Meu irmão? Ou meu Amor? escrita por Neko_kah


Capítulo 2
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Então, o segundo capítulo está aqui.
Espero que gostem, apesar de ser pequeno, ele é meio que uma sinopse para o terceiro.



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Ikuto tinha corrido, corrido muito, queria ficar o mais longe possível daquele lugar, daquele inferno.

Mesmo não sabendo o motivo, ele não queria morrer. Ele ás vezes quis morrer quando estava naquela casa, mas algo o impedia de se suicidar, algo em seu coração dizia que alguém precisaria dele ainda no futuro, sua irmã, talvez, isso ele não sabia... Mas isso, esse sentimento, o fez continuar vivo, aguentando aquele garoto e seu pai até conseguir fugir.

Ele estava livre, livre deles, livre das surras, da gritaria. Ikuto não gostava de ficar preso. Ele era um gato enjaulado naquela casa, e agora, era um gato de rua. Correndo pelas ruas, procurando comida. Não confiava em ninguém, sempre que via pessoas por perto tentava não ser notado. Nunca mais ele confiaria em alguém. Todos a sua volta, o traíram ou partiram, todos o machucaram. Passou sua pequena mão no bracelete. A única lembrança de Utau. De sua família. Uma lembrança já distante, um sonho.

"Aquilo existiu?" Ikuto sempre se perguntava.

Com nove anos, Ikuto sobrevivia nas ruas daquela enorme cidade, já se passara três dias desde a fuga, e a cada dia ficava mais difícil conseguir comida.

Era noite, uma noite fria. Naquele mar de sombras da cidade num beco qualquer estava Ikuto.

Via-se, sob a luz do luar, o menino agachado num canto. Ele estava tremendo e seu choro era quase inaudível. Sim, ele chorava, mas muito baixo para que ninguém o ouvisse e acabasse encontrando-o ali. Poderiam ser pessoas ruins. Poderia ser o homem mal.

Ele ouvia os carros passando na rua ali perto. Passavam rápidos, buzinando. Vez ou outra ouviam-se sirenes de carros de polícia à toda velocidade e Ikuto tinha esperanças de Tadase estar preso em uma delas.

Nas calçadas passavam pessoas, correndo ou olhando seus relógios sem parar. Se elas olhassem de relance para o lado ao passar pelo beco, poderiam vê-lo ali...

Chorando...

Sozinho.

As horas passavam, a escuridão aumentava. A luz de um poste piscava, acendia por alguns segundo e logo voltava a se apagar. A luz iluminava o garoto quando acesa e ele se encolhia mais.

Ele estava com uma calça Jeans muito suja e rasgada em seu joelho que sangrava. Sua blusa, antes branca, agora estava escurecida pelas sujeiras da cidade, pelas sujeiras daquela casa. As mangas eram curtas, o garoto abraçava-se tentando espantar o frio que sentia, mas de pouco adiantava. Ele estava descalço e tremendo. Com dores em todo o corpo, por causa das chicotadas que recebera diariamente.

Seus cabelos antes tão brilhantes e belos estavam compridos até o ombro cheios de nós e poeira. Seus olhos continham pequenas lágrimas cristalinas que teimavam em cair. Ele estava um pouco magro para seus 9 anos de idade. Estava já a três dias sem comer algo nutritivo, tudo o que achava eram sobras no lixo. Ele achava nojento, mas se não comesse iria morrer. E algo lhe impedia de morrer. Ou pelo menos de se matar.

Na verdade, ele já estava desistindo, ele não tinha motivos para viver, se voltasse para "casa" acabaria apanhando e não aguentava mais aquele homem desprezível e seu filho.

E ele teria morrido ali mesmo, mas, naquele momento em que ele ainda chorava e escondia seu rosto entre as pernas, passaram pela calçada ali perto...

Um homem. Uma mulher

E uma menina.

Eles, diferentes das outras pessoas que passavam, andavam sem pressa. Os dois adultos conversavam animadamente. Não eram más pessoas.

A menina os acompanhava andando ao lado deles, ela olhava para tudo, era curiosa mas não demonstrava, escondia essa personalidade. E não era de admirar que acabasse vendo o garoto ali.

Ela então, sem pensar, foi silenciosa até ele e ficou observando-o. O menino percebeu e olhou para cima com um pouco de medo e desconfiança para a garota, mas quando viu o rosto da menina, não conseguiu parar de olhá-la. Seu cabelo, estranho para ele, eram cor-de-rosa, um rosa muito bonito. Seus olhos caramelo o olhavam curiosos e sua boca abria-se num sorriso tímido para ele, um sorriso pelo qual ele achou adorável e que o fazia querer sorrir também. Mas não sorriu. Não podia confiar em estranhos. Finalmente conseguiu desviar o olhar da menina, tentou se levantar para sair dali logo, antes que os adultos ali perto o notassem. Mas a dor que ele teve foi tanta e sua fome também não ajudava, então simplesmente, começou a ver tudo girar e depois... escuridão.

Nesse meio tempo, os adultos tinham voltado e perceberam a menina olhando para um garoto no chão. Ele estava tentando se levantar, mas logo perceberam ele desmaiando. Sentiram vontade de ajudar, não podiam deixa-lo ali desmaiado, qualquer marginal que aparecesse ali poderia mata-lo, e não fizeram nada menos que isso. Então sem palavras, decidiram juntos levarem o menino para casa. Pegaram-no no colo e foram. A menina andava ao lado, apenas observando, muito curiosa, um pouco preocupada mas também feliz:

“Sempre quisera ter um irmão mais velho.”


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Amu fofa demais, mds.

Até a próxima



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