Hell on us escrita por Sami


Capítulo 44
Era tudo minha culpa


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo galerinha!

Já vou avisando que como eu estou de mudanças aqui em casa eu vou acabar ficando sem internet por uns dias ou semanas e não sei quando vou poder postar capítulos novos, mas assim que eu voltar já vou estar com pelo menos três novos capítulos prontos para serem postados. E digo isso também caso eu demore para responder os comentários de vocês.



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[...]

À medida que continuávamos andando no meio de todos aqueles errantes, eu percebia com mais clareza o quanto eles haviam começado a ficar agitados, alguns se jogavam na nossa direção e por sorte eram mortos com rapidez; não podíamos chamar mais atenção do que já havíamos chamado antes.

Eu continuava muito abalada pelo que havia acontecido com Jessie, a cena dela sendo morta pelos errantes e de Rick cortando metade do seu braço fora para que ela me soltasse continuava na minha cabeça e quanto mais eu evitava pensar nisso mais aquelas cenas continuavam se repetindo na minha cabeça numa forma constante. Continuamos seguindo caminho até que um outro errante se jogou na nossa direção, Ron que ainda estava do meu lado recuou indo para trás e deixou que o errante viesse para cima de mim, usei meu braço livre para segurá-lo e logo atirei na sua cabeça conseguindo matá-lo com rapidez. Sem parar de andar olhei para Ron mostrando ao máximo a raiva que eu senti por ele ter feito aquilo e me virei para ver o caminho que eu seguia.

Por um segundo achei que tinha visto Carl sendo mordido, mas quando notei na lâmina da katana de Michonne partir a cabeça do errante que havia se aproximado dele ao meio suspirei aliviada em ver que havia sido apenas um breve momento de loucura da minha cabeça.

Continuamos andando, os errantes continuavam bastante agitados por causa dos acontecimentos recentes e precisávamos nos apressar para chegar logo no arsenal de armas antes que mais alguém fosse morto. Michonne e David continuaram abrindo, Carl passou a caminhar ao meu lado enquanto olhava preocupado para toda a situação em que Alexandria se encontrava no momento. Paramos de caminhar assim que ouvimos Rick pedir que fizessemos isso.

—Vamos mudar o plano, —Rick olhou diretamente para David. —David você pode levar Carl, Ayla e Ron para a igreja?

David apenas assentiu se aproximando de nós três nos olhando por alguns segundos e voltou a olhar para Rick.

—E vocês dois? —Perguntou um pouco preocupado. —Não vão precisar de ajuda para chegar até o arsenal?

—Vamos dar um jeito de conseguir. —Rick respondeu limpando a testa com as costas da mão. —Vocês vão para a igreja e só saiam quando tudo estiver realmente seguro, tem muitos deles aqui dentro e não podemos arriscar mais a vida de ninguém.

Enquanto dizia, Ron olhou para Rick com mais fúria e depois me olhou da mesma forma, me senti um pouco intimidada com aquele olhar e por um segundo senti um pouco de medo por estar recebendo aquele olhar dele.

David se aproximou de Carl e começou a caminhar ao lado dele, Ron continuava um pouco próximo de mim e assim que notou que eu já havia começado a andar ele começou a fazer o mesmo.

Nós não podemos arriscar mais a vida de ninguém? —Ron repetiu a mesma coisa que Rick havia dito, só que com puro descaso e deboche em sua voz enquanto caminhava quase ao meu lado. —Ninguém pensou nisso quando deixaram minha mãe morrer!

Eu parei de andar e me virei para o lado olhando diretamente para Ron, reparei que ele estava segurando uma arma apontada para o chão e que a movia sem parar enquanto dizia aquilo.

—Ron fala baixo ou vai atrair eles pra cá! —Falei autoritária. —Vamos logo!

Ron começou a ficar agitado, seu rosto já estava molhado de suor quando ele começou a se aproximar um pouco mais de mim levantando sua arma na minha direção.

—Ron abaixa isso agora! –Gritei me virando para matar um errante que por muito pouco não o matou ali mesmo. –Precisamos continuar!

—Ron! —David gritou chamando a atenção tanto do filho mais velho de Jessie quanto de Rick e Michonne que já estavam numa boa distância de nós quatro.

O filho mais velho de Jessie começou a rir como um louco, sua mão que segurava a arma moveu-se outra vez e agora ele tinha a arma apontada na minha direção.

—Ela morreu por sua causa! –Gritou. —Você a deixou morrer!

Droga!

—Ron não faça isso! –David falou tentando se aproximar e assim que fez isso Ron apontou sua arma para ele também. –Abaixa isso e vamos continuar antes que mais alguém morra aqui!

Ron o olhou como se estivesse o desafiando e então voltou a rir.

—Não! –Respondeu. –Você não manda em mim seu merda!

Imediatamente tirei minha arma do cinto apontando-a para Ron, se ele atirasse ou fizesse menção de pensar em atirar em David eu não pensaria duas vezes em atirar nele também. Ele voltou a olhar na minha direção e assim que viu que eu também estava com minha arma apontada para ele começou a se aproximar de mim ainda rindo um pouco.

—Você vai me matar igual fez com a minha mãe? —Ele perguntou baixando seu tom de voz e me olhando com o mesmo olhar furioso de antes.

—Abaixa isso e vamos continuar seguindo até a igreja, ninguém precisa morrer Ron. —Falei baixo mantendo ao máximo minha voz firme. —Vamos logo.

—Ron vamos logo! —Dessa vez foi Carl a dizer.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro em negação ainda rindo um pouco, foi aí que tudo então pareceu acontecer rápido demais, quando dei por mim Ron já estava praticamente em cima de mim segurando meus braços deixando a arma apontada para a outra direção enquanto minha mão livre ficou do outro lado. Ron tentou me empurrar para alguns errantes e então sem querer senti meu dedo puxar o gatilho da arma disparando um tiro que me assustou completamente naquele momento. Tentei empurrá-lo de volta e quando senti ele apertar minha mão com mais firmeza ele tentou me empurrar outra vez, levei um susto quando vi a ponta da lâmina da katana de Michonne apareceu bem na minha frente.

Olhei para baixo e a vi atravessada no corpo de Ron e então ele imediatamente me soltou caindo no chão já sem vida, olhei espantada para aquilo sem conseguir acreditar que aquilo realmente aconteceu bem na minha frente.

—Você está bem? —Michonne perguntou rapidamente me olhando por alguns segundos antes de matar mais um errante que se aproximou de nós duas.

Balancei lentamente a cabeça fazendo um sim para ele e me virei venro Carl ao lado de David olhando com a cabeça baixa para o corpo de Ron, ele levantou a cabeça devagar nos olhando e foi nesse exato momento que eu senti tudo a minha volta desmoronar bem em cima de mim.

Meus olhos imediatamente se arregalaram assim que vi seu rosto, não! Aquilo não podia estar acontecendo! Não com ele! Não com Carl! Não como eu vi no meu sonho!

Carl se virou devagar nos olhando como se estivesse assustado e sussurrou um pai segundos antes de cair no chão desmaiado ou até...morto. Rick gritou em desespero ao vê-lo caído e imediatamente correu até ele mostrando seu completo desespero pelo que aconteceu colocando-o em seus braços. Eu precisei piscar várias vezes para conseguir acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, Carl levou um tiro no olho exatamente como havia acontecido no meu sonho.

O tiro que eu disparei acidentalmente. Pensei, era minha culpa! Eu dei um tiro em Carl!

—Ayla! Ayla! —Ouvi Michonne gritar pelo meu nome também desesperada, me virei completamente perdida no meio de tudo aquilo sentindo todo meu corpo ficar pesado; era como se houvesse alguma coisa ou até mesmo alguém me puxando. —Ayla vamos!

Despertada eu me dei conta de que ainda estávamos no meio de todos aqueles errantes que invadiram Alexandria, com Michonne e David praticamente me guiando para que eu fizesse exatamente o mesmo que eles dois. Estavam abrindo caminho para que Rick pudesse passar com Carl em seus braços até chegar na enfermaria de Alexandria.

Aquela matança toda já estava deixando meu braço dolorido, principalmente o que eu tinha os pontos porém, mesmo assim eu não parei, David não parou e Michonne também não parou em nenhum momento. O que importava agora era Carl, ele precisava chegar urgentemente na enfermaria e se parássemos de abrir caminho isso só iria piorar as coisas ainda mais.

Michonne, David e eu demos caminho para que Rick passasse por nós três enquanto ele subia os poucos degraus da varanda para finamente entrar na enfermaria de Denise. Entramos logo em seguida fechando a porta e ali dentro o caos só pareceu ficar ainda maior, Denise precisou da ajuda de Spencer e Aaron para colocar Carl na maca improvisada e enquanto isso eu só conseguia pensar no que acontecia com ele. Carl não podia morrer, não daquele jeito. Não! Não! Não! Não por minha causa!

David se aproximou de mim novamente tirando o lençol sujo com restos de errantes de mim o jogando em um canto qualquer enquanto eu mantinha meu olhar sobre Carl deitado na cama recendo os cuidados de Denise.

Ele não pode morrer! O Carl não! É minha culpa, é tudo minha culpa!

Ouvi minha própria voz gritar na minha mente enquanto via Rick sair da casa indo em direção ao lado de fora onde havia os milhares de errantes, Michonne gritava desesperada tentando fazê-lo parar e tudo o que conseguiu foi ser ignorada por ele. Corri até a janela tentando ver o que o pai de Carl iria fazer ali fora e então o vi começar a matar vários errantes de uma só vez.

—Meu Deus! —Aaron exclamou completamente espantado ao meu lado. —Precisamos ajudá-lo! Agora!

—O que? Você enlouqueceu? —Perguntou Spencer ainda um pouco assustado. —Eles são muitos! Vamos acabar sendo mortos lá fora!

—Se não ajudarmos Rick vai acabar morrendo também! —David pegou um facão e caminhou em direção à porta. —Esse lugar é a nossa casa, não podemos permitir que isso aconteça.

—Ele tem razão! —Concordou Aaron. —Nós precisamos ajudá-lo, agora!

Assim que os dois saíram eu olhei para a faca completamente suja que eu ainda segurava, eles estavam certos, se não ajudassemos Rick naquele momento ele poderia acabar sendo morto pelos milhares de mortos que estavam ali dentro. Nós tínhamos que ajudar ele. Voltei a olhar para onde Michonne estava e ela também já não se encontrava mais ali dentro, caminhei até onde Carl estava sendo tratado por Denise e me inclinei o suficiente para deixar minha boca próxima de seu ouvido, respirei fundo passando a minha mão livre pelo rosto dele com carinho.

—Sobreviva por mim xerifinho. —Sussurrei para que apenas ele me ouvisse naquele momento e então sai em disparada para o lado de fora da casa sendo seguida por Spencer que ainda parecia um pouco relutante quanto a isso.

Quando pisamos na calçada da enfermaria tivemos que ser rápidos em matar alguns errantes que se jogaram na nossa direção, por sorte Spencer havia me dado cobertura e matou dois que estavam atrás de mim. Nos aproximamos de Rick, Michonne, Aaron e David estavam e começamos a matar a maior quantidade de errantes que conseguíamos, ao me ver ali fora também David me lançou um olhar rápido como se não concordasse que eu estivesse ali fora também; mas naquele momento era preciso toda ajuda era necessária.

Não demorou muito para que mais moradores aparecessem também, entre eles Glenn, Maggie, Tara e outros que imediatamente começaram a ajudar a matar aquela horda de mortos impedindo que ela tomasse conta de toda Alexandria. Mais pessoas apareceram, até mesmo as que estavam mais cedo aprendendo a se proteger e até Padre Gabriel estava lá nos ajudando também com os errantes. Meu ombro já estava doendo um pouco mais por causa de todo aquele esforço que eu estava fazendo para matar os errantes, o movimento repetindo que eu estava fazendo já estava deixando-o dolorido e era bem provável que os pontos já estavam abertos, mas naquele momento isso não tinha tanta importância assim, tínhamos que limpar Alexandria dos errantes e era isso o que estávamos todos fazendo ali. Todos se ajudando para manter o lugar seguro e livre dessa praga que havia invadido o lugar que Deanna tanto batalhou para manter de pé. Nenhum de nós por um momento sequer parou, continuamos nos livrando daquela horda imensa que havia entrado até anoitecer, até matarmos o último errante que estava de pé.

Assim que o último errante foi morto todos se olharam, cansados, sujos com o sangue que havia espirrado enquanto estávamos matando eles, olhei para o chão onde havia vários corpos caídos. A rua de Alexandria estava completamente cheia de errantes mortos, limpei minha testa completamente suada e senti novamente a dor em meu ombro assim que movi meu braço, afastei um pouco a blusa para olhar melhor a situação dos pontos e como eu havia previsto, iria precisar de pontos novos.

Vi um pouco de sangue cobrir todo o local onde eu havia levado o tiro e apesar de sentir um pouco de dor, eu não fiquei incomodada nem um pouco com ela. Meus pensamentos estavam focados em apenas uma única pessoa naquele momento; Carl.

Respirei fundo, me sentindo completamente culpada pelo que havia acontecido com ele, até porque era realmente minha culpa. Eu havia disparado, o tiro que ele levou veio da arma que eu estava usando. Eu fiz aquilo com ele.

E se ele morresse por causa disso? E se ele morresse por minha causa? Meu Deus! Eu jamais me perdoaria por causa disso.

—Hey. —Ergui o rosto vendo David se aproximar de mim, ele estava completamente sujo de sangue naquele momento. —Tudo bem?

Não, eu não estou nada bem. Eu atirei em Carl e ele pode morrer por minha causa. Como eu posso ficar bem sabendo que isso pode acontecer? Eu não estou nem um pouco bem.

—Não. —Falei negando com a cabeça. —Ele... você viu...

David se aproximou um pouco mais e logo me abraçou na tentativa de conseguir me consolar, eu senti vontade de chorar mas assim que senti algumas lágrimas chegar fechei meus olhos com força tentando afastá-las e até que isso acabou dando um pouco certo. Eu não comecei a chorar.

—O cowboy vai ficar bem, pirralha. —Ele falou com sua voz um pouco mais baixa. —Ele é duro na queda, vai dar tudo certo.

Me afastei um pouco dele o olhando por um tempo, David estava mais sujo do que eu achava e ao ter me abraçado acabou me sujando um pouco mais também. David continuou me olhando por mais um tempo, ele com com toda certeza havia percebido o quanto eu estava preocupada com o projeto de xerife; afinal levar um tiro no olho era algo realmente grave.

—Vamos, você precisar cuidar desse curativo antes que ele piore mais.

...

Denise ao ver que meus pontos haviam aberto não disse nada, ela apenas me olhou com um meio sorriso disfarçado em seu rosto e começou a cuidar novamente do meu ombro com o mesmo cuidado de sempre, enquanto recebia mais pontos olhei para todo o ambiente ali dentro vendo algumas pessoas sentadas no chão completamente cansadas e sujas também, Daryl parecia ter se machucado também e Rosita estava cuidando dele já que, Denise estava ocupada naquele momento.

Rick ainda não havia saído do quarto onde Carl estava, desde que havíamos terminado de limpar Alexandria de todos aqueles errantes a primeira coisa que ele fez foi correr para a enfermaria por causa de seu filho. Eu não sabia como Carl estava, quando perguntei para Denise sobre ele ela apenas disse que eu deveria perguntar isso para Rick e como ele ainda estava no quarto eu precisava esperar até que ele saísse para perguntar dele. Michonne também estava preocupada com o projeto de xerife, assim que Rick havia entrado no quarto ela não saiu por um minuto se quer da frente da porta.

Os minutos se passaram e depois de levar mais alguns pontos e ter toda a área onde o tiro me atingiu limpa, Rick finalmente saiu do quarto e deixou que eu fosse ver como Carl estava. Claro que enchi ele de desculpas por ter atirado em seu filho e mesmo ouvindo direto a mesma coisa 'não foi sua culpa' eu não conseguia parar de me sentir culpada por ter feito isso com ele. Ainda mais com Carl.

Rick me levou até o quarto onde Carl estava e abriu a porta devagar para não fazer muito barulho, a primeira coisa que vi foi seu chapéu de xerife sobre o pequeno criado mudo ao lado da cama, em seu rosto havia um enorme curativo que cobria todo seu olho direito. Ao olhar para Carl daquele jeito a culpa só me dominou outra vez, engoli seco dando dois passos para frente e vi que Carl parecia estar dormindo, ele respirava de forma calma e apesar de saber que aquele tiro havia sido por minha causa ver que ele parecia estar bem me deixou um pouco mais aliviada.

—Ele...ele vai ficar bem né? —Perguntei completamente preocupada com ele, virei meu rosto para Rick que continuava parado ao meu lado.

—Vai sim, —Falou balançando a cabeça lentamente olhando para Carl por alguns segundos e depois para mim. —Mas só vamos saber melhor quando ele acordar.

Mordi o lábio.

—Rick eu sinto muito mesmo por ter feito isso... eu juro que não queria atirar, ainda mais nele, mas foi tudo tão rápido quando eu vi tinha um monte de errante e o Ron... ele estava lá e aí...

—Ei ei ei, Ayla. Calma. —Ele colocou suas duas mãos sobre meu ombro fazendo eu parar de falar na mesma hora. —Pare de culpar por isso, o que aconteceu não foi sua culpa! Eu sei que você não queria atirar.

Respirei fundo outra vez olhando brevemente para Carl e voltei a olhar para Rick, eu sei que deveria parar de me culpar por isso, mas eu não conseguia. Por muito pouco Carl não morreu por causa daquele tiro e eu não sei como eu iria agir se isso tivesse acontecido com ele.

—Agora vamos, você precisa descansar um pouco. —Rick me guiou para fora do quarto. —Vai poder ver seu xerifinho quando quiser.

Eu virei meu rosto no mesmo segundo olhando-o já sentindo todo meu rosto esquentar e corar, Rick soltou um breve riso provavelmente ao ver a rapidez com que eu fiquei vermelha após ouvir aquilo. Era estranho demais saber que eu havia contado para ele sobre eu e Carl havíamos nos beijado e era mais estranho ainda saber que ele só ficou sabendo disso porque eu acabei contando isso para ele.

—Já vou pensando no milhão de desculpas que vou pedir a ele por ter atirado nele. —Falei virando meu rosto novamente para frente olhando a porta sendo aberta. —Acho que essa foi a pior merda que já fiz na minha vida até agora.

—Carl sabe que você não teve a intensão de atirar nele, Ayla. —Rick falou num tom compreensivo. —Precisa parar de se culpar tanto por isso, sabe muito bem que isso não foi sua culpa.

Balancei a cabeça.

—Eu sei disso, mas é que... Se ele tivesse... Você sabe, eu jamais iria conseguir me perdoar por isso. —Confessei voltando a olhá-lo novamente. —Eu sei que você deve estar cansado de ouvir isso, mas eu realmente me senti culpada por ter deixado Carl nesse estado.

—É eu sei disso, —Rick parou de caminhar ficando na frente da porta do quarto onde Carl estava. —mas eu quero que você pare de culpar por isso. Pense apenas no que realmente importa agora: ele está bem e está vivo. É nisso que você deveria pensar nesse momento, Ayla, Carl está bem e você não precisa ficar se remoendo por ter atirado nele. Ok?

Eu encarei Rick por um tempo, era incrível como ele e Carl possuíam aquele mesmo par de olhos incrivelmente azuis e belos e mesmo sendo Rick a me encarar naquele momento era possível ver um pouco do olhar de Carl em seus olhos.

—Ok. —Respondi suspirando enquanto sacudia minhas mãos.

Saí da enfermaria indo direto para casa, Rick estava certo ao dizer que eu precisava descansar um pouco depois do dia turbulento que tivemos ontem. Me sentia completamente esgotada, minhas mãos pareciam pesadas e até minhas pernas pareciam não aguentar mais o peso do meu corpo; sim, eu estava completamente exausta de ter matado tantos errantes. Eu precisava de um banho e quem sabe até uns dois dias de sono para conseguir me recuperar de tudo o que aconteceu no dia anterior que, não seria esquecido tão facilmente assim por ninguém dali.


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