Almas Perdidas escrita por S Laufeyson


Capítulo 2
1. A Escrava


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeeee! Então, genteeeee!! Uma baita inspiração me ocorreu aqui e trago mais uma capítulo para vocês. Espero realmente que gostem!
O nosso deus da trapaça ainda não aparece nesse, mas no outro ele estará presente, viu? Como exatamente tem que ser!
Um beijão enorme para todos que comentaram e para quem favoritou e marcou para acompanhar. Fiquei extremamente feliz em saber que gostaram do nosso prólogo! (hiper feliz, na verdade)... enfim, espero que gostem desse capítulo também.

Vamos a ele...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/618842/chapter/2

Sigyn acordou quando a carroça parou rapidamente, fazendo-a cair no chão gelado de metal. Uma lona preta cobria toda a parte gradeada, escondendo todas as jovens dos olhos curiosos. O mercado de escravos era extremamente conhecido, mas ao mesmo tempo proibido. De modo que se algum soldado visse as jovens, deduziria que era para lá que estariam indo e interceptariam a carruagem e tudo estaria perdido.

Os olhos arderam imensamente quando o tecido escuro foi retirado e a luz invadiu, violentamente, o lugar. Perceberam não estarem mais em nenhuma parte conhecida, principalmente quando os sequestradores as tiraram de dentro da cela e as arrastaram até um lugar na enorme arena redonda. Havia centenas de homens e mulheres ali, sendo que a população feminina era quase escassa. Muitas delas usavam trapos e estavam tão magras que pareciam esqueletos ambulantes.

— Em que reino estamos? — perguntou Sigyn quando viu um homem de pele azul passar por ela.

— No inferno. — respondeu aquele que a conduzia. A empurrou, bruscamente, para perto das outras moças. O mesmo sujeito virou-se para um homem de estatura baixa e o cumprimentou. — Cinco virgens. Jovens e cheia de energia. Garanto que não terá dificuldade em vendê-las.

— Zia, examine-as. — Mandou o comprador e uma das jovens magras aproximou-se. — Quero ter certeza se realmente são virgens. — concluiu. A escrava sorriu levemente para as cinco meninas e as indicou um quarto pequeno e com uma cama imunda.

— Não se preocupem, não lhes farei mal. — ela pediu com a voz tão baixa que foi difícil ouvi-la. — Me ajudem apenas. Se eu não fizer, ele vai me bater. Por favor. — Olhou para Eyra, uma bela mulher de pele escura, e indicou o lugar. — Deite-se com as pernas abertas, para eu possa examiná-la.

As meninas concordaram, não queriam que a jovem de voz mansa, fosse agredida por causa delas. Uma a uma foi examinada e realmente constatou-se que nunca haviam estado com um homem antes. Foram levadas de volta para fora e a menina confirmou para o comprador que, de fato, o homem falava a verdade. O dono daquele lugar sorriu e a pegou à força, pelo braço, e beijou-lhe os lábios com violência. A empurrou rudemente para o lado e seguiu até uma escrivaninha. De dentro de uma gaveta tirou cinco sacos.

— Aqui está o combinado. Oitocentas e cinquenta peças de ouro. — colocou os sacos nas mãos do sujeito. — Cento e setenta por cada uma delas. É o maior preço do mercado.

— Estou vendo. Foi um prazer fazer negócio com você. — agradeceu o brutamontes e deu as costas.

— Já sabe, se tiver outro achado precioso como esse, pode trazer diretamente a mim. — o dono do lugar virou-se para olhar as jovens e aproximou-se devagar. Analisou cada uma delas e se afastou novamente. — Eu iria escolher uma de vocês para ser minha... — sorriu para Sigyn e apontou para ela. A garota tremeu de medo. Não podia se imaginar sendo tocada por aquele homem doente e nojento. Imediatamente sentiu seu estomago embrulhar e uma vontade de vomitar surgiu imediatamente, mas ela não o fez. — provavelmente você, mas seria um prejuízo sem tamanho. São a minha mina de ouro. Acreditem, tem homens que pagam uma fortuna para ser o primeiro de uma deusa virgem. Traz boa sorte, é o que dizem.

— Não para elas. — comentou Sigyn, ficando ainda mais séria, e o homem aproximou-se rapidamente.

— Estou vendo que talvez teremos problemas com você e essa sua língua. — Segurou na bochecha da jovem com força, ao ponto de doer. — Então mantenha-se calada ou arranco-lhe ela fora e te vendo pela metade do preço. — Os olhos roxos olhava a expressão de medo no rosto da deusa.

— Senhor, os clientes chegaram. — Informou Zia. Quando percebeu que Sigyn estava com problemas, correu rápido para acudi-la, mas recebeu uma tapa forte no rosto ao fazê-lo.

— Você só fala quando eu mandar. — gritou o sujeito e a mulher, com a força da tapa, caiu no chão e lá ficou. As meninas queriam socorrê-la, havia sido tão boa com elas, não podiam permitir que aquele monstro fizesse aquilo. Ágda correu até a jovem, mas foi apanhada pelos cabelos e posta novamente no mesmo lugar onde estava, recebendo também uma tapa no rosto. — Estou ficando farto de vocês. Serão leiloadas ainda hoje, antes que eu faça uma besteira. — deu as costas para elas e ordenou que Zia as levasse até o palanque no centro do lugar.

— Não falem nada e façam o que ele mandar. Já o vi fazer crueldades com outras jovens, pelo simples fato delas terem chorado na frente dos compradores. Por favor, tenham controle. — Sussurrou a mulher. Quase não se ouvia a voz dela. As meninas assentiram assim que perceberam que o lugar começou a encher. Foram postas enfileiradas e de frente para todos aqueles homens e criaturas ali. Cada coisa mais horrenda que a outra. Alguns deles chegavam a provocar ânsia de vomito.

— Venham ver as maravilhas que temos para hoje. Não percam tempo, pois temos apenas cinco delas. Deusas virgens, para satisfazer todas as suas necessidades e fantasias. — ele apontou para as jovens que petrificaram ao ver os olhos maliciosos daqueles que estavam ali. Cochichavam e sorriam, alguns até agiam como animais. — Vamos para a primeira delas. — O homem segurou no braço de Sigyn e a puxou para a frente. A deusa debateu-se violentamente nas mãos dele, que sussurrou em seu ouvido. — Ou você fica quieta agora ou eu te mato na frente de todas essas pessoas. Não tenho problemas com isso. — A mão correu pelo pescoço da jovem que apertou os olhos com força para não chorar. Estava devastada e com tanto medo que suas mãos e pernas tremiam descontroladamente. O homem segurou-lhe pelas alças da roupa e rasgou-lhe a camisola. Tirou a roupa de baixo também com um puxão e deixou-a completamente nua na frente de todos. Ela tentou esconder seu corpo, mas o homem segurou suas mãos para trás. Era humilhante aquilo. Não permitia nem que sua avó a visse daquele jeito e agora tinha centenas de olhos em seu corpo, olhando seus seios e suas partes íntimas. Sentiu-se violada. — Essa é perfeita. Confesso que fiquei tentado a tê-la em minha coleção. Quem sabe ainda não fique, se não houver nenhum lance, não é?

— Eu dou cem peças de ouro. — gritou uma criatura verde e pequena, de voz extremamente fina.

— Paguei bem mais que isso por ela, meu amigo. — o sujeito respondeu sorrindo. — Reparem que não tem nenhuma cicatriz no corpo e os dentes... — soltou as mãos da jovem e abriu-lhe a boca, com os dedos imundos. —... Perfeitos.

— Dou seiscentas peças. — gritou um homem de longos cabelos brancos e trançados. Sigyn arregalou os olhos. Nem que trabalhasse um ano inteiro no mercado teria aquela quantia. Sentiu-se apenas como uma mercadoria. Queria morrer.

— O elfo deu seiscentas peças. Alguém dá mais? — virou a mulher de costas. — Vejam esse traseiro.

— Oitocentas peças. — falou um homem de pele completamente azul.

— Eu ouvi mil peças? Dou-lhe uma, dou-lhe duas...

— Três mil peças de ouro. — gritou um homem no fundo da multidão. Todos os olhos se voltaram para ele e o cochicho começou a ficar forte. Sigyn não desviava os olhos do sujeito.

— Três mil peças. — repetiu o vendedor e olhou para o elfo e para o Kree. — vão cobrir?

O homem de cabelos brancos negou com a cabeça.

— Uma noite com uma deusa não vale tanto assim. — O Kree cruzou os braços.

— Alguém quer aumentar a proposta? — perguntou o homem outra vez. Ninguém se manifestou. — Não? Então está vendido para o sujeito de capuz. Venha fazer o pagamento e levar sua mercadoria.

O homem olhou para as outras quatro pessoas encapuzadas, ao seu lado, e seguiu com dois para frente. Aproximou-se devagar e subiu no palanque. O homem empurrou Sigyn contra o comprador e essa tentou se afastar, mas o “dono” a pegou pelo braço. Gentilmente. A jovem não conseguia mais conter as lágrimas. Chorava desesperadamente a ponto de soluçar. O sujeito apenas tocou-lhe o rosto e limpou o rastro feito pelo choro.

Retirou o capuz da cabeça e os cabelos loiros caíram por sobre os ombros. Imediatamente os que estavam aglomerados diante do palanque, começaram a caminhar para trás e se afastar. Sabiam exatamente quem ele era e do que era capaz. Alguns tentaram até ir embora, mas quando viraram de costas, o portão já estava fechado. Uma mulher, com roupa de guerreira, e um homem, com feições orientais, seguravam suas armas e pareciam prontos para impedir quem quer que tentasse passar por eles.

— Acabou, Húr. Entregue-se e você tem a minha palavra de que não será ferido. — O deus do trovão tirou a sua capa das costas e enrolou o corpo de Sigyn com ela, escondendo sua nudez. Fandral e Volstagg se adiantaram em retirar as jovens do palanque. O loiro paquerador ainda ousou puxar assunto com uma delas enquanto a ajudava a descer. — Esse lugar é uma afronta a moralidade e ao respeito ao próximo. — Os portões foram abertos novamente e por ele passaram os vários soldados de armaduras douradas. — Estamos liberando os escravos e o restante de vocês, que comungaram com tudo isso, enfrentarão as leis de Asgard.

— Isso está fora de seus limites, filho de Odin. Não estamos em Asgard.

— Não estamos não, mas eu serei o rei um dia. Minha obrigação é proteger os Nove Reinos e garantir a paz. As suas atitudes, de compra de escravos, têm feito com que vários cidadãos, dos reinos que protegerei, sejam mortos e sequestrados. Todas as cinco são de Vanaheim. — Thor aproximou-se ainda mais do homem. — Vê, Húr, isso ainda é problema meu.

— Engana-se se pensa que tenho medo de você. Vou lhe dar um desafio. — O homem assoviou e uma criatura gigante, cuspidora de fogo, apareceu voando. A multidão entrou em completo desespero, pois sabia os estrago que aquele animal fazia. Volstagg colocou as mulheres protegidas, dentro de uma sala, e correu com o amigo para perto de Thor. O deus do trovão não expressou maiores reações. Apenas girou o martelo algumas vezes e arremessou para cima. Assim que o Mjölnir atingiu o animal, esse perdeu a consciência e despencou, caindo em cima daquela estrutura circular e destruindo uma parte dela. Alguns capangas do comerciante foram esmagados, mas nenhuma escrava se feriu. O príncipe Asgardiano o encarou.

— Chama aquilo de desafio? — O homem respirou fundo quando se viu vencido. Não havia mais nada a se fazer. Esticou os braços na frente do corpo, permitindo que Thor o algemasse. Os capangas e os que participavam do leilão também se entregaram e foram presos pelos soldados de Asgard.

Enquanto os prisioneiros eram conduzidos para fora do lugar e de lá até a cúpula da Bifrost, Thor seguiu para ter uma conversa com as escravas do lugar. Além das cinco jovens que haviam acabado de chegar, existia também mais treze ali. Totalizando dezoito mulheres completamente amedrontadas.

— Não sei como me desculpar por isso. Era obrigação minha manter a paz nos Nove Reinos e eu falhei, mas juro que cuidarei de vocês de agora em diante e serão levadas para casa sãs e salvas. A que reino pertencem? — perguntou. A maioria respondeu Vanaheim, por ser um reino de paz e sem muita proteção. Havia também duas de Álfheim e uma de Midgard. — Vou levá-las de volta. — Thor deu as costas para as jovens, afim de reunir os guerreiros dourados, mas uma mão segurou seu braço. A morena, que usava a sua capa, o olhava com a tristeza em seus olhos acinzentados. Sif e os três guerreiros ajudaram as outras a sair daquele lugar.

— Alteza, por favor. — O loiro virou-se de frente para ela. — Eu não tenho para onde ir. Eu perdi tudo. — ela abaixou a cabeça. — Eles mataram minha avó e meus pais morreram quando eu era apenas um bebê. Esses monstros atearam fogo em minha casa e nas plantações. Não tenho do que sobreviver.

— Minha mãe me disse que isso aconteceria. Que uma jovem, entre aquelas que libertaríamos, não teria para onde ir. — Thor sorriu gentilmente. — A Rainha lhe convida a ser uma de suas damas, em Asgard.

— Eu? Uma dama da Rainha? Eu mal sei falar direito. Não sei escrever e vivi minha vida inteira na lavoura. Tenho calo em minhas mãos. — ela as estendeu para Thor que sorriu.

— Acredite, você foi escolhida e ela vai tratar de lhe ensinar tudo. Não se preocupe.

— Eu não sei o que dizer.

— Apenas aceite. — o loiro a olhou, esperando uma resposta, até que um sorriso abriu-se nos lábios da mulher.

— Eu aceito. — respondeu.

— Então vamos indo. Temos que devolver as jovens aos seus devidos reinos, antes de irmos para casa. Você vai adorar Asgard. — o deus do trovão indicou o caminho para que Sigyn passasse em sua frente e chegasse até o grupo que os aguardavam.

Por causa de uma ordem do príncipe, alguns arqueiros atiraram flechas flamejantes em direção ao mercado de escravos e esse incendiou-se completamente. Depois que deixaram o lugar, todos seguiram na missão de devolver as jovens para as suas famílias e de lá para Asgard.

A nova vida de Sigyn estava começando naquele momento.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso, amores!
Por favor, se gostaram comentem e se sentirem um amorzinho maior em seus coraçõezinhos, recomendem. Vai me fazer chorar até dizer chega.. kkkkkkkkkkk... (sou emotiva, genteee... não liguem)...

Amo vocês, desde já. Obrigada por tudo, viu?
Inté o próximo!!

S. Laufeyson!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Almas Perdidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.