Hell on us escrita por Sami


Capítulo 8
Quando o inesperado acontece


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores e leitoras maravilhosos que amo muito como vocês vão?
Bom, eu tenho certeza de que desculpas não serão aceitas por causa desse tempão que eu fiquei sem atualizar a fic. Eu realmente passei por um momento de falta de criatividade que me ferrou muito, escrevi e reescrevi o capítulo diversas vezes querendo deixar do jeito que eu queria e não adiantava nada.
Mas agora eu voltei e vou tentar ao máximo postar mais outro capítulo nessa semana.



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[...]

Quase duas semanas ou até mesmo mais haviam se passado desde o incidente trágico no mercado que acabou resultando na morte de Zach, depois desse ocorrido eu resolvi dar um tempo em sair com o grupo para as buscas e me contentei em apenas ajudar nos afazeres da prisão. Não posso dizer que não gostei desse tempo que passei na prisão, porque eu realmente gostei e muito. Pude conhecer um pouco mais dela e conhecer um pouco mais as pessoas que também estavam vivendo ali. Acabei passando um bom tempo junto com Carl e pude conhecê-lo um pouco mais, acho que de todos ali na prisão ele era uma das pessoas que eu mais tinha afinidade.

Hershel pediu para que Carl e eu cuidássemos da plantação, já que ele e Michonne iriam queimar alguns corpos de errantes que invadiram um dos blocos na noite passada e como não tínhamos nada para fazer acabamos aceitando, durante essas semanas que se passaram pude aprender um pouco mais sobre cuidar de plantações graças a Carl e Hershel.

—Você não larga ela nunca? —Eu parei o que estava fazendo e olhei para Carl, o filho mais velho de Rick me olhava com certa curiosidade e eu não sabia bem o porquê.

—Largo o que? —Perguntei de volta ainda o olhando, notei que Carl não era muito parecido com Rick, ele possuía os mesmos olhos azuis e seu jeito de agir muito lembrava seu pai, mas fora isso ele não era muito parecido com ele.

—Essa faca de cabo azul que você sempre mantém presa no seu cinto. —Apontou para meu cinto. —Desde que você chegou aqui nunca te vi sem ela.

—Tem me observado? —Perguntei novamente sorrindo e deixando o filho de Rick completamente sem graça. Ele não disse nada, apenas abaixou a cabeça por alguns segundos olhando para o chão e voltou a me encarar como se estivesse esperando pela minha resposta. —Ela tem um significado importante para mim. —Dei de ombros. —E você, nunca tira esse chapéu de xerife não?

—Por que quer saber? Você tem me observado? —Perguntou erguendo uma sobrancelha.

—Se você tentou me deixar quase tão sem graça quanto você ficou quando eu te perguntei isso, saiba que você não conseguiu isso. —Respondi abrindo um largo sorriso.

Carl me olhou com os seus olhos semicerrados e logo tirou o chapéu o pendurando no cercado que estava atrás dele.

—Claro que tiro. —Ele balançou a cabeça de um jeito debochado. —Agora me conta por que você não larga essa faca.

Eu fiquei em silêncio por poucos segundos olhando bem para a cara daquele menino, Carl me olhava parecendo realmente estar curioso para saber o motivo de eu nunca largar aquela faca e isso me deixou um pouco incomodada, não por ele querer saber o motivo, mas sim por me fazer lembrar o motivo pelo qual eu tenho sempre ela presa no cinto. A faca na verdade não era minha, pertencia a outra pessoa que prometeu que me encontraria e até aquele dia essa pessoa não havia aparecido; eu só conseguia pensar em apenas uma única coisa sobre ele: David com toda certeza já estava morto e eu era uma idiota por achar que ele continuava vivo depois de tanto tempo e depois da merda que acabou nos separando.

E eu não gostava de ter que se lembrar dessa parte dolorosa da minha vida.

—Um amigo me deu ela antes de... Antes de morrer. — Respondi olhando para a faca sobre meu cinto e a tocando rapidamente, era incrível que mesmo com o tempo que havia se passado desde que David havia me dado, o seu nome ainda continuava gravado em seu cabo. —É a única lembrança que eu tenho dele.

—Qual era o nome dele? —Carl tornou a perguntar ainda me olhando curioso.

—Por que quer saber? —Eu realmente tentei não ser tão grossa com ele.

—Eu estou curioso só. —Respondeu dando de ombros. —Qual era o nome dele?

Levantei uma sobrancelha o encarando sem entender o motivo de tanta curiosidade e decidi responder.

—David. -Falei. —E antes que você me pergunte, não, ele não era meu namorado.

Carl fez uma careta fingindo estar rindo daquilo.

—Ha ha engraçadinha. —Debochou ainda fazendo careta. —Ei, como que você perdeu seus pais?

Eu o olhei arregalando meus olhos sem acreditar que ele havia mesmo me perguntado aquilo. Seja lá o que havia despertado tanta curiosidade naquele menino eu não estava gostando daquilo de jeito nenhum.

—Por que você quer saber disso? E nem venha com essa de que só está curioso porque eu não caio nessa! —Falei cruzando os braços.

—Qual é o problema de me contar sobre isso? —Ele perguntou. —Eu só quero te conhecer melhor, tem algum problema? Se me responder isso deixo você me perguntar qualquer coisa.

Moleque curioso.

Balancei minha cabeça revirando meus olhos, não sabia que agora aquilo havia se tornado um tipo de entrevista.

—Ok. —Respondi mordendo o lábio rapidamente. —Uns dias depois que toda essa merda havia começado, meu pai achou melhor irmos para Atlanta porque lá aparentemente seria um lugar seguro. Quando chegamos lá, fomos cercados por uma horda imensa de errantes e eles foram mordidos. Sim, eles foram mortos bem na minha frente. —Levantei as mãos para o alto. —Satisfeito?

Carl não respondeu nada por um tempo.

—Agora é a minha vez de te fazer uma pergunta. —Cruzei meus braços. —Como foi que você perdeu sua mãe?

Ao ouvir a minha pergunta ele pareceu surpreso com ela, seus olhos se arregalaram levemente e depois de respirar fundo ele pareceu pensar em como iria formular a resposta para a pergunta que eu havia feito.

—Uns dias depois de o Hershel ter perdido a perna, vários errantes entraram enchendo o pátio, eu, Maggie e a minha mãe corremos para nos esconder e então aconteceu. —Ele fez uma breve pausa. —Judith queria nascer e não tínhamos como chamar o ele, então a Maggie e eu fizemos o parto juntos. Claro que ela não sobreviveu por causa do corte e tudo. Fui eu quem atirou nela pra que ela não se tornasse uma deles...

Eu fiquei calada, já sabia que Carl havia perdido a mãe, mas, não sabia que havia sido durante o parto da Judith. Na verdade, acho que fiquei mais surpresa em saber que, Carl foi quem deu a catada final. Acho que pior do que perder os pais naquele mundo é ser a pessoa que impede que eles também se tornem um errante.

Acho que não existia nada pior do que isso.

—Nossa... —Falei um pouco surpresa com aquilo. —Isso é...

Ouvimos uma explosão que alta que fez com que as cercas literalmente tremessem nos olhamos assustados notando que uma grande parte dos errantes que estavam do outro lado começaram a ficar agitados por causa daquele barulho tão alto.

—Que droga foi essa? —Perguntei ainda o olhando preocupada, aquilo foi realmente fora do comum até mesmo em um apocalipse.

—Eu não sei Ayla. —Carl virou o rosto olhando para as duas torres e apontou para uma delas que estava pegando fogo. —Nossa!

Nós dois olhamos para a torre e vimos que ela estava pegando fogo e uma boa parte dela havia desmoronado no chão, senti meu coração começar a acelerar naquele mesmo instante, pois aquilo só poderia significar uma única coisa: estávamos provavelmente sendo atacados por outro grupo.

—Vamos! —Carl começou a correr e eu fui atrás dele, eu realmente queria estar errada naquele momento, não queria acreditar que algo assim estava novamente acontecendo comigo. Eu queria que aquilo fosse mentira.

Corremos até chegar ao pátio principal da prisão e não era só a gente que se preocupou com a explosão que havia acontecidos segundos atrás, Rick, Daryl e Tyreese também estavam correndo para o pátio junto com mais alguns moradores da prisão.

—Para trás! —Rick gritou colocando sua mão rapidamente na arma presa em seu coldre.

Eu pensei em perguntar o que estava acontecendo ali, a explosão e toda aquela agitação deles não era algo normal. Mas a resposta para minha pergunta ficou bastante clara quando eu também olhei na direção onde Rick e Daryl estavam olhando.Não muito longe do portão principal da prisão havia vários carros parados num tipo de formação de ataque e no centro deles estava um tanque de guerra gigantesco com sua mira apontada para a prisão. Em cima daquele tanque também havia um homem parado usando uma roupa preta e um... Um tapa olho?

Pelo modo como todos estavam se entreolhando eu soube de imediato de que o que estava prestes a acontecer não iria terminar de um jeito bom e comecei a ficar ainda mais preocupada com tudo aquilo.

—Rick, venha aqui. Precisamos conversar!

Todo mundo que estava ali parado em volta de Rick -inclusive eu- o olhamos, Rick parecia não saber o que fazer naquele momento, na verdade ele parecia estar um pouco perdido no meio tudo aquilo. Dava para perceber que ele estava mais assustado que nós ali.

—Não cabe a mim! —Gritou. —Tem um conselho agora. Eles comandam esse lugar!

Voltei minha atenção para o outro homem que continuava de pé em cima do tanque de guerra.

—Hershel faz parte desse conselho? —Uma mulher começou a andar até chegar perto de um carro vermelho e colocou metade do seu corpo para dentro dele, quando saiu ela empurrava Hershel o obrigando a andar. Suas mãos estavam amarradas atrás de seu corpo impedindo que ele tentasse alguma coisa.

Beth e Maggie se aproximaram da grade da cerca ao ver o pai a mercê daquele homem.

—E quanto a Michonne? Ela está no conselho também?

O mesmo aconteceu com Michonne, suas mãos amarradas e ela se encontrava totalmente vulnerável naquele momento.

Carl estava ao meu lado olhando para tudo aquilo sem dizer uma única palavra ou emitir algum som, notei que ele lançou um olhar de total desaprovação para Rick e, por um lado eu até entendi o motivo daquele olhar.

—Eu não tomo as decisões mais! —Rick tornou a gritar tentando mudar o rumo daquela conversa. Ficou bastante óbvio que ele não queria ser a pessoa que tentaria impedir aquele ataque.

—Você vai tomar hoje Rick. Desça até aqui e... Vamos ter aquela conversa!

Longos segundos se passaram até que Rick finalmente pareceu ceder a aquela situação, ele tentou nos confortar dizendo que tudo iria ficar bem, mas acho que ninguém acreditava naquilo. Enquanto Rick caminhava em direção ao outro grupo, Daryl se apressou em dar armas para todo mundo que estava ali, até mesmo eu e Carl recebemos armas.

—Ele não deveria ter voltado. — Carl destravou sua arma a deixando apontada na direção do outro grupo. —Ele não deveria estar vivo!

—Do que você está falando menino? —Eu o olhei rapidamente e voltei minha atenção para a arma.

—Ele já nos atacou uma vez Ayla! —Carl quase sussurrou aquilo. — Foi o Governador que fez com que algumas cercas da prisão caíssem! E é por isso que temos que acabar com isso de uma vez!

Eu neguei com a cabeça.

—Não vai acertar esse doido estando nessa distância toda, Carl. —Falei séria o olhando com o canto do olho.

—Eu sou bom de tiro Ayla. —Falou como se estivesse se exibindo daquilo. —Posso acabar com isso rápido!

Eu destravei a minha arma.

— É verdade, mas se fizer isso pode começar o que estamos querendo evitar que aconteça aqui!

Ele ficou em silêncio e eu agradeci mentalmente por isso, entendia a raiva que o mini projeto de xerife sentia pelo tal 'Governador', eu também já passei por algo semelhante antes de conhecer ele. Mas não acho que querer bancar o valentão naquele momento iria conseguir resolver alguma coisa. Os minutos se passaram e tudo o que estava acontecendo era uma conversa que de pacífica se tornou tensa.

O tal Governador agora estava ameaçando matar Hershel com a espada da Michonne e Rick não parecia estar tentando impedir aquilo de acontecer.

Então, no segundo seguinte tudo pareceu acontecer rápido demais. Com um único e simples golpe, o Governador golpeou Hershel cortando sua cabeça sem demonstrar qualquer tipo de sentimento naquele momento.

Um silêncio se fez logo sendo cortando por Maggie e Beth que gritaram em total desespero.

Eu fiquei sem qualquer tipo de reação, não estava conseguindo acreditar que aquilo realmente aconteceu com Hershel. O bom velhinho que não fez absolutamente nada de errado com ninguém ali. Rick gritou um alto e histérico não sendo o primeiro a começar a atirar. Quase em sincronia eu e todo o restante que estava ali também começamos a atirar e não demorou muito para que ambos os lados logo estivesse em guerra.

O enorme tanque de guerra se moveu e então soltou outro disparo acertando uma parede a poucos metros de onde nos estávamos atirando. Daryl de uma maneira desesperada empurrou Carl para trás e fez o mesmo comigo nos obrigando a parar de atirar, ele gritou para que nós dois saíssemos de lá e claro que, o projeto de xerife não gostou nem um pouco dessa ideia.

Sem pensar duas vezes eu passei a arma em meu ombro a pendurando e logo o puxei forçando-o a começar a correr e logo tive o primeiro sinal positivo por parte dele.

—A gente precisa tirar a Judith daqui também Ayla! — Carl puxou meu braço direito fazendo com que eu o olhasse e parasse de correr também, já estávamos um pouco distante dos outros. —Não podemos deixar ela no meio dessa loucura toda!

—E não vamos não! Vamos tirar ela daqui logo!

Corremos até chegar no bloco C e a situação ali dentro parecia até pior do que do lado de fora. Várias pessoas estavam correndo na direção contrária à nossa e algumas até chegou a nos empurrar para que pudessem sair logo do meio de toda aquela confusão que havia começado. Enquanto Carl me dava cobertura para que eu conseguisse pegar a cadeirinha onde Judith estava, a menina logo começou a chorar alto por causa de outro disparo feito pelo tanque de guerra, não vou mentir, aquele som também me assustou um pouco me pegando completamente desprevenida. Lancei um olhar desesperado para Carl pedindo aos céus que aquele menino tivesse algum plano em mente para nos levar em segurança para fora daquele lugar. Ele pegou minha arma e gesticulou para que saíssemos de lá o quanto antes.

— Pelo amor de Deus me diga que vocês têm um plano de fuga caso algo parecido com isso acontecesse! — Eu precisei gritar para que ele pudesse me ouviu com clareza.

—Claro que temos Ayla! —Respondeu quase gritando. —Só precisamos chegar até o ônibus e sair daqui junto com os outros!

Sim eles tinham um plano!

Um disparo que matou um homem do qual eu não sabia nem o nome nos fez parar de repente, o tiro havia acertado em cheio o centro da sua cabeça o matando rapidamente e com precisão. Judith parecia estar chorando ainda mais e ela tinha toda razão para aquilo, coloquei sua cadeirinha no chão e nervosa tirei ela de lá a abraçando contra meu corpo e protegendo ela dos disparos. Se tinha alguém que precisava sair dali era Judith.

—Vamos logo Carl! —Falei impaciente dando um leve empurrão em seu ombro.

Chegamos onde Carl havia dito que o ônibus estaria e fomos surpreendidos por um lugar completamente vazio, claro que estava, demoramos muito para chegar lá e numa situação como aquela em que estávamos não poderiam esperar mais.

—O que a gente vai fazer agora? A gente precisa sair daqui logo! —Gritei ainda mais desesperada que antes ouvindo o choro alto de Judith me tirar por completo do foco.

Carl olhou desesperado para os lados procurando por qualquer outra pessoa que pudesse estar ali também e tudo o que vimos foram corpos mortos de várias pessoas.

— Como vamos saber pra onde eles foram? A gente não pode sair assim sem saber pra onde eles foram! —Ele me olhou. — Eu não sei se meu pai conseguiu sair também, precisamos procurar por ele Ayla!

Apertei Judith em meu corpo quando ouvi outro disparo.

—O que? Você enlouqueceu Carl?! —Gritei de novo. — Não podemos ficar no meio disso tudo não. A gente precisa sair logo daqui antes que nos matem também!

Carl me olhou sério.

—Eu não vou sem meu pai Ayla. —Ele disse sério.

Eu não acredito que isso está mesmo acontecendo.

— Carl se você quiser ficar pode ficar. Mas eu vou tirar a sua irmã daqui com ou sem você!

 

 


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Notas finais do capítulo

Bom gente espero a opinião de vocês, isso realmente é importante para mim e mais uma vez quero pedir milhões de desculpas pela demora.

Até o próximo capítulo meus lindos.