Apenas mais Uma de Amor escrita por Thaís Romes


Capítulo 10
All I Want


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, sentiram minha falta? Hahaha
Então, quem não acompanha Paradoxo deve estar me achando sumida, mas estou aqui todo domingo, religiosamente. Confesso que estava com saudades de escrever essas ones, espero que curtam a de hoje.
Foi inspirada na mindi finale, olha, espero que ajude a aguentar a espera.
A música: All I Want -Kodaline.

Link:

https://www.youtube.com/watch?v=Rb4ny8_wOz8

https://www.youtube.com/watch?v=FSg4amPNG-Y

Os dois videos são Olicity, e não consegui escolher qual o melhor, então assistam os dois ♥



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“Tudo que eu quero é nada mais que ouvir você batendo na minha porta. Porque se pudesse ver seu rosto mais uma vez, poderia morrer um homem feliz, tenho certeza. Quando você disse seu último adeus, morri um pouco por dentro. Me deito chorando na cama a noite toda. Sozinho, sem você ao meu lado.”

All I Want – Kodaline.

A seguro me meus braços, tentando estancar o sangue com uma das minhas mãos, e alcançar meu telefone com outra, sem deixa-la escapar, a prendendo contra meu corpo tremulo. Seu rosto já estava perdendo a cor, sua pele ficando a cada segundo mais fria, enquanto discava o número da ambulância sinto o sangue jorrar com mais intensidade, não, não, não. A chamada se inicia, e parece levar uma eternidade até que eles me atendem.

Murmuro o endereço de onde estávamos, e passo a me concentrar nas batidas fracas do coração dela, implorando para que se existe algum Deus, que Ele não a leve. Nunca pedi por nada antes em minha vida, só preciso ter Felicity, não sei o que vai ser de mim se algo a acontecer. Vejo as luzes da ambulância, então dois paramédicos a tiram dos meus braços, não podia mais saber se seu coração batia, e por dois segundos, isso foi o equivalente a estar no inferno, e eu conheço bem o que é o inferno, ou pensava que conhecia, até esse momento.

Perco a noção do tempo, quando estávamos na ambulância, eles a ligaram a alguns aparelhos e posso ouvir seu coração bater novamente, descompassado, mas batendo. Me concentro apenas nisso, e antes que perceba estou seguindo sua maca, atrás de uma equipe médica dentro do hospital, Deus por favor, não a leve. Sua roupa é cortada, ela gostava daquela blusa... Os batimentos dela aceleram a equipe medica começa a gritar coisas que não entendo, um deles segura um bisturi próximo a seu peito.

–Felicity... –sussurro estranhando minha própria voz, uma mulher mais próxima se vira em minha direção.

–Sr. Queen, não pode ficar aqui. –ela toca meu ombro, e tenta me conduzir para fora, mas seu esforço é em vão, não me movo nem um centímetro, não tiro meus olhos do monitor, precisava saber que seu coração continuava a bater. –Senhor Queen! –diz mais alto, e consegue minha atenção.

–Sim? –olho para ela de forma mecânica.

–Vamos cuidar dela, precisa ir. –diz paciente, mas antes que possa reagir, ou responder, escuto o pior som que já ouvi em toda a minha vida. O monitor não captava mais atividade cardíaca.

–Carreguem em trezentos! –o médico que me parecia o líder ali, grita. –O tirem daqui! –aponta em minha direção, e sou empurrado para fora da sala.

Mas se você me amava, porque você me deixou? Tome meu corpo. Tome meu corpo. Tudo que eu quero, e tudo que eu preciso, é encontrar alguém, vou encontrar alguém. Como você.

–Por favor. –é tudo o que consigo dizer a mulher que tentava me tirar de dentro da sala a segundos antes, ela assente, e volta correndo para dentro.

Me encosto do outro lado da parede, com as mãos na cabeça, tentando me controlar. Não sei quanto tempo fiquei parado daquela forma, até que me sentei em uma das cadeiras no corredor, me pego mais de uma vez, esperando que ela entre correndo ali, e tente me confortar. Mas como poderia?

–Ollie? –era a voz de Thea, era seguida por Laurel. –Nós ouvimos a frequência da polícia...

As duas pareciam confusas, mas assim que veem meu rosto tudo se esclarece. –Felicity... Me diz que ela está bem? –Laurel murmura se sentando ao lado de Thea, que ocupava a cadeira a meu lado.

–Eu não sei. –cruzo meus braços sobre meu peito, e passo a olhar para meus pés.

–Diggle foi buscar Donna, eles estão a caminho. –escuto Thea dizer, mas não olho em sua direção. –Ollie! –exclama.

–Sim, a Donna, me esqueci de ligar.

–Algum de vocês é da família da Srta. Smoak? –uma voz diferente chama minha atenção, era o médico que estava liderando dentro da sala, me levanto em um salto.

–É minha noiva. –digo em resposta. –Como ela está? –sussurro a última parte, e sinto a mão de Thea em meu braço.

–Nós a estabilizamos, mas vamos precisar leva-la para cirurgia imediatamente, um dos pulmões está perfurado, e não sabemos do real dano que os estilhaços causaram aos outros órgãos. –balanço a cabeça concordando, e ele sai apressado.

Posso ver quando saem com a maca dela, os sigo com os olhos até que desaparecem no fim do corredor. Escuto quando Donna e John chegam, eles tentam falar comigo, Donna me abraça em meio a seu choro desesperado, eu retribuo mecanicamente. Só me perguntava se o coração dela voltaria a falhar, e implorava para que não acontecesse. Descobri que sou mesmo religioso, mais do que já acreditei ser.

Lance também aparece, ele e Donna se abraçam, mas apenas uma pequena parte do meu cérebro nota a estranheza do fato. As horas passam, o dia se torna claro, Laurel e o Capitão Lance se despedem, pouco tempo depois Thea diz que passaria em minha casa para pegar uma muda de roupas para mim e outra para Felicity. Donna, John e eu permanecemos no mesmo lugar, olhando para o corredor onde a levaram. Quando o mesmo médico anterior aparece, retirando a toca, ele parecia exausto, me levanto rapidamente e vou em sua direção, acho que John e Donna fizeram o mesmo, pois quando olho, os vejo a meu lado.

–Ela está estável. –fala e solto o ar que nem sabia estar prendendo. –O corpo dela passou por um grande trauma, a colocamos em coma induzido por hoje, seria muito dolorosa a recuperação se estivesse consciente, mas o pior já passou.

–Graças a Deus! –Donna exclama me abraçando.

–Obrigado. –Dig diz ao médico que assente.

–Podemos vê-la? –pergunto ansioso.

–Sim, mas como disse, ela está inconsciente, mas estaremos a colocando no quarto em poucas horas, então poderão vê-la.

Voltamos a nos sentar no mesmo lugar, agora poderia pensar em outras coisas, com muito mais clareza. Pensar em Damian Dark, H.I.V.E e no que fazer para acabar com toda essa merda antes que eles consigam tirar algo com qual me importo, a mulher que eu amo, minha família, ou essa cidade. Donna diz que vai comprar algo para comermos, tento sorrir da forma que posso em agradecimento, deveria ser capaz de acalmá-la, mas é um trabalho duro me manter calmo.

–Ele foi longe demais. –escuto Diggle dizer, seu tom transbordava o ódio que deveria estar sentindo. Quando olho em sua direção percebo que se rosto não estava diferente. –Primeiro Andy, agora Felicity... –balança a cabeça em negativa. –Esse filho da puta tem que pagar.

–E vai. –respondo. –Se ele quer uma guerra, vamos dar isso a ele, assim que tiver Felicity fora desse hospital.

–Eu não o quero na cadeia, ou em uma dessas prisões para meta humanos de Central City. –olho para John, era como se ele desse voz ao que eu sentia. –Quero destruí-lo.

–Eu sei.

Só nos deixaram entrar no quarto para vê-la muitas horas depois, já estava escurecendo. Deixei que Donna fosse primeiro, ela é a mãe afinal, e eu posso me controlar por cinco minutos. Quando ela volta, não espero que se aproxime, peço Dig para ficar com a mãe de Felicity, e saio apressado em direção ao quarto onde ela estava.

Vacilo na porta, com minha mão em volta da maçaneta, tento me preparar para o que veria, mas percebo que é em vão, é ruim de qualquer forma e só estou perdendo tempo. Abro a porta devagar, Felicity estava deitada, por um segundo, se ignorasse os tubos e o aparelho monitorando a frequência cardíaca, posso fingir que está apenas dormindo. Me aproximo e pego sua mão, agora mais quente, isso é bom.

“Veja, você trouxe o melhor de mim. Uma parte de mim que nunca tinha visto, você pegou minha alma e a purificou. Nosso amor foi feito para as telas de cinema.”

–Hey Baby! Três vezes em um único dia. –murmuro para seu corpo inconsciente. –Acho que batemos algum tipo de recorde na noite passada. –solto um riso baixo sem nenhum humor. –Um pouco de rotina não faz mal em um casamento, mas prefiro evitar essa em que eu me desespero pensando que te perdi, pode ser? –normalmente essa seria a parte em que ela me olharia com um sorriso no rosto e diria algo sobre como ela escolhe o que faz, ou me mandaria parar de me culpar, parece uma eternidade desde o último sorriso. –Só acorda. Por favor, não agora, precisa melhorar, mas acorda assim que estiver pronta. –engulo o nó em minha garganta. –Vou estar bem aqui, prometo. –sinto uma lágrima escorrer por meu rosto.

Escuto batidas baixas na porta, Dig aparece em seguida. –Donna foi para sua casa, consegui convencê-la a dormir um pouco enquanto Felicity não acorda.

–Obrigado. –murmuro indo me sentar na cadeia ao lado da cama dela, para que ele possa tomar o lugar onde antes eu estava.

–Ela parece bem. –ele sorri fraco pegando a mão dela. –É uma bela aliança. –sei que ele queria me distrair, ou se distrair, não importava muito no momento.

–Era da minha mãe. –isso faz com que ele solte um riso verdadeiro. –O que foi?

–Ah cara! –ele sopra em meio ao riso. –Sua mãe e Felicity não tinham o melhor histórico. –ri mais um pouco. -Posso contar para ele? –pergunta para minha noiva, como se ela pudesse realmente me responder.

–Me contar o que? –digo confuso, mas confesso que me sentia melhor.

–Bom, ela foi confrontar Moira quando descobriu sobre Thea e Malcom, esperava conseguir fazer com que sua mãe te contasse, nem sei por que ela teve esperanças... –fecho a cara para ele, mas isso só o faz sorrir um pouco mais. –Resumindo, Moira a ameaçou. Disse que via como Felicity te olhava, e que se ela contasse, você não suportaria mais a ter por perto, que ela se tornaria um lembrete constante daquilo.

–Por isso... –me lembro de como Felicity estava quando me contou. –Eu continuo escutando essas histórias sobre minha mãe e me pergunto se realmente a conhecia.

–Não mesmo. –Dig murmura com sarcasmo, mas ignoro, pensando em tudo que tenho descoberto.

–É, estou começando a acreditar nisso. –dou de ombros.

–Você também deveria ir para casa, tomar um banho e dormir um pouco. –tenta. –Quando foi a última vez que comeu alguma coisa?

–Não vou sair daqui. –respondo sem hesitar.

–Como quiser. –me sinto grato por não insistir.

No início da noite alguns médicos vieram examiná-la, e retiraram o respirador, o que deve ser uma coisa boa, significava que ela poderia acordar a qualquer momento, e estava ansioso por isso. Tento me manter acordado o máximo que posso, Donna volta e passa algum tempo a meu lado, mas ao perceber que eu não iria reversar a noite, ela prefere dormir em casa, depois de me obrigar a comer algo, e trocar minhas roupas por algumas novas que Thea trouxe. Tomei um banho rápido no banheiro do quarto, engoli a comida que Donna comprou sem nem mesmo sentir o gosto, e voltei para a cadeira ao lado dela.

Não sei dizer quando minha sogra foi embora, estava difícil permanecer acordado. Deito minha cabeça sobre a maca de Felicity, segurando sua mão ente as minhas e fecho meus olhos, em algum momento no meio disso passei a sonhar. Sentia seus dedos em meus cabelos, sabia que estava despertando, mas me recusava a abrir os olhos.

–Eu não vou sair daqui. –escuto uma imitação da minha voz, e sinto meus lábios se abrirem em um sorriso. –Sou machão demais para dormir, ou comer, ou me render a qualquer necessidade humana básica! –ela continuava, e passo a ficar ansioso por estar acordando, fecho meus olhos com mais força, me recusando a aceitar que teria que abri-los em algum momento. –É inacreditável! –agora dizia com sua voz doce, com as mãos ainda passeando em meus cabelos. –Bom, ao menos não está naquele lugar escuro, estou orgulhosa por isso. Não deveria estar tagarelando em seu ouvido, você está exausto! –solta um riso baixo. –E ainda assim eu seria capaz de arrancar um pedaço seu... Com meus dentes! –parecia real demais, até os devaneios. –Pronto, vou ficar em silencio.

–Não... –murmuro, tentando pegar sua mão em meus cabelos, então sua mão estava na minha, como se ela tivesse me oferecido de bom grado.

Contrariando minha vontade, meus olhos acabam se abrindo, e vejo sua mão ainda entre as minhas, deito minha cabeça novamente, soltando o ar pela boca, enquanto sentia uma lagrima escorrer na lateral do meu rosto. Beijo sua mão, com medo de levantar meus olhos e a ver dormindo, ao menos o aparelho me deixa saber que seu coração está batendo.

–Eu te acordei? –era ela!

–Hon, você acordou! –murmuro vendo seu rosto pálido sorrir para mim.

–A duas horas e trinta e dois minutos, poderia falar os segundos, mas não quero que pense que sou controladora. –brinca olhando para um relógio na parede.

–É um pouco tarde para tentar mudar esse tipo de impressão. –implico feliz, me levantando para beijar o alto de sua cabeça, depois encosto meus lábios nos dela de leve. –Vou te trancar em alguma torre, com muitos computadores para te distrair, longe do alcance de qualquer arma!

–Eu gostaria de te ver tentar! –sorri petulante, e passo a acariciar seus cabelos.

–Disse pela primeira vez que você é minha noiva. –conto fazendo com que seu sorriso se alargue um pouco mais. –Para o médico que te operou. Então a torre, não está fora de questão ainda! –falo sério, e ela revira os olhos.

–Levei um tiro, não deveria estar brigando comigo agora. –faz biquinho me olhando com ar infantil.

–O que está fazendo é completamente errado. –tento ficar sério em vão, antes que perceba estou com meus lábios nos dela novamente. –Eu não posso te perder. –encosto minha testa na sua, sem me preocupar em esconder o desespero em minha voz.

–Não vai. –promete. –Sou teimosa, e vou lutar para continuar aqui. Alguém precisa te dar uns tapas as vezes! –dou risada. –Não soava tão pervertido em minha mente. –lamenta, tornando tudo ainda mais adorável.

–Eu te amo. –digo em meio a um suspiro.

–E eu estava sonhando com você...

“Vou encontrar alguém como você.”


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Notas finais do capítulo

Então?
Me digam o que acharam, vou adorar saber!
Bjnhos!