A Casa Caiu escrita por Andye


Capítulo 8
Nasce Uma Detetive


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim!
O fato é o seguinte: recebi os comentários de vocês me pedindo pra não desistir e eles me emocionaram tanto que, como agradecimento, escrevi mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem e, como sempre, relevem os errinhos porque estou sem beta.
Espero que gostem porque escrevi com todo o carinho.
Mais uma vez, obrigada pelo carinho de vocês, e por acreditarem em mim.
Feliz semana a todos, e até breve!!!



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Fazia alguns dias que Hermione tentava incansavelmente descobrir quem era a senhorita Margo Rost. Já sabia que ela não era invenção do ruivo, como suspeitou ainda na noite em que descobrira a sua existência, mas não conseguia encontrar a tal mulher e isso a estava deixando com os nervos a flor da pele.

Depois de um bom tempo conversando com a ruiva em um domingo ensolarado, porém frio, Hermione soube que a enfermeira era desconhecida também entre os Weasley.

Gina havia lhe garantido que nunca nenhum dos Weasley viu ou ouviu falar de tal mulher.

— Hermione, eu estou falando a verdade. Nunca ouvi falar de nenhuma Margo Rost em minha vida — Gina continuava, mas Hermione não se convencia — Se houvesse mesmo essa tal Margo, você acha que eu não saberia? Que a mamãe não teria feito um almoço de apresentação pra ela? Por mais que tenham te falado que ela realmente é enfermeira do Ministério, ainda acho que é asneira do Rony. Ele tem dessas coisas. Deve ter inventado pra te provocar ciúmes.

— Me provocar ciúmes? — Hermione se defendeu nervosa e pouco convincente — O Ronald não provoca nenhuma espécie de sentimento em mim além de impaciência. Não tenho nada a ver com a vida dele. Não tenho ciúmes dele.

— Tudo bem se você quer realmente se enganar... — a ruiva falou em tom divertido.

— Gina, eu não preciso ter ciúmes do seu irmão. Não tenho motivos pra ter ciúmes dele. Ele não é nada pra mim além de um intruso na minha casa.

— Então, pra que tanto interesse em Margo Rost? — a ruiva sentenciou.

— Eu só... Só...

— Está tentando inventar uma desculpa? — a ruiva se divertia, os olhos semi serrados, avaliativos.

— Claro que não! — Hermione falou enfática, um pouco esganiçada — Eu só preciso saber com que tipo de pessoa o seu irmão anda se encontrando, afinal, infelizmente dividimos a mesma casa e eu não quero correr o risco de ter qualquer pessoa transitando por lá.

— Tudo bem. Não está mais aqui quem falou — a ruiva riu — Vou perguntar se o Harry sabe de alguma coisa.

— Mas não cite meu nome — Hermione falou nervosa — Nem faça perguntas comprometedoras.

— Hermione, por Merlin. Não sou nenhuma criança, tá bem?

— Tá... — a voz estava sem graça — Desculpe.

Depois daquela tarde Hermione parou um pouco com suas buscas, mas não tinha se convencido em deixar para lá. A verdade era que o ruivo havia conseguido o que queria quando provocou a morena com a conversa da tal enfermeira misteriosa: despertou o ciúme forçadamente adormecido.

Como quem não quer nada, tentou várias vezes puxar assunto com ele para obter mais informações, mas foi tudo inútil. Rony não falava nada além do básico que ela já sabia.

Ela poderia ir diretamente ao ministro e perguntar ou mesmo falar com Harry, mas temia demonstrar mais interesse do que o recomendado pela vida do legume.

Quando perguntou para o atendente do Ministério sobre a senhorita, ele foi direto em suas palavras:

— A senhorita Rost é a pessoa mais incrível que eu já conheci – o rapaz tinha um ar sonhador ao falar da mulher, e isso irritou Hermione — Ela é sensível e delicada. Já tive a sorte de ter sido tratado por ela e foi a melhor coisa que me aconteceu. Quem dera a Madame Pomfrey fosse como ela é.

— Ela não pode ser tudo isso — comentou irritadiça — Como ela é?

— Um doce de pessoa — o rapaz falou olhando curioso para Hermione — Por que tanto interesse na senhorita Rost, senhorita Granger?

— Eu só quero saber — ela falou meio sem jeito — Fiquei sabendo que ela foi mandada em missão há uns anos e quis saber mais sobre ela e seu ótimo trabalho! — sorriu forçosamente.

— Sei... — o rapaz concordou incrédulo — Ela foi em missão para a Irlanda, se não me engano. Acho que o grupo de aurores comandados pelo Auror Weasley sofreu um ataque e ela e sua equipe foram encarregados dos feridos.

— Sei... — ela encontrou uma oportunidade — Tem como encontrar a senhorita Rost?

— Não agora. Acredito que ela está de férias. Ela trabalha no St. Mungus e só vem aqui quando é chamada pelo ministro. Faz uns dias que não a vejo — ele continuou olhando Hermione com curiosidade.

— E essa equipe do Auror Weasley — falou como quem não quer nada — Quem fazia parte dela?

— Aí a senhorita já está querendo saber demais — ele foi taxativo — Informações internas do Quartel de Aurores não são repassadas. Se quer saber de mais detalhes, deveria perguntar diretamente ao Auror Weasley. Pelo que sei, estão morando juntos, não é mesmo? — o rapaz falou com gracejo e Hermione sentiu que era a hora de acabar com aquela conversa.

— Tudo bem, vou falar com ele depois. Bom dia.

Agora ela estava em casa, no final do sábado, com um livro nas mãos, pensando em como poderia saber mais informações sobre a tal mulher misteriosa, tão amável e doce.

— Não é possível que exista uma pessoa tão perfeita assim. Isso é impossível.

Se levantou com raiva do sofá-cama e foi até o banheiro no andar de cima. Precisava de um banho quente, de brigadeiros e algum filme trouxa para passar o tempo e esquecer daquele assunto entediante.

Aproveitaria que o legume estava fora de casa – provavelmente com a tal senhorita perfeita Rost— e ficaria à vontade. Precisava descansar.

Longe dali, Rony estava sentado em um banco de praça. Parecia ansioso olhando de minuto em minuto para o relógio de pulso que ganhara do pai ao completar dezessete anos. Esperava por alguém, e tinha uma expressão nervosa no rosto.

Aquela semana havia sido pior do que ele imaginava. A história com a senhorita Rost havia sido uma jogada de mestre com Hermione, mas ele estava em xeque agora. Não imaginou que a morena ficaria tão curiosa em descobrir a enfermeira e até mesmo Harry já havia chamado a sua atenção.

— Mas por que diabos você inventou essa história com a senhorita Rost? — Harry estava sentado com ele, almoçando.

— Eu só queria mostrar pra ela que eu não... Não fiquei... Ah... Sei lá, Harry. Eu estava bêbado, estava chateado — ele ainda tentava encontrar uma justificativa para o que havia feito.

— Chateado com o que, Rony? — Harry continuou.

— Sei lá... Com ela, com o mundo.

— Com a Bulgária também.

— Vá à merda, Potter — Rony falou irritado.

— Você tem ideia de como eu fiquei sem ação quando a Gina me perguntou sobre a senhorita Rost?

— E o que você disse? — o ruivo parecia apreensivo agora.

— Disse que ela é enfermeira prestadora do Ministério, oras. O que eu poderia dizer?

— E o que a Gina perguntou?

— Perguntou como ela é e essas coisas que mulheres querem saber sobre outras mulheres. O Josh já havia me informado que a Hermione fez um interrogatório sobre a senhorita Rost na recepção. Quando a Gina falou o nome dela, eu tive certeza que era alguma coisa envolvendo vocês dois.

— Desculpa, Harry. Não imaginei que chegaria a esse ponto...

— Cara, você sabe como ela é. A Hermione vai virar o mundo de cabeça pra baixo até conhecer a senhorita Rost. Já pensou na cagada que isso vai ser?

— Já... Já pensei. Mas não sei o que fazer — Rony comentou massageando as têmporas.

— Que tal falar a verdade?

— Não! — o ruivo quase gritou — Eu não vou dar esse gostinho àquela sabe-tudo irritante.

— A Gina tem razão. Vocês parecem duas crianças. Como não conseguem enxergar o óbvio? — Harry falou consigo mesmo, mas o amigo ouviu.

— Que óbvio? O que é tão óbvio?

— Rony, não seja imbecil. Vocês se amam desde o dia em que o sapo do Neville se perdeu no Expresso de Hogwarts.

— Que loucura, Potter. Não seja idiota.

— Eu sou o idiota agora? Não seja idiota você. Se quer continuar com essa maluquice, fique à vontade, mas não me envolva. Se a Gina fizer as perguntas certas, eu vou responder...

— Harry, por favor, não... — Rony o interrompeu, mas foi interrompido.

— Por favor digo eu, Rony. Essa situação de vocês é a mais fácil de ser resolvida que eu poderia conhecer, mas os dois são tão infantis, tão cabeça-dura que não conseguem nem mesmo assumir o que sentem.

— Não sinto nada.

— Sim, você sente. E eu não vou ficar mais participando disso. Se quer mentir pra Hermione e pra você mesmo, faça isso sozinho e do seu jeito. Só peço que deixe os novatos treinarem em paz.

— Mas Harry...

— Nada de “mas Harry”. É isso mesmo. Sou seu amigo e é minha obrigação prezar por seu bem. Quanto a essa situação, não quero estar envolvido quando a Hermione conhecer a senhorita Rost, muito menos quando a senhorita Rost descobrir essa sua brincadeira.

Agora, sentado naquele banco, estava se vendo ser enrolado numa história que ele mesmo inventara e que, por orgulho e falta de bom senso, não voltaria atrás. Sentia a corda em seu pescoço, mas conseguiu sorrir quando avistou a pessoa pela qual ele esperava. O plano já havia sido traçado. Iria até o fim.

Hermione olhou impaciente o relógio do celular. Já estava no terceiro filme, não tinha mais brigadeiro e Rony ainda não havia chegado. Perguntava-se como ele podia ser tão irresponsável e passar todo o sábado na rua. Era o segundo final de semana que passava assim.

No primeiro, Rony foi para a Toca, mas Hermione tinha certeza que havia sido uma desculpa para ficar com a tal enfermeira. Gina havia garantido que ele almoçou na casa dos pais quando se encontraram, mas ele não chegou em casa no horário no qual a ruiva havia dito que ele foi embora.

— Aquele legume imbecil.

A semana não havia sido diferente. Rony chegou cedo apenas duas vezes. Nos outros dias, sempre mais tarde e cheirando a um perfume feminino adocicado e enjoativo.

Numa das vezes era tão tarde que ela mesma já estava dormindo, ou fingindo dormir, pois a irritação não lhe dava trégua e viu quando ele subiu para o quarto exalando aquele cheiro insuportável.

Quando ouviu o som de passos se aproximando de sua casa já eram quase oito horas da noite. "Ele passou a tarde inteira na rua. Nem se importa se estou viva ou bem. É bom, até. Assim não preciso ter o desprazer de ser obrigada a ter a companhia daquele legume irritante. Que faça bom proveito da tal enfermeira perfeita. Não me faz falta!"

Percebeu com curiosidade que ele não estava só. Ouviu sua voz um pouco distante e uma risada acompanhada de uma feminina. Sua espinha gelou. Não era Gina. Muito menos Fleur, Angelina ou Audrey.

É ela... É ela... Só pode ser ela. Não acredito! Não acredito que ele teve coragem de trazer essa mulherzinha pra minha casa.”

Ela mal concluiu o seu pensamento quando ouviu a fechadura se mover. Olhou em volta e viu o estado em que estava. Duas panelas com brigadeiro, dvds espalhados sobre o sofá, o cabelo assanhado em uma trança e um pijama ridículo de ursinhos.

Tentou em vão pegar uma roupa e ir ao banheiro se trocar, mas só teve tempo de pensar no que fazer quando a porta se abriu. Ouviu a voz de Rony e a respiração parou por alguns instantes.

— E é aqui que estou morando agora. Pode entrar.

Hermione olhou em direção à porta em estado de choque. Entendeu finalmente o porquê de Margo Rost ser tão amada pelo Ministério. Ela usava uma sandália sem salto e, mesmo assim, ficava na altura dos ombros de Rony.

O corpo era esguio, fino e bem distribuído com cintura marcada em um vestido leve e florido. Os cabelos loiros e ondulados, sedosos e brilhantes à altura da cintura emolduravam com precisão o rosto fino e perfeito de lábios carnudos, nariz afilado e olhos cor de mel.

— Aquela ali é Hermione Granger, acho que já ouviu falar dela — Rony continuou, mas Hermione estava em transe. “Ela só pode ser uma veela.

— Já sim — a moça se aproximou de Hermione estendendo a mão e em um tom de voz aveludado, falou — Quem não ouviu? Muito prazer, Hermione, sou Margo Rost.


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Notas finais do capítulo

Finalizando, e espero que tenham gostado.
Como sempre, peço humildemente que deixem seus comentários, suas avaliações sinceras, dicas e sugestões. A opinião de vocês é inspiradora e o apoio que me dão me ajuda a continuar por aqui.
Obrigada de novo.
E, para quem quiser, essa é o link da minha inspiração para a Margo Rost.
http://st.depositphotos.com/1003368/3347/i/950/depositphotos_33471979-Beautiful-blonde-woman-portrait.jpg
O que acharam dela? O que acham que vai acontecer?



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