Maternidade escrita por Xokiihs


Capítulo 7
Surpreendendo


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Sasuke estava conosco há uma semana, exatamente. Infelizmente a estada dele aqui estava acabando, mas pelo menos eu e Sarada tivemos a chance de curtir ele um pouco. Até mesmo ela, que depois de um tempinho se derreteu aos braços do pai. E tudo começou no dia em que eu acordei de madrugada quando ela chorou, mas Sasuke quem foi atende-la. A principio ela ficou encarando ele, com o cenho franzido, enquanto ainda chorava. Depois que ela me viu, quis estender os braços em minha direção, mas eu disse para Sasuke chamar sua atenção.

E num momento de desespero, sem saber o que fazer, Sasuke fez uma careta. Parecia mais uma carranca, mas Sarada parou para observa-lo. Eu, que prendia a risada, disse para ele continuar, e quando ele o fez, fazendo Sarada rir. E Sasuke ficou simplesmente encantado. Parecia um menininho apaixonado, encarando a filha com aquela adoração que, eu sabia, eu também demonstrava. Afinal, era impossível não olhar para aquele pequeno ser e não ficar tão feliz por perceber que ela era nossa. Nós dois fizemos uma pessoa tão linda.

Bem, depois disso a relação dos dois foi crescendo até o ponto de Sarada deixa-lo dar comida em sua boca, coisa que até hoje apenas eu fiz. Mesmo assim não durou muito tempo, já que ela era teimosa demais e Sasuke não conseguia lidar com isso. Eu morri de rir internamente, já que o próprio Sasuke era teimoso como uma mula.

De qualquer forma, eu tentava deixá-los juntos o máximo que eu podia, como agora, que estava preparando o almoço. Da sala eu podia ouvir os murmúrios e gritinhos de Sarada, enquanto Sasuke brincava com ela. De vez em quando eu dava uma espiada para ver o que eles estavam fazendo. No momento, Sasuke estava sentado em frente a ela, com uma shuriken de pelúcia, tacando na parede. Ela olhava e logo depois imitava, só que com a força bem menor. Enquanto a de Sasuke batia na parede, a dela caia sobre os seus pés.

Ela encarava a pelúcia de Sasuke, a dela e fazia bico. Sasuke, por sua vez, sorria e passava a mão em sua cabeça, bagunçando levemente seus cabelos tão negros quanto os dele; eu achava tudo muito fofo e lindo, quase babava de emoção. Mas quando senti o cheiro da carne de porco caríssima, que eu comprei para essa ocasião especial, queimando, corri de volta para o fogão.

Quando finalmente o almoço estava pronto, chamei os dois amores da minha vida. Logo Sasuke apareceu com Sarada em seu colo, e eu sorri. Era engraçado como ela ficava pequena no colo do pai; mas bem que ela gostava, já que ela ficava mais alta do que eu quanto estava no colo dele.

– Está pronto! – eu disse animada, enquanto Sasuke colocava Sarada em sua cadeirinha. Logo ele se sentou, de um lado de Sarada, enquanto eu sentava no outro. E ela ficava na cabeceira da mesa.

– Por que não da comida para ela, Sasuke- kun? –perguntei, e sem esperar a resposta dele, entreguei a vasilha azul claro, cheia de bichinhos coloridos e uma papa alaranjada dentro. Ele anuiu, pegando a colher vermelha de plástico. Sarada o encarou com expectativa, já que ela adorava comer.

Vi Sasuke pegar um pouco da papinha e levar a sua boca, que minha filha prontamente abriu. Enquanto Sasuke a alimentava, aproveitei a chance de comer sem preocupações, já que por eu ter que cuidar de Sarada, geralmente almoçava 14hrs ou até mais, dependendo da manha dela.

Enquanto comia, observava meu marido sorrindo a cada vez que enfiava a colher na boca de Sarada. Como sempre, demorou um pouco para ela comer; como só tinha dois dentinhos na boca, ela demorava bastante para mastigar a comida, mesmo que fosse apenas uma papa. Quando acabou, entreguei sua mamadeira com um suco de melancia, que ela adorava.

– Pode comer agora, Sasuke- kun. – ele anuiu e começou a se servir. Enquanto isso, fui lavar as louças, já que Sarada estava entretida com a mamadeira.

Quando Sasuke acabou de comer e Sarada acabou de mamar, peguei-a no colo e fomos para a sala. Sentei no chão com Sarada em meu colo, e Sasuke se sentou à minha frente.

– Do que estavam brincando antes? – perguntei, encarando Sarada com um sorriso. Ela parece ter entendido, pois pegou uma das shurikens de pelúcia e me entregou. – Oh, de lançar shurikens? Que divertido.

Olhei sapeca para Sasuke, e taquei a shuriken em sua cara, o que fez Sarada rir com a cara de susto dele. Eu mesma soltei uma risada, enquanto o mesmo me fulminava com os olhos.

– Quer brincar é? – perguntou com aquela voz rouca, que mais arrancava arrepios do que risos, tacando a shuriken de volta em mim. Logico que não doeu nem um pouco quando bateu em minha testa e caiu, mas eu fiz uma reação exagerada para fazer Sarada rir. E deu certo. Minha menininha estava arreganhando as canjicas. Pisquei para Sasuke antes de tacar a shuriken nele novamente, acertando seu rosto. E assim começou uma guerrinha de shurikens entre nós dois, até Sarada pegar a shuriken de minha mão e tacar no rosto de Sasuke. Infelizmente a shuriken não chegou no rosto dele, mas mesmo assim ele fingiu que o tinha acertado e fez Sarada rir novamente. Ficamos assim até ela enjoar da brincadeira (o que demorou bastante).

Começamos a brincar de monstros depois. Sarada tinha quatro ursos de pelúcia - um urso, um dinossauro, um coelho rosa e um onigiri. Ela segurava dois enquanto eu e Sasuke segurávamos um, fazendo barulhos e mexendo os monstros. Ela nos olhava e imitava, tentando equilibrar o coelho, que era grande demais para suas pequenas mãos. O bichinho acabava sempre caindo, mas ela o pegava novamente e continuava a brincar.

Eu nem preciso dizer o quanto eu estava gostando daquele momento, não é? Aquele foi uma das poucas vezes, depois de anos junto com Sasuke, que eu o vira sorrir tanto e com tanta sinceridade.

Quando Sarada finalmente enjoou, jogou o coelho no chão, se apoiou no sofá e levantou. Ficamos olhando-a, enquanto ela forçava as pequenas pernas.

– Por que não tenta dar um passo, bebê? – perguntei, chamando-a com a mão. E para a minha surpresa, ela deu um passinho, ainda segurando no sofá. Sasuke me olhou, também surpreso, e logo eu comecei a incentiva-la a andar mais.

– Venha, mais um passinho.- fui me afastando disfarçadamente, e Sarada começou a vir em minha direção. Ainda desajeitada e sem equilíbrio, com as perninhas gordas tremendo um pouco; mas ela não desistia. Ela ainda segurava no sofá, o que estava lhe dando suporte. Mas sendo filha de quem era, e adorando um desafio, Sarada tirou as mãos do sofá, ficando em pé sem segurar em nada. Eu e Sasuke seguramos a respiração, encarando-a e esperando por sua próxima ação.

Ela deu um passo e caiu. Mesmo assim, bati palmas com alegria, e como um incentivo para ela. Olhei para Sasuke, franzindo o cenho e mandando ele fazer o mesmo.

– Uhul! Parabéns, Sarada! Muito bom! - eu ia dizendo, enquanto Sasuke só batia palmas com um sorriso leve. Vi ela sorrindo e levantando novamente, se apoiando no sofá. E novamente ela soltou o móvel, agora com mais confiança do que antes, e deu mais um passo. Conseguiu se manter de pé. Com isso, chamei-a de novo. E ela caiu.

Ficou fazendo isso várias vezes, até cansar e sentar no chão. No final das contas, ela tinha dado no máximo dois passos. Mas eu já estava radiante, pensando na possibilidade dela andar daqui a pouco tempo. Peguei-a em meu colo e a abracei, sentindo seu cheirinho de neném.

– Muito bem, querida. – eu disse, enquanto a apertava em meus braços. Não demorou muito para que ela reclamasse, já que não gostava muito de abraços, a não ser que ela os desse. Soltei-a, vendo ela bocejar e coçar os olhos.

– Acho que está com sono. – murmurou Sasuke, olhando interessado para Sarada. Eu assenti, pegando-a no colo.

– Sim, está na hora da soneca dela agora, não é Sarada? – em resposta ela apenas deitou em meu ombro, já caindo de sono. – Vamos, Sasuke-kun.

Fomos andando até o meu quarto, onde Sarada dormia. Deitei na grande cama de casal, e coloquei ela no meio, enquanto me deitava ao seu lado. Sasuke, que pela primeira vez a via dormindo durante a tarde, me olhou confuso.

– Bem, nós dormimos juntas as vezes, sabe? – eu disse, sorrindo e passando o dedo na ponte do nariz de Sarada, vendo-a fechar os olhos aos poucos. Me ajeitei melhor ao seu lado, vendo que ela já dormia, e coloquei uma mão sobre sua barriga, como a perfeita mãe protetora que eu era. Vi Sasuke se ajeitando na cama também, mas ele permaneceu sentado. O encarei, vendo seu cabelo cair sobre sua face, tampando um dos olhos, aquele com o rinnegan. Ele estava sereno, observando a única filha dormindo tranquilamente, sem nenhuma preocupação. Diferente de nós, que faríamos de tudo para protege-la contra tudo e todos.

De repente, ao vê-lo ali, tão perto de mim e de Sarada, me senti triste. Aquele gosto amargo de despedida e saudade já se fazia presente em minha boca, já que amanhã de manhã Sasuke partiria. Era muito injusto todos viverem em paz e felizes, cada um em sua casa com sua família, e Sasuke perder praticamente todas as experiências com a filha. Era injusto, mas necessário, afinal ele mesmo se prontificou a ir aquela missão, sendo o único a poder cumpri-la. Ainda assim, mesmo sabendo que ele fazia aquilo por nós, não diminuía a dor de não poder vê-lo todos os dias, acordar ao seu lado e lhe entregar o bento, para que ele fosse para uma missão rápida.

– O que está pensando? – ouvi sua voz, percebendo que ele me encarava com curiosidade. Eu apenas sorri, dando de ombros.

– Só estou feliz por estarmos todos juntos.- murmurei, virando os meus olhos para Sarada, que já dormia profundamente. – Ela é linda, não é?

Nem precisei olhar para saber que Sasuke sorria; mesmo assim eu quis olhar. Quis vê-lo sorrindo.

– Sim, fizemos um ótimo trabalho. – respondeu com o tom brincalhão, me fazendo rir levemente. Ficamos em silencio, nós dois observando nossa bebê dormindo tranquilamente.

– Sakura. – olhei para ele, vendo-o me encarar com aqueles olhos profundos demais, cheios de emoções que não transpareciam em sua bela face. – O que acha de outro?

Nem preciso dizer que fiquei vermelha como um pimentão, não é? Sentia minha face queimando, e me senti uma boba por estar envergonhada com uma pergunta daquelas. Aliás, foi uma pergunta daquelas que nos fez ter Sarada. Aquela pergunta nada inocente, que junto com o sorriso de canto me faziam perder a linha de pensamento. Respirei fundo, colocando o melhor sorriso no meu rosto.

– Acharia ótimo, querido.– ele sorriu e colocou a mão sobre a minha, ainda na barriga de Sarada.

– O que acha de fazermos isso agora? – fiquei vermelha novamente, mas não pude dizer não. Afinal, meu marido ainda era o cara mais bonito de Konoha, e ainda arrancava suspiros de todas as garotas. Peguei Sarada e a coloquei em seu berço, que ficava ao lado da cama. E antes que pudesse me dar conta, Sasuke já estava atrás de mim, me abraçando daquele jeito que só ele conseguia, e me fazendo fechar os olhos.

~~

Quando acordei, me sentindo revigorada e feliz, vi Sasuke ao meu lado, me abraçando pela cintura. Ele ainda dormia, sua face estava tranquila e sua respiração compassada. Seus cabelos caiam sobre o seu rosto, e sua boca estava entreaberta. Fiquei olhando-o, tentando guardar cada pedacinho daquele rosto em minha mente, para os dias de solidão que viriam. E agradeci aos céus por ter Sarada comigo, pois só tendo minha filha para aguentar vê-lo partir novamente, sem data para voltar.

Passei uma de minhas mãos sobre os fios negros, vendo ele se remexer um pouco, mas não acordou. Ouvi um resmungo atrás de mim e quando me virei, vi Sarada em pé no berço, coçando o olho.

Sorri, me levantando e me livrando do braço de Sasuke ao meu redor; peguei Sarada no colo, e já percebendo que sua fralda estava suja, fui em direção ao trocador, em seu quarto. Ela mexia em meus cabelos, já agitada às 5hrs da manhã.

– Alguém acordou animada, hn? – eu murmurei, colocando-a sobre o trocador. Troquei suas fraldas, passei o talco, e quando acabei fiquei encarando-a. Os olhos negros, tão parecidos com os dos pai, me encaravam com curiosidade; seu cenho foi franzindo e ela começou a se remexer no trocador, querendo encostar em meus cabelos. Sorri, sentindo um liquido quente molhando minha face. Nem tinha percebido que estava chorando, até sentir. Limpei minhas lagrimas rapidamente, percebendo Sarada querendo chorar também, ao me ver triste. Fiz uma careta, fazendo sua feição melhorar, e ela perder a cara de choro. Ri, vendo o quão simples a vida de um neném era. Eles não precisavam de muito para serem felizes, apenas precisavam de carinho e amor.

Fui para a cozinha, já recomposta, e comecei a preparar o desjejum, como sempre fazia. Não demorou para Sasuke aparecer, já vestido com suas roupas de missão.

– Bom dia. – ele disse, e eu respondi. Coloquei o chá verde à sua frente, junto com uma vasilha com arroz, e me sentei. Já tinha dado uma banana amassada para Sarada. Comemos em silencio, até mesmo Sarada parecia sentir o clima pesado no ambiente. Ela apenas nos olhava, com os grandes olhos curiosos.

– Já está tudo pronto para a missão? – Perguntei, terminando de beber o meu chá. Ele assentiu, comendo um pouco do arroz. Não falamos mais nada depois disso.

Lavei a vasilha lentamente, querendo prolongar ao máximo o ato. Sabia que logo que terminasse, Sasuke me chamaria e nós iriamos até o portão da vila, onde, novamente, nos despediríamos. Tentei me concentrar nos objetos em minha mão, tentando esquecer daquilo.

Ouvi a voz de Sarada balbuciando alguma coisa, e me virei olhando-a com olhos arregalados.

– Ma- ma- ma. – ela dizia, no colo de Sasuke, apontando para mim. Pisquei várias vezes, ainda sem entender o que tinha acontecido. Sasuke, por sua vez, sorria para mim, orgulhoso por sua filha ter dito as primeiras palavras em sua presença.

Senti meu corpo derreter, e meus olhos encherem de lagrimas, enquanto eu os observava. Naquele momento, eu já não conseguia me controlar, e cheguei até a soluçar. Sasuke me olhou preocupado, mas logo relaxou ao me ver sorrindo mesmo dentre tantas lagrimas.

– Eu não acredito! Você falou... – eu disse, com a mão sobre minha boca. Sarada também sorria sapeca, como se tivesse planejado tudo aquilo. Continuei sorrindo e chorando, até Sasuke se levantar e vir em minha direção, entregando Sarada para mim, que veio sem pensar duas vezes, e nos abraçando com o único braço que tinha. Ficamos ali, abraçados, até Sarada se remexer, resmungando. Eu e Sasuke rimos.

Olhei para o meu marido com um sorriso bobo, e ele limpou as lagrimas do meu rosto.

– Temos que ir...- disse, encostando o dedo em minha testa. Percebi que ele também estava triste, e que para ele aquela separação poderia até ser pior. Eu tinha Sarada, mas ele estava sozinho. Eu assenti, ficando na ponta dos pés e dando um rápido e casto beijo nele, que ficou surpreso.

– Sim... temos que ir.- eu murmurei, sorrindo. E assim fomos andando, nós três, em direção a saída da vila. E apesar de toda a tristeza por termos que ser separados, eu estava feliz por ainda tê-lo comigo, por sermos uma família.

~~


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Notas finais do capítulo

SOMOS CANNON DE NOVO CARAMBA!
Ai gente, não consigo controlar as minhas emoções. Olá! hahah
Bem, mais um capitulo, em homenagem a familia mais sofredora de todas, a família Uchiha, e é claro minha querida Sakura, que merece mais do que ninguém uma família. Não sei se leram o Gaiden ainda, se não leram desculpem os spoilers hahaha. Mas eu estou tão feliz e tão triste ao mesmo tempo! Acabou de um jeito maravilhoso, com gostinho de quero mais, mas acabou :( A cada vez que penso que Naruto está cada vez mais proximo de acabar de vez, fico com o coração na mão. Mas sem depressão, afinal acabou do jeito que nós queríamos - apesar de não ter nenhum beijinho, né Kishimoto- sensei?!
Enfim gente, Sakura, como eu sempre soube, é a mãe verdadeira, e não é que eu acertei ao dizer que Karin ajudou no parto? Só não foi exatamente do mesmo jeito hahah.
Agora, vamos ao capitulo. Neste capitulo tiveram várias emoções: Sarada quase andando, Sarada falando, Sasuke indo embora, Sakura chorando... enfim, eu abusei, eu sei hahaha. Bem, Sasuke foi embora :( Sei que muitas de vocês queriam que ele ficasse mais, mas como o foco é na Sakura, e o Sasuke ainda está em missão, ele vai ficar longe por uns tempos. Mas logo ele volta hahah. Queria esclarecer uma coisa: eu fiz essa fic pensando na relação Sakura e Sarada, e também em Sakura sendo mãe de primeira viagem. Com isso, eu digo que pretendo sim levar a fic até quando Sarada estiver grande, só não vou dizer o quão grande para não estragar a surpresa. Só espero que não enjoem!
Como sempre gostaria de agradecer a todos que tiraram um momento em suas vidas para ler, comentar e até mesmo recomendar minha fic. Fico feliz com cada comentário que recebo!
Enfim, é isso! Vejo vocês no próximo capitulo.
Bjs