Nyah! City escrita por Bill Cipher


Capítulo 3
O livro de Contos de Fadas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, amanhã provavelmente não terá capítulo porque eu pretendo postar minha fanfic do desafio amanhã.

Avisos: desculpe se eu disse que ia postar ontem e não fiz isso ;-; tive imprevistos (bons, não se preocupem).
Outra coisa: eu editei o segundo capítulo para os que não viram. A Catherine agora se chama Kaline (mais informações nas notas da história.).
E agradeço as dicas de TheDarkOne ;)

Boa leitura!



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A porta do elevador se abre e Shini se direciona ao apartamento dele. O “apartamento” no qual Shini vivia era o único da construção e ficava no meio da torre. As paredes internas do hall de entrada eram azuis e do lado da porta da qual Shini passaria havia um vaso com uma pequena samambaia. Shini chega perto da porta e põe sua mão no lugar onde deveria ter uma fechadura. Uma luz azul aparece debaixo de sua mão e ficou assim por 5 segundos, depois ela se tornou verde.

— Olá, Shini! Seja bem-vindo! – disse a voz robótica saindo da porta. Shini solta a porta branca de ferro que começa a se desmaterializar lentamente, e depois de um minuto onde antes ela estava agora era um corredor. Shini entra em sua “casa” e em seguida a porta se materializa de novo atrás dele. No lado esquerdo de Shini havia uma porta que levava para a cozinha, já a sua frente tinha um grande sofá cinza, e deitado nele um pitbull branco com manchas marrons por todo o seu corpo descansando. Em frente ao sofá uma pequena mesa de centro branco com uma coleira vermelha em cima e por fim pendurada na parede uma grande televisão.

Shini se senta ao lado do cachorro e faz massagem nele, assim o acordando. O cachorro começa a lambê-lo.

— Ai, Choco, para! – dizia rindo enquanto tirava a cadela de cima dele.

Shini ouve algo caindo de sua mochila. Era o presente de Maemi. Ele pega o embrulho e põe em cima da mesa. Seu coração batia forte, já que ninguém além dela havia dado presentes a ele hoje. Ele retirava o papel de presente por completo quando sente algo em sua barriga. Era fome.

— Já volto, Choco. – disse se levantando. Enquanto ele andava em direção a cozinha a pitbull passa correndo por baixo de suas pernas o derrubando no carpete vermelho do corredor.

A cachorra empurra o seu pequeno pote de ração em direção ao garoto que estava caído de costas no chão.

— Você também está com fome, né? - ela responde balançando o rabo.

Shini se levanta e abre a porta do cômodo. A cozinha não tinha geladeira nem fogão, apenas um grande armário parecido com uma grande máquina de salgadinhos com potes, copos e talhares. Ao lado dele um grande painel com imagem de vários tipos de comida. Shini clica na imagem de um osso. Em seguida apareceu a imagem de vários petiscos e tipos de rações para cachorros. Shini escolhe uma ração colorida em formato de ossos. Em seguida aparece duas opções: uma opção mostrava o armário ao lado e a outra um pote com uma seta apontada para baixo. O garoto clica na última opção e põe o pote de comida embaixo do painel. Uma luz verde acende atrás do pote e começa cair a ração escolhida nele. Shini o retira e o entrega para Choco, que começa a comer animada.

Em seguida o garoto repete o processo, mas desta vez escolhendo a refeição dele. Ao terminar ele opta pela opção do armário. Vários potes, pratos e talheres aparecem na tela. Como ele tinha escolhido apenas um pedaço de pizza ele clicou num prato raso. Uma luz azul apareceu em uma das partes do grande armário, onde havia vários tipos de pratos rasos. Ele clica num botão ao lado (como numa máquina de refrigerante) escolhendo um pequeno prato azul. Uma luz verde aparece por trás do prato escolhido e este desmaterializa (do mesmo jeito que a porta de entrada) e reaparece embaixo do painel de comida. A mesma luz verde aparece atrás dele e uma pizza de mussarela cai dentro do patro. Shini retira o prato e se dirige a sala.

O jovem de dez anos se senta novamente no sofá e dá sua primeira mordida em seu almoço. Ele se lembra do presente e resolve terminar de abrir a caixa. Ele apoio o prato na mesa, pega o presente e retira sua tampa. Shini se espanta: era um grande livro escrito “Contos de Fadas”. Para você, leitor, algo tão simples, mas para Shini não. Ninguém publicava livros naquela cidade, já que todo o conhecimento necessário estava na internet. Os únicos locais que ainda haviam livros eram nas escolas, mas apenas os de estudos que eram bem simples. Já o que Maemi havia lhe dado não, ele era cheio de histórias, cada uma de assuntos variados. Havia histórias de princesas, bruxas, dragões, de tudo. O mais intrigante porém era que o livro não tinha autoria, editora, nem nada. Na última página havia um bilhete:

“Oi Shini!

Como você sabe minha mãe é a bibliotecária da escola e ela me disse que você ama ler, mas os únicos livros que tem lá não são de seu interesse. Então pedi a ela para eu entregar esse livro a você. Ela deixou, com uma condição: que você guarde ele como sua vida. Não há nenhum livro do tipo nessa ilha. Ela o achou por acaso, numa rocha na margem de um rio que passa pelo parque da cidade. Diz ela que ele tinha sido levado pela correnteza, mas parou ali, e por algum motivo que ela não sabe ele estava completamente seco e em bom estado. Ela acredita ser mágico. Eu não sei se ele realmente é, mas como é especial para ela quero que o proteja. Do mesmo jeito que você é especial para mim.

Beijos de sua amiga,
Maemi”

Shini acaba corando novamente. Ele fica parado por alguns segundos observando o livro até que Choco late. Ela estava apoiada na mesa de olho para sua coleira.

— Você quer passear? – ela responde com um latido balançando o rabo. Shini olha para sua janela aberta e consegue ver o rio do qual Maemi se referia – Então vamos. E já sei para onde!

Shini coloca a coleira em Choco e os dois saem do apartamento indo em direção ao elevador, mas antes da porta abrir Shini volta e pega sua mochila e coloca o livro dentro dele.

— Talvez seja útil.

Na sala do Seiji...

Uma mulher abre a porta da sala e entra correndo. Ela estava vestida da mesma forma que Kori e Kaline e sua pele era clara como a da moça ruiva. Seus olhos e cabelos longos e um pouco ondulados eram castanhos, mas nesse caso estavam prendidos em um rabo de cavalo por um elástico vermelho.

— Desculpe, estou atrasada?

— Só um pouco, Vivian, mas não tem problema. Kaline avisou que você estava betando uma história.

Vivian fica ao lado de Kaline.

— *Perdi algo?* - sussura para a colega.

— *Só barraco mesmo.*

Seiji dá uma tossida forçada como se dissesse “eu ouvi”.

— Bom, respondendo sua pergunta Kaline: Queria pedir para que ficassem atentas a qualquer tipo de anomalia na cidade.

— Anomalias? Do que você está falando?

— Todas sabem que algumas vezes ao ano, em dias aleatórios, os portais entre a Terra e a cidade falham, gerando assim pequenos portais na ilha que podem trazer ou levar alguém daqui para Terra e vice-versa se ele acidentalmente cair nele?

— Lógico que sabemos. São os dias em que colocamos o site em manutenção.

— Sim, e parece que esse dia vai ser hoje. Justo no aniversário da cidade. Quando as pessoas saem mais de suas casas e ficam mais sujeitas a cair em um portal.

— Mas o que vamos fazer?

— Se certifiquem de que ninguém vá para as bordas ou para o parque da ilha. Lá tem mais chances de se abrir um portal. Sei que as chances de alguém cair neles são mínimas, mas todo cuidado é pouco. Se vocês virem alguém indo em direção a esses locais o impeçam. Já avisei ao parque para eles não deixarem ninguém ir lá hoje, mas sempre terá algum espertinho que tentará burlar as regras.

— Ok, ok. Apenas isso?

— Sim. Podem voltar aos seus serviços.

A primeira a sair é a Kaline seguida pela Vivian. Kori foi a última a passar pela porta.

— Ah, Seiji. - falou parada atrás na porta entreaberta. - Por favor, pense no que eu te falei sobre o Shini. Ele sente sua falta. – Kori espera uma resposta, a única foi o silêncio. Depois de três segundos Kori desisti e fecha a porta, exatamente na hora que Seiji estava a abrir a boca para dizer alguma coisa enquanto observava a vista pela janela.

Na entrada do parque...

— Como assim o parque está fechado? – dizia Shini ao moço de cabelos verdes e olhos azuis na portaria do local.

— Ordens do prefeito.

— Oh, imaginei...

O menino começava a fazer seu caminho de volta quando o mesmo rapaz uniformizado pergunta:

— Você não é o filho do...

— Prefeito? Sim.

— A minha prima falou de você. Ela é uma menina de olhos azuis e cabelo rosa comprido.

— A Maemi?

— Ela mesma.

— Legal. – o rapaz começa a olhar para o livro dentro da mochila entreaberta do menino.

— O que foi? – disse Shini fechando a mesma.

— Esse livro, onde você conseguiu?

— A Maemi me deu. Era da mãe dela.

O rapaz começa olhar em volta para ver se tinha alguém por perto. Em seguida ele abre delicadamente o portão do parque.

— Minha tia me disse que se eu visse alguém com esse livro era para levá-lo até onde ela o achou. Venha.

O jovem que depois se apresentou como Hiroshi o guiou até a margem do rio do qual Maemi tinha se referido no bilhete. O rio não ficava muito longe, mas não podia ser visto de fora do parque pois aquele trecho estava dentro de um pequeno bosque.

— Bom, eu vou estar na portaria para não suspeitarem. O caminho de volta você guardou?

Shini concorda com a cabeça. Em seguida o rapaz se distancia desaparecendo no bosque.

— Como será que o livro tinha vindo parar aqui?

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Enquanto em Nyah! City o sol ainda estava no céu, no mundo, digo, no Brasil já era madrugada. Lucas dormia quando tudo aconteceu. Quer dizer, tentava dormir. Ele não conseguia parar de pensar em sua mãe se casando com outra pessoa. A seis meses seu pai tinha sido assassinado na frente de sua casa enquanto era assaltado, e Lucas presenciou tudo isso escondido em seu quarto chorando sem saber o que fazer. Lucas se culpava da morte do pai, por não ter chamado ajuda.

Todas essas memórias juntas acabaram fazendo Lucas chorar, mas um choro tão triste que apenas as lágrimas saiam, mas nenhum som era ouvido de sua boca, a não ser essa frase:

— Por favor, eu só quero ir embora daqui.

Em seguida outra estrela cadente aparece cruzando o céu exatamente a uma da manhã. Lucas vê um brilho forte por baixo de suas pálpebras cheias de lágrimas. Após isso Lucas não sentia mais sua cama, apenas algo macio que pinicava seu corpo. Não havia mais nenhum cobertor sobre ele e ele sentia em sua pele o que parecia ser raios de sol. Sem entender nada ele abre os olhos. Ele não estava mais em seu quarto. O que pinicava seu corpo era grama, a mais verde que ele já viu. Ele olha para um lado e vê um pequeno bosque. Do outro um rio da largura do que passava em sua cidade. De repente ele olha para cima. Para sua surpresa na frente dele havia um garoto de cabelos pretos azulados segurando um pitbull pela coleira, e os dois olhavam para ele com cara de surpresos.


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Notas finais do capítulo

UHU! Passei das mil e quinhentas palavras (isso é raro para mim, estou feliz :D)! E aí, gostaram? Comentem. Bem até o capítulo que vem com mais um de onde vem.