Maternidade escrita por Xokiihs


Capítulo 8
Aniversariando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Quando eu era criança, não tinha muitos amigos. Eu tinha uma testa grande e as outras crianças riam de mim, o que me fez ficar tímida e com medo de me aproximar de outras pessoas. Por causa disso, eu nunca tive muitos aniversários; na verdade, a maioria dos meus aniversários foi em família, e quando não era em família, era com meus amigos no Ichiraku.

Sendo assim, eu não faço a mínima ideia de como fazer uma festa de aniversário para uma criança de um ano. Não sabia nem como começar a arrumação; e mesmo assim, eu daria uma festa para Sarada custe o que custar. E seria incrível.

Por isso fui para o melhor lugar possível para pesquisar coisas assim. A internet. Digitei na barra de pesquisas “como fazer aniversario de criança” e uma infinidade de opções apareceu. Me senti bem mais confiante. Coloquei no primeiro site, o que parecia mais confiável, e comecei a ler as ideias. O tal site dizia que a primeira coisa a se fazer era a decoração da festa. Dizia para encontrar o que a criança mais gostava e usar isso como o tema da festa.

Sarada, que completaria um ano no dia seguinte, já falava algumas palavras, como “mama”, “apu” quando queria água, “au au” quando via algum cachorro e “Bo” quando via Boruto – se Sasuke soubesse disso ficaria mortinho de ciúmes. Apesar disso, não conseguia pensar em nada que minha filha gostasse tanto a ponto de virar uma festa. Ela gostava de um desenho que passava na TV, que tinha uma porca rosa estranha, mas que deixava as crianças fissuradas. Também gostava de cachorros e gatinhos, e sempre que via um na rua queria sair correndo atrás para agarra-los; além disso, ela gostava das suas shurikens e seus bichinhos de pelúcia.

Dentre todas essas coisas, não consegui pensar em nada que pudesse servir de tema. Então resolvi que usaria tudo aquilo. Compraria balões cor-de-rosa, como a porca esquisita da TV, faria um bolo com um formato de cachorro, sabor morango (que era o seu preferido), e enfeitaria o resto da casa com seus bichinhos de pelúcia. Sorri feliz, anotando todas as ideias em um pedaço de papel. Depois de ver a decoração, fui ver a receita do bolo e como fazê-lo com um formato de cachorro. Não parecia muito complicado, por isso me animei. Com certeza faria um bolo digno dos deuses!

Quando terminei de ver tudo, olhei no relógio do computador e vi que ainda daria para passar na loja e comprar o que eu precisava para realizar minha primeira festa de aniversário.

Sai de fininho do hospital – tinha voltado a trabalhar há um mês atrás, quando a licença maternidade acabou. A movimentação não era grande, para falar a verdade a maioria dos médicos ficava o dia todo sem ter o que fazer, entediados. Com o fim da guerra, as missões mais difíceis, e que geralmente trazia shinobis feridos para o hospital, acabaram ficando raras; os jounins praticamente se matavam entre eles para conseguir uma missão decente que fosse, já que as missões rank- S que apareciam iam para os ANBUS, o que estava deixando Naruto de cabelos em pé.

Com isso, a única coisa que os médicos- nin curavam agora eram os aldeões doentes. Por isso não me importei muito em sair no meio do expediente, já que Shizune provavelmente estava cochilando em seu consultório. O hospital ficava bem no centro da vila, então não foi difícil achar a loja que vendia apetrechos para aniversários.

Comprei os balões cor-de-rosa, os ingredientes para o bolo, e também algumas balas que, decidi de última hora, seriam para as crianças. Depois passaria no mercado para comprar uns comes e bebes para os adultos. Assim que comprei, voltei para o hospital, percebendo a mesma falta de movimentação de antes, e larguei todas as sacolas com compras em minha sala.

~◊~

Quando meu tedioso turno no hospital acabou, aprontei-me para buscar minha filha na casa de meus pais; afinal, Sasuke deixara bem claro que não queria a filha numa creche cheia de “crianças piolhentas”, palavras dele mesmo. Meus velhos pais, que eram dois avós corujas, não se importavam nem um pouco em ficar com Sarada.

A noite acabara de cair, então as ruas de Konoha já estavam parcialmente cheias, pelas pessoas que ansiavam por ter uma noite divertida. Depois da guerra, as pessoas começaram a aproveitar mais a vida. Konoha, que antes era uma vila calma e pacifica, agora virou uma cidade agitada, com bares e pubs que abriam durante a noite, tal como restaurantes com diferentes tipos de culinária.

A casa de meus pais não era longe do hospital, então não precisei andar muito para chegar até lá. Eles ainda moravam no pequeno apartamento, o qual eu cresci, e eles amavam aquele lugar. E toda vez que eu ia lá, batia a nostalgia, e eu me lembrava dos primeiros dias na academia, aos quais eu ia cheia de ânimo e alegria. Agora vejam só, eu voltava lá para buscar minha filha, com o homem que eu sempre amei. Chegava a ser estranho como o tempo parecia ter passado voando.

Bati na porta, e não demorou para minha mãe abrir com Sarada nos braços. Minha filha, quando me viu, sorriu abertamente dizendo “mama” e se jogando nos meus braços. Minha mãe deu um gritinho de susto quando Sarada quase caiu de seus braços; sorte que eu já esperava por isso e já tinha a segurado. Abracei seu corpinho junto ao meu, dando um beijo em sua testa.

– Ah, Sakura! Achei que fosse chegar mais tarde. Ainda nem preparei o jantar. – Minha mãe disse, abrindo a porta para eu entrar. E eu o fiz, logico. Desde que comecei a deixar Sarada lá, quando ia busca-la acabava jantando lá mesmo. Afinal, fazer janta apenas para mim não tinha graça nenhuma.

– Não tem problema, mãe. Oi, pai. – Disse ao velho, que estava sentado no chão com vários brinquedos de Sarada ao seu redor.

– Ai! – Disse ele ao tentar se levantar do chão e não conseguir. Segurou nas costas, fazendo uma careta de dor. – Estou ficando velho mesmo. – resmungou, me fazendo rir. – Olá, querida. Como foi o trabalho?

Sentei-me no sofá, com Sarada mexendo nos meus cabelos.

– Ah, nada demais. O hospital anda parado pela falta de missões. Não que isso seja ruim, mas ‘tá todo mundo parado por lá. Chega a ser tedioso.

– E o Sasuke- kun? Mandou notícias? – Dessa vez minha mãe perguntou, falando da cozinha.

– Ainda não. – suspirei, deitando a cabeça no encosto do sofá e fechando os olhos. – Já faz um tempo que ele não manda nada, apenas o relatório das missões.

– Ele deve estar ocupado, querida. – disse meu pai, que sentara ao meu lado. Eu apenas assenti.

– Sim, eu sei.

E é verdade. Eu sabia que Sasuke estava ocupado, possivelmente passando por perigos, mas isso não me deixava menos chateada com a falta de comunicação entre nós. Antes eu tinha permissão de mandar mensagens para ele, para o celular, e ele via sempre que podia. Mas agora ele raramente respondia, pois não achava lugar para recarregar o celular. Ainda assim, ele podia pelo menos mandar uma cartinha, como nos velhos tempos, pelo seu falcão.

Jantei na casa dos meus pais e fui embora com Sarada logo depois. Minha filha já dormia em meus braços, e agradeci mentalmente a minha mãe por ter lhe dado banho. Quando cheguei em casa, coloquei Sarada no berço, tomei um banho e fui para a sala, pegando o telefone e ligando para minhas amigas.

Confirmei com todas a festinha de Sarada, e todas confirmaram que iriam. Sorrindo, fui fazer o bolo.

Sabe aquela frase “fácil falar, difícil fazer”? Se aplicava perfeitamente a minha situação. Fiz o bolo, com a massa branca sabor morango, e agora só faltava fazer o formato de cachorro. Acontece que era mais difícil do que parecia quando li no site, e agora eu estava desesperada. Como eu faria isso?

Respirei fundo, peguei a faca, e comecei a cortar. Primeiro fiz as orelhas, dois triângulos acima da cabeça. Deixei o rosto arredondado mesmo, e decidi que era melhor só fazer o desenho. E foi o que fiz. No final, sorri orgulhosa para mim mesma. Tinha ficado lindo!

Guardei na geladeira e fui dormir. O dia seguinte seria bem trabalhoso.

~◊~

A festa de Sarada seria a noite; a casa já estava toda arrumada, graças a minha animação que me fez acordar cedo e arrumar tudo. Comecei com a casa, já que teríamos visitas, teria que estar um brinco. Depois comecei com a decoração; soprei todos os balões cor-de-rosa e os prendi a parede em cachos. Até mesmo tentei fazer a cara da porca que Sarada gostava, mas acabou não dando muito certo. Depois, fui ao mercado com Sarada e comprei vários petiscos e bebidas que seriam servidos aos adultos. Quando tudo estava pronto, a tarde já estava acabando e eu corri para arrumar Sarada.

Ela estava linda com um vestido vermelho com babados brancos na barra, e um lacinho rosa no cabelo. Já eu estava o bagaço de tão cansada, mas ainda assim me arrumei da melhor forma possível. Coloquei um vestido vermelho e saltos pretos, passei um pouco de maquiagem e voilá! Estava tudo pronto.

A primeira a chegar, logico, foi Ino com Inojin e Sai. O loirinho, assim que viu os brinquedos espalhados pela casa, correu para brincar, tirando um olhar feio de Sarada, que detestava dividir seus brinquedos. Ela, que estava no meu colo, se impulsionou para o chão antes mesmo de Ino apertar suas bochechas gordinhas. Deixa-a ir correndo em direção a Inojin, e observei quando ela pegou sua shuriken de pelúcia com força da mão do menino, fazendo-o ficar emburrado.

– Tinha que ser filha de Sasuke mesmo. – virei-me para Ino, que tinha um sorriso de canto no rosto. – Como vai, testuda?

– Vou bem, porca. Sai. – cumprimentei meu ex- companheiro de time, que me deu um daqueles sorrisos falsos dele.

– Feiosa. – revirei os olhos, e apontei para o sofá, para eles se sentarem.

– Querem beber alguma coisa?

– Sakê. – disseram os dois juntos, o que eu achei estranho, mas dei de ombros e fui buscar a bebida para eles.

Quando voltava a campainha tocou novamente, mas dessa vez era Temari com Shikadai, se desculpando por Shikamaru dizendo que o mesmo não pode vir por causa do trabalho. Depois de Temari, Hinata e Naruto chegaram, com Boruto e um enorme embrulho de presente a tira colo, e assim que Sarada o viu, puxou seus cabelos, fazendo o loiro berrar e Hinata, sim Hinata, revirar os olhos.

– Escandaloso como o pai. – Murmurou, fazendo todos rir e deixando-a vermelha como um pimentão. Logo todos os meus convidados chegaram, o que me deixou imensamente feliz.

Observava Sarada junto com as outras crianças, brincando e se divertindo, as vezes brigando, mas tudo estava perfeitamente feliz. Meus amigos e eu conversávamos sobre a vida, sobre os planos para o futuro e o que achávamos de toda a calmaria. A maioria reclamou, dizendo que sentiam falta das missões e toda a adrenalina que a vida mansa não oferecia. Ainda assim, todos estavam bem felizes e satisfeitos.

– Vamos cantar parabéns! – gritei, e todos pegaram seus filhos e levaram para perto da mesa, onde eu colocaria o bolo. Pedi para minha mãe segurar Sarada, enquanto eu trazia o bolo. O que eu não esperava, porém, era todos os meus amigos rirem do bolo, que, segundo Naruto, parecia mais um porco inchado do que um cachorro. Dei-lhe um cascudo, tirando ainda mais risadas dos outros, e ajeitei Sarada de frente ao bolo.

Ela parecia não entender o propósito de tudo aquilo, pois até o seguinte momento tinha ficado brincando com as outras crianças; mas assim que assoprei as velas e todos começaram a cantar parabéns, ela logo começou a bater suas próprias palminhas, sem saber que os parabéns eram para ela.

– Com quem será que Sarada vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender se o Sasuke vai deixar! – Cantaram os meus queridos amigos, provavelmente meio altos pela bebida. Eu apenas ri, balançando a cabeça, e ajudei Sarada a soprar as velas.

Comemos o bolo, que logo descobrimos estar delicioso, apesar de feio, e curtimos mais um pouco a festa. Só acabou quando as crianças começaram a cair de sono, por causa do horário, e Sarada já dormia em meu colo. De um a um meus amigos foram embora, e eu fiquei em casa sozinha com Sarada.

Como ela já estava dormindo, tirei seu vestido da melhor forma que pude, para não acorda-la, e coloquei seu pijama. Depois de pô-la no berço, fui para a sala, tentar arrumar um pouco da bagunça já que estava sem sono.

Vi a pilha de presentes e comecei a abri-los. Sarada recebera vários brinquedos e roupinhas fofas, mas o que mais me chamou atenção foi o enorme urso que ela tinha ganho. Era uma panda que com certeza era maior que ela. Mas quando abri, fiquei bem surpresa ao ver uma carta colada no peito do urso.

“Parabéns, Sarada.

De seu pai, Uchiha Sasuke.”

Sorri e apertei a carta contra o meu peito, como se fosse uma forma de diminuir a saudade.

– Obrigada, querido. – Murmurei para o vazio e o silencio de minha casa, sorrindo sozinha imaginando o meu moreno.


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Notas finais do capítulo

Olá, queridxs! Como vão?
Eu estou ótima, super feliz com a evolução da fic. Todos os dias em venho no site para ler os comentários, que sempre alegram o meu dia. Além disso, também estamos cheias de acompanhamentos, então agradeço aos que leem escondidinhos haha
Bem, agora a fic vai começar a mostrar o crescimento de Sarada (como fazia antes,dã), então preparem-se para os pulos no tempo. Nossa mocinha já sabe andar e falar algumas palavras *-*
Como eu disse antes, as aparições de Sasuke também serão esporádicas, mas, porém, entretanto... é impossível deixar de menciona-lo, né?
Enfim, espero que gostem desse capítulo, e se gostarem me digam a opinião de vocês! O que acham que precisa ser melhorado, o que vocês gostariam de ver na fic, criticas, etc. Estou aberta a sugestões.
E por falar nisso, algumas pessoas ficaram curiosas sobre a tarde de Sakura e Sasuke (safadinhas) e pediram para eu escrever sobre isso. Por isso peço a opinião de vocês, o que acham? Escrevo sobre isso (em uma one-shot, logico, porque essa fic é LIVRE), ou não?
Obrigada a todos os comentários, fico muito feliz de verdade!
Beijos e até mais!