Once Upon a Time escrita por Lucy G Salvatore


Capítulo 13
Meu amigo.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Muito obrigada por seus lindos comentários. Então, hoje é o tão esperado encontro dos dois (Coro de aleluia). Tenho que comunicar que posso (mas não significa que vou) atrasar algumas postagens :´( Farei o possível para deixar em dia, mas preciso que saibam que estou no terceiro ano (Ano de vestibular) e essa aprovação ainda não é válida. Ou seja, minha vida está meio corrida. Mas não se desesperem, porque se atrasar, será no máximo um dia! Enfim, espero que gostem do capítulo. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/620314/chapter/13

POV OLIVER

Entro no quarto e meu coração para ao olhar para o menino deitado na cama. Seus olhos antes direcionados para a televisão se conectam aos meus e me arrepio com a intensidade. Não tem como não ser meu filho. Seu cabelo é mais escuro que meu, mas seus olhos são idênticos. O formato do rosto e até a forma de franzir o cenho é semelhante. Fico na dúvida de como aborda-lo. Não sei até que ponto ele sabe sobre toda essa situação.

– Oi. – Cumprimenta simplesmente. - Tudo bem? – Connor pergunta depois de alguns segundos de silêncio. Assinto e sorrio nervoso. – Você é o Oliver, certo? – Me surpreendo com sua pergunta e assinto novamente. – Você não tem voz? – Pergunta e rio abertamente. É estranho eu estar tão nervoso, enquanto o menino que deveria estar assustado, está tranquilo.

– Sim, sou o Oliver. – O cumprimento com a mão. – Aperto forte. – Brinco e ele sorri. – O que está assistindo? – Olho para televisão e tento quebrar um pouco o clima tenso no ambiente.

– Jogo dos Yankees. – Dá os ombros. – Quer assistir? – Pergunta e aponta para a cadeira ao seu lado. Me sento ainda nervoso e impressionado com sua tranquilidade. Passo minhas mãos pelo jeans, secando o suor e solto o ar que nem percebia estar segurando. Ficamos alguns minutos assistindo à partida, até que o vejo me fitar curioso, pelo canto dos olhos. – Minha mãe falou que viria me visitar. – Solta e enfim olho para ele. – Não esperava que viesse hoje. Imagino que sua visita seja devido a minha internação repentina. – Finaliza enquanto me analisa dos pés a cabeça.

– Você é muito esperto. – Digo e ele ri com meu nervosismo. Uma enfermeira entra no quarto e nos interrompe.

– Connor, querido. – O chama. – Daqui a trinta minutos está na hora da sua medicação. – O menino revira os olhos e ela sorri fraco. – Não adianta fazer essa cara. Já sabe que preciso que você coma esse lanche para não passar mal. – Coloca a bandeja sobre a mesinha e acho graça da cara que o menino faz quando olha para comida.

– Hoje não tem gelatina? – Pergunta decepcionado e ela sorri, abaixa um pouco e retira de dentro do carrinho dois potes coloridos. Coloca-os sobre a mesa e o sorriso de Connor aumenta.

– Se alguém te perguntar, nunca estive aqui. – Pisca com o olho e deixa o quarto.

Fico observando-o comer até que ele estende um copo em minha direção.

– Quer meu suco? – Pergunta educado e agradeço com a cabeça. Como esse menino pode ser tão inteligente e maduro dessa forma? Um silêncio se instala no local. – Quer dizer que você é meu pai biológico. – Solta depois de alguns segundos e engasgo com o suco oferecido.

– Você sabe então. – Digo mais para mim do que para ele. O que será que Sandra contou para ele?

– Minha mãe me contou tudo há alguns meses, quando meu diagnóstico saiu e ela descobriu que não era compatível para doação. – Parece ler meus pensamentos. - Ela me contou sobre como se conheceram, como eram novos na época e completamente irresponsáveis. – Fala como um adulto. – Me contou como apareci nessa história e a decisão que ela tomou sozinha. Ela me falou sobre seu acidente de barco e em como você mudou depois de tudo o que passou. – Diz tranquilamente.

– O que você acha de toda essa situação? – Pergunto curioso. Quero que ele saiba que pode ser honesto comigo.

– No início fiquei triste. Mas depois entendi o motivo dela ter tomado essa decisão. Afinal, fez isso pelo meu bem. Não posso deixar que essa situação momentânea de insegurança supere o amor que tenho por ela e me prive de viver momentos melhores ao seu lado. – Ok, isso já é demais. Como isso é possível? Um menino de 10 anos ser tão maduro a ponto de me dar um sermão sem saber o que está acontecendo na minha vida.

– Me desculpe por isso. – Digo e ele franze o cenho. – Não deixaria ela tomar uma decisão dessas se soubesse que estava grávida. - Engulo seco. – Sei como é crescer em meio a algumas mentiras. – Ele permanece em silêncio e resolvo me abrir. – Minha família não era muito unida e só agora posso ver. Minha mãe sempre manipulou as pessoas, não por maldade. Para proteger aqueles que ela amava. Mesmo que para isso possa acabar magoando-as. – Ele parece entender o que digo e assente.

– E o seu pai? Como ele era? – Parece curioso.

– Meu pai era distante. – Mil imagens de meu pai surgem como lembranças. - Mas era capaz de qualquer coisa para nos manter juntos. – A imagem dele tirando sua vida naquele bote após o acidente me vem à mente e fecho os olhos com força afastando os pensamentos. – Eu os amava muito. - Ele sorri fraco e olha através da janela para Sandra e Bill do lado de fora.

– Minha mãe sempre foi forte e cuidou muito bem de mim. Não vou mentir que senti falta de ter um pai. – Solta e é como se levasse um soco na boca do estômago. – Até que o Bill apareceu e foi o encaixe perfeito. – Traz o olhar para mim. - Eu encontrei uma pessoa para me inspirar, servir de exemplo. – Suspira e encosta no colchão.

– Não quero que pense que vou ocupar o lugar de Bill. – Justifico e ele sorri.

– Você é uma boa pessoa, Oliver. – Solta e me surpreendo. – Não tem a obrigação de fazer isso. – Justifica e franzo o cenho. – Não é sua culpa estarmos afastados. – Lança um olhar reconfortante e me emociono com suas palavras. - O que acha de sermos amigos? – Pergunta cautelosamente, como se fosse capaz de negar.

– Eu acho ótimo! – Me recomponho desse momento sentimental.

– Legal! – Diz empolgado. – O que você faz? – Endireita-se na cama para prestar atenção.

– Sou vice-presidente da empresa de uma amiga. – Me contento em dizer.

– Amiga? – Sorri torto e não consigo conter uma gargalhada.

– É... Mais ou menos. - Maneio a cabeça. – Sou louco por ela. – Desabafo e uma gargalhada escapa de seus lábios, me fazendo rir também.

– Você gosta de esportes? – Pergunta animado e assinto.

– Beisebol e basquete são meus preferidos. - Penso em dizer que também gosto de tiro com arco, mas me contento com esses dois.

– Os meus também! - Rebate empolgado.

Continuamos nossa conversa tranquila e percebo o quanto Connor é curioso. Isso já estava parecendo um interrogatório em meio a tantas perguntas. A porta do quarto abre e é a enfermeira novamente.

– Desculpem a interrupção. – Diz olhando para mim. – Mas está na hora, Connor. – Suas feições mudam e ele estremece. – Quer que eu chame sua mãe? – A mulher pergunta e ele olha para mim.

– Você pode ficar comigo, Oliver? – Me surpreendo com a pergunta e posso ver através de seus olhos angustia e medo. Assinto e só entendo o motivo quando vejo o tamanho da agulha usada para aplicação do remédio. Sua mão envolve a minha e uma sensação maravilhosa me domina. O menino engole seco e aperta minha mão com força, enquanto a enfermeira aplica a injeção. Sinto pena por vê-lo ter que passar por isso. Mas fico feliz por estar ao seu lado.

– Prontinho. – A mulher sussurra e aos poucos sinto sua mão afrouxar minha. Para minha surpresa, ele ainda segura minha mão e volta a assistir à televisão como se minha presença ali fosse o suficiente. Alguns minutos passam e sinto sua mão se afrouxar de vez. Levo os olhos até o menino que dorme tranquilamente. Sorrio contemplado com a imagem. Connor me lembra muito a Felicity. A forma serena de lidar com as situações difíceis, sempre com um sorriso no rosto. A língua solta, o grande senso de humor e principalmente, o poder que ambos tem de me acalmar.

Saio do quarto depois de quase uma hora e resolvo procurar Sandra para conversar. Ando pelo corredor do hospital até que a encontro na cafeteria ao lado de Bill. Me aproximo e os dois parecem apreensivos. Sento na cadeira a sua frente.

– Como foi? – Pergunta rapidamente e sorrio com sua ansiedade. Agora sei quem Connor puxou.

– Foi ótimo. – Suspiro aliviado. - Ele é maravilhoso. – O dois sorriem e me fitam ainda curiosos, esperando por mais detalhes. – Muito obrigado. – Olho para Bill que franze o cenho. – Você cuidou deles, enquanto era minha função. – Relaxa o rosto. – Fico feliz por isso. Feliz por ter sido você. – O homem sorri. – Não quero que pense que pretendo ocupar seu lugar. Connor é meu filho, mas também é seu. Assumo minha responsabilidade e daqui para frente, quero estar presente em sua vida. – Uma lágrima escorre dos olhos de Sandra e seguro para as minhas não escaparem. – Eu e Connor somos amigos e quero que ele saiba que estou aqui para o que ele precisar. – Finalizo feliz com minha convicção. Sandra pega na minha mão por cima da mesa e agradece com o olhar. Não esperava que fosse me apegar a essa ideia tão fácil, mas no momento que descobri minha importância dentro daquele quarto, percebi que já o amo e estou disposto a tudo para ter esse amor correspondido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, gente? O que acharam desse menino lindo e compreensivo? O menino nem conhece o pai ainda, mas já está o ajudando com a vida amorosa! Hehehe Eu escolhi escrever assim, porque quero muito que o Ollie entre de cabeça nessa aventura e com um filho desse, quem não quer né? Vou ser sincera, não acho que isso vá acontecer na série, mas é exatamente o que eu gostaria que acontecesse. O Oliver é sempre tão sério, mesmo quando está com Felicity. Esse Connor agitado e curioso vai deixa-lo mais solto ;) Enfim, espero que tenham gostado do capítulo e do grande encontro dos dois. Não deixem de comentar. Beijinhos e até breve!