Hell on us escrita por Sami


Capítulo 43
Sem saída


Notas iniciais do capítulo

Bom, acho que pelo nome do capitulo já dá pra ter uma noção do que esperar dele né. Não vou dizer muito, vou deixar que vocês me digam.



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[...]

O grito que havíamos escutado segundos atrás não foi nada comparado com a cena que estávamos vendo naquele momento, ouvi Carl sussurrar algo que seria parecido com um meu Deus ao ver que a torre que existia do lado de fora de Alexandria havia caído, derrubando toda uma parte do alto muro que cercava aquele lugar. Respirei fundo sentindo todo meu corpo ficar imóvel naquele mesmo lugar, eu não conseguia acreditar que aquilo havia mesmo acontecido; uma parte do muro de Alexandria havia caído!

Aos poucos começamos a ouvir os grunhidos dos errantes e segundos depois havia uma horda imensa de errantes entrando em Alexandria. Eles eram muitos, praticamente quase o triplo de mortos que eu já havia visto em toda a minha vida até aquele momento.

—Droga! –Gritei procurando minha arma, fiquei desesperada quando não a senti presa ali e comecei a ficar mais preocupada do que eu já estava naquele momento. –Minha arma! –Olhei para Carl arregalando os olhos.

—Você a perdeu? –Ele perguntou sem acreditar. –Como conseguiu isso?

—Eu não a perdi! –Respondi desesperada, procurei novamente e não a encontrei presa ali no meu cinto. –Não tinha como ela cair daqui, estava presa!

Carl olhou em volta com o se procurasse por ela caso minha arma tivesse caído no chão e então rapidamente levantou sua arma a destravando com tanta rapidez que me deixou realmente surpresa e então atirou. Virei meu rosto para trás e vi o corpo do errante caído a poucos metros de mim, vi que mais deles estavam se aproximando e esqueci de vez de procurar por minha arma que eu nem sabia que havia perdido.

—Vamos sair daqui logo, Ayla! –Eu nem sequer tive tempo de me preparar para correr, quando notei o que estava acontecendo o projeto de xerife já estava me segurando pelo braço me puxando para frente fazendo com que eu corresse -um pouco contra a minha própria vontade, mas não liguei muito pois o momento pedia por isso.

Carl matou mais dois errantes deixando nosso caminho um pouco mais livre e então encontramos Deanna um pouco mais à nossa frente, ela conseguiu matar alguns dos mortos que invadiram Alexandria mas logo foi derrubada por outro que não perdeu tempo e logo se jogou sobre ela. Me soltei do aperto de Carl e corri até ela para tentar ajudá-la de algum jeito, Deanna continuava viva e se tinha como salvá-la seria errado deixá-la para trás num momento como aquele. Peguei um pedaço de madeira que encontrei no chão e chamei a atenção de alguns errantes fazendo-os virem na minha direção, segurei a madeira com mais firmeza nas mãos e então acertei o primeiro conseguindo derrubá-lo no chão e fiz o mesmo com o segundo que se aproximava. O terceiro ficou por conta de Rick; que apareceu como mágica onde estávamos e logo atirou com extrema rapidez também e logo correu para ajudar Deanna. Carl também apareceu logo em seguida.

—Michonne! –O ouvi gritar me virei para frente e vi Michonne matar vários dos mortos com sua katana liberando caminho para todos nós. Ela matou mais alguns e então correu para ajudar Rick a carregar a líder de Alexandria que parecia ter se ferido ao cair.

Continuei usando o pedaço velho de madeira para matar mais errantes, eu sei que em um momento como aquele em que estávamos ali não era hora para pensar nisso, mas, onde exatamente iríamos nos esconder? Passamos por várias casas, mas por alguma razão que era desconhecida por mim não paramos em nenhuma para nos esconder dos mortos que nos perseguia. E eu não sabia o motivo disso.

Senti uma leve dor em meu ombro no mesmo lugar em que havia levado o tiro; pelo amor de Deus não era hora dessas drogas de pontos terem aberto num momento como esse. Não agora!

David apareceu também para ajudar e trocou de lugar com o pai de Carl que assim que teve certeza de que ele segurava Deanna junto com Michonne começou a matar os mortos para também liberar nosso caminho até um lugar seguro. Senti Carl me puxar pela blusa indicando para que eu parasse e então vi Jessie parada na porta da sua casa fazendo sinal para que entrássemos também, não perdemos tempo e corremos até lá para assim nos esconder também e quem sabe até conseguir pensar no que fazer. Assim que entramos, Rick, Michonne e Jessie bloquearam a porta usando um de seus sofás colocando-o de pé e então empurrou a mesa de centro para reforçar o bloqueio da porta da casa de Jessie.

Eu estava ofegante, tudo aquilo me pegou desprevenida e eu nunca havia visto tanto errante junto ao mesmo tempo como estava vendo naquele momento. Na verdade eu fiquei realmente surpresa ao ver na quantidade quase absurda de errantes que haviam entrado; até onde eu sabia não havia mais do que três errantes por aí.

—Onde está Judith? —Rick perguntou olhando para Jessie completamente preocupado com sua filha.

—Ela está bem, estava com Carol na última vez que a vi.

Rick pareceu ficar um pouco mais aliviado que antes, porém sua preocupação agora se voltou para a situação atual em que estávamos no momento. Limpei meu rosto com as duas mãos sentindo meu coração bater rápido; até mais rápido quanto eu e Carl nos beijamos pela primeira vez.

—O que vamos fazer? –Perguntei erguendo as sobrancelhas assustada quando ouvi os errantes tentando entrar. –O sofá não vai segurar por muito tempo!

—Meu pai vai pensar em alguma coisa. –Ouvi Carl falar ao meu lado tentando me tranquilizar um pouco. –Ele vai consegui pensar em alguma para nos tirar daqui.

—É, se a gente não morrer antes disso. –Ron disse com ironia em sua voz enquanto nos olhava.

Virei meu rosto o olhando e vi que ele não parecia estar nem um pouco preocupado com o que estava acontecendo e se estava ele estava fazendo um bom trabalho não demonstrando isso para nós naquele momento. Notei que ele Carl trocavam um olhar como se um quisesse matar o outro, eu não sabia que tipo de briga existia entre eles dois, mas pelo modo como se olhavam como se fossem dois adultos era algo realmente muito preocupante.

...

Passou um longo tempo e parecia que havia mais errantes tentando entrar na casa de Jessie, eu e David estávamos sentados na escada olhando para a porta onde o sofá e a mesinha dr centro estavam, os grunhidos dos errantes que estavam do lado de fora da casa parecia ficar mais altos a cada segundo que passava e isso já estava me deixando ainda mais preocupada que antes; se não fizéssemos nada algo pior iria acontecer e eu não queria pensar que isso poderia mesmo acontecer naquele dia.

—Eu nunca vi tantos errantes assim. —Olhei para David, ele mantinha seu olhar focado na porta onde os mortos ainda tentavam entrar. —Isso não faz sentindo nenhum, não havia tantos deles para conseguir derrubar a torre.

—Alguma horda deve ter atraído eles pra cá. —Dei de ombros pensando um pouco nessa possibilidade. —Tem pontos cegos aqui, isso poderia ter acontecido a qualquer momento.

Houve um momento de silêncio entre nós dois.

—Ou alguém deve ter os atraído até aqui. —Falou fazendo com que eu o olhasse.

—O que quer dizer com isso? —Perguntei.

—Que isso já o faz o menor sentido, essa horda que entrou aqui...não pode ter vindo sozinha, não vou ignorar a possibilidade de que alguém deve ter feito isso. —Ele passou sua mão pelo rosto como se estivesse cansado. —Nem ignorar o fato de que aquele desgraçado que encontramos e que deixamos vivo quando fomos para o mercado pode ter nos seguido até aqui e tenha tramado isso.

—Você já está viajando David. —Falei num tom baixo. —Não acho que ele tenha feito isso.

Ele balançou a cabeça.

—Não sabe do que os homens do Negan são capazes de fazer Ayla, não podemos esquecer que os salvadores continuam por aí.

Ouvir a palavra salvadores fez com que eu sentisse um arrepio percorrer meu corpo todo.

—Não tem como esquecer isso, não sabendo do que pode acontecer se encontrarmos mais deles por aí. —Falei ainda o olhando. —Isso não da pra ignorar não.

...

Deanna havia sido mordida, isso foi tudo o que consegui ouvir enquanto Rick explicava com detalhes o que iríamos fazer para conseguir sair dali com segurança e sem ser notados pelos mortos; não vou dizer que o plano dele era ruim, claro que parecia uma total loucura nos disfarçar com os restos dos errantes e ir até o arsenal de armas. Não parecia loucura, isso era uma loucura.

—O caminho para o arsenal é longo, vamos precisar tomar cuidado enquanto estivermos lá fora.

—Tem certeza de que isso vai funcionar? –Jessie perguntou com um tom preocupado em sua voz.

—Eu e Glenn já fizemos isso antes e deu certo, claro que teremos que evitar chamar o máximo de atenção possível para nós ou eles irão nos pegar. –Rick nos olhou com calma. –Jessie, você tem alguns lençóis que podemos usar? Vamos precisar disso.

A mulher loira assentiu e então correu para o outro quarto onde talvez iria ter os lençóis que Rick disse que iríamos usar, eu ainda não conseguia acreditar no que iríamos fazer para conseguir escapar dali. Nos disfarçar de errantes? Isso era completamente novo para mim. Enquanto Jessie pegava os lençóis, Rick e Michonne se apressaram para pegar os dois errantes que iríamos usar para nos camuflar, David pareceu ficar um pouco desconfortável com o que iríamos fazer, porém ele não disse nenhuma palavra contra o plano de Rick; já que esse parecia ter sido o único plano que tínhamos no momento.

Michonne e Rick logo apareceram com os dois errantes que usaríamos e então o deitaram no chão e começaram a cortar o corpo de um deles, enquanto Michonne e Rick faziam isso Jessie nos entregou os lençóis e como o pai de Carl havia dito para fazermos, fizemos um buraco neles para poder passá-lo pelo nosso pescoço. Depois de poucos minutos, todos nós já estávamos vestidos com os lençóis de Jessie e agora só tínhamos que dar continuidade ao plano de Rick e começaram a nos cobrir com o sangue e tripas dos errantes mortos.

Carl, Ron e Michonne foram os primeiros a serem cobertos por tripas e sangue dos errantes que Rick havia pegado e agora seria a minha vez de ser coberta, Michonne pegou algumas tripas e as passou por todo o lençol que eu usava deixando-o mais sujo possível para que assim o cheiro dos mortos fosse mais forte que o meu. Ela então começou a passar sua mão por todo o lençol me deixando o mais suja possível.

O cheiro podre daquele morto me deixou um pouco enjoada e David parecia ter ficado um pouco mais preocupado que antes, ele já estava também já coberto pelos restos do errante e me olhava com um olhar preocupado como se não concordasse nem um pouco com aquilo que estávamos prestes a fazer. Porém essa era a nossa única chance de sair dali antes que os mortos conseguisse entrar, seria isso ou apenas esperar pela morte.

A decisão que foi tomada foi não esperar pela morte.

Depois de um tempo, todos nós já estávamos cobertos, o cheiro forte dos mortos logo impregnou todo o cômodo da casa de Jessie fazendo com que eu me sentisse enjoada novamente. David me deu uma de suas armas que ele tinha e a guardei no meu cinto.

Respirei fundo, tudo o que tínhamos que fazer agora era descer aquela escada e andar no meio daquele monte de errantes e torcer para que o plano de Rick desse certo; ou iríamos todos nós ferrar e morrer ali.

Devagar começamos a descer as escadas que nos levaria para a sala, me assustei quando vi a quantidade de errantes que haviam entrado e me esforcei ao máximo para me concentrar em apenas sair logo dali. Descemos em silêncio, assim como Rick havia dito para fazer, ele e Carl estavam na minha frente e quando começaram a se misturar com os outros mortos nada aconteceu. Respirei fundo novamente quando cheguei perto deles sentindo meu coração voltar a bater mais rápido que antes.

Eu nunca havia ficado tão próxima assim dos mortos como estava naquele momento e estar numa situação como aquela era de fato algo completamente novo para mim.

Assim que passamos da porta, paramos. A situação de Alexandria era ainda pior do que parecia, as ruas e estavam cheias de errantes e mais deles continuavam entrando por causa do grande vão que a torre fez quando caiu. Estávamos praticamente sem saída ali dentro.

Eu estava com medo, nunca havia feito nada daquele tipo antes e mesmo que havíamos conseguido passar pelos mortos que estavam dentro da casa, o caminho para o arsenal de armas era ainda maior. Com um caminho mais longo como aquele, tudo poderia acontecer e por mais que eu estivesse torcendo para que desse tudo certo, pensar na simples possibilidade de algo dar errado me causava calafrios por todo o meu corpo.

Senti alguém pegar minha mão e me assustei com aquilo, estava tão distraída com a grande horda de errantes que havia entrado que havia me esquecido completamente de que havia mais pessoas do meu lado. Olhei para Carl e ele fez um aceno mínimo com sua cabeça como se estivesse me dizendo que tudo iria ficar bem, sussurrei um Ok baixo o suficiente para que apenas ele me ouvisse e fiz o mesmo com Jessie. Segurei na sua mão a olhando por alguns segundos e vendo que ela também parecia nervosa com tudo aquilo, tentei sorrir para confortá-la e para me confortar também. Vai dar certo, Ayla! Falei comigo mesma enquanto respirava fundo uma terceira vez.

Começamos a andar novamente, Rick ia na frente seguido por Carl, atrás de mim estava Jessie com seus dois filhos Ron e Sam e logo atrás deles estava Michonne e David por último. Todos tentando ao máximo não fazer um único som para não chamar a atenção de nenhum errante ali.

Um errante veio na minha direção e começou a caminhar do meu lado, olhei de esgueira para ele notando que ele parecia ficar mais próximo de mim a cada passo, apertei a mão de Carl com força fazendo-o olhar para trás e acenei com a cabeça na direção do morto, ele me olhou e fez um não com sua cabeça para que eu não entrasse em pânico e logo apertou minha mão também. Fechei meus olhos e continuei andando, tentei pensar em qualquer outra coisa que pudesse me manter distraída, não queria pensar naquele errante caminhando ao meu lado e nem mesmo na possibilidade de dar alguma coisa errada por causa disso. Naquele momento tinha que manter minha mente o mais positiva possível. Mesmo que isso fosse um pouco mais complicado do que eu achava que seria.

—Mãe?

Abri meus olhos no segundo seguinte que ouvi a voz de Sam chamar por sua mãe, meu coração pareceu acelerar ainda mais quando ele tornou a chamá-la, dessa vez um pouco mais alto para que ela o escutasse. Virei minha cabeça o mínimo possível para conseguir olhá-lo e vi Sam quase ao lado de Jessie a olhando completamente assustado. Mas que porra ele está querendo fazer agora?

Ele tornou a chamar por ela e dessa vez vi Rick e Carl olhar para trás, Carl olhou para o lado e eu fiz o mesmo, alguns errantes começaram a se aproximar um pouco mais de nós por terem sido atraídos pela voz apavorada e alta de Sam. O filho do Rick soltou minha mão e na mesma hora a levei para a arma que Rick havia me dado antes de sairmos, continuamos caminhando dessa vez com um pouco mais de pressa e agora com um pequeno vão entre mim e Carl. Sam tornou a chamar sua mãe, dessa vez sua voz saiu um pouco mais alta que antes e quase num tom de choro.

Olhei para trás novamente e então me assustei ainda mais, vi vários errantes perto do menino o cercando e então, como se alguém o tivesse puxado ele caiu de costas para o chão olhando mais apavorado para a mãe enquanto os mortos se aproximavam dele. Tentei soltar minha mão dela e tudo o que consegui foi ser puxada para trás, acabei cambaleando um pouco esbarrando em um errante que estava atrás de mim e quando senti suas mãos sobre meus ombros usei meu corpo para empurrá-lo e conseguir me livrar dele.

Jessie soltou um grito realmente alto chamando por Rick e fazendo com que eu levasse um susto com aquilo, ela ainda segurava minha mão com força e não parecia estar disposta a me soltar tão cedo. Olhei para frente vendo o que estava acontecendo e me desesperei, vi Sam gritar novamente pela mãe pedindo por ajuda e então vários errantes se jogaram sobre ele deixando apenas sua mão visível, o som alto dos gritos dele foram algo totalmente assustador de se ouvir. Eu não sabia bem o que fazer, Jessie ainda me segurava pela mão como se me puxasse cada vez mais para trás enquanto seu outro filho apenas olhava assustado para a cena do irmão mais novo sendo devorado pelos mortos.

Ouvi um disparo perto de mim e foi então que tudo conseguiu ficar ainda pior que antes.

Jessie começou a matar alguns errantes ainda me segurando e gritou para que eu fizesse o mesmo para ajudar Sam, ouvi mais disparos e já entrando em desespero comecei a tentar me soltar de seu aperto forte em meu punho. Jessie era mais forte do que parecia e quanto mais eu tentava me soltar, ela parecia me segurar com mais firmeza como se não quisesse que eu conseguisse me soltar dela.

—Jessie me solta! –Gritei tentando me soltar dela, um errante se aproximou de mim e usei a faca que ela carregava para conseguir acertá-lo. A tirei com rapidez do seu cinto e então logo a cravei no crânio do errante fazendo-o cair no chão próximo ao nossos pés.–JESSIE ME SOLTA!

Tornei a gritar ouvindo minha própria voz sair mais desesperada do que eu achava que estava.

Jessie me puxou novamente e foi um pouco mais forte do que antes, perdi o equilíbrio e acabei caindo batendo minhas costas no chão duro abaixo de mim, ouvi alguém gritar meu nome e outra voz gritar por Jessie, não consegui identificar de quem eram aquelas vozes pois tudo pareceu muito confuso e o som dos grunhidos do mortos a minha volta pareceu apenas dificultar ainda mais isso. Dois errantes se jogaram sobre mim tentando me morder, tentei de forma desesperada pegar minha arma e quando a peguei os dois tiveram suas cabeças arrancadas de seus corpos podres graças a katana de Michonne.

Comecei a tentar desajeitadamente me levantar do chão e recebi a ajuda dela para conseguir fazer isso, destravei minha arma e atirei em um errante que se jogou na direção dela o matando com um tiro certeiro no meio da sua testa.

Eu já estava completamente ofegante naquele momento, havia muitos errantes a nossa volta e os gritos de desespero e os grunhidos emitidos pelos mortos estavam apenas deixando toda aquela situação ainda mais complicada. Depois de alguns segundos era completamente impossível conseguir pensar em alguma coisa ali no meio de tanto errante.

Nós duas abrimos caminho dando espaço para que o David passasse e ficasse perto de Carl, Rick já estava ao nosso lado usando seu machado para matar alguns errantes conseguindo abrir mais caminho. Me aproximei de Jessie e Ron que estavam quase sendo cercados pelos mortos e comecei a ajudá-los com a matança. A mãe de Sam e Ron ainda tentava de maneira inútil chegar ao filho mais novo e começou a matar todos os errantes que estavam em cima dele sem parecer perceber que Sam já estava morto.

Olhei para Ron desesperada e gritei para que ele me ajudasse a tirar ela dali, nos aproximamos de Jessie e matando alguns errantes que se aproximava de nós e começamos a tentar puxá-la tentando afastá-la de seu filho morto. Jessie parecia resistir e gritou para que nós a soltasse. Ron me olhou novamente sem saber o que iria fazer, matei mais dois errantes e me virei novamente para Jessie a segurando pelos ombros.

—Jessie ele morreu! –Gritei enquanto tentava puxá-la para longe do corpo morto e dilacerado de Sam. –Jessie vamos sair daqui, por favor!

A mãe de Ron e Sam chorava desesperada por causa do filho morto, gritei novamente pelo nome dela conseguindo finamente chamar sua atenção. Jessie me olhou com os olhos carregados de lágrimas por causa da sua perda e parecia completamente agitada, ela me olhou parecendo não me reconhecer por alguns segundos até que pareceu voltar a si.

—Vamos sair daqui logo! –Repeti recarregando minha arma. –Vamos!

Jessie segurou minha mão e assim que começamos a correr ouvi ela gritar novamente, dessa vez um grito quase igual ao de Sam; desesperado e quase agoniado como se ela estivesse sentindo dor. Ela apertou minha mão com quase a mesma força que antes puxando meu braço para trás me fazendo recuar abruptamente, quando me virei vi pelo menos dois errantes em cima dela com suas bocas fincadas em seu ombro e costas. Ela ainda parecia consciente do que estava fazendo, gritou meu nome pelo menos duas vezes enquanto estava sendo devorada por eles bem na minha frente.

Seu aperto pareceu ficar ainda mais forte que antes, meu coração começou a disparar, dessa vez numa velocidade tão impossível que eu pensei que iria saltar do meu peito ali mesmo. Eu já estava tomada pelo desespero, não sabia direito o que iria fazer para conseguir me soltar dela, tentei puxar meu braço para mim, porém quando o fiz ela pareceu começar a me puxar para si. Jessie fez isso exatamente três vezes conseguindo fazer com que eu perdesse o equilíbrio nessas três vezes, por sorte eu não cai, porém eu já estava ficando muito perto de onde ela estava.

—Jessie! –Gritei puxando meu braço novamente. –JESSIE NÃO!

A mulher loira me puxou outra vez conseguindo puxar uma parte do lençol que me mantinha camuflada no meio dos mortos, o lençol não saiu do meu corpo, mesmo ela puxando ele novamente consegui me manter firme e recuar para trás tentando ao máximo escapar dela. Jessie não estava querendo me soltar e eu percebi isso quando suas unhas começaram a arranhar o braço que ela segurava. A dor no meu ombro já nem parecia me incomodar mais naquele momento, sentir as unhas de Jessie arranhar meu braço parecia estar doendo mais.

A mãe de Ron gritou outra vez quando uma parte do seu ombro foi arrancada por um dos errantes que estavam em cima dela, arregalei meus olhos assustada e vi que não tinha mais jeito; ela iria morrer ali e estava me puxando para ser morta também. Fechei meus olhos por poucos segundos e quando os abri tudo pareceu acontecer em câmera lenta, Rick já estava parado quase ao meu lado com seu machado no alto e como se tudo ainda estivesse em câmera lenta sua lâmina foi descendo até o braço de Jessie e então quando ele o cortou tudo pareceu voltar ao normal.

Jessie gritou ainda mais alto quando teve seu braço cortado de modo brutal e quando os errantes a puxaram para o chão terminado de matá-la seus gritos já não eram mais ouvidos. Eu olhei assustada para aquela cena, era como se eu estivesse em choque por ter visto algo como aquilo e talvez eu realmente estivesse. Ouvia com clareza os grunhidos dos mortos a nossa volta e a voz de Rick chamando meu nome diversas vezes pareceu ficar cada vez mais distante.

Fui tirada do transe quando senti como se estivesse sendo sacudida e então voltei ao meu estado normal de antes, Rick estava ao meu lado e usava o machado para matar os errantes que se aproximavam de nós, usei minha arma para matar o maior número de mortos até que ela ficou sem munição. A joguei no chão e me mantive o mais próxima dele e continuei correndo até que nos aproximamos do outros.

Ron nos olhou por um tempo parecendo estar com raiva, ele agora chorava de forma silenciosa pelo que havia acontecido e de certa forma eu não o culpava; era difícil perder o irmão mais novo e logo em seguida sua mãe.

Rick me entregou outra arma gritando para que continuássemos em posição e continuar seguindo caminho até o arsenal de armas; que agora parecia estar mais distante que antes. Michonne e David estavam ainda seguindo na nossa frente mantendo Carlprotegido de alguns errantes que caminhavam ao seu lado.


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