Meu irmão? Ou meu Amor? escrita por Neko_kah


Capítulo 1
O começo


Notas iniciais do capítulo

A fic é focada no nosso casal lindo Amu e Ikuto, mas temos um pouco de Kutau e Nagihima. ♥

Primeira fic no Nyah, voltando depois de dois anos de hiatos, então podem colocar os xingamentos em dia se precisarem, mas leiam a história mesmo assim.
Para quem já leu antes, há modificações nela, então por favor releiam.



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Tsukiyomi Ikuto. Um garoto de cabelos azul-marinhos, escuros como uma noite sem lua, Olhos de cor esmeralda brilhantes e muito perspectivos. Ikuto nasceu em uma família rica e muito boa, eram sempre muito unidos seus pais. Mas com apenas oito anos de idade, seus pais sofreram um acidente e Ikuto foi com sua irmã mais nova para um orfanato. Eles ficavam sempre juntos, os dois. Sempre unidos. Tudo para eles era diferente naquele lugar cheio de crianças. Ikuto sempre demonstrava ser forte por sua irmã Utau. Ela sentia muita falta dos pais e Ikuto também, mas ele não demonstrava pois sabia que isso não ajudaria em nada. Mesmo com oito anos de idade, Ikuto era muito esperto e inteligente. Ele queria o melhor para sua irmã, sem se importar com ele próprio. Ele nunca deixaria nada de ruim acontecer a ela. Nunca.

Utau sempre estava junto de Ikuto, os dois brincavam sempre sozinhos e eram considerados os mais bem-educados do orfanato. Utau tinha olhos cor de esmeralda, iguais aos de Ikuto, mas seus cabelos eram de um loiro muito bonito e reluzentes. Utau sempre usava seus cabelos amarrados em duas "chuquinhas", e ela tinha também dois braceletes, um em cada pulso do qual ela nunca tirava da cor de seus olhos. Uma lembrança de seus pais.

Num dia qualquer, Ikuto e Utau tinham começado a brincar de esconde-esconde. Ikuto começou a contar sorrindo enquanto Utau corria pelos corredores do orfanato para se esconder. Ikuto acabou a contagem e saiu correndo a procura dela. Saiu pelos corredores do orfanato tentando acha-la. Muitas crianças no caminho, nenhuma era Utau.

– Utauu, saia de onde estiver... Utauu – dizia ele num tom convidativo enquanto olhava ao seu redor, andando por vários corredores diferentes.

Ele foi andando e andando, quando, ao passar por uma porta entreaberta, ouviu vozes. Se ele tivesse visto a placa na portaria, saberia que esta era a sala de adoções.

Ikuto ficou ao lado da porta escutando...

– ... de até dez anos de idade, não quero mais velho do que isso – disse a 1ª voz, num tom gentil, era a voz de uma mulher.

– Ok, hunnmm... menino ou menina? – perguntou a 2ª voz que Ikuto reconheceu sendo a do diretor do orfanato.

– De preferência menino e dependendo das crianças posso escolher menina também. Mas quero apenas uma criança, uma bem educada por sinal, alegre, brincalhona e esperta. – falou a mulher dando uma risada gentil no final.

– Uhumm. Sim, sim, acho que tenho duas crianças perfeitas. São irmãos sabe? Posso mostra-las a você e poderá escolher uma delas – disse o diretor. Ikuto olhou pela brecha da porta e viu a mulher, ela parecia não ser má pessoa e tinha uma aura gentil ao seu redor. Era alta, bonita, com um cabelo ruivo longo, usava óculos e tinha ar de empresária. Viu também o diretor que ele conhecia a algum tempo. Um senhor de idade, cabelos um pouco brancos, usando óculos também, mas do tipo Tartaruga. Ele estava vestido com um terno cinza.

– Ó, seria maravilhoso, desde que meu filho m-morreu no parto eu quis adotar uma criança. Vou adorar escolher um dos dois pequeninos. Qual... Qual a idade deles? E o nome? – perguntou a mulher, com os olhos vermelhos ao lembrar do filho.,. mas com um sorriso simpático para o diretor.

– Ah sim, claro, Bem o menino se chama Ikuto e tem oito anos, acho que você gostará dele, já que sua preferência é para garotos. Bem e a menina se chama Utau e tem sete anos de idade, ela também é muito gentil, não tanto quanto o irmão por ser um pouco teimosa. Mas ainda assim, gentil. – disse o diretor para ela.

Ikuto ao ouvir isso saiu correndo dali. Ele não podia ser adotado, quer dizer, se ele fosse adotado Utau ficaria sozinha e ele não podia deixar isso acontecer, não. Ele não seria adotado e Utau seria feliz, teria uma família. Ikuto sorriu e pôs seu plano em prática, fingiu que nada tinha acontecido e voltou a procurar Utau. Logo o diretor os achou e disse para os dois irem até a sala dele. Eles foram.

Lá, Ikuto viu a mulher que também os viu. Ela olhou para Utau primeiro e deu um pequeno sorriso, mas ao ver Ikuto seu sorriso aumentou. Ikuto sabia que ela iria quere-lo. Mas ele não deixaria isso acontecer.

– Oi meninos – disse a mulher sorrindo para os dois, um sorriso muito gentil e.. bom.

– Oiiiii – disse Utau muito alegre como sempre estava. Ikuto não disse nada, seu plano estava começando.

– Diga oi Ikuto – disse o diretor atrás dele. Ikuto fingiu não ouvi-lo. Seu rosto estava sério.

– Olá vaca. – disse ele com uma raiva fingida. Utau o olhou como se não o conhecesse. A mulher abriu a boca para falar algo, mas a fechou.

– Ikuto, peça desculpas agora – disse o diretor num tom brincalhão, mas pouco amigável. Ikuto não disse, olhou para a mulher, para o diretor e mostrou a língua para os dois, depois saiu correndo para fora da sala.

Quieto. Tudo ficou quieto por um pequeno espaço de tempo.

– Desculpe pelo meu irmão – disse então, inesperadamente Utau, e tentou dar um sorriso alegre. Então saiu correndo atrás dele.

Ikuto se escondeu numa sala ao lado de sala de adoções e ao ouvir Utau correndo pelo corredor a procura dele, esperou alguns segundos e saiu. Foi na porta da sala de adoções. Se encostou na porta tentando ouvir alguma coisa. Tudo estava quieto, até...

–M-me desculpe pelo garoto, e-ele não é assim. – disse o diretor tentando explicar, mas sem convencer a ninguém.

– Ó, deixe, deixe. Existem crianças de todos os tipos, assim é que é. Bem então, já escolhi, vou ficar com a garotinha. Utau né? Gostei dela, ela é muito educadinha – disse a mulher num tom muito gentil.

– Ó, está bem então. Está bem, você vai leva-la hoje? – perguntou então o diretor para ela, já esquecendo-se do incidente anterior.

– Sim, sim, vou leva-la hoje sim, pode busca-la assim que eu acabar de assinar os papéis aqui e... – Ikuto não ouviu mais. Saiu correndo dali sorrindo. Seu plano havia dado certo. Ele estava feliz, Utau iria ficar protegida ele sabia que uma família era melhor do que um orfanato, mas... bem lá dentro, Ikuto também estava triste.

Logo Utau foi chamada com o aviso de que seria adotada. Ela ficou muito feliz. Mas quando soube que Ikuto não iria junto, sua felicidade pareceu desaparecer.

–Nii-san não quero ficar sozinha, nii-san, nii-san, não deixa eles levar eu, nii-san. – dizia ela entre lágrimas ao seu irmão mais velho.

– Utau vai ser melhor assim ta bom? Pode deixar que eu vou lá te visitar, ta? – disse ele tentando acalma-la.

– Mas nii-san, eu não quero. Não quero ficar sozinha lá sem você. – continuou ela ainda chorando.

– Você não vai ficar sozinha Utau. Eu sempre estarei com você. Aqui ó. – disse ele, apontando para o coração dela. – Não se preocupe ta? Vou la te ver. -

– Você promete? – perguntou ela ainda com algumas lágrimas.

– Eu prometo Utau. – disse ele então abraçando-a e deixando uma pequena e preciosa lágrima cair.

–Ikuto nii, isso é pra você, ó, não esqueça de mim, tah? – disse Utau tirando um de seus braceletes e dando-o para seu irmão.

– Obrigado Utau, agora vai, o diretor está te chamando, não se esqueça Utau, eu estou aqui no seu coração. Tchau. – disse Ikuto ao ver o diretor vindo pegar Utau.

– Tchau onii-san – disse a menina começando a chorar novamente.

Ikuto a viu desaparecendo num corredor e então tudo ficou diferente, Utau tinha ido e ele, ficado. Sozinho. Ikuto não chorou.

Os dias se passaram. Tudo estava mais quieto ali sem Utau. Os seus risos, seu falatório, suas canções na qual ela era muito boa. Tudo. Tudo se foi. Ele estava sozinho.

Então, um dia... um homem apareceu ali no orfanato. Um homem sombrio e de aparência pouco convidativa. Era alto, magro, do tipo rico, loiro, olhos negros. Com um rosto de poucos amigos. Ikuto o viu olhando todas as crianças dali. Uma a uma. Ele olhou Ikuto também. Com interesse. Depois de olhar todas, foi para a sala de adoções. Ikuto estava com um mal pressentimento. Não demorou para que ele voltasse acompanhado de perto pelo diretor, os dois vieram na direção de Ikuto.

– Ikuto você vai ser adotado – disse o diretor ao lado do homem que mostrava um belo sorriso no rosto, mas seus olhos eram frios. Pronto. Foi assim que Ikuto se foi do orfanato, e foi assim que ele chegou ao “cativeiro”.

Ele foi levado para uma casa de aparência rica. O homem não mais sorriu após sair do orfanato. Ao entrar o homem o olhou com desprezo.

– É o seguinte todo dia você irá limpar essa casa inteira, sem um pio, sem um choramingo, depois irá servir o meu filho no que ele quiser e quando ele quiser. Quando ele se cansar e manda-lo embora, vá para seu quarto. – disse ele rispidamente apontando então, para uma porta aberta que levava ao que parecia ser o porão.

Ikuto resistiu no início, o máximo que um garoto de oito anos podia resistir, mas como eu disse ele apenas tinha oito anos e contra um homem de mais ou menos quarenta, ele não tinha a mínima chance. Ikuto não sabia o que fazer, nunca tinha limpado uma casa. O homem brigou muito com ele, dava tapas em seu rosto e dizia gritando o que ele tinha que fazer. Ikuto não chorou, não na frente desse homem. Fez tudo o que pôde, tentando ao máximo não errar, os tapas eram fortes, a dor mais ainda. E então quando finalmente acabou, o homem, que Ikuto descobriu se chamar Akuma, levou o garoto aos empurrões até um quarto enorme, onde se encontrava um garoto de cabelos loiros e olhos de um vermelho anormais.

– Filho este é seu novo “amigo”, não faça igual aos outros dessa vez, estou cansado de adotar mais e mais cada vez que você quase mata um. – disse o pai mudando seu tom de voz estúpido para um gentil.

– Sim papai, vou maneirar um pouco mais com esse, além do que, ele tem uma cara engraçada – disse o garoto no mesmo tom gentil para o pai.

Ao olhar, Ikuto percebeu que o menino ali tinha sua idade, ou menos até, Ikuto podia dar conta dele. Ele foi empurrado para dentro do quarto pelo homem, que fechou a porta ao sair. Ikuto olhou para o garoto com um sorriso. Mesmo estando muito machucado por causa de Akuma, ele sabia que o garotinho não teria chance contra ele.

Ou não teria se ele não fizesse o que fez, O garoto assobiou e de um canto ao lado da cama um Rotweiler negro como o bréu levantou-se com ar preguiçoso e cara de poucos amigos, ele usava uma corrente de prata em seu pescoço, na qual o garoto loiro segurava a ponta.

– Esse é meu pequeno mascote Thorn, e ele vai ficar vigiando você, ou seja, não pense em fazer nada de errado. Se ele te ver tentando alguma coisa estranha, você estará morto. Ele só obedece a mim, Tadase, e não adianta tentar nenhuma gracinha, nem fazer amizade, já tentaram antes e bem, as marcas de sua mordida ainda podem ser vistas nos outros meninos... se você encontra-los. Haha. Vamos começar a diversão então – disse o garoto num tom superior e ameaçador.

Ikuto trancou seus pensamentos de fuga. Qualquer coisa que tenha pensado foi por água a baixo.

–Então... Que tal começar com uma limpza no meu quarto? Acho que você aprendeu a limpar não é? depois prepare um banho quente para mim e quando acabar, tire a blusa – disse o garoto com um sorrisinho malicioso brincando em seus lábios.

Ikuto limpou tudo, preparou o banho. Mas parou por aí. Tirar a blusa? Pra que?

–Thorn – disse então o garoto ao perceber Ikuto parado sem lhe obedecer a última ordem. – De pé.

Ikuto entendeu a deixa. " Não deve ser pior do que morrer por um cão assassino..."

Tirou sua blusa, jogando aos seus pés. E ao olhar para Tadase, percebeu um novo brinquedo em sua mão.

Um chicote.

- Hoje teremos uma aula Ikuto. Vou te ensinar sobre a dor. – disse Tadase se aproximando de Ikuto e alisando o chicote – Então, sabemos que a dor é uma sensação desagradável... causada por sensores nervosos da pele – continuou ao passar um dedo pelas costas de Ikuto. – E que ela pode ser classificada de acordo com o lugar e a intensidade. Fim da aula. – terminou ele começando a bater em Ikuto sem dó nem piedade. Ikuto caiu no chão, e tentou não chorar, não queria mostrar fraqueza para aquele garoto. Uma disputa pessoal cresceu em Ikuto enquanto a dor o dominava por completo. Ele não estava nesse lugar há um dia mas já queria acabar com Tadase, acabar com o cão, acabar com o homem.

O tempo passou, Ikuto já não diferenciava mais a dor da raiva, o garoto não se cansava, mas Ikuto não dava a ele a graça de seu sofrimento. Quando finalmente o garoto se entediou, mandou Ikuto embora, sem antes lhe lembrar que o outro dia chegaria logo. Ikuto saiu e foi para o porão, chegou lá e viu um quarto escuro, com caixas, entulhos, poeira, sujeira e num canto um colchão imundo jogado, sem travesseiros ou cobertas. Ikuto estava com fome, com sono, sangrando, dolorido demais para andar direito. Não demorou muito para desmaiar ali.

E assim foram os dias, Ikuto acordava, comia um pedaço de pão dormido e ia arrumar a casa, depois ia satisfazer Tadase, sem poder reclamar, sem poder pedir ajuda. Por fim lhe restava o porão. Ele tinha pesadelos todas as noites e nunca tinha descanso. Ikuto sempre procurava lembrar de todos os cantos da casa, de tudo ao seu redor. Tinha tentado fugir algumas vezes sem sucesso. Mas ia aprendendo com seus erros.

Então um ano depois, Ikuto viu sua chance. O garoto tinha ido para a escola, era o último dia de aula, ele não poderia faltar. Akuma tinha ido trabalhar. Trancou Ikuto no porão e deixou Thorn do lado de fora da casa, vigiando.

Ikuto então forçou a janela do porão que levava para uma abertura do lado de fora da casa, olhou ao redor para ver se Thorn estava ali, não viu nenhum cachorro. Ele rapidamente pulou da janela o mais silenciosamente que conseguiu correndo pela grama, chegou ao cercado da casa e já ia começar a subir, quando ouviu passos atrás dele. Olhou para trás e viu Thorn vindo em sua direção. Ikuto começou a subir pela cerca o mais rápido que pôde e por um milagre conseguiu a pular para o outro lado a tempo. Ikuto estava livre. Finalmente. Correu, correu o máximo que pôde para o mais longe que conseguiu. A felicidade lhe invadiu. Apesar do que teria pela frente, nada poderia ser pior do que aquela casa.

Mas então... para onde iria agora? Teria que aprender a viver nas ruas?


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Notas finais do capítulo

É isso. Por hoje.
Se gostarem deixem seus reviews, e me digam... devo continuar postando?

Obrigada por lerem até aqui.
Até mais.



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