– Onde estou ? Como vim para aqui ? Onde está a Virginia? Cadê ela ? Disse o homem dentro da armadura com uma voz rouca e forçada, ainda atordoado e com dores no corpo.

– Bom dia my Lord. Disse o dono do casebre com um sorriso irônico e fazendo o sinal de aspas com a mão e continuou: Você não tem mais reino, logo, não tem mais casa, dinheiro, poder nem respeito. Sinta-se feliz de ainda estar vivo. Terminou de falar ajudando o lord a se levantar do chão.

– Quem bom que não preciso me apresentar como “Lord Anthony Stark II, príncipe e único herdeiro do reino de ferro”, mas agora me diga: Onde está Virginia? Disse Tony fechando os punhos e quando abaixou para ver seu peito viu a luz azul que saia dele e passava por um circulo na armadura vermelha que vestia.

– Você não precisa se apresentar, mas também não é educado um anfitrião negar seu nome ao seu convidado. Meu nome é Stephen Vincent, eu era um curandeiro até sofrer um acidente com o meu cavalo após atender uma jovem parada na estrada com uns cortes de flecha.

– Curandeiro? Interrompeu Tony com uma cara de espanto e incredulidade.

– Não interrompa! Não vou contar novamente a história. O cavalo tropeçou pelo caminho e fui atirado para o chão e como se não bastasse o cavalo caiu em cima de mim fraturando minhas costelas esquerdas perfurando meu pulmão e como se não bastasse quebrou também meu joelho direito. Achei que minha hora neste mundo tinha chegado ao fim, contundo um ancião veio até mim e me curou com magia. Tornei-me discípulo do homem que a muito já morreu, porém continuo realizando seus ensinamentos com as relíquias que ganhei dele.

Terminando de contar sua história, Stephen entrega um chá para Tony para que ele recupere suas forças e seja capaz de se locomover com a armadura e seu novo coração. Tony toma o chá e observa a vestimenta azul do anfitrião, sua capa num tom vermelho forte, com as bordas douradas sendo segurada por um broche redondo também dourado. Analisa mais um pouco e vê um homem não muito velho já com o cabelo escuro se tornando grisalho, uma pessoa magra, uma pouco pálida como se não gostasse de ficar ao sol.

– Obrigado com o que seja que o senhor fez comigo, mas só lembro de estar lutando pela minha vida em meu castelo e agora estou aqui com esta armadura e novamente: Por favor, me diga onde está Virginia ? Disse Tony tirando os olhos do seu peito para olhar o rosto de Stephen, sempre com um olhar de espanto por não saber como chegou àquele local e por apreensão por não saber nenhuma noticia de sua mais fiel vassala.

– Olhe em seu peito, é ela que lhe mantém vivo. Ela se sacrificou para você estar aqui respirando agora. Eu aprisionei a alma dela dentro do cristal que está em sua armadura. Seu coração não se encontra em condições de pulsar por si só , ela o estimula a bater, dando-lhe novamente a vida. Disse o mago com olhar de pensar, mas satisfação por ter conseguido o que a moça queria.

– Como você pode fazer isso? Como teve coragem? Exclamou Stark levantando e prestes a dar um soco mago.

– Eu não quis, porém ela insistiu. Seja grato, ela sempre estará em seu coração de uma maneira ou de outra. Respondeu o mago se levantando e dando um passo para trás.

Stark não se conteve. Sentia um poder emanar da pedra em seu peito para a armadura, sentia um formigamento em seu braço e via faíscas azuis em sua mão direita. Sentia que poderia fazer mais que isso, sentia ódio e raiva pela sua situação.

Ergueu o braço com a palma da mão virada para Stephen enquanto as faíscas azuis aumentavam de tamanho passeando por todo seu braço. O feiticeiro olhava firmemente para os olhos de Tony e com um sorriso no canto da boca se pôs em posição de luta.

Tony fechou seu elmo com a mão esquerda, enquanto com a mão direita soltou um raio mirando o peito do mago, que conjurou uma magia fazendo com que o poder que antes era contra ele voltasse para Tony, o arremessando para fora da cas, destruindo uma parede da casa.

– Você realmente tentou me ferir? Fala Stephen atravessando pelo rombo feito em sua casa flutuando com os olhos azulados e com suas mãos envoltas com uma espécie de campo de energia apontando para seu novo adversário.

Tony estava apoiado em uma arvore marcada pelo impacto do golpe, de cabeça baixa e com falta de ar sussurrou algo abafado pelo elmo, o mago não entendeu o que ele quis dizer e foi chegando perto para entender o que era balbuciado por Tony. Quando Stephen estava perto o bastante Tony se levantou agarrando o mago pela roupa até tira-lo do chão e desferiu outro raio certeiro no peito. O homem foi jogado para longe, assim como Tony que desmaiou de fraqueza.

O feiticeiro se levanta com roupa rasgada, porém sem ferimentos e percebe que está sendo observado, no mesmo instante faz um feitiço para se teletransportar para trás do observador. Um grito ecoa pela floresta rasgando o silêncio por um instante e logo depois não se ouve além do vento ao balançar as folhas.