— Lucas. Lucas. LUCAS!

— AI QUE SUSTO! Fala, mãe. – dizia o garoto de 12 anos enquanto tirava seus fones de ouvido.

— Vem jantar.

— Já vou, só falta isso e... pronto! Novo capítulo publicado!

— Então venha, fiz esfihas de frango.

— Uh! Obrigado! – disse o adolescente indo para a sala de estar, mas sua alegria se desfez ao chegar lá: sentado à mesa estava um homem alto da mesma idade que sua mãe.

— O que ele está fazendo aqui?

— Filho, já falei para respeitar seu pai...

— Quantas vezes eu tenho que te dizer que ele não é meu pai!!!!

— Pelo menos dê uma chance ao Miguel, ele não fez nada contra você!

O menino dá uma bufada e se senta numa cadeira do outro lado da mesa, ou seja, o mais distante possível do convidado indesejado.

— Bem, como vai na sua escola? – dizia Miguel um pouco sem jeito – Você está no terceiro...

— Sétimo ano. – respondia o garoto – Passa uma esfiha. – Miguel passa o pote com elas para ele.

— Então, qual é a sua matéria preferida?

— Português. – continuava dizendo sem olhar em seus olhos.

— Aé, sua mãe contou que você gosta de escrever, como é o nome mesmo?

— Fanfictions. – respondeu a mãe enquanto servia refrigerante aos dois – Bom, já podem se servir.

Todos almoçam em silêncio. Lucas continuava sem olhar para Miguel e sua mãe parecia apreensiva. Ela olhava para Miguel com um olhar de preocupação, e este ao dar sua última mordida na esfiha respondeu balançando levemente a cabeça concordando.

— Lucas, agora que terminamos de jantar precisamos te contar uma coisa. – dizia a mãe se levantando e indo em direção a Miguel.

— Fale. – disse o garoto levando seu prato e copo para a cozinha ficando de costas para sua mãe.

— Eu e sua mãe... vamos nos casar. – Lucas deixa o copo de vidro cair no chão, que se parte em vários pedaços. Lucas não se mexe por alguns segundos, depois coloca seu prato sobre o móvel mais próximo e corre para o seu quarto se trancando lá dentro.

— Filho! – disse a mãe batendo na porta do quarto

O menino não respondia.

— Acho melhor eu ir embora. – Miguel beija a bochecha de sua futura esposa e vai embora.

— Filho! Por favor abre a porta!

O menino continua sem responder.

— Ok, quando você estiver melhor você abre.

Ela solta a maçaneta da porta e volta para a sala para recolher os cacos de vidros.

Dentro do quarto...

Lucas não ouve mais os passos de sua mãe, então ele pega seu notebook e liga ele, já aberto na página do Nyah!Fanfiction.
— Pelo menos meus leitores me ouvem. – dizia enquanto conferia o número de comentários em sua fic – Às vezes tenho vontade de morar no Nyah. – ele dá uma risadinha leve – Como se ele fosse um lugar. – Em seguida ele olha pela janela e vê uma estrela cadente – Dizem que estrelas cadentes atendem pedidos... então espero que meu desejo se realize.

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A porta do elevador se abre e Kori adentra a grande sala redonda.

— Estou atrasada?

— Não, chegou no horário. – dizia a moça de quase a mesma idade que Kori. Ela era morena de pele e cabelos, estes longos e cacheados. Ela sorria e também usava um chapéu na cabeça.

— Ka, a Vivian já chegou? – dizia enquanto abria a grande porta de metal.

— Não, ela está betando uma história então não pode vir.

— Ok. – atrás daquela porta havia uma grande sala com janelas no lugar das paredes externas do prédio, que davam uma vista de 180° da cidade. Na frente dela, observando o horizonte, um homem vestido de terno também de chapéu com as mãos para trás.

— Como o Shini está? - pergunta ele.

— Oh, você lembra que le existe?

— Kori, você sabe como é controlar uma cidade e um site ao mesmo tempo? – Seiji se vira colocando seus óculos vermelhos.

— Pensaste nisso antes de criar esse lugar.

— Ok, você venceu. Tó. – Seiji dá um monte de dinheiro para ela – Diga ao Shini que eu desejei um feliz aniversário a ele e que ele pode comprar o que quiser.

— Será que você não entende. Ele não quer dinheiro, ele quer que você fique com ele.

“Só observo.” pensava Kaline “Tá, chega de observar”.

— Seiji, por que nos chamou mesmo?