Hell on us escrita por Sami


Capítulo 9
Agora somos só nós


Notas iniciais do capítulo

Oie meus queridos e queridas, como havia dito que tentaria postar outro capítulo ainda nessa semana, cá estou eu com mais um capitulo.



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...

Carl ficou um tempo sem dizer nada apenas me olhando com os olhos um pouco arregalados, se ele queria mesmo sair no meio de toda aquela merda de caos ele que fosse sozinho. Eu não seria louca em arriscar a vida da Judith por causa de um projeto de xerife metido a besta.

Ele largou uma arma ficando apenas com a que estava comigo antes, ele estava tenso –nós dois estávamos naquele momento-, verificou se arma continuava com balas e depois voltou seu olhar para mim.

Me prometa que assim que sairmos daqui nós vamos procurar por eles!

Respirei fundo tentando não sair correndo dali e deixando aquele garoto irritante para trás, tudo bem que ele queria estar perto do pai, mas, num momento como aquele não tinha como saber para onde o maldito ônibus havia ido. Não podia prometer a ele que iríamos procurar o resto do grupo quando nem mesmo ele sabia pra onde eles foram.

Vamos sair logo daqui garoto!

Gritei me virando e ajeitei Judith no meu colo para que quando estivéssemos correndo ela não sofresse algum incidente ou se machucasse durante aquela corrida. Carl se colocou na minha frente segurando a arma que antes estava comigo para que a mesma não caísse enquanto corríamos.

Chegamos perto das cercas e logo paramos quando vimos vários walkers vindo em nossa direção prontos para nos morder, Judith resmungou alto chamando ainda mais a atenção deles e tivemos que ser rápidos. Carl aprontou a arma a destravando e atirou, o tiro acabou derrubando dois deles de uma só vez que mira boa essa que você tem projeto de xerife  e tivemos que dar a volta para finalmente conseguir sair daquele inferno que a prisão virou.

Subimos um pequeno morro seguindo uma trilha que estava quase coberta pelas folhagens de alguns arbustos, com Judith no colo foi um pouco complicado conseguir subir –mesmo que o morro não fosse tão alto e nem muito grande, me equilibrar sem a ajuda das minhas mãos não ficou nada fácil.

Carl olhou para trás e finalmente se tocou de que eu estava precisando de ajuda para subir aquilo, ele segurou meu braço e me puxou para cima me ajudando a me equilibrar e conseguir finalmente chegar ao topo. Paramos para descansar e de onde estávamos, era possível ter uma visão de quase toda a prisão.

Ficamos um tempo olhando para toda a destruição que se estendeu na prisão, parecia até mentira que, um grupo relativamente pequeno -em comparação ao nosso que era maior em quantidade- havia conseguido destruir tudo em questão de poucos minutos. Era difícil de acreditar que, eu e Carl éramos umas das poucas pessoas que haviam conseguido escapar de tudo aquilo ainda com vida.

Abracei Judith com um pouco mais de força ao olhar para toda aquela destruição, não sabíamos quem havia conseguido escapar dali e nem mesmo para onde eles foram. Tudo o que Carl sabia era que todo o grupo deveria ir para o ônibus e escapar junto com o grupo.

E agora? Eu o olhei. Para qual lado vamos?

Fez-se silêncio depois da minha pergunta, Carl parecia entristecido com o que havia acabado de acontecer, ele ficou olhando para o nada como se estivesse pensando em alguma resposta, mas eu sabia que ele não tinha a mínima ideia para onde ir. Ele parecia estar em outro mundo, estava na cara que ele estava preocupado com o pai.

Carl? Me aproximei dele. Hey garoto!

Estralei os dedos perto do seu rosto fazendo-o voltar para a realidade em que estávamos naquele momento, nossa situação não era assim tão ruim, mas também não era uma das melhores. Éramos dois pré-adolescentes que estavam carregando uma criança de colo que uma hora iria ficar com fome e precisaria de fórmula.

Vamos primeiro procurar uma casa. Ele finalmente abriu a boca. A gente precisa procurar comida e fórmula.

Assenti com a cabeça e voltamos a andar deixando o terrível cenário da destruição da prisão para trás e seguimos em frente.

 

~***~

 

Seguimos o caminho até chegarmos à beira de uma rodovia. Fiquei um pouco mais aliviada já que, rodovias passavam carros e com toda certeza o ônibus passaria por ela mais cedo ou mais tarde. Nesse meio tempo que estávamos na estrada, Judith ficou um pouco mais calma, não havia voltado a chorar e nem a resmungar. Mas como um homem uma vez me disse: A felicidade dura pouco, isso realmente se fez ser verdade no segundo seguinte. Como se alguém ou alguma coisa estivesse a incomodando, Judith começou a se remexer no meu colo e logo abriu a boca chorando alto.

Carl parou de andar se aproximando de nós duas e tentou acalmar a irmã birrenta em meu colo ficou claro que nenhum de nós dois estava conseguindo isso e que também não estávamos levando muito jeito em cuidar dela.

O que será que ela tem agora? Carl se aproximou de nós segurando os dois bracinhos da irmã e começou a brincar com eles na tentativa de conseguir de algum jeito acalmar a menina chorona. Judith forçou uma careta e abriu um berreiro ainda mais alto, mostrando que não estava no pique para brincadeiras naquele momento.

Só tinha uma coisa que deixava qualquer criança daquele jeito e eu sabia exatamente o que era.

Ela está com fome. Comentei o olhando. Beth sempre a alimentava mais ou menos nesse mesmo horário e agora ela está pedindo por isso!

Carl soltou os bracinhos dela e me olhou juntando os lábios e me olhou.

Então antes de tudo precisamos encontrar uma casa e procurar alguma coisa para dar pra Judith. Ele assentiu consigo mesmo. Melhor irmos logo antes que o choro dela atraia errantes.

Antes de voltarmos a andar precisei arrumar Judith em meu colo tomando cuidado para não deixar que ela caísse no chão e se machucasse; se isso acontecesse seria bem provável de que Carl poderia me matar na mesma hora. Continuamos andando seguindo apenas em frente e tomando cuidado para não nos encontrarmos com nenhum errante pelo caminho.

Não tenho tanta certeza, mas acho que caminhamos por quase uma hora até encontrarmos uma pequena casa quase que escondida no meio do nada. Sem pensar duas vezes fomos até ela atentos com tudo o que estava a nossa volta. Carl parou na entrada e abriu a porta com calma permanecendo parado, quando a porta foi totalmente aberta ele deu três batidas na parede ao lado e esperou.

Alguns segundos se passaram e não saiu nada de dentro daquela casa; pelo menos não iríamos precisar nos preocupar com errantes enquanto estávamos ali.

Carl foi à frente segurando a única arma que tínhamos deixando-a preparada para qualquer surpresa que poderia ter dentro daquela casa; só porque não havia saído nada de dentro dela não significava que estávamos cem por cento seguros. O mini xerife fechou a porta assim que entramos totalmente na casa e usou uma poltrona velha para bloquear a porta.

Vamos procurar alguma coisa logo pra ela! Ele andou até a cozinha e eu o segui, estava odiando ter que deixar aquele moleque metido a xerife fazer tudo ali enquanto eu tentava acalmar uma bebê faminta.

Carl foi abrindo os armários enquanto eu tentava de inúmeros jeitos e formas fazer com que Judith se acalmasse um pouco, entendia bem o que ela estava passando naquela hora. Estar com fome deixava qualquer um nervoso.

Achei alguma coisa! Falou animado. Carl tirou o rosto e os dois braços de dentro de um dos armários da cozinha e mostrou em sua mão um pacote lacrado de um tipo de pãozinho.

Ela pode comer isso? Carl se aproximou da gente mostrando o pacote parecendo estar com um pouco de dúvida em dar aquilo para ela.

Eu acho que sim, ela já tem alguns dentes e não acho que vamos encontrar coisa melhor que isso. Dei de ombros. Vamos dar um só, se ela gostar e não passar mal com isso então podemos dar a ela.

Carl assentiu e logo abriu o pacote, pegou um pãozinho e entregou a menina que parou de chorar quando o pegou na mão, de um jeito desesperado e um pouco atrapalhado, ela começou a morder o pãozinho babando um pouco nele. Em questão de poucos segundos tínhamos uma Judith totalmente diferente de antes; essa era calma e silenciosa. E agora estaria alimentada.

Isso! Falei aliviada levantando a mão para bater na de Carl. Vamos ficar com isso pelo amor de Deus!

Eu e Carl comemoramos mais uma vez por finalmente ter consigo calar aquela menina, vi quando ele pegou dois pãezinhos de dentro do pacote e estendeu sua mão me mostrando os dois. Eu o olhei sem entender o que fez com que ele revirasse os olhos como se eu fosse burra ou algo do tipo.

A gente também merece um não acha? Ele perguntou mostrando um largo sorriso no rosto; aquele era a pela primeira vez que ele sorria desde que saímos da destruição da prisão.

Mas é claro que sim garoto! Respondi animada pegando um e logo dando a primeira mordida, como era bom comer alguma coisa depois de tantas horas com o estômago vazio. Era quase algo divino.

 

~

 

Quando anoiteceu, já tínhamos juntado algumas coisas para continuar a “viagem” que faríamos no dia seguinte, Carl disse que seria melhor passar a noite naquela casa e continuar logo pela manhã; achei isso ótimo, pois assim, poderíamos descansar um pouco depois do longo dia que tivemos.

De um jeito bastante improvisado, fizemos uma cama no chão usando alguns travesseiros, fronhas e cobertas que tiramos dos quartos, Judith foi a primeira que pegou no sono dormindo de barriga cheia. Deitei ao lado dela tomando cuidado para não ficar muito em cima da menina e Carl deitou um pouco longe de nós ufa! , ficamos em silêncio por um bom tempo apenas ouvindo uns ruídos que vinham do lado de fora da casa nos alertando que errantes estavam passando por lá.

Acha que eles estão vivos? Carl ergueu sua cabeça me olhando, reparei que ele havia deixado seu chapéu de xerife do seu lado durante um tempo.

Por que não estariam? Perguntei de volta. Vocês são o segundo grupo forte que encontro, acho improvável que eles tenham morrido.

É... Ele concordou de um jeito vago como se não acreditasse em nada daquilo.

Por que o “governador” atacou vocês? O que ele quer tanto?

Carl suspirou.

Antes ele queria que meu pai entregasse a Michonne, disse que se ele fizesse isso iria nos deixar em paz e não tentaria nada. Acho que você notou que não concordamos com isso. — Contou. Mas hoje, eu realmente não sei o que ele queria.

Seja lá o que aquele maluco queria, acho que ele não precisava ter matado o Hershel. Falei num baixo. Isso foi pura covardia.

O projeto de xerife não disse mais nada, apenas fez um som concordando com o que eu havia dito e voltamos ao silêncio total novamente. Poucos minutos se passaram até que ele também acabou dormindo, fiquei um tempo acordada pensando em tudo o que havia acontecido no dia de hoje.

A invasão à prisão, Hershel e Michonne amarrados servindo de reféns para uma situação que acabou de um jeito terrível e a nossa separação com o restante do grupo. Imaginei o que devia estar passando na mente do Rick naquele momento, era muito óbvio de que ele estava preocupado com Carl e Judith, mas será que ele sabia que os dois estavam vivos e bem?

Será que eu e Carl iríamos conseguir encontrar eles de novo? O mundo é gigantesco e eles poderiam ter ido para qualquer lugar, se ao menos Carl soubesse de algum lugar que fosse conhecido por todos do grupo, talvez tivéssemos um pouco mais de sorte em conseguir encontrar eles.

Ayla pode parar de ser pessimista, pense positivo. Vocês dois irão conseguir encontrar todo o grupo! Pare de ser uma merda de uma menina pessimista!

Forcei a mim mesma a pensar daquele jeito, não podia ser negativa num momento como aquele e nem mesmo pensar de jeito algum no pior, eu precisava ser positiva. Eu precisava acreditar de que iríamos sim conseguir encontrar o grupo e continuar sobrevivendo juntos.

Eu não podia perder outro grupo. Não quando já estava apegada a todos eles. 

 


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Notas finais do capítulo

Bom meus queridos e queridas, espero a opnião de vocês, me digam o que gostou ou não gostou. Beijinhos a todos e até o próximo capitulo.



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