele estivesse só de zoeira? Eu mato esse garoto!

Não pensei nem mais um instante. Peguei o meu celular e pesquisei Harry W no facebook. E não achei nada. Então pesquisei no Google.... nada novamente.

Harry W fotógrafo, digitei. Tinha a esperança de encontrar um estúdio ou galeria que talvez ele tivesse trabalhasse ou trabalho. QUALQUER COISA!

Entrei em desespero. Levantei e comecei a andar no pequeno espaço do banheiro.

Eu ainda tinha a foto que ele me deu. Mas não iria olha-la na frente da Micaela, quem sabe ela esquece isso. E eu também. E óbvio que eu não iria dar esse gostinho pra ela.

Minha única esperança era entrar no site e ver qual foi o fotógrafo que fez a cobertura do evento dessa noite... Mas, pra quê? Talvez ele só tenha sido gentil ou estava me cantando. E se eu o achasse e não fosse o quê eu esperava? Isso ia doer mais. Não estou apaixonada ainda e posso impedir isso. Apenas esqueça tudo que ocorreu. Eu nem deveria ter ido lá. É um bar para maiores, se meus pais descobrissem seria o meu fim.

Vesti o meu vestidinho com estampa de picolés e coloquei o vestido que havia usado no cinema e no Pub dentro da minha mochila. Me certifiquei que a foto estava em um bolço seguro e livre do risco de ser amassada e deitei na cama.

“Já vai dormir?”, pergunto quando a Micaela desliga a luz e abajur.

“Vou. Amanhã é sábado e quero acordar cedo para andar de bicicleta. Nesse tal cruzeiro deve estar cheio de gatinho e não quero ter nem um pneuzinho a mais do que deveria ter”

“Acha mesmo que vai emagrecer com uma hora de bicicleta?”

“Só quero diminuir um pouco”

“Se diminuir mais você some!”, eu digo, “Posso ir com você?”

“Claro! Te acordo seis e meia”

“Seis e meia”, dou um gemido para reclamar do horário.

“Se fomos mais tarde vai ter sol sua preguiçosa! Aliás entrei no site do Pub, o fotógrafo do evento era Levi Quel, nada de Harrys. Então, Boa noite”, ela diz enfim.

“Boa noite”, digo, “Só vou dá uma olhadinha no whatsapp.”

Se ele não era o fotógrafo contratado, ele podia ser o assistente! Cheque Mate!

9:05– Mamãe: Porque você não atende essa merda de telefone? Um dia eu tomo esse iphone de você e te dou um celular que só liga e recebe chamada! ME LIGUEI ASSIM QUE LER ESSA MENSAGEM!

9:35– FERNANDA: COMO FOI O FILME??? Eu queria ter ido, só que minha mãe tinha cabelereira marcado pra hoje. Na próxima eu vou... Adivinha que me chamou pra ir no cinema!!! O Toninho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Vamos no cinema no domingo!

9:42 – Biel: E aí linda? Como foi lá no cinema? Pena eu não poder ir. Mas.... Vai ter uma festa aqui da minha irmã, tá afim de vir? Vou chamar a galera, e exijo a sua presença. Bjs.

9:47 – Fernanda: Cadê tu em sua vaca? Que demora pra responder...

10:01- Fernanda: Desisto de falar com você. Amanhã eu te mato.

E tinha mais 234 mensagens dos grupos, mas não sou nem otária pra ler aquelas besteiras.

Liguei pra minha mãe, avisando que vi a mensagem e que estava bem. Após várias ameaças de pegar o meu celular ela se convenceu que eu estava bem

Coloquei o celular na cômoda e me deitei.

Eu tenho um certo ritual pra pegar no sono, por isso demorei um pouco pra pegar no sono por isso demorei para dormir aquela noite. O segredo é: pense que você está vivendo os seus sonhos. Mas ao invés disso não conseguia parar de pensar no Harry... Sentir uma raiva de mim mesma por estar me importando com aquilo. Eu nunca mais iria vê-lo, é um fato. Nessa cidade tem milhões de pessoas, então era isso. Uma noite imortalizada em uma foto. Harry W ia ser pra sempre só o cara que bateu uma foto comigo. Ponto.

Tentei tirar aquilo da minha cabeça, mas estava difícil. A única coisa que me ajudou a esquecer aquilo foi pensar sobre o Thomas e a Micaela. Eles pareciam felizes ali. Tanto que a Micaela nem me apressou com os coquetéis, não teria feito diferença mas... perturbar ajuda a passar o tempo.

Quando dormir já era uma e pouco da manhã.

Tive um sonho estranho naquela noite.

Eu estava em Hogwarts no meu dormitório, e abro a minha mala que tinha um AJ (Anna Joseph), exatamente como nas malas dos alunos. A minha era vermelha e me abaixo para pegar algo dela, a abro e tiro a foto que o Harry W me deu. Ela se mexia como as fotos do mundo bruxo. Eu sorria e olhava novamente pra o Harry ele olhava pra mim e sussurrava algo no meu ouvido. (e eu não era eu entende? Era tipo como se eu estivesse me assistindo em uma telinha de cinema dentro da minha mente). De repente percebo que estava no dormitório da grifinória e saiu correndo pelas escadas.

Me deparo com a sala comunal que estava com muitos alunos sentados jogando conversa fora e alguém estudando (penso por alguns segundos que talvez fosse a Hermione) mas, aproveito quando ninguém está olhando e saiu daquela sala. Quando estava passando em um corredor escuto uma voz muito familiar grita logo atrás de mim.

“Porque mexeu nas minhas coisas?”, viro para trás e vejo o Harry W com uma cara muito zangada. Ele estava com as vestimentas de Hogwarts e com o brasão da grifinória no peito esquerdo.

“Isso não pertence a você”, eu digo olhando para o chão.

MEU DEUS O QUE EU TÔ FAZENDO AQUI?

Essa porcaria de sonho era o tipo um filme, não sabia que era um sonho mas eu era apenas a segunda Anna, a Anna telespectadora. E não a Anna atriz.

Acordei muito suada. Que sonho mais louco era aquele...

Pesadelo na verdade. Aquela noite foi longa...mas o pouco que dormir foi legal. Mas eu nem tinha noção do que ia se seguir. Pra mim, aquela noite tinha sido a maior aventura que eu viveria pelo resto da minha vida. Como eu estava enganada... E talvez eu estivesse errada, aventuras só são legais quando são outras pessoas que estão vivendo. E não você.


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Notas finais do capítulo

E aí? O quê estão achando? Posto próximo capítulo em breve!



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