Apenas mais Uma de Amor escrita por Thaís Romes


Capítulo 9
To Be Alone.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores,
Faz tempo que não apareço por aqui, mas tive um momento de inspiração, então espero que curtam a one.
Música: To Be Alone - Hozier
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bH9mRs3sW7A
Espero que gostem!



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“Nunca me sinto muito bem em multidões, com pessoas ao redor, quando eles estão tocando alto os hinos da cultura do estupro. Criaturas brutas e orgulhosas latindo. Tudo o que eu já fiz é me esconder da nossa era, quando você está perto de mim.”

To Be Alone - Hozier.

FELICITY

Andar por Star City a noite, tem sido uma espécie de desafio, desde que voltamos. E nem estou falando dos “fantasmas” e do absurdo que fizeram com os índices de violência, não é apenas isso, existe desespero por onde quer que olhe. Parece que as pessoas dessa cidade almejam por algo que as impulsionem, ou que simplesmente a façam se sentir seguras mais uma vez. Oliver me disse sobre a esperança, e quando vejo um pequeno grupo parado em frente a um simples cartaz de campanha, com o rosto de meu namorada estampado, percebo que não sou mais a única que costuma estar certa nessa relação. Brincadeira. Ele já esteve certo, uma ou duas vezes, desde que o conheci.

E agora com Sara voltando dos mortos, um amigo novo de Oliver na cidade, que tem como hobby provar que Harry Potter pode ser real, e que não recebi minha carta por ser mesmo trouxa. E Ray de volta, depois de ter passado seis meses do tamanho de uma formiga, tudo está mudado. A maior parte para melhor, mas a cidade parece morrer mais a cada dia, como se houvesse um câncer terminal, e nós fôssemos a última esperança de cura. Olhando ao redor enquanto caminho, meu peito chega a se apertar, pois o que vejo é apenas uma sobra da cidade que amo, uma lembrança do que ela foi um dia, e odeio isso.

‘Felicity, já era para você estar aqui.’ Oliver diz assim que atendo o telefone.

–Estou a duas quadras. –apresso meu passo. –Sabe como é difícil andar de salto por ruas destruídas? Já temos mais uma plataforma para sua campanha.

‘Ensinar pessoas a andar de salto?’ as vezes essa nova onda dele de ser engraçadinho, me irrita.

–Não, consertar as ruas! –reviro meus olhos, virando a esquina, e finalmente posso ver no fim da rua, o antigo galpão, onde costumava ser a Verdant.

‘Claro, eu sabia disso.’ Huhum...

–É para usar a antiga entrada secreta?

‘Por onde mais pretendia entrar?’ ele estava impaciente.

Resolvo não responder, apenas começo a andar em direção a entrada dos fundos. Tudo bem, eu posso ter reclamado sobre como é difícil manter minha dieta com ele cozinhando toda a noite, três pratos por jantar, mas daí a querer se encontrar na Verdant para sair da rotina é um tanto radical. Com o time e o Arqueiro Verde, não comemos tanto ultimamente, não acharia ruim um jantar em frente a lareira do loft...

“Querida, quando você mata as luzes e beija meus olhos, me sinto como uma pessoa por um momento da minha vida. Mas você não sabe o que diabos você me fez passar. Ter alguém para beijar a pele que se arrasta de você, para sentir o seu peso nos braços que eu nunca usaria.”

Sinto um braço me envolvendo, e de repente estou sendo tirada do chão. Nem houve tempo de gritar, reconheço o cheiro de Oliver, antes mesmo de meus olhos se abrirem, e segundos depois, estava com o Arqueiro Verde, no alto da Verdant. Ele me solta, depois de ter certeza que eu possuía total domínio sobre meu equilíbrio.

–Por que estamos aqui? –questiono olhando em volta, sentindo o vento em meu rosto, e bagunçando meus cabelos.ç

–Estava pensando. –não era minha resposta, ele tinha algo para falar. –Foi aqui que tudo começou, pensei que abrindo essa boate, e com a ajuda do meu nome, o subúrbio da cidade começariam a frequentar os Glaides, com isso o bairro seria melhorado.

–E funcionou... No começo. –comento, por algum motivo era como se ele precisasse de conforto.

–Então ele foi destruído pelo empreendimento, depois por um exército de soldados com o Mirakoru, e agora esses fantasmas. –ele estava de costas, e olhando a cidade quase em ruinas, enquanto falava.

“Eu sei que você odeia este lugar, nem um pedaço de mim contestaria. Querida, deveríamos fugir, oh, algum dia. Nosso bebê e a mãe dele, e o amor danificado que ela faz.”

–Oliver? –chamo o fazendo se virar em minha direção, havia um misto de emoções em sua face, mas não conseguia decifrar todas elas. –Tudo o que tem feito é tentar salvar essa cidade, eu sei disso mais do que qualquer outra pessoa. –ele dá um pequeno sorriso, como se achasse divertido o fato de eu estar tentando o consolar.

–Sei disso, não é esse o motivo de estarmos aqui. –fala dando dois passos em minha direção.

–Se não é pela auto reflexão, então por que estamos... –olho em volta procurando a palavra adequada. -Papeando? –tento. –Em cima de um telhado.

–Nesses três anos como o vigilante, Capuz, Arrow ou Arqueiro Verde, eu tive pequenas constantes. –começa a dizer, cheio de seriedade. –Eu tive John, que começou a me mostrar que existia muito mais do que a lista, depois você. –ele respira fundo, e sorrio feito boba. –Que foi quem me empurrou na direção certa, desde o dia em que trancou as portas da caverna me impedindo de sair...

–Deixei o time naquele dia. –me lembro nostálgica.

–E precisei mudar alguns conceitos para te fazer voltar. –ele se aproxima mais, invadindo meu espaço pessoal. –Quando penso em como era, e como fazia as coisas, me dou conta de que desde o início, tudo o que precisava era de você. De acreditar que poderia ser o herói que você via...

“É o deus ao qual a heroína reza, é uma sensação boa, menina, é bom ficar sozinho com você. Há perguntas que eu não posso fazer agora, finalmente, o pior já passou. Veja o modo como você se mantém, dobrando-se contra as fronteiras do seu corpo.”

–Você é. –interrompo, por força do habito, e Oliver sorri cheio de ternura nos olhos.

–Uma vez você me disse que o que merece é alguém que não tenha medo de ser feliz, e juro que naquele momento era como se tivesse me dado uma surra, por que não me imaginava sendo feliz, e por mais que soubesse que não poderia ficar com você, isso era tudo o que mais queria. –fico estática quando ele passa a mão por meu rosto, sem tirar os olhos dos meus. –Talvez esse tenha sido um dos principais motivos de ter abandonado essa vida no primeiro momento. Eu queria ser o que você merecia.

–Oliver, o que está acontecendo? –meu coração já estava apertado a essa altura, juro que se ele vier com aquele papinho da vida que ele leva...

–Não é o que você está pensando! –interrompe divertido. –Já passamos por isso, não vai acontecer de novo!

–Ufa! Nunca se sabe...

–Acontece que agora eu sou. –me interrompe, e o olho surpresa. –Não me lembro de ter sido mais feliz do que sou agora, e sei que vou ser mais ainda amanhã. Desde que você esteja comigo. –era como assistir o discurso do Arqueiro Verde, ou um de seus discursos de campanha, cheios de paixão a cada palavra proferida.

–Bom, eu não tenho planos de ir para qualquer outro lugar. –comento, ainda sem entender direito o que estava acontecendo. –Mas por que está me falando isso no telhado de um prédio? –ele não entendia que precisava sanar minha curiosidade.

–Sempre somos interrompidos. –sua voz sai um pouco irritada, depois suspira balançando a cabeça. -Okay... –parecia estar falando com ele mesmo, quando tira algo do compartimento de sua calça e começa a se ajoelhar em minha frente.

“Mas eu não sei mais o que eu faria do que tentar beijar a pele que se arrasta de você. Do que sentir o seu peso nos braços que eu nunca usaria. É o deus ao qual a heroína reza, é uma sensação boa, menina, é bom ficar sozinho com você.”

Minha primeira reação foi checar minhas orelhas, e ver se algum dos meus brincos haviam caído sem que eu percebesse, depois olho para o chão, e finalmente para Oliver, que vejo segurando um anel de diamante. –AH MEU DEUS! –exclamo surpresa, levando minhas mãos aos lábios.

–Você foi tudo o que eu evitei por muito tempo, apenas por não me achar digno de merecer algo tão bom. E se tornou uma parte tão grande da minha vida, que não me imagino mais sem te ter a meu lado. Eu te amo, de uma forma diferente de tudo. –era como se meu coração estivesse prestes a sair pela boca quando sinto as lágrimas se acumularem em meus olhos. –Quero você como minha parceira, não só em minha missão, mas em minha vida... Felicity Smoak, quer se casar comigo? –balanço a cabeça concordando, procurando por minha voz.

–Por que demorou tanto para pedir? –solto, e vejo a surpresa passar por seus olhos.

–Você... Viu... –aponta para a aliança. –Já sab....

–Eu me caso! -interrompo sua confusão, e ele se levanta me envolvendo em seus braços, enquanto procuro seus lábios. –Um jarro com pedrinhas na mesa de centro da sala, não é o melhor esconderijo do mundo. –brinco, assim que nossos lábios se separam, e escuto sua risada rouca. Oliver se afasta, colocando a aliança em meu dedo, onde se depender de mim, vai permanecer até o fim dos meus dias.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam amores!
Bjnhos