Maternidade escrita por Xokiihs


Capítulo 6
Bagunçando


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado as lindas Suyannamyta e Carol, que deixaram lindas recomendações para a fic. E também para mais uma vitória da comunidade LGBT! #Lovewins
Boa leitura :)



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Acordei no outro dia, as 5h30 da manhã, como sempre. Meu relógio biológico me impedia de dormir mais, e com o nascimento de Sarada fiquei ainda pior, já que ela acordava exatamente às 6h, todos os dias. Levantei-me, vendo que Sasuke ainda dormia, com o corpo largado na cama, seu único braço tapando seu rosto; sorri feliz por saber que o teria por alguns dias.

Quando sai do banheiro, depois de fazer minha higiene matinal e tomar um banho, vi que Sarada já estava acordada. Agora que estava com essa mania de se pendurar nas coisas, aprendeu que conseguia se manter de pé no berço, se fizesse esforço. E lá estava ela, me encarando com a feição de quem acabara de acordar de mal humor. Ri indo em sua direção.

– Bom dia, querida. – murmurei, pegando-a no colo e dando um beijo estalado em sua testa. Ela, por sua vez, me apertou, reclamando um pouco no meu ouvido. Funguei, sentindo o cheiro de xixi vindo dela. – Parece que alguém fez xixi na cama, né?

Fui em direção ao seu trocador, que ficava em seu quarto (ela dormia no meu, já que eu ficava sozinha a maior parte do tempo). O quarto rosa bebê era decorado com várias coisas de menina, e também tinha bonecas, carrinhos, kunais e shurikens de pelúcia, e alguns ursinhos. Já tinha até mesmo uma cama, para quando ela fosse grande o suficiente. Podem me chamar de exagerada, mas sou mãe de primeira viagem. Quando fui comprar os moveis para o quarto dela, quis comprar quase tudo que via. Gastei boa parte de meu salário do hospital com todas aquelas coisas.

Em um dos cantos do quarto tinha o trocador, encostado na parede. No próprio móvel tinha gavetas cheias de fralda, talco e pomadas para assadura, dentre outros. Deitei Sarada lá, tirando seu pijama de pandinhas.

– Uau hein, mocinha. Hoje você caprichou. – exclamei, vendo não só xixi, como coco na fralda. Fiquei com pena dela, pois ficou um bom tempo suja já que não acordou a noite. – Humm, que fedor. – eu disse, fazendo uma careta e tampando o nariz; Sarada soltou uma risada, enquanto esticava os braços para cima, tentando pegar os meus cabelos. Abaixei dando uma fungada no pescoço dela, e fiz careta de novo. – Acho que alguém precisa de um banho, hein?

Limpei o máximo que pude com a fralda e alguns lenços umedecidos, e levei-a direto para o banheiro. Ela ria enquanto eu corria pela casa com ela nos meus braços, peladona.

Coloquei a água quente na banheira, peguei seu shampoo, sabonete e seus bichinhos, e comecei a lhe dar banho. Já disse que minha filha adora água? Ela ama ver o movimento e ouvir os sons que a água faz. Além de, claro, poder fazer bagunça, o que sempre me fazia ficar ensopada no fim.

Donguri korokoro donburiko,¹ - Sarada me olhou sorrindo quando comecei a cantar a música que ela adorava. Era sua música de banho, e a mesma que minha mãe costumava cantar para mim. - Oike ni hamatte saa taihen.

Bem, como Sarada amava banhos, sair deles era uma complicação. Ela sempre chorava e esperneava, e eu tinha que fazer palhaçadas para que ela parasse de chorar para rir. Essa é a vida de mãe. Depois que ela estava suficientemente limpa, tirei-a da água, e não deu um minuto para ela começar a chorar.

– Querida, nós temos que tomar café da manhã. E depois vamos ao parque, esqueceu? Você vai ver o Inojin- chan, o Boruto- kun, a Chou Chou- chan e o Shikadai- chan. – eu dizia enquanto a levava para o quarto, enrolada em uma manta. Ela ainda resmungava, mas pelo menos parou de chorar.

Já no quarto, coloquei um conjunto de short e blusa rosa, e calcei suas sandálias. Quando terminei de arruma-la, penteando seu cabelo, fomos para a cozinha. Ao passar pelo corredor, avistei Sasuke se remexendo, provavelmente acordando. Continuei o meu caminho com Sarada mexendo em meus cabelos, e fui até a cozinha preparar o café da manhã para minha família.

Coloquei Sarada sentada em sua cadeirinha, e me pus a preparar o chá, e suas frutas. Agora que estava mais grandinha, já tinha começado a comer coisas consistentes, além do leite. Comecei dando algumas sopas leves e frutas amassadas. Sua fruta preferida era a maçã, por isso comprava aos montes aqui para casa.

Eu estava me sentindo mais animada do que o normal. Saber que hoje era um dia especial, pois seria um dos poucos em que passaríamos juntos: eu, Sarada e Sasuke. Seria um dos nossos primeiros momentos em família, e eu aproveitaria ao máximo.

Ouvi um barulho e me virei para Sarada, que me olhava com o cenho franzido e um biquinho muito fofo. Sorri segurando a vontade de aperta-la e nunca mais larga-la. Mas não segurei a vontade de dar um beijo em sua testa avantajada, como a minha.

– Sua papinha já está saindo, apressada. Por acaso tem compromisso hoje, é? – disse em tom de brincadeira, e em resposta ela murmurou um “hum hum”. Ri e me virei para continuar descascando a maçã; quando acabei, com Sarada me observando atentamente, peguei uma colher e comecei a tirar a polpa da fruta e dar em sua boca. Prontamente ela abriu, já reconhecendo a colher pequena.

– Faz o bocão “Ahhh” – eu dizia, enquanto abria a minha própria boca. Dar comida para Sarada era um processo lento, já que as vezes ela recusava a abrir a boca, e eu tinha que fazer palhaçadas. Como agora, que ela me olhava com a boca fechada, como se estivesse esperando que eu fizesse alguma coisa. – Mas você é igual ao seu pai mesmo... teimosa igual. – eu murmurei, me lembrando daquele Sasuke mal- humorado que vivia franzindo o cenho e com um bico quando não conseguia o que queria.

– Eu ouvi isso. – me virei com um pulo para Sasuke, que tinha acabado de entrar na cozinha e tinha aquele sorriso de canto típico dele. Ele já estava vestido com suas roupas negras, com o símbolo Uchiha atrás, e os cabelos caindo sobre o rosto. Sentou-se ao meu lado na mesa, encarando a mim e a Sarada.

– Bom dia, Sasuke- kun. – eu disse, sorrindo levemente enquanto voltava a olhar para Sarada, que agora encarava Sasuke com curiosidade. – Às vezes ela se faz de difícil, só para me ver fazendo palhaçadas, não é? – chamei sua atenção, levando a colher em sua boca de novo. Dessa vez ela não relutou.

– Hn...ela é bem esperta. – ele disse, e eu o encarei com a sobrancelha arqueada.

Isso ela puxou de mim, claro. – dei uma risadinha ao ver a sua sobrancelha arqueada. Sarada, que era extremamente ciumenta, deu um resmungo, atraindo minha atenção para ela, e olhou feio para Sasuke, que soltou uma risada anasalada.

Parece que como castigo, ela resolveu não abrir a boca.

– Abre o bocão, querida. Ahhhh – eu disse, mas dessa vez ela virou o rosto, me fazendo suspirar. – Viu o que fez? – murmurei olhando feio para Sasuke, que me olhou confuso. – Abre a boquinha que o trenzinho está passando, fu fu!” falei imitando o trem, fazendo Sarada sorrir mostrando apenas dois dentinhos e abrir a boca.

Quando acabei de dar a comida de Sarada, o que demorou bastante tempo, tomei o meu próprio desjejum, junto com Sasuke, e depois nos arrumamos para sair.

– Hoje nós vamos ao parque, Sasuke- kun. Todos os dias de manhã vou com as meninas e as crianças, para eles brincarem e tomarem um sol. Se quiser passar lá depois de falar com Naruto... – eu sugeri, pegando a bolsa onde ficavam as coisas de Sarada como fralda, lenços, etc. Sasuke assentiu, calçando suas sandálias.

Saímos juntos de casa, e fomos andando, um ao lado do outro. Sasuke estava silencioso, como sempre, mas de vez em quando olhava para Sarada, vendo-a brincar com um patinho de borracha. Na rua, se antes todos encaravam a mim e a Sarada como se fossemos dois extraterrestres, agora encaravam ainda mais. Afinal, o famoso Uchiha Sasuke estava conosco, para completar a família mais comentada de toda Konoha.

Não que eu me importasse com isso, afinal eu conseguia ignora-los. Mas Sasuke nunca gostou de ser o centro das atenções, mesmo que tudo nele o ajudasse a receber os holofotes. Ele estava visivelmente incomodado ao meu lado, olhando para frente com o cenho franzido. Se ele soubesse o quanto aquela expressão o deixava assustador, ele pararia de fazer. Ou não.

Em um momento do caminho, tivemos que nos separar, já que o prédio do Hokage era de um lado e o parque do outro.

– Nos vemos mais tarde, Sasuke- kun. – eu disse sorrindo. Ele apenas assentiu, mas antes de sair deu um peteleco na minha testa, e sorriu de canto.

– Até mais, Sakura. – se virou para Sarada e sorriu, de forma discreta, em sua direção. Apesar do jeito comedido, eu sabia que ele queria agarra-la e apertar suas bochechas, mas um Uchiha não faria algo assim, não é? Além disso, Sarada ainda estava com aquela desconfiança, também herdada dele, por isso ele ainda não tinha tanto espaço para agir confortavelmente perto dela. Nossa garotinha era durona, e não se derretia facilmente por qualquer um.

Fui caminhando em direção ao parque, sorrindo ao sentir o sol matinal de verão, e o céu azul sem uma nuvem sequer.

– Ei, testuda! – me virei em direção de Ino, que vinha com Inojin em seus braços. Ela morava perto do parque, então sempre íamos juntas.

– Olá, porquinha. – eu respondi sorrindo, me virando para Inojin. – Olá porquinho júnior. – apertei seu narizinho, e o menino fez uma carranca.

– Tsc, não chame meu filho de porquinho. Eu não chamo Sarada de testudinha. – minha amiga loira reclamou, enquanto andávamos em direção ao parque.

– O que posso fazer se ele é exatamente como você, tirando a brancura do Sai? – alfinetei, dando um sorriso de canto quando ela revirou os olhos.

– E sorte da sua filha que é igual ao pai, se não herdaria a feiura da mãe. – dessa vez eu revirei os olhos, e ela sorriu.

Era sempre assim, mesmo agora sendo adultas e mães. Ino seria minha eterna amiga- rival, e por isso as provocações nunca seriam deixadas de lado.

Quando chegamos ao parque, senti Sarada se mexer animada ao meu lado, vendo seu lugar preferido de toda Konoha. Vimos ao longe, Karui, a esposa de Chouji, e Hinata conversando.

– Bom dia, gente. – eu disse, acenando para elas com minha mão livre. Sarada já se remexia querendo sair do meu colo. –Calma, Sarada. Você já vai brincar. – eu disse, enquanto as duas a minha frente sorriam.

– Bom dia, Sakura. – disse Hinata, que agora tinha os cabelos mais curtos e estava menos tímida. – Leve-a para brincar na areia, Boruto já está lá com Chou Chou.

– Ah, sim. Já volto. – eu disse, vendo Ino já deixando Inojin junto com os outros dois, e vindo em minha direção com o rosto aliviado. Sarada quase se jogou do meu colo ao ver a caixa de areia, onde, além de Boruto e Chou Chou, outras crianças brincavam. – Boruto- kun, Chou Chou- chan. – disse sorrindo para as crianças. Mas os outros dois nem me olharam, estavam muito entretidos com a areia e seus baldinhos.

Coloquei Sarada perto de Chou Chou, e longe de Boruto, já que os dois não se bicavam.

– Sarada, não coma areia, está bem? – Eu avisei, sabendo que ela comeria mesmo assim. Segui para a direção dos bancos, depois de dar uma última olhada nas crianças, e me sentei com minhas amigas.

Ficamos conversando por uns minutos, quando vi Sarada já comendo a areia. Sai correndo para tirar sua mão cheia de sua boca, e ela me olhou com uma carranca. Só que dessa vez eu também fiz uma carranca, e falei sério com ela. Depois voltei a conversar com as meninas. Todas falavam da vida em família, das saudades das missões, das crianças bagunceiras e que não nos deixavam dormir. Mas no fim, acabávamos olhando para nossos filhos com um olhar sonhador no rosto. Ninguém sabe o que é ser mãe, até de fato ser. Sentir na pele que você tem alguém super importante no mundo, que depende de você e que te ama, independente de seus erros ou problemas.

Mas é claro que também era difícil, principalmente no meu caso, que tinha que cuidar de minha filha sozinha. Minhas amigas tinham a ajuda de seus maridos, mas eu não podia depender do Sasuke, porque ele já estava fazendo um esforço muito grande para nos proteger. E eu sabia que se ele estava longe, é porque era necessário. Porém, eu gostaria que ele visse a filha crescer, e tivesse a oportunidade de se apaixonar por todos os mínimos detalhes de nossa vidinha. Era difícil também as pessoas julgando sem nem saber a verdade, falando que Sasuke não amava a família, e que não prestava. Um dia as pessoas agradeceriam a ele, e engoliriam as palavras.

Falando em meu marido, não é que ele apareceu no parque? Vi ele caminhando em minha direção, procurando com os olhos o paradeiro de sua filha. Até que conseguiu vê-la na areia, puxando os cabelos de Boruto, que tentava tirar a mão dela de cima de si. Vi ele dando um sorriso de canto, e depois virar o rosto para mim.

– Olha só, quem deu o ar das graças. – ouvi Ino dizer ao meu lado. – Sr. Uchiha gostosão Sasuke.

– Porca! Calada. – eu a repreendi, levantando e indo em sua direção. Sabia que ele se incomodaria em ficar entre as mulheres, sendo o anti-social que era.

– Sasuke- kun, não sabia que viria. – eu disse sorrindo, parando a sua frente. – Como foi a reunião?

– Normal... – ele deu de ombros, e eu entendi que ele não falaria sobre aquilo ali, no parque. Seus olhos novamente seguiram para Sarada, ainda brigando com Boruto, mas dessa vez por causa de um brinquedo. – Ela realmente não gosta dele, hn?

Soltei uma risada, assentindo.

– Mas quem sabe essa birra um dia se transforme em amor, não é? – prendi a risada ao vê-lo me olhar com os olhos arregalados. Eu apenas dei de ombros.

– Ficarei de olho nele. – ele disse, agora encarando o loirinho, que era a cópia de Naruto.

Eu apenas ri, revirando os olhos. Sarada que se cuidasse, pois não seria fácil arrumar namorados com um pai daqueles.


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Notas finais do capítulo

Olá gente!
Nossa, não sei nem por onde começar...
O ultimo capitulo recebeu em torno de 10 comentários, e a fic ainda recebeu duas recomendações. Sabem o que é isso? Com apenas um capitulo, haha. Nem preciso dizer que fiquei radiante né? Amei do fundo do meu coração.
Obrigada a todos que tiraram um tempinho para comentar, e aos que apenas viram a fic e estão acompanhando! Estou muito feliz mesmo!
Por causa disso, resolvi postar mais um capítulo. Como vocês sabem, a fic é voltada para Sakura, então o Sasuke não será o protagonista, mesmo que ele apareça as vezes. Bem, é isso. Espero que gostem do capítulo, e não deixem de ler a fic.
Beijos a todxs!
1- Aqui está a musica que a Sakura canta (https://www.youtube.com/watch?v=Y3cPq5vmXng)