Sempre Em Meu Coração escrita por Carpe Librum
Campinas, 10 de junho de 2015.
Querido Kurt,
Como você está? Aposto que bem melhor do que você estava. Não consigo acreditar que você se matou, você não faria isso, deixar sua filha tão pequena... Já faz uns vinte anos que você morreu, mas ainda continua vivo no coração de tantos fãs.
Eu me identifico muito com você, também acho que sou um alienígena, não posso ser deste planeta, posso? As pessoas são tão diferentes, agem diferente de mim, e só me fazem pensar que eu não sou mesmo deste mundo.
Isso dói, morrer? De todas as pessoas que eu admiro e que morreram, você é a única com quem me sinto confortável o bastante para perguntar tal coisa.
Eu escuto suas músicas todos os dias, elas dizem mais do que transparecem. São músicas com letras que, apesar de fortes e provocativas, são maravilhosas e inteligentes e só poderiam ter vindo de uma pessoa como você.
Com grande admiração,
Francis
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Ah, cara Francis, o mundo é mesmo um lugar estranho que faz com que a gente se sinta sozinho nas multidões infindáveis. É como se fôssemos todos alienígenas, mas cada qual de um planeta diferente. No entanto, a verdade é que não estamos sozinhos. Você não está sozinha. E o Kurt também não estava. Gostaria que ele tivesse entendido isso e que não tivesse deixado a dor vencer, mas fico grata pela existência dele. Fico grata por sua arte e por seu legado. Kurt precisava gritar com o mundo para conseguir enfrentá-lo, mas sua voz continuará sendo ouvida sempre. Use a sua também. Alguém sempre está ouvindo.