Almas Perdidas escrita por S Laufeyson


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Então amores, mais uma vez vamos iniciar uma aventura sobre o nosso casal favorito.
Divirtam-se com Loki e Sigyn...



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Uma alma gêmea é alguém cujas fechaduras coincidem com nossas chaves e cujas chaves coincidem com nossas fechaduras. Quando nos sentimos seguros a ponto de abrir as fechaduras, surge o nosso eu mais verdadeiro e podemos ser completa e honradamente quem somos. Cada um descobre a melhor parte do outro.

— Richard Bach

~*~

O corpo da jovem relaxou por sobre os lençóis, já surrados pelo tempo, e a cama pouco confortável. Estava realmente exausta naquela noite e tudo o que queria fazer era dormir e recuperar suas forças para o dia seguinte. Sabia que sua vida era um imenso círculo vicioso e que nada mudava. Nunca mudava.

Morava com a sua avó, em uma das casas mais pobres de Vanaheim, e a ajudava em absolutamente tudo. Desde a arrumação até as vendas das frutas e verduras no comércio central da cidade. Geralmente, não conseguiam vender muito, mas tudo o que ganhavam dava para que tivessem algo para comer.

Esticou-se na cama, sentindo seus músculos doerem, e bocejou antes que seus olhos começassem a pesar. Depois encolheu-se na beirada, porque sabia que sua avó iria dormir um pouco mais tarde e tinha que ter seu espaço quando chegasse.

Mesmo bastante cansada, começou a pensar nas coisas que faria no dia seguinte, mas acabou sendo levada pelo sonho e deixada em uma campina extremamente verde. Ela parecia tremendamente feliz e elegante. Usava um vestido azul, de linho fino, que jamais teria dinheiro para pagar. Também usava pedaços de armadura em seu peito, braços e costas. Coisa que pouco se via por ali, já que Vanaheim era um reino de paz. Não havia razão para terem armadura.

Parecia conversar com alguém. Um homem, ela tinha certeza. Sorria enquanto ele andava de um lado para outro e lia um livro de poesias, em voz alta. Aquilo fez com que a jovem fechasse os olhos para apreciar as nuances de seu timbre. Parecia música aos seus ouvidos e isso a distraía. Escapou, apenas por um segundo, daquela sensação e novamente o encarou. Usava uma cota de couro preta, repleta de detalhes dourados e verdes, extremamente bem costurada. Não era qualquer um que podia ter uma peça de roupa tão alinhada quanto aquela e realmente ele não era qualquer um.

Acordou assustada quando viu o rosto do príncipe de Asgard, Loki.

Passou as mãos na face perfeita e sentou-se na cama, reparando que ainda estava sozinha. A cidade já estava no mais absoluto silêncio e por isso sabia que já era bastante tarde. Resolveu levantar-se para saber se sua avó estava bem.

Aproximou-se da porta, ainda sonolenta. Antes que pudesse sequer abri-la, ouviu um barulho alto como se alguém tivesse destruído alguma coisa. Apressou-se em deixar o quarto porque achava que sua avó poderia ter se sentido mal e desmaiado, mas tamanho foi o susto quando ela alcançou o corredor e deu de cara com quatro sujeitos altos e fortes. Possuíam cabelos compridos e barbas fartas.

Ao vê-la, sorriram maldosamente.

Era uma jovem com belos atributos físicos: Os cabelos eram grandes e de cor castanho claro, os olhos era uma mescla entre o azul e o verde que as vezes poderia até mesmo ser confundido com cinza claro. Os seios fartos, quadris largos e cintura bem moldada estavam cobertos apenas pelo tecido fino de sua camisola. Aquilo pareceu atiçar ainda mais os homens.

O que estava diretamente em frente a ela, olhou para os amigos antes de começar a aproximar-se rapidamente. A menina não teve outra reação a não ser voltar correndo para o quarto e empurrar uma cômoda pesada até em frente da porta. Não antes de ver a avó caída no chão da sala, com os olhos ensopados de lágrimas.

Virou-se para olhar em volta, pois sabia que aquele móvel não aguentaria, os chutes dado contra a porta, por muito tempo. Acabou percebendo que poderia passar pelo telhado, se pudesse chegar até lá e afastasse a palha.

Subiu rapidamente na cama e apoiou os dois pés pequenos na cabeceira de madeira, conseguindo assim fazer um buraco no teto e subir ao telhado. Quando os homens entraram, ela não estava mais lá.

Porém, o líder daquele grupo queria a jovem a qualquer custo. Ordenou que seus homens dessem a volta na casa e a encontrasse.

Obedecendo a ordem de seu chefe, deram a volta no lugar e começaram a procurar por ela, encontrando-a finalizando a descida do telhado e correndo até o fundo da casa de um vizinho. Ela tinha que fugir, sabia disso, mas não poderia deixar sua avó para trás.

Tinha que arranjar alguma coisa que pudesse usar como proteção. Não conseguiria matar, jamais, mas tinha que ter alguma coisa para proteger-se em seu retorno. Sorriu ao encontrar um machado fincado em um tronco de árvore, ao lado de várias toras de madeira cortadas e arrumadas em pilhas.

Sustentou a arma e averiguou o peso antes de voltar até a sua casa. Segurava firme em sua mão e quando o primeiro deles apareceu, ela não hesitou em partir para cima com tudo o que tinha. Sabia que se conseguisse atingi-lo na cabeça, com a parte chata do machado, ele desmaiaria e sairia da jogada. Dependendo da força utilizada, não o mataria.

Conseguiu acertá-lo e fazê-lo ir ao chão, mas não contava com o fato de que não havia apenas aqueles três ali, haviam pelo menos dez, armados com tudo o que tinham. Eles a cercaram e conseguiram derrubá-la, depois de uma pancada forte na nuca. A visão da jovem embaçou imediatamente depois daquilo, mas ela ainda conseguia ver vultos e por isso conseguiu identificar quando o homem trouxe sua avó para fora e a matou em sua frente, depois de torcer-lhe o pescoço.

A garota agitou-se ao ver a cena, mas acabou percebendo que estava com as mãos e os pés amarrados. O dor escapou-lhe da alma e caiu em forma de lágrimas, na terra fria onde ainda se encontrava deitada. Vê-la morrer foi a pior coisa da sua vida e ela mal conseguia respirar, isso muito antes do líder daquele grupo, cortar-lhe a corda dos pés e deitar-se por cima dela.

— Por que fugiu de mim, coisa linda? — ele abaixou a cabeça até o pescoço da menina e respirou fundo. O perfume doce invadiu-lhe a narina e aquilo apenas o deixou ainda mais louco. — Me mostra o que você tem ai embaixo, doçura. — ergueu-se e passou as mãos por todo o corpo da jovem, chegando até as suas pernas e tirando suas roupas de baixo. A menina, finalmente, começou a se debater e a tentar escapar, mas os outros homens a seguravam com força.

Pensou que seria estuprada, morta e jogada em um lugar qualquer. Seu sonho de um dia encontrar alguém e formar uma família iria por água abaixo, tudo porque alguns bárbaros queriam diversão. Sua alma inundou-se de tristeza e mais lágrimas rolaram por seus olhos quando sentiu as mãos daquele homem a tocar, até que ele parou.

— Tiramos a sorte grande, amigos. Temos mais uma virgem órfã aqui. — falou e a moça o olhou sem entender. A sua visão já havia retornado e acabou se surpreendendo quando ele saiu de cima dela e a vestiu outra vez.

— Quanto estão pagando? — perguntou um homem de cabelos longos e ruivos.

— Muito, meu amigo. Muito mesmo. — respondeu o homem que saiu de cima da garota. — Sem contar nos traços delicados que ela tem, nas curvas bem feitas e nos dentes perfeitos. Essa é a nossa mina de ouro. Levantem-na. — dois deles a colocaram de pé e arrastaram até uma espécie de gaiola, que era puxada por dois cavalos. Dentro havia mais quatro jovens.

Eles a empurraram e a colocaram sentada no assoalho do lugar. A menina encolheu-se em um dos cantos e viu as portas de ferro se fecharem, prendendo-as ali dentro.

Segundos depois, os cavalos arrancaram e ela viu sua casa ficando para trás, enquanto um deles acendia uma tocha e jogava pela porta. O teto de palha incendiou-se imediatamente. Tudo o que ela tinha, seria resumido a cinzas. Todas as lembranças de sua vida, seriam consumidas pelo fogo intenso que já conseguia ver, mesmo de longe. Estava desesperada ao ponto de não conter os soluços e eles ficarem cada vez mais altos.

— O que vão fazer conosco? — perguntou uma menina, de no máximo quinze anos, que estava sentada do outro lado da cela.

— Nos vender ao mercado de escravos. — respondeu outra mais velha, de longos cabelos negros como a noite. — Cada uma de nós é uma pequena fortuna.

— Como sabe disso? — A jovem, que ainda permanecia encolhida no chão, levantou a cabeça e encarou a de cabelos escuros.

— Eu os ouvi falar, enquanto me arrastavam para cá. Fui a primeira a ser trazida. — ela respondeu. — Qual o seu nome? O meu é Ágda. Essas são Idália, Kelda e Eyra.

— Sigyn. — respondeu em um sussurro. Estava amedrontada e com muito frio.

— Bem se vê que você está cansada. Durma um pouco, a viagem até o mercado é de seis horas. Tem muito chão pela frente.


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Notas finais do capítulo

É isso amores!
Obrigada por ler!
Um grande beijo e inté mais!
S. Laufeyson!!!